quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Dicas do Bueno - 3º Ano - Rede Isaac Newton

Boa noite galera!!!

Ontem assisti um programa muito interessante para àqueles que terminam ou já terminaram o Ensino Médio e tem dúvidas sobre o que ser "quando crescer".

A reportagem é do Programa "Entre Aspas" com a excelente jornalista Mônica Waldivogel...

Vale a pena conferir!!!

Segue abaixo o Link da reportagem!!!


Estudo do IBGE revela que profissionais com diploma têm crescimento profissional menor


quinta-feira, fevereiro 23, 2012

MPOG confirma concurso para PRF em 2012

Mais um concurso marcado para 2012. Miriam Belchior, Ministra do Planejamento, confirmou a realização do concurso para a Polícia Rodoviária Federal ainda este ano. O departamento de Polícia Federal solicitou 4.500 vagas para os próximos três anos, sendo que a cada ano serão nomeados 1.500 policiais rodoviários federais. O cargo exige nível superior em qualquer área de formação e tem vencimentos iniciais de R$ R$6.108.95.
 
 
No último concurso da PRF, ocorrido em 2009, foram cobrados conhecimentos relativos à Informática, Língua Portuguesa, Física, Raciocínio Lógico, Conhecimentos Específicos e Legislação de Trânsito, Direito e Primeiros Socorros. O concurso de 2009 ainda está em andamento e terá 750 aprovados. No dia 1º de março, os habilitados serão convocados para o exame de capacidade física e para a avaliação psicológica, que serão realizados nos dias 10 e 11 de março, respectivamente. A seleção prevê ainda exame de saúde e curso de formação. A homologação do concurso está prevista para 5 de setembro. 
 

8º ANO - CE SIGMA - DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

O termo divisão do trabalho é encontrado em estudos oriundos de diversas áreas do conhecimento, como a economia, a sociologia, a antropologia, a história, a saúde, a educação, dentre outras, e tem sido utilizado com diversas variações. Em termos genéricos refere-se às diferentes formas que os seres humanos, ao viverem em sociedades históricas, produzem e reproduzem a vida. As variações encontradas no termo divisão do trabalho podem ser organizadas em quatro grupos, cada uma referindo-se a diferentes fenômenos sociais relativos às formas de produzir bens e serviços necessários à vida: 1) ‘divisão social do trabalho ou divisão do trabalho social’; 2) ‘divisão capitalista do trabalho, ou divisão parcelar ou pormenorizada do trabalho, ou divisão manufatureira do trabalho, ou divisão técnica do trabalho’; 3) ‘divisão sexual do trabalho’; 4) ‘divisão internacional do trabalho’.
Divisão social do trabalho
A expressão ‘divisão social do trabalho’ tem sido usada no sentido cunhado por Karl Marx (1818-1883) e também referendada por autores como Braverman (1981) e Marglin (1980) para designar a especialização das atividades presentes em todas as sociedades complexas, independente dos produtos do trabalho circularem como mercadoria ou não. Designa a divisão do trabalho social em atividades produtivas, ou ramos de atividades necessárias para a reprodução da vida. Marx, em O Capital (1982), diz que a ‘divisão social do trabalho’ diz respeito ao caráter específico do trabalho humano. Um animal faz coisas de acordo com o padrão e necessidade da espécie a que pertence, enquanto a aranha é capaz de tecer e o urso de pescar, um indivíduo da espécie humana pode ser, “simultaneamente, te celão, pescador, construtor e mil outras coisas combinadas” (Braverman, 1981, p. 71). Essa capacidade de produzir diferentes coisas e até de inventar padrões diferentes dos animais não é possível ser exercida individualmente, mas a espécie como um todo acha possível fazer isso, em parte pela divisão do trabalho.
“A divisão social do trabalho é aparentemente inerente característica do trabalho humano tão logo ele se converte em trabalho social, isto é, trabalho executado na sociedade e através dela” (Braverman, 1981, p. 71-72). A produção da vida material e o aumento da população geram relação entre os homens e divisão do trabalho. Os vários estágios da divisão do trabalho correspondem às formas de propriedade da matéria, dos instrumentos e dos produtos do trabalho verificados em cada sociedade, nos diversos momentos históricos (Marx, 1982).
A divisão do trabalho sempre existiu. Inicialmente, dava-se ao acaso, pela divisão sexual, de acordo com a idade e vigor corporal. Com a complexidade da vida em sociedade e o aprofundamento do sistema de trocas entre diferentes grupos e sociedades, identifica-se a divisão do trabalho em especialidades produtivas, designada pela expressão ‘divisão social do trabalho’ ou divisão do trabalho social. Esta forma de divisão do trabalho ficou bem caracterizada na estrutura dos ofícios da Idade Média. Os artesãos organizados nas guildas, ou corporações de artífices, constituíam uma unidade de produção, de capacitação para o ofício e de comercialização dos produtos. Apesar de existir, entre mestres-companheiros-aprendizes, divisão do trabalho, hierarquia e também atividades de coordenação e gerenciamento do processo de produção, estas eram diferentes da divisão parcelar do trabalho e da hierarquia verificada na emergência das fábricas e do modo de produção capitalista. No artesanato, os produtores eram donos dos instrumentos necessários ao seu trabalho, tinham domínio sobre o processo de produção, sobre o ritmo do trabalho e sobre o produto, e também, quase certamente, havia ascensão a companheiro e muito provavelmente a mestre (Marglin, 1980).
Divisão parcelar ou pormenorizada do trabalho, divisão manufatureira do trabalho ou divisão técnica do trabalho
A ‘divisão parcelar ou pormenorizada do trabalho, divisão manufatureira do trabalho ou divisão técnica do trabalho’ é típica do modo de produção capitalista. Refere-se à fragmentação de uma especialidade produtiva em numerosas operações limitadas, de modo que o produto resulta de uma grande quantidade de operações executadas por trabalhadores especializados em cada tarefa. Surge em meados do século XVIII com a manufatura e caracteriza o sistema de fábricas. O capitalismo industrial começa quando um grande número de trabalhadores é empregado por um capitalista (Braverman, 1981). Inicialmente, o processo de trabalho era igual ao executado na produção feudal, no artesanato nas guildas (vidreiros, padeiros, ferreiros, marceneiros, boticários, cirurgiões). O domínio do processo estava com os trabalhadores. Ao reuni-los, seja nas guildas seja na oficina capitalista, seja no hospital, surge o problema da gerência. Para o próprio trabalho cooperativo já era necessário: ordenar as operações, centralizar o suprimento de materiais, registro de custos, folha de pagamentos etc. No capitalismo industrial manufatureiro, os trabalhadores ficam especializados em parcelas (tarefas/atividades específicas) do processo de produção dentro de uma mesma especialidade produtiva, e o controle do processo passa para a gerência.
Essa mudança tem como conseqüência para os trabalhadores a alienação e para o capitalista constitui-se em um problema gerencial. Esse fenômeno é qualitativamente diferente da ‘divisão social do trabalho’ na sociedade que foi explicada, inicialmente, pela clássica análise de Adam Smith (1723-1790), no An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (A Riqueza das Nações) a respeito do processo de produção em uma fábrica de alfinetes. A análise deste fenômeno de fragmentação do processo de produção foi mais bem qualificada com os estudos de Charles Babbage (em On the Economy of Machinery, de 1832) ao acrescentar que essa forma de divisão do trabalho não apenas fragmenta o processo permitindo um aumento da produtividade como também hierarquiza as atividades, atribuindo valores diferentes a cada tarefa executada por diferentes trabalhadores ou grupo de trabalhadores específicos. Assim, aumenta a produtividade não só pelo aumento numérico dos produtos em uma determinada unidade de tempo como também aumenta a produtividade diminuindo o custo da força de trabalho comprada pelo capitalista.
A emergência da ‘divisão parcelar do trabalho’ que muitos autores denominam ‘divisão técnica do trabalho’ (Abercrombie, Hill & Turner, 2000) ocorre no bojo de um processo mais amplo de mudanças, no qual se destacam: a apropriação capitalista dos meios de produção (força de trabalho, objetos de trabalho e instrumentos); a associação de diversos trabalhadores em um mesmo espaço físico, onde cada um desenvolve uma tarefa específica, e o produto só é obtido como resultado do trabalho coletivo, ou, nas palavras de Marx (1980), o produto resulta de um trabalhador coletivo; a modificação do papel da gerência para o de controle do processo e da força de trabalho; e a expropriação do trabalhador do produto do seu trabalho. Opera-se uma divisão entre trabalho manual (que transforma o objeto) e intelectual (a consciência que o trabalhador tem sobre o trabalho), separa-se concepção e execução.
O gerente controla o trabalho dos outros organizando o processo de trabalho com vistas a tirar o maior resultado possível. Gerência, como organização racional do trabalho no modo capitalista de produção, envolve o controle do processo de trabalho e do trabalho alienado, isto é, da força de trabalho comprada e vendida. A função da gerência, que no início do capitalismo é desenvolvida pelo proprietário do capital, passa a ser exercida por trabalhadores contratados, que, ao mesmo tempo, são empregados e empregadores de trabalho alheio, recebem melhor remuneração que os demais, representam e se articulam com os proprietários do capital, controlam o trabalho dos outros e organizam o processo de trabalho visando ao lucro (Braverman, 1981). O principal teórico da gerência aplicada ao modo de produção capitalista é Frederick Winslow Taylor (1856-1915) que formula o que chamou de ‘princípios da gerência científica’, incluindo a separação entre concepção e execução do trabalho; a separação das tarefas entre diferentes trabalhadores; e o detalhamento da atividade de modo que a gerência possa controlar cada fase do processo e seu método de execução, buscando obter maior produtividade do trabalho.
Divisão sexual do trabalho
A expressão ‘divisão sexual do trabalho’ tem sido utilizada mais recentemente, especialmente no contexto dos estudos de gênero, para expressar os diferentes papéis atribuídos a homens e mulheres na sociedade e no processo produtivo. As diferenças entre homens e mulheres são freqüentemente abordadas com o olhar biológico destacando as diferenças no papel reprodutivo. No entanto, este debate ganha nova qualificação com as críticas introduzidas pelas feministas à separação das esferas públicas e privadas na sociedade capitalista, na qual tem cabido às mulheres a esfera privada e de cuidado dos filhos e aos homens a esfera pública, incluindo o trabalho remunerado e as atividades de maior prestígio social (Abercrombie, Hill & Turner, 2000). Com a urbanização, a ampliação do acesso à educação e as conquistas dos movimentos de mulheres, houve uma ampliação do ingresso das mulheres no mercado de trabalho, no entanto ainda é significativa a desigualdade em termos de valorização do trabalho feminino em relação ao masculino. Até hoje, início do terceiro milênio, mesmo considerando as diferenças entre os diversos países e culturas, muitas mulheres rercebem menor remuneração do que os homens mesmo desenvolvendo trabalhos iguais; determinadas atividades são atribuídas ao feminino, pior remuneradas e menos valorizadas socialmente do que as que são atribuídas aos homens.
Divisão internacional do Trabalho
A expressão ‘divisão internacional’ do trabalho diz respeito à posição dos países no mercado e no processo produtivo global, bem como à dinâmica dos padrões de acumulação de capital no contexto planetário. No atual contexto de globalização, a expressão ‘nova divisão internacional do trabalho’ tem sido usada para designar as mudanças no mercado, na distribuição de capital e das empresas, bem como no fluxo da força de trabalho entre os países, especialmente a relação ‘centro-periferia’. Ou seja, a relação países capitalistas desenvolvidos, países emergentes e países pobres ou com pouco potencial competitivo na economia global (Henk, 1988).

Fonte: http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/autores.html#denpir

8º ANO - CE SIGMA - Estrutura Geológica da Terra!!!

Estrutura geológica da Terra

Objetivo: esta lição tem como objetivo mostrar a evolução do planeta Terra, a escala do tempo que levou a sua formação, bem como a estrutura física do planeta.

Qual a origem da Terra?

Muitos cientistas e físicos ao longo do tempo tem formado teorias para explicar a origem da Terra. Os mais notáveis físicos são de acordo com uma teoria, que é a que se segue:

1. há cerca de 4,6 bilhões de anos, originou-se primeiro o sol através de uma densa nuvem de poeira e gás que se contraiu, formando não só o sol mas outros planetas.

2. com a radioatividade das rochas algumas partes da Terra se derreteu. O níquel e o ferro se fundiram formando o núcleo, enquanto na superfície ficou um oceano de rochas incandescentes.

3. a Terra primitiva sofreu um resfriamento, os vulcões entraram em erupção emitindo gases que formaram a atmosfera, por sua vez originando matéria orgânica e água.

4. há cerca de 3,5 bilhões de anos, grande parte da crosta terrestre já estava formada, mas bem diferente da atual.

Para a formação atual, continentes e ilhas, levou-se milhões de anos, pois por volta de 3,5 bilhões de anos atrás a Terra estava dividida em um só continente.



Escala geológica do tempo

Para se entender a estrutura da Terra é necessário também, o conhecimento do tempo geológico.

A escala geológica do Tempo está dividida em Eras, que se dividem em Períodos, e estes se dividem em Épocas.

A primeira Era é a chamada Pré-cambriana, que se divide em três períodos:

- Azóica: por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, esse período é marcado pela não existência de vida, esse período durou bilhões de anos.

- Arqueozóica e Proterozóica: nesse período passaram a surgir os seres unicelulares e invertebrados (algas e bactérias). Formação das rochas magmáticas. Existência de dois continentes: Árqueo-ártico e Indo-afro-brasileiro.

A Era Paleozóica está dividida nos períodos: Permiano, Carbonífero, Devoniano, Siluriano, Ordoviciano e Cambriano.

Nestes períodos houve a existência de rochas sedimentares e metamórficas. Existência de cinco continentes: Indo, Afro, Brasileiro (Gondwana), Terra Canadense e Terra Siberiana. Surgiu os peixes e os primeiros répteis.

A próxima Era foi a Mesozóica, dividida pelos períodos Cretáceo, Jurássico e Triássico. Surgiram mamíferos e aves; répteis gigantescos (dinossauros); grandes florestas; e rochas sedimentares e vulcânicas.

Já na Era Cenozóica existem dois períodos, Quaternário e Terciário. Este último tem cinco épocas: Plioceno, Mioceno, Oligoceno, Eoceno e Paleoceno. Neste período houve o desenvolvimento dos mamíferos e fanerógamos. Os répteis gigantes foram extintos, formou-se as bacias sedimentares.

No período do Quaternário existem duas épocas: Holoceno e Pleistoceno. Houve neste período a glaciação no hemisfério norte; delineamento dos atuais continentes; formação das bacias sedimentares recentes; aparecimento do homem.

Estrutura da Terra

A Terra é constituída por materiais sólidos, líquidos e gasosos, que se acham dispostos em camadas concêntricas.

De dentro para fora, as camadas da estrutura da Terra são: núcleo ou barisfera, manto, sima ou sial que forma estrutura interna; litosfera, hidrosfera e atmosfera formam a estrutura externa.

Estrutura interna

A estrutura interior da Terra é formado por três camadas principais:

- camada externa (crosta terrestre)
- manto ( ou camada intermediária)
- o núcleo



Núcleo

Parte mais interna do planeta. Pode ser dividido em núcleo externo e interno.

O núcleo externo, comporta-se como liquido apesar de sua composição metálica, admiti-se que seus componentes estão em estado de fusão. Estende-se de 2.900 km até 5.100 km.

O núcleo interno vai desde 5.100 km até o centro da Terra.

O núcleo da Terra é constituído por ferro e níquel.

A temperatura atinge a 4.000/5.000 C.

Manto

Trata-se de uma camada intermediária situada acima do núcleo. Tem uma espessura aproximada de 2.900 km, sua composição é de rochas ultrabásicas. Boa parte dos fenômenos que afetam a crosta terrestre tem origem na parte superior do manto.

* Magma é uma matéria em estado de fusão (pastoso), que constitui boa parte do núcleo e do manto.

Crosta terrestre

Representa apenas 1% da massa do planeta. Sua origem ocorreu a partir do resfriamento do magma; sendo portanto, a camada superficial.

Podemos dividir a crosta terrestre(litosfera) em três camadas diferentes:

- camada sedimentar superficial: constituída por rochas sedimentares que, em certos lugares pode atingir vários metros de espessura, já em outros desaparece.

- camada granítica intermediária: é constituída por rochas cuja composição é semelhante ao granito. Essa camada também é chamada de Sial.

- camada basáltica inferior: é bastante semelhante ao basalto. É também chamada de Sima.

Estrutura externa

É formada por: litosfera, hidrosfera e atmosfera.

Litosfera

A litosfera ou crosta terrestre, a parte consolidada da Terra, é formada por rochas e minerais. É todo estrato e substrato rochoso, que constitui o relevo submarino e os continentes e ilhas.

Hidrosfera

A hidrosfera é formada pelas águas oceânicas e águas continentais, incluindo os lençóis subterrâneos e o vapor aquoso da atmosfera.

Atmosfera

A atmosfera é a camada de ar ou envoltório gasoso que cobre a Terra.

Agentes estruturais

As modificações que ocorrem no relevo terrestre tem origem na ação de poderosas forças que podem vir do interior, como da própria superfície do planeta. Essas forças são chamadas de agentes do relevo.

Os agentes do relevo podem ser, dependendo da origem:

- internos ou estruturais, pois modificam a superfície alterando a sua estrutura.

Estes agem esporadicamente, mas com grande intensidade. São causados pelos movimentos da tectônica de placas.

- externos ou esculturais, pois modificam a superfície sem alterar a sua estrutura. Estes são de menor intensidade, mas atuam com mais freqüência.

Falaremos um pouco sobre os agentes estruturais.

Tectônica de placas

A palavra tectônica vem do radical grego tektoniké, que significa arte de construir. Um nome bem apropriado, pois essa teoria tem por objetivo demonstrar que a crosta terrestre se movimenta sobre o magma. Atualmente a crosta terrestre está dividida em doze placas tectônicas. Essas placas acabaram por se “chocar” em certos pontos, fazendo alterações no relevo ao longo de milhares de anos.

Tectonismo pode ser dito como os movimentos longos e prolongados da crosta terrestre, em virtude dos movimentos das placas tectônicas.

Curiosidades - 8º ano - C E SIGMA -Novo mapa da Terra, gravitacionalmente falando é claro!

Geóide
A Agência Espacial Europeia divulgou hoje os primeiros resultados consolidados da sonda espacial GOCE (Gravity field and steady-state Ocean Circulation Explorer). O mapa é o que os cientistas chamam de geóide, o formato de um oceano global imaginário ditado somente pela gravidade, na ausência de marés, correntes e quaisquer outras variações.
 
Os resultados abrem caminho para novos entendimentos da dinâmica e da composição das camadas internas da Terra ou, eventualmente, até mesmo para uma reinterpretação da força da gravidade. [Imagem: ESA/HPF/DLR]
O formato de batata do geóide resulta da equalização da superfície do planeta para que todos os pontos tenham exatamente a mesma gravidade. A gravidade é mais forte nas áreas que aparecem pintadas de amarelo no globo, e diminui até chegar às áreas azuis, onde a gravidade é mais fraca.
Circulação oceânica
Seria muito difícil minimizar os impactos das descobertas que advirão do estudo deste mapa gravitacional da Terra. A área que talvez sofra o impacto mais imediato será aquela que estuda a circulação oceânica, que agora terá que levar em conta diferenças na gravidade – a água está sujeita a variações na gravidade que a retém na superfície de acordo com sua posição no globo.
Há que se considerar que, para que fosse possível uma visualização das variações na gravidade nas dimensões de um globo tão reduzido, os resultados reais obtidos pela GOCE foram amplificados em 10.000 vezes.
Por que a gravidade varia?
A explicação mais aceita atualmente para as variações da gravidade está na variação das camadas internas da Terra, desde o solo onde pisamos até o seu núcleo. Há grandes diferenças de consistência e densidade entre os tipos de rochas, além da presença de depósitos minerais e águas subterrâneas. Contudo, essas explicações referem-se a uma porção muito pequena, estritamente superficial, da Terra. Isso abre caminho para novos entendimentos da dinâmica e da composição das camadas internas da Terra ou, eventualmente, até mesmo para uma reinterpretação da força da gravidade.
Mais por vir
A sonda GOCE ainda não esgotou seu combustível, o que fez a ESA estender a fase científica da missão. Isso significa que novos dados continuarão sendo coletados até 2012. Mas apenas os dados já disponíveis levarão anos para serem inteiramente processados – alguns cálculos envolvem a solução de equações com até 100 variáveis. Ou seja, o geóide agora apresentado continuará a ser refinado por anos, sendo seguidamente redesenhado com uma resolução cada vez maior.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br

GEOGRAFIA CONCEITOS BÁSICOS

Boa Noite meninos!

ESPAÇO GEOGRÁFICO

Fundamenta-se este texto numa preocupação e numa tentativa. A preocupação relaciona-se com a necessidade de uma compreensão mais objetiva e sistemática dos conceitos que denomino balizadores da Geografia. A tentativa relaciona-se com nossa proposição neste texto, qual seja: a partir de uma conceitualização, construirmos um corpo referencial que expresse possibilidades analíticas da Geografia, entre elas a relativa à questão ambiental.
Nosso pensamento é de que a Geografia se expressou e se expressa suportada por um conjunto de conceitos que, por vezes, são considerados como equivalentes, a exemplo do uso do conceito de espaço geográfico como equivalente ao de paisagem, entre outros. De nossa parte percebemos que os conceitos geográficos expressam níveis de abstração diferenciados e, por conseqüência, possibilidades operacionais também diferenciadas.
Optamos trabalhar neste artigo com os conceitos de espaço geográfico, paisagem, território, lugar e ambiente. Outros conceitos poderiam ser também trabalhados, a exemplo do conceito de região. Escolhemos estes em razão de nossas preocupações no âmbito da temática com a qual trabalhamos: a questão ambiental.
Partimos então da seguinte consideração: a Geografia como área de conhecimento sempre expressou (desde sua autonomia) sua preocupação com a busca da compreensão da relação do homem com o meio (entendido como entorno natural). Neste sentido ela se diferenciou e se contrapôs as demais ciências, que por força de seus objetos e das classificações, foram individualizadas em Ciências Naturais e Sociais. Este paradoxo acompanha a Geografia, ainda que hoje possa ser seu privilégio. Constitui um paradoxo, porque, na medida em que na Modernidade se expandiu a racionalidade e se constituiu a ciência moderna, o caminho foi a disjunção, a separação, a compartimentação do conhecimento; a divisão entre as ciências naturais e as ciências sociais.
Em decorrência, a Geografia foi impossibilitada (pelo caminho que assumiu) de construção unitária e mesmo de um lugar preciso entre as ciências. Isto, nos parece, dificultou, para a Geografia, a construção de um método, pois propunha-se a unidade natureza-sociedade num contexto científico onde estas dimensões disjuntas perseguiam métodos diferentes. Hoje esta perspectiva de conjuntividade inicia seus alicerces, para além da Geografia no âmbito das demais ciências.
Partindo destas breves considerações, passemos aos conceitos. Considerando o exposto, entendo que o campo de atuação da Geografia está balizado pelo conceito de espaço geográfico. Constitui este, o conceito mais abrangente, por conseqüência o mais abstrato.
Ao longo da história da Geografia, espaço geográfico foi concebido de diferentes maneiras, entretanto, não é nosso objetivo retomá-las. Tomamos como referência para nossas finalidades, o conceito expresso por Milton Santos (1997) no qual o espaço geográfico constitui "um sistema de objetos e um sistema de ações" que:

é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como um quadro único na qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois cibernéticos fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina. Observa-se que na concepção de espaço geográfico está contido a expressão de diferentes categorias. Entende-se por categoria palavras ou conceitos "as quais se atribui dimensão filosófica ou seja, "produzem significado basicamente não de uso coletivo, mas do sentido que adquirem no contexto de sistemas de pensamento determinados"(Genro Filho, l986). Estas categorias são: natureza, sociedade, tempo e espaço.
Faz-se necessário, então, refletir sobre como a Geografia concebeu e concebe estas categorias na construção do conceito de espaço geográfico.
Iniciamos trabalhando com o conceito de natureza. Desde sua autonomia enquanto ciência, a concepção de natureza veiculada pelos geógrafos constitui-se como algo externo ao homem. Natureza são os elementos ou o conjunto dos elementos formadores do planeta Terra, ou seja, ar, água, solos, relevo, fauna e flora. Esta separação constitui herança, como de resto nas demais ciências, das idéias de Descartes de separação entre natureza e homem, dessacralização da natureza, transformando-a em objeto e o homem em sujeito conhecedor e dominador desta.
Mesmo anteriormente à autonomia da Geografia, na introdução de sua obra Cosmos (1862), Humboldt, diferenciava a análise da Terra sob duas formas: a da Física, cujo objetivo seria o estudo dos processos físicos reduzidos a princípios abstratos e a da geografia física, ou o estudo da articulação dos elementos constituintes da configuração do planeta. (Humboldt, 1862, in Mendoza et al, l982).
Não obstante, a Geografia, mesmo pensada, por vezes, como estudo da natureza enquanto paisagem natural, portanto algo independente do homem, ao se tornar autônoma propõe uma concepção conjuntiva. Os fundadores da Geografia, a exemplo de Ritter, Ratzel e La Blache, entre outros, propõem ainda que sob formas diferentes, um objeto para a Geografia centrado na relação homem-meio (natureza). Sob esta perspectiva, resgata a Geografia uma outra categoria analítica: a sociedade. Nesta articulação em seus primeiros momentos a Geografia trabalhou mais com o conceito de comunidade do que propriamente com o conceito de sociedade, aqui entendida como expressão da vida humana através das relações sociais temporalmente estabelecidas.
Os geógrafos críticos da Geografia deste período observam que a mesma tendeu, no seu início, a naturalizar o homem na medida em que o via como mais um constituinte do espaço geográfico. Dizia La Blache, "a Geografia é a ciência dos lugares e não dos homens", interessando à Geografia a obra materializada e não as relações sociais. Esta visão modifica-se com o tempo, em parte devido a aproximação da Geografia com a Sociologia, a exemplo de Pierre George, e da Geografia com a Economia e a Ciência Política, a partir do materialismo histórico. Neste momento, parte da Geografia passa a preocupar-se com o espaço geográfico, entendendo-o como resultado das formas como os homens organizam sua vida e suas formas de produção. Nesta perspectiva, a Geografia concebe a relação natureza-sociedade sob a ótica da apropriação, concebendo a natureza como recurso à produção. Este debate, por vezes embate e combate, ampliou a visão social e econômica da constituição do espaço geográfico, mas limitou a possibilidade analítica da natureza em si, no seu corpo referencial.
A construção do conceito de espaço geográfico implica trabalharmos outras duas categorias: tempo e espaço. Estas também apresentam-se sob concepções diferenciadas.
Para construirmos a idéia de tempo que perpassou e perpassa a análise geográfica através de seu conceito balizador, o espaço geográfico, utilizaremos as seguintes representações: seta, ciclo e espiral. A Geografia, em seu início, assumiu uma concepção de tempo à maneira de Kant, concebendo-o de forma seqüencial, linear, como sucessão de fatos no espaço. Neste sentido, construiu suas análises numa perspectiva histórica seqüencial, onde buscava explicar as relações da comunidade (grupo particularizado) com o meio (natureza) ao longo do tempo. Trata-se de uma visão de tempo como seta-evolução. Sob uma outra ótica, o espaço geográfico foi analisado numa visão de tempo como ciclo, onde a compreensão era de fatos sucessivos que voltam ao ponto inicial. O tempo, nesta perspectiva, evoca a idéia de uma dinâmica estável, um movimento que se repete.
A visão crítica da Geografia, ao romper com a visão de estabilidade, passa a conceber o tempo como espiral. Neste sentido, o tempo é entendido como seta e ciclo, ou seja, o espaço geográfico se forma (no sentido de formação, origem) e se organiza (no sentido de funcionalidade), projetando-se como determinação ou como possibilidade. Esta projeção se faz por avanços (seta) e retornos (ciclo). Neste contexto, o espaço geográfico é a coexistência das formas herdadas (de uma outra funcionalidade), reconstruídas sob uma nova organização com formas novas em construção, ou seja, é a coexistência do passado e do presente ou de um passado reconstituído no presente. Esta concepção permite aos geógrafos, como faz Milton Santos (1997), propor uma nova concepção de tempo-espaço indissociável, como veremos posteriormente.
O espaço constituirá, por sua vez, a categoria central para a Geografia. Este tendo sido, por vezes, confundido com o objeto próprio da Geografia. Da mesma forma que as demais categorias analisadas, a concepção de espaço para os geógrafos foi e é concebida diferentemente. Inicialmente, assim como o tempo, o espaço foi concebido à maneira de Kant, como espaço absoluto, espaço receptáculo, espaço continente, lugar de ocorrência do fenômeno geográfico. Adquiriu dimensões específicas, tornou- se demarcável, passível de delimitação, de localização, de forma absoluta. A cartografia de base e a localização absoluta (coordenadas geográficas) foi em parte o suporte desta concepção.
As transformações do mundo pós-guerra associadas à difusão de novas concepções científicas (Física de Einstein) permitem à Geografia, após os anos 50, falar de outro espaço: o espaço relativo. Neste contexto, os geógrafos passaram a falar de espaço como algo definível a partir de variáveis pré-estabelecidas, definidas a priori, a partir dos objetivos de delimitação. O espaço existiria, então, como representação, podendo ser objetivamente delimitado em cartas e mapas. Neste sentido, o clássico trabalho de Grigg, (in Chorley e Haggett,1974), Regiões Modelos e Classes, para quem, o processo de regionalização e a região nada mais são do que uma classificação e uma representação a partir de determinados critérios, é um bom exemplo.
David Harvey (l980) em seu livro Justiça Social e a Cidade, aborda o espaço sob outra perspectiva. Num contexto dialético, vai conceber o espaço como sendo ao mesmo tempo, absoluto (com existência material), relativo (como relação entre objetos) e relacional (espaço que contém e que está contido nos objetos). Explicando, "o objeto existe somente na medida em que contém e representa dentro de si próprio as relações com outros objetos". Importa também considerar que, para este autor, o espaço não é nem um, nem outro em si mesmo, podendo transformar-se em um ou outro, dependendo das circunstâncias.
Mais recentemente, outras concepções fazem parte da concepção de espaço geográfico. Milton Santos(1982) vai se referir a esta categoria dizendo: "o espaço é acumulação desigual de tempos". O que significa conceber espaço como heranças. O mesmo Milton Santos (1997) vai se referir a espaço–tempo como categorias indissociáveis, nos permitindo uma reflexão sobre espaço como coexistência de tempos. Desta forma, num mesmo espaço coabitam tempos diferentes, tempos tecnológicos diferentes, resultando daí inserções diferentes do lugar no sistema ou na rede mundial (mundo globalizado), bem como resultando diferentes ritmos e coexistências nos lugares. Constituindo estas diferentes formas de coexistir, materializações diversas, por conseqüência espaço(s) geográfico(s) complexo(s) e carregado(s) de heranças e de novas possibilidades.
A partir da formulação do conceito de espaço geográfico, considero que os geógrafos trabalharam e trabalham com conceitos mais operacionais, como os de paisagem, território, lugar e ambiente. Como já dissemos, não desconhecemos a existência de outros, porém em razão de nossos objetivos, nos deteremos nestes acima citados. Considero estes conceitos mais operacionais, pois visualizo neles uma perspectiva balizadora da Geografia sob diferentes óticas do espaço geográfico, ou seja, cada conceito expressa uma possibilidade de leitura de espaço geográfico delineando, portanto, um caminho metodológico. Trataremos cada um individualmente.
Paisagem
De uma perspectiva clássica, os geógrafos perceberam a paisagem como a expressão materializada das relações do homem com a natureza num espaço circunscrito. Para muitos, o limite da paisagem atrelava-se à possibilidade visual.
Não obstante, é importante frisar que geógrafos também consideraram paisagem para além da forma. Troll (1950), ao referir-se à paisagem, concebia-a como o conjunto das interações homem e meio. Tal conjunto, para o autor, apresentava-se sob dupla possibilidade de análise: a da forma (configuração) e da funcionalidade (interação de geofatores incluindo a economia e a cultura humana). Para ele, paisagem é algo além do visível, é resultado de um processo de articulação entre os elementos constituintes. Assim, a paisagem deveria ser "estudada na sua morfologia, estrutura e divisão além da ecologia da paisagem, nível máximo de interação entre os diferentes elementos". Esta análise, em sua visão, poderia ser de ordem exclusivamente natural (paisagens naturais) ou de ordem humana (paisagens culturais).
Georges Bertrand (1968), ao propor o estudo de Geografia Física Global, pensou a paisagem como "resultado sobre uma certa porção do espaço, da combinação dinâmica e portanto, instável dos elementos físicos, biológicos e antrópicos que interagindo dialeticamente uns sobre os outros fazem da paisagem um conjunto único e indissociável em contínua evolução".
Contemporaneamente, Milton Santos (1997) concebe paisagem como a expressão materializada do espaço geográfico, interpretando-a como forma. Neste sentido considera paisagem como um constituinte do espaço geográfico (sistema de objetos). Para Milton Santos:
"Paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o homem e a natureza". Ou ainda, A paisagem se dá como conjunto de objetos reais concretos".
Nesta perspectiva, diferencia paisagem de espaço: paisagem é "transtemporal" juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal juntando objetos. Espaço é sempre um presente, uma construção horizontal, uma situação única. Ou ainda, paisagem é um sistema material, nessa condição, relativamente imutável, espaço é um sistema de valores, que se transforma permanentemente.
De nosso ponto de vista, percebemos paisagem como um conceito operacional, ou seja, um conceito que nos permite analisar o espaço geográfico sob uma dimensão, qual seja o da conjunção de elementos naturais e tecnificados, sócio-econômicos e culturais. Ao optarmos pela análise geográfica a partir do conceito de paisagem, poderemos concebê-la enquanto forma (formação) e funcionalidade (organização). Não necessariamente entendendo forma–funcionalidade como uma relação de causa e efeito, mas percebendo-a como um processo de constituição e reconstituição de formas na sua conjugação com a dinâmica social. Neste sentido, a paisagem pode ser analisada como a materialização das condições sociais de existência diacrônica e sincronicamente. Nela poderão persistir elementos naturais, embora já transfigurados (ou natureza artificializada). O conceito de paisagem privilegia a coexistência de objetos e ações sociais na sua face econômica e cultural manifesta.
Território
Sob o conceito de Território, tratamos o espaço geográfico a partir de uma concepção que privilegia o político ou a dominação-apropriação. Historicamente, o território na Geografia foi pensado, definido e delimitado a partir de relações de poder. No passado da Geografia, Ratzel (1899), ao tratar do território, vincula-o ao solo, enquanto espaço ocupado por uma determinada sociedade. A concepção clássica de território vincula-se ao domínio de uma determinada área, imprimindo uma perspectiva de análise centrada na identidade nacional. Afirmava Ratzel (1899),"no que se refere ao Estado, a Geografia Política está desde a muito tempo habituada a considerar junto ao tamanho da população, o tamanho do território". Continuando, "a organização de uma sociedade depende estritamente da natureza de seu solo, de sua situação, o conhecimento da natureza física do país, suas vantagens e desvantagens pertence a história política" (Ratzel, 1899).
Álvaro Heidrich (1998), ao referir-se à constituição do território, nos diz
"a diferenciação do espaço em âmbito histórico tem início a partir da delimitação do mesmo, isto é; por sua apropriação como território; em parte determinado pela necessidade e posse de recursos naturais para a conquista das condições de sobrevivência, por outra parte, por sua ocupação física como habitat. Neste instante, na origem, a defesa territorial é exercida diretamente pelos membros da coletividade. Noutro extremo, como já ocorre desde a criação do Estado, quando há população fixada territorialmente e socialmente organizada para produção de riquezas, cada indivíduo não mantém mais uma relação de domínio direto e repartido com o restante da coletividade sobre o território que habita. Neste momento, a defesa territorial passa a ser realizada por uma configuração social voltada exclusivamente para a organização e manutenção do poder".

Observa-se que, historicamente, a concepção de território associa-se a idéia de natureza e sociedade configuradas por um limite de extensão do poder.
Contemporaneamente, fala-se em complexidades territoriais, entendendo território como campo de forças, ou "teias ou redes de relações sociais". Segundo Souza (1995), não há hoje possibilidade de conceber "uma superposição tão absoluta entre espaço concreto com seus atributos materiais e o território como campo de forças". Para este autor, "territórios são no fundo relações sociais projetadas no espaço". Por conseqüência, estes espaços concretos podem formarem-se ou dissolverem-se de modo muito rápido, podendo ter existência regular, porém periódica, podendo o substrato material permanecer o mesmo.
Em breves considerações, o que queremos frisar é a ótica analítica do conceito de território. Este norteou na Geografia perspectivas analíticas vinculadas a idéia de poder sobre um espaço e seus recursos; o poder em escala nacional: o Estado-nação. Mais recentemente, este conceito indica possibilidades analíticas que não deixam de privilegiar a idéia de dominação-apropriação(1) de espaço. Esta flexibilização do conceito permite tratar de territorialidades como expressão da coexistência de grupos, por vezes num mesmo espaço físico em tempos diferentes. Trata-se de uma dimensão do espaço geográfico que desvincula as relações humanas e sociais da relação direta com a dimensão natural do espaço, extraindo deste conceito a necessidade direta de domínio, também dos recursos naturais, como expressa-se na concepção clássica de território. A natureza, enquanto recurso associada à idéia de território, já não é mais necessária. Nestas territorialidades, a apropriação se faz pelo domínio de território, não só para a produção mas também para a circulação de uma mercadoria, a exemplo das territorialidades por vezes estudadas, como o território das drogas. Estas novas territorialidades apresentam-se como voláteis e constituem parte do tecido social, expressam uma realidade, mas não substituem em nosso entender a dominação política de territórios em escalas mais amplas. Devendo essas, para serem explicadas e não somente descritas, serem inseridas em espaços de dimensão relacional.
Lugar
O lugar é um outro conceito, de nosso ponto de vista, operacional em Geografia. Consistiria, a partir da Cartografia, a expressão do espaço geográfico na escala local; a dimensão pontual. Por muito tempo, a Geografia tratou o lugar nesta perspectiva e considerou-o como único e auto- explicável.
Recentemente, o lugar é resgatado na Geografia como conceito fundamental, passando a ser analisado de forma mais abrangente. Lugar constitui a dimensão da existência que se manifesta através "de um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas, instituições–cooperação e conflito são a base da vida em comum"(Milton Santos, 1997).
Trata-se de um conceito que nos remete a reflexão de nossa relação com o mundo. Para Milton Santos (1997) resgatando Serres (1990), esta relação era local-local agora é local-global.
O conceito de lugar induz a análise geográfica a uma outra dimensão - a da existência- "pois refere-se a um tratamento geográfico do mundo vivido" (Milton Santos, 1997). Este tratamento vem assumindo diferentes dimensões. De um lado, o lugar se singulariza a partir de visões subjetivas vinculadas a percepções emotivas, a exemplo do sentimento topofílico (experiências felizes) das quais se refere Yu-Fu Tuan (1975). De outro, o lugar pode ser lido através do conceito de geograficidade, termo que, segundo Relph (1979),"encerra todas as respostas e experiências que temos de ambientes na qual vivemos, antes de analisarmos e atribuirmos conceitos a essas experiências". Isto implica em compreender o lugar através de nossas necessidades existenciais quais sejam, localização, posição, mobilidade, interação com os objetos e/ou com as pessoas. Identifica-se esta perspectiva com a nossa corporeidade e, a partir dela, o nosso estar no mundo, no caso, a partir do lugar como espaço de existência e coexistência.
Mas o lugar pode também ser trabalhado na perspectiva de um mundo vivido, que leve em conta outras dimensões do espaço geográfico, conforme se refere Milton Santos (1997), quais sejam os objetos, as ações, a técnica, o tempo.
É nesta perspectiva que Milton Santos (1997) se refere ao lugar, dizendo:
"no lugar, nosso próximo, se superpõe, dialeticamente ao eixo das sucessões, que transmite os tempos externos das escalas superiores e o eixo dos tempos internos, que é o eixo das coexistências, onde tudo se funde, enlaçando definitivamente, as noções e as realidades de espaço e tempo".

Resulta daqui sua visão de mundo vivido local–global. Para o autor, o lugar expressa relações de ordem objetiva em articulação com relações subjetivas, relações verticais resultado do poder hegemônico, imbricadas com relações horizontais de coexistência e resistência. Daí a força do lugar no contexto atual da Geografia.
Ambiente
Em seu período inicial, referia-se a Geografia não ao ambiente, mas ao meio (milieu). Para Bertrand (1968), o conceito de meio se define em relação a alguma coisa, portanto, está impregnado de um sentido ecológico. Aliata e Silvestri (1994), em capítulo referente a passagem do conceito de paisagem ao de ambiente, indica que a idéia de ambiente ou meio apresenta raízes científicas. Para estes, a origem histórica desta noção está vinculada à biologia, tendo sido introduzida nesta área de conhecimento, pele mecânica newtoniana. Em seu desenvolvimento histórico, no entanto, o conceito perde suas raízes (a de veículo mediando um objeto a outro) e assume a concepção "de unidade de diversas manifestações entre si relacionadas, sistema, nos termos que o estruturalismo o redefiniu, organismo". (Aliata e Silvestri,1994).
Nesta perspectiva, o ambiente pode ser lido como algo externo ao homem, cuja preocupação seria estudar o funcionamento dos sistemas naturais. Ou, incluir o homem, neste caso "em uma única esfera cuja chave principal de leitura está constituída por processos naturais" (Aliata e Silvestri, 1994). Para estes autores, a idéia de ambiente elimina por conseguinte "toda a tensão, toda a contradição e neste particular a tensão essencial qual seja a de ser o homem sujeito. O único sujeito em um mundo oposto a ele".
Ambiente, para os autores acima referidos, contrapõe-se à paisagem, embora esta também tenha se transformado no tempo, tendo sido apropriada por outras definições como meio, habitat e ecossistema, todas elas designando o mundo exterior ao homem. A paisagem concebida, neste contexto, como integração orgânica, tem na sua origem um diferencial. Este diferencial está na sua marca inicial, a arte. Assim, a paisagem, na visão do artista, acentua a tensão. "Acentua, nas palavras de Adorno, essa profunda ferida com que o homem nasceu". (Aliata e Silvestri,1994).
Historicamente, temos também em relação à Geografia uma naturalização do homem, seja no conceito de paisagem, como no de ambiente. Entretanto, Gonçalves (1989), em sua crítica ao conceito de meio ambiente, propõe uma visão de ambiente por inteiro, ou seja, considerá-lo nas suas múltiplas facetas. Não sendo mais possível conceber ambiente como equivalente a natural. O ambiente por inteiro como se refere, implica em privilegiar o homem como sujeito das transformações, sem negar as tensões sob as mais diferentes dimensões.
Resta, no entanto, observar que na atualidade geógrafos compartilham de conceitos diferentes. A ótica ambiental, na perspectiva naturalista e naturalizante, ainda se auxilia de conceitos que não dimensionam a tensão sob as quais se originam os impactos, mas esta não tem sido a regra. Por conseguinte, podemos afirmar que a Geografia tem pensado o ambiente diferentemente da Ecologia, nele o homem se inclui não como ser naturalizado mas como um ser social produto e produtor de várias tensões ambientais.

Fonte:
Dirce Maria Antunes Suertegaray
Departamento de Geografia,
Universidade Federal do Rio Grande doSul.
Porto Alegre, Brasil.

CRÔNICA DO DIA - FLAMENGO - FIM DOS TEMPOS

Crônica do Dia!!!

O dia que tive a certeza!!! 2012 decreta o fim dos tempos!!! O Vice comemora uma vitória que não vale nada!!!

Ontem, após vindouros 3 anos ou pouco mais de 1000 dias os vices ganharam, aquilo que pra eles é um título sobre a magnética rubro-negra. Não me incomoda nem um pouco a felicidade dos Vices, mesmo porque é preciso dar felicidade aos menos favorecidos de vez em quando, principalmente, quando estes sofrem de “apneia de conquistas”, ou em outras palavras, falta de títulos. Perdoem-me, mas o Rival comemorou o que ontem??? A passagem para a final da Taça Guanabara, aquela que temos 19 na Gávea ou a possibilidade de ganhar um título Carioca... aquele que além da supremacia total no Rio... nos últimos 15 anos ganhamos 70% do que se disputou no estado... Desculpe-me rival, você realmente é digno de pena!!! O mundo não vai acabar porque o Flamengo perdeu pros “camisa feiona de são janu”, porque isso daqui a pouco nem fará mais diferença, logo a magnética rubro-negra coloca mais 3 anos de fila pros descendentes mal-acabados da escória europeia, formada de meninas de vida fácil, homens de procedência duvidosa e seres com a sensível capacidade de negar a sua paixão pelos contos de vitórias do Rubro-negro, pura inveja. Rss...Que bom que o Vice passou a ter um time menos ruinzinho, pelo menos assim teremos prazer em espancar, como de costume, nosso perdedor favorito. Comemorem, afinal de contas, um time pequeno sempre trata uma vitória sobre o Flamengo como um título, tamanha a diferença no futebol, nas conquistas e na masculinidade. Nos últimos anos o Vice teve a audácia de tirar do América e do Bangu o status de 5ª força do futebol carioca. Chega a ser deprimente. rss
Vamos ao jogo... Primeiro... me admira a postura idiota de alguns Rubro-negros... parece que vocês tão com a síndrome de pequenez do Joel Santana. Medo de vice? Ah fala sério... meu pai deve tá morrendo de vergonha de ver que no Flamengo tem uns bunda suja que não honram a masculinidade característica da torcida rubro-negra. Vejo torcedor chacoteando o Deived. Vamos lá. Não é novidade pra ninguém, que eu gosto do Deived, o acho um bom jogador, e mais do que isso, acho ele um grande profissional. Ontem, até o fatídico lance, ele era um dos melhores em campo, girando, se movimentando, fazendo um, dois com o Léo Moura, dando carrinho, voltando pra marcar, etc. O que a GLOBO faz com ele é no mínimo humilhação, por pior que ele seja. Isso não dá direito à empresa, que fica dando uma de coitada, contribuir para a antipatia que as pessoas têm pelo Deived. O atacante rubro-negro, que não ganha nem metade do que fatura o R10, está há 20 meses sem receber 75% do seu salário do Flamengo e, mesmo assim, foi o artilheiro do time na temporada passada. Gols como o que ele perdeu ontem, eu vi o Romário, meu ídolo, perder em final de copa, e ninguém decretou o fim da carreira dele por isso. Se estamos na “Libertadores”, muito se deve aos gols do Deived, em jogos ganhos por 1x0 como na partida contra o Cruzeiro. Se for pra fazer uma avaliação bem fria e calculista, apesar de no futebol não existir isso, o Deived ontem, foi um dos poucos que foram machos o suficiente pra honrar o manto, mesmo que todo mundo esteja contra ele.Se você não é um modinha, como a maioria, não caia na babaquisse de zoar o cara por conta de idiotice da Globo, pois antes de tudo ele é rubro-negro. E só lembrando, o lance do gol do Flamengo nasce num lance de raça do Deived, que roubou a bola do Tiago Feltri e passou pra Love.
O jogo não poderia começar melhor, um golaço de Love aos 3 minutos... coitado que além disso nada produziu. Mais uma vez fomos pequenos e medrosos, como é a característica dos times do Joel, um treinador fraco, limitado, que taticamente vive ainda na década de 80 com a síndrome do “Parreirismo”, que agora vai dar a alma para vencer um Carioca, que vale menos do que o campeonato candango de futebol para o Flamengo este ano. O “nosso” treinador, fez o Flamengo voltar a ser pequeno, e não resolveu nenhum problema, que os torcedores modinhas ou de organizadas, que de futebol não entende nada, dizia ser culpa do Luxa. Pior do que isso, a primeira coisa que o “papai das trevas futebolísticas” fez, foi destituir, finalmente, as possibilidades de uma base promissora. Restando apenas o Negueba, dessa geração vitoriosa da copinha. Fico a me perguntar, por que queimar o Luis Antônio? Ontem nitidamente, precisávamos de qualidade e agressividade na saída da bola da defesa para o ataque, e hoje no Flamengo, não temos ninguém tão bom quanto ele para isso.  Muralha e Thomaz, que poderiam ser boas alternativas, mesmo porque tem DNA rubro-negro, fator que nestes jogos faz a diferença, não são mais aproveitados. Pergunto aos “torcedores”, qual o motivo? Era isso que vocês afirmavam ser a solução dos nossos problemas? Deixamos de ter um treinador vitorioso, rubro-negro, inteligente e que não tinha medo do Vice, pra ter um Ney Franco piorado. O Ney Fraco é novo e pode mudar, já o jumento do Joel, e me desculpe o jumento pela comparação, não. Ele é burro, teimoso e fraco. Nem a defesa, que sempre foi sua principal virtude ele consertou, aliás, pelo contrário. Com o Luxa o Flamengo não tinha tomado gol no carioca, o time não perdia e não tinha medo de atacar, mesmo sem atacante e sem meias, como estávamos e, mais do que isso, o Luxa não queimava nem a base e nem jogador por erro, assumia toda a culpa nas derrotas, diferente do vulgo “papai”. Papai só se for do capeta com aquele bucho de “Violator” e aquela “napa” de Costinha escrota. Retrocesso, contratar o Joel, do ponto de vista futebolístico, é retrocesso. Prefiro perder um campeonato me sentindo grande, do que ser um time covarde e sem brio, como o que vimos ontem.
E o nosso craque hein??? Carnaval??? Descansou R10??? “Claro que sim”. Ele só se esqueceu de ir para jogo. Para mim, a sua postura, se escondendo do jogo, não sendo decisivo, mesmo ganhando R$ 1.250.000,00 por mês, é asquerosa.  Essa postura é que precisa, inexoravelmente, ser criticada pela torcida. Há quem prefira pegar no pé do “Canelada”, que ontem esteve entre os melhores em campo. Torcedor vaia o Luis Antônio e o rei da armação de contra ataque contra o Flamengo, Willians, é tratado como guerreiro, ah fala sério. O Willians ontem armou pelo menos 4 contra-ataques e ele ninguém critica. Falta a torcida do Flamengo, coerência e discernimento sobre o que, de fato, ocorre em campo.
O Felipe falhou no gol? SIM. Mas, tem crédito de sobra, assevero que o nosso “Guarda-Metas” é a melhor contratação do Flamengo nos últimos 10 anos. E ontem pegou muito, mais uma vez. No segundo gol ele não falhou, a cabeçada foi à queima roupa, não dá pra escolher onde espalmar ali. O que dá para criticar é um time com 45 volantes tomar sufoco como tomou contra o Lanús e contra o Eterno Vice.
Parafraseando Arthur Mulhemberg – “JOEL ME DEIXA SER GRANDE!”

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

3º ANO - 2º TEXTO - TECNOLOGIA X PODER - Rede Isaac Newton

Tecnologia e Sociedade

 
A palavra progresso não tem nenhum
sentido enquanto ainda existirem
crianças infelizes.
Albert Einstein
 
O progresso técnico seria a resposta aos males de nossa sociedade? O presente texto procura contribuir para o debate sobre os prováveis impactos de inovações tecnológicas nos diferentes setores do complexo sistema social, econômico e político que caracterizam as sociedades contemporâneas.
Temos, por um lado, os defensores do aumento sem restrições da P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), ou seja, das verbas orçamentárias e particulares atribuídas aos esforços de inovação tecnológica, sob forma de mais pesquisas, patentes, publicações científicas e suas aplicações no processo produtivo. Freqüentemente, pesquisadores e tecnólogos prometem mais do que podem efetivamente entregar, para obterem mais financiamentos para suas atividades. Assim, solapam sua credibilidade junto à sociedade quando esta percebe os exageros nas promessas e a omissão dos riscos e problemas inerentes no desenvolvimento de certas tecnologias de ponta, tais como a engenharia genética, a energia nuclear e, mais recentemente, a nanotecnologia.
Por isso, face às propostas, planos e projetos de política científica e tecnológica, devemos sempre indagar: Para quê? Para quem? A que custo?
Os positivistas afirmam que ciência e tecnologia servem a toda a humanidade – vide os trabalhos de Pasteur, Koch, Sabin e tantos outros que salvaram milhões de vidas humanas. Afinal, o progresso técnico ajudaria a impelir o desenvolvimento da sociedade humana, vencendo a superstição e ignorância, ao imprimir maior racionalidade às ações humanas. Existe um lobby poderoso que pressiona para obter mais verbas para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Sobretudo nos países emergentes, cujas elites pregam a necessidade de se alcançar os níveis de excelência dos países mais ricos.
Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa forma, contribuem para o crescimento econômico do país. Conseqüentemente, a competitividade é erigida em valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana.
Omite-se, propositadamente, que o mais longo período da história da vida humana foi orientado pela cooperação e a solidariedade, valores fundamentais para a sobrevivência da espécie. Considerar a competição como norma geral do comportamento social leva ao Darwinismo Social como filosofia dominante e relega a preocupação com os próximos ao segundo plano.
Não existiriam outras opções de estilo de vida que valeria a pena transmitir aos jovens e às crianças? O que acontece com os menos competitivos, os derrotados, os que ficaram para trás?
A ideologia da competição e produtividade faz parte de uma visão de mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por meios civilizados e legítimos.
A realidade ensina que existem limites para o aumento da produtividade quando ela está baseada no aumento de um só fator, cujo crescimento exponencial leva o sistema a sofrer os efeitos da “lei de rendimentos decrescentes”. Ademais, os arautos da luta competitiva nos mercados não se preocupam com o destino dado aos resultados de um aumento da produtividade e de lucratividade dos negócios.
Para a sociedade, coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior produtividade quando seus resultados forem distribuídos para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema produtivo.Contrariando tal lógica produtivista, os excedentes do processo produtivo na América Latina vêm sendo, historicamente, desviados para o consumo de luxo das elites, para o entesouramento sob forma de aquisição de terras e de moeda estrangeira ou, modernamente, do envio para paraísos fiscais e aplicações especulativas no mercado financeiro internacional.
Países potencialmente ricos em recursos naturais (Argentina, Brasil, Venezuela), com uma força de trabalho relativamente qualificada e com acesso a tecnologias modernas vêm, há décadas, padecendo com a miséria da maioria de suas populações, enquanto suas elites – que vivem entre o fausto e o desperdício – recorrem aos serviços de advogados, do aparelho judiciário e de uma legislação falha ou omissa para evadirem impostos e tributos. Ao mesmo tempo, essas elites proclamam a ciência e a tecnologia como a mola do desenvolvimento, exigindo mais verbas para P&D. Elas parecem ignorar que a maior parte desses recursos acaba canalizada para projetos militares de utilidade questionável, tais como, o desenvolvimento de armas de destruição em massa, exploração do espaço e o aperfeiçoamento de inúmeros artefatos para fins bélicos.
Deixemos bem claro: não se discute aqui a necessidade de P&D nas sociedades contemporâneas, mas a condição de que esta seja ambientalmente segura, socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável.
A quem caberia então a responsabilidade de autorizar, orientar e estabelecer prioridades do desenvolvimento tecnológico, inclusive na alocação das verbas sempre escassas? O discurso oficial privilegia o papel do “mercado” – as grandes empresas industriais e de serviços, das agências e repartições burocráticas do governo, das universidades e de grupos corporativistas de cientistas e tecnólogos. A sociedade civil organizada – através de suas ONGs, associações e sindicatos – não é considerada interlocutora qualificada para participar das decisões sobre política de C+T ou na definição de prioridades para a alocação de verbas orçamentárias. Ora, são exatamente esses atores sociais que representam a maioria da sociedade que mais sofrerá os impactos econômicos, sociais e ambientais de decisões tomadas nas esferas executiva e legislativa dos regimes de democracia representativa, sob as pressões de tecnocratas e de homens de negócios, supostamente mais informadas e qualificadas para decidir sobre assuntos de tamanha relevância.
A este respeito, vale recordar um episódio emblemático, ocorrido há mais de um quarto de século. No final da década dos setenta, foi realizada uma Conferência das Nações Unidas sobre Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento na cidade de Viena, Áustria, coordenada por um diplomata brasileiro.Os discursos e debates da conferência não ultrapassaram o trivial, mas, no mesmo período, houve um acontecimento inusitado que marcou época.
No auge da crise de petróleo, o governo austríaco tinha, com a anuência do parlamento, construído um reator nuclear a cerca de 27 quilômetros de distância da capital, maior aglomeração urbana do país. Sua inauguração estava marcada para a ocasião da conferência, mas meses antes, a população começou a manifestar sua oposição à energia nuclear, apontando para os riscos da radioatividade. Em vão, o governo e seus representantes no parlamento e no “establishment” científico apontaram para a “irracionalidade” da oposição que conclamava por uma consulta popular em ampla escala sobre a conveniência da operação do reator. O referendo realizado decidiu, com ampla maioria, contra a utilização de energia nuclear e assumiu o prejuízo, ou desperdício, dos mais de um bilhão de US$ empregados na construção. O reator nunca foi ativado e, até hoje, permanece lá como um monumento às decisões não democráticas e irresponsáveis das autoridades. Apesar da perda do investimento, a sociedade austríaca encontrou outras fontes energéticas e se mantém na vanguarda dos países desenvolvidos, com altíssimo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano.
Resumindo, ciência e tecnologia não são ética ou politicamente neutras, cientistas e tecnólogos não podem despir-se de suas posições sociais e de seus valores. Em cada estágio da evolução social, as tecnologias utilizadas refletem as contradições e os conflitos entre o poder econômico e sua tendência à concentração de riquezas, poder e acesso à informação e as aspirações de participação democrática, autonomia cultural e autogestão.Por isso, a sociedade civil tem o dever e o direito de exercer o controle sobre as inovações tecnológicas que não podem ficar a critério único de cientistas, tecnocratas, políticos e empresários. Impõe-se uma avaliação prospectiva baseada no princípio da precaução e que contemple, além dos aspectos técnicos e financeiros, a necessidade inadiável de superar a situação de desigualdade e o processo de deterioração do meio ambiente.

Fonte: Revista Espaço Acadêmico

CRÔNICA DO DIA - Quaresma!!!

CRÔNICA DO DIA

OLHA AE, OLHA AE, MEU SACRIFÍCIO AE!!!


Entramos na Quaresma... Hora de fazer um sacrifício... rsss.... Ficarei longe dos chatos, distante dos xaropes e ausente dos papas hóstia, a quilômetros daqueles que se acham mais puros porque decidiram se sacrificar. Fato é: Como a sociedade anda distante da realidade meu Deus... Lendo alguns testemunhos e algumas mensagens fiquei a pensar (vício de linguagem dos patrícios portugueses) em que mundo vivemos?


O maior sacrifício que o homem pode fazer nesta quaresma, pra honrar o nome de Deus, é deixar de ser hipócrita, buscar fazer o bem além daquilo que você já fez!!! SER MAIS HUMANO... Já diria Padre Fábio de Melo.


Tem um monte de gente que deixa de fazer "A" ou "B" na Quaresma, achando que vai se aproximar de Deus e, quando a mesma acaba, a primeira coisa que se faz,  é se jogar naquilo que era sacrifício. Em um dia faz aquilo que não fez em 40, bebe o que não bebeu, fuma o que não fumou, transa o que não transou, xinga o que não xingou, etc, etc. Tudo bem, cada um é cada um... eu mesmo já fiz isso em tempos vindouros e percebi que a utilidade deste sacrifício em relação a nossa intimidade com o Divino é nenhuma. Sejamos menos hipócritas, mesmo porque, desde que Jesus veio ao mundo a noção e o conceito de sacrifício mudou. Não estamos mais no Velho Testamento, onde tinhamos que sacrificar o que mais gostávamos, como matar o primogênito, para se aproximar de Deus. O maior sacrifício que você pode fazer para tal, é promover, unilateralmente, o amor... foi esse o principal ensinamento de Jesus, em sua passagem. Parece que a religião e os cristãos não acompanham o "movimento de translação que faz a Terra girar" - parafraseando Mamonas Assassinas - rss, ou seja, a evolução da sociedade. Atualmente, vivemos uma loucura chamada vida... é isso mesmo, não sabemos o significado de VIVER... É pai estuprando filha, é marido matando a mulher por causa de seguro e de imóvel... é casal que tem como esporte falar mal um do outro, proferindo o ódio ao invés daquilo que é bacana e que se vive ao casar, é jovem que não respeita o mais velho, é filho que não respeita o pai, é racismo dentro da igreja, é violência gratuita... é disputa de vaidades idiotas dentro de grupo jovem para ter o poder, mesmo porque se formos avaliar competência para cargos de chefia, perceberemos que no Brasil a meritocracia é algo raro de se ver e na Igreja isso não é diferente. Todos, entram no templo sagrado fazendo o sinal da cruz, da mesma forma que foram batizados, que são devotos de algum santo ou que cospem seus sacrifícios na cara das pessoas como se isso fosse algum diferencial, para mim não. Aliás, enquanto você se "sacrifica" e não sai de dentro de uma edificação achando que está próximo de Deus, eu cumpro a minha obrigação que é o de ser uma boa pessoa nos 365 dias do ano (excepcionalmente 366 em 2012) e mesmo assim, NÃO CONSIGO SER, nem perto disso, erro muito e ainda acho que estou longe de fazer o bem que é necessário. Mas, você que se sacrifica acha que já fez o suficiente???...ou que acredita que estes 40 dias de "puritanismo" lhe farão uma pessoa melhor???.... SANTA IGNORÂNCIA.


E outra não trate o seu sacrifício, se é que você o faz, como elemento que o diferencie de mim ou de outras pessoas que não os faz. Você não É o diferente... você não é mais cristão, você não é uma pessoa melhor... você só interpreta de forma errada, na minha opinião, o conceito de sacrifício.


Como li mais cedo - "É A HORA DE DEIXAR AS COISAS MUNDANAS E SE VOLTAR PARA DEUS" - AGORA?? SÓ AGORA?? CARA PÁLIDA.... Porque só agora?


A culpa é da Igreja...??? Hoje, talvez não... mas, já foi... Culpa de uma Igreja que não privilegiou o amor ao invés da dor, que preferiu emburrecer o fiel ao esclarecê-lo e fundamentar a sua fé. Hoje, talvez, tenhamos uma visão diferente... o Papa João Paulo II, aliás, um gênio CRISTÃO, publicitário na essência e de bom coração, no meu conceito, mostrou, que o sacrifício maior é honrarmos a nossa vocação, que é o amor. "És o peregrino do amor, buscou os jovens com tanto ardor, de tuas fraquezas não nos fez segredo e deu a ordem pra não termos medo. A fé não tá no corpo que se inclina, mas tá na alma do que crê." É preciso dizer mais alguma coisa??? Afinal de contas, quem se inclina excessivamente, pode acabar mostrando seus pontos fracos, se é que vocês me entendem.


Algumas pessoas podem ver isso como um recado direto, NÃO É... Alguns podem perceber que não estão tão próximos de Deus com o sacrifício. Só te digo uma coisa... Deus ou qualquer entidade superior que nos criou, independente de religião, não nos fez derrotados, ou seja, não trate seu sacrifício como o ato de perder algo, faça do seu sacrifício uma oportunidade de você ganhar, e mais do que isso, faça alguém ganhar com seu sacrifício....


Ontem, assistindo o Documentário do SENNA, uma frase do seu maior rival me chamou atenção...


"O Senna acha que por acreditar em Deus é imortal..."


O fim da história vocês já conhecem... Podemos ser imortais, podemos nos aproximar de Deus, basta ter em mente... que sacrifício é ... FAzer O BEM, INDEPENDENTE A QUEM.. .


DEUS TERÁ MAIS ORGULHO DE VOCÊ!!!


E FOI ISSO QUE O AYRTON DEIXOU DE EXEMPLO PRA MIM...


ELE NÃO FOI UM GRANDE PILOTO NAS VITÓRIAS... E SIM QUANDO DEIXOU DE GANHAR UMA CORRIDA, SE SACRIFICOU, PRA IR SOCORRER UM COMPANHEIRO QUE TINHA SOFRIDO UM ACIDENTE GRAVE, QUANDO LUTOU POR UM MUNDO MELHOR E SEM HIPOCRISIA...


ALAIN PROST.... ISSO FEZ DELE IMORTAL... ISSO ERA SE APROXIMAR DE DEUS....


ABRAÇOS

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Lista dos 144 aprovados na 2ª Chamada do PAS da UNB!!!

http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/02/unb-divulga-lista-de-144-aprovados-na-segunda-chamada-do-pas.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Vídeo Incrível - Como a natureza é bela e assustadora!!!


Temporal Distortion from Randy Halverson on Vimeo.

3º ANO REDE ISAAC NEWTON - 1º TEXTO - TECNOLOGIA X PODER

Relação da Tecnologia com o Processo de Globalização

Desde 1750 vem ocorrendo avanços tecnológicos bastante notáveis, primeiro com o tear mecânico (Primeira Revolução Industrial), depois com a máquina a vapor (Segunda Revolução Industrial) e posteriormente o uso de tecnologia ultra moderna, como: utilização de micro chips, computadores cada vez menores e com maior capacidade de armazenamento de informações e velocidade de processamento dos dados, nano tecnologia, telefones, mega navios, comunicação via satélites, dentre outros (Terceira Revolução Industrial).


A Globalização pode ser entendida como o aprofundamento das relações comerciais, políticas, militares e sociais que teve sua "origem" no final do século XX e início do XXI. O aprofundamento dessas trocas foi viabilizado pelo aumento principalmente desse desenvolvimento tecnológico, pois viabilizou um "encurtamento" das distâncias entre os países e também dentro do próprio território nacional. Com o incremento dos telefones, televisões, com transmissão via satélites, é possível ver um acontecimento em tempo real, o que era impossível de se imaginar a décadas atrás, um claro exemplo disso foi o atentado as Torres Gêmeas nos EUA ocorrido em 11 de setembro de 2001, fato este que foi acompanhado pelo mundo inteiro ao mesmo tempo em que eles aconteceram.


Todo esse processo afeta também a indústria, porque com o incremento na infra-estrutura, transpores, telecomunicações, informática e robótica possibilitaram processos como: automação, economia de desaglomeração e o surgimento de empresas multinacionais. O primeiro refere-se à substituição de parte da mão-de-obra humana pelas máquinas, possibilitando um aumento da produção, melhora na qualidade e diminuição dos custos, já o segundo e o terceiro fator, referem-se a uma "fuga" das empresas dos grandes centros urbanos, desmotivado pelos autos custos de terreno, segurança, de mão-de-obra dentre outros fatores dos centros urbanos, motivados por incentivos fiscais, concessões de terrenos, o proximidade de uma mão-de-obra mais barata. Com os avanços tecnológicos obtidos com a Revolução Técnica científico-informacional, abriu caminho para as empresas manterem sua sede nos países de origem e ainda construírem suas filiais em outros Estados que sejam financeiramente mais viáveis, ou seja, que possuam características supra citadas, mantendo sempre o controle de sua gestão e da qualidade dos seus produtos.
Por outro lado, a globalização permitiu que países desenvolvidos pudessem aumentar a sua influência sobre os países em desenvolvimento, tanto no aspecto econômico (com a entrada de muitas multinacionais, maior participação do capital especulativo na economia, permitindo a aplicação e a retirada deste capital instantaneamente), político quanto no militar (o desenvolvimento de armas cada vez mais modernas possibilita uma demonstração mais coercitiva da sua forca e de sua influência). Outra conseqüência do avanço tecnológico na globalização é o aumento do desemprego estrutural, causado em parte pela gradativa substituição da mão-de-obra humana pela robotizada. Ver Tabela abaixo (Diminuição dos empregos conforme a inserção de tecnologias nos processos produtivos).
Bibliografia
http://www.scielo.br/


Tecnologia e relações de poder


Se hoje vivemos em um mundo globalizado, onde a troca de informações, conhecimentos, culturas, está cada vez mais rápida, devemos dar crédito à tecnologia. Com o avanço desta, que foi possível chegar ao atual pólo de desenvolvimento mundial, não só no setor da comunicação, mas também, no setor econômico, transportes, industrial, entre outros. Porém, sabemos que, poucos países realmente possuem este amplo conhecimento tecnológico, fazendo com que se crie uma nova relação, a relação entre a tecnologia e o poder.
Com a contínua evolução tecnológica, a economia mundial foi elevada a um novo patamar. Esta afirmação pode ser explicada pela teoria, de que, com a inovação tecnológica, os produtos estimulariam uma maior competitividade entre a sociedade, aumentando a disputa interna, e conseqüentemente, contribuindo para o crescimento do país que investisse em tecnologia. Neste contexto, podemos apontar uma primeira questão da relação entre a tecnologia e o poder. Esta teoria de crescimento pela competitividade, faz parte de uma visão de mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por meios civilizados e legítimos. Além disso, o crescimento, trazidos por esta teoria, não é repartido entre a sociedade em geral, ficando concentrada apenas em poder de quem detém uma maior produção tecnológica e entre os seus colaboradores.


Os países industrializados estão fortemente empenhados na mundialização e procuram sempre tirar vantagem desta.Por outro lado,os países do Terceiro Mundo vão se tornando cada vez mais um grupo heterogêneo e não parecem ter demonstrado a mesma capacidade de integração na economia mundial.Poderíamos citar como causa dessa disparidade a tecnologia ao passo que os países em desenvolvimento dependem ainda,e muito,das tecnologias nas quais os países desenvolvidos possuem o controle.Definindo tecnologia como sendo um conjunto ordenado de conhecimentos e experiências,que toma seu valor como resultado das relações de um certo mercado,sendo seu aspecto mais evidente a geração de poder econômico.Logo, o controle sobre uma tecnologia é um poder sobre este mercado.Este poder não significa necessariamente dominância ao passo que tem poder quem adquire o nível mínimo de conhecimento e experiência para entrar no mercado e tem muito mais poder quem consegue obter uma tecnologia que possa arredar seus competidores,ou seja capaz de criar seu próprio mercado.


Existe um elevado grau de complexidade nas relações entre economia e tecnologia.Estamos em pleno século XXI,e as novas tecnologias da informação e da comunicação apresentam um elevado caráter combinatório com a economia.A informação é a base que cimenta os principais elementos que permitem a nossa evolução social,cultural e principalmente econômica.A atividade econômica é cada vez mais dominada pelo uso de recursos de informação/comunicação, e as tecnologias utilizadas nestes setores têm-se tornado peças chaves para o funcionamento da economia.Um exemplo vivo disto seria a mobilidade do capital especulativo.O mercado financeiro nunca pára.Investidores estão sempre monitorando os melhores mercados,as melhores taxas de juros buscando sempre a maior rentabilidade de seus investimentos.Com a evolução informacional o dinheiro que outrora estava em um país em questão de segundos já está em outro.O investidor não precisa mais estar na cidade para concretizar negócios,pode concretizá-lo à distância através de videoconferências e usufruir de recursos de uma cidade sem estar propriamente nela.


Porém o que podemos constatar é um mercado tradicionalmente escasso para os países em desenvolvimento,pois o acesso a tecnologia através da via convencional dos contratos de Know How licenças de patentes ou serviços técnicos encontra-se vedado no contexto histórico que vivemos,sendo extremamente difícil o acesso desses países a tecnologias.Logo,os países desenvolvidos são capazes de criar seus próprios mercados,sempre mantendo como dependentes diretos os países do Terceiro Mundo.Poderíamos tomas as empresas multinacionais como um breve exemplo.Uma empresa multinacional que se acha impedida de explorar sua capacidade tecnológica nos países em desenvolvimento,por outro lado acaba tendo uma posição privilegiada para instalar uma unidade produtiva nesses países,ou comercializar sua tecnologia. Ainda há empresas multinacionais que caracterizam-se por privatizar outras empresas privadas ou estatais. Aí está mais um conflito da relação entre a tecnologia e o poder. As empresas externas, que conseguiram desenvolver-se tanto, ao ponto de extravasar as fronteiras do seu país, chegam aos outros países com vantagens e com um maior conhecimento tecnológico, tendo força para ter o controle do mercado de várias regiões, de setores privados e estatais, diminuindo assim a força das empresas internas e do próprio Estado sobre alguns setores da sua economia. Logo quando o mercado começa a ficar protegido pelo aumento das alíquotas de importação,começa a aparecer o mercado de tecnologia com compras,vendas e até mesmo locação de tecnologias,algo muito diferente da transferência de tecnologia.Então o caminho para obter tecnologia pareceria resumir-se ao investimento direto de risco.


Outra questão bem atual é a do meio-ambiente. A preocupação com o meio-ambiente vem aumentando cada vez mais nos últimos anos, o que se reflete num maior número de ONG´s existentes em todo o mundo. Com a pressão destas e o surgimento de uma consciência ambiental cada vez mais ampla, os países decidiram se unir para a assinatura de um protocolo, o protocolo de Kyoto. Este protocolo visava a diminuição da emissão de gases estufa, como o CO² para a atmosfera, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento. Porém, nem todos os países aceitaram este protocolo, como no caso dos Estados Unidos. A justificativa dos mesmos seria de que com a adesão ao protocolo, o seu rendimento econômico ficaria comprometido, e conseqüentemente, afetaria o mundo todo, já que, a economia americana seria o pilar de toda a economia mundial,notando aqui mais um traço de uma relação de poder, pois a economia mundial depende principalmente de uma só economia para a sua estabilidade.Vale ainda ressaltar a flexibilização deste mesmo tratado em prol dos países desenvolvidos segundo este contexto de comprometimento do rendimento econômico com a criação do mercado do carbono,onde os países adquiriram o poder de compra e venda de cotas de emissão de CO².Assim os países que conseguem ficar abaixo de sua cota de poluição,acabam vendendo sua "sobra" para países que excedem a cota de emissão,criando assim um mecanismo eficiente para driblar o protocolo e assim estabelecer uma nova relação de poder entre esses países.


Para o desenvolvimento da tecnologia de uma forma geral, existe uma necessidade de obtenção de vários recursos e matérias-primas. Porém, visando um rápido desenvolvimento, alguns países, principalmente os industrializados, muitas vezes acabaram agindo de forma predatória, causando a escassez de determinados recursos e elevando o grau de desmatamento, além da poluição causada após o consumo destes.


Portanto, a tendência atual é inversa, pois os países industrializados desenvolvidos já agiram de forma predatória em grande parte do seu território,ao contrário dos subdesenvolvidos,que ainda possuem grandes reservas de uma forma geral.Assim, os países desenvolvidos se vêem obrigados em algumas situações a importar matérias-primas ou produtos primários,que estão escassos no seu território,ou até mesmo,disputá-los de uma forma até agressiva, om acordos desiguais ou pelo uso da força bélica,como foi citado anteriormente,no caso da Guerra do Iraque.Talvez aí esteja uma esperança para os países subdesenvolvidos, para conseguirem aos poucos se igualar com os países do Primeiro Mundo, pois sem recursos, não haverá qualquer tipo de avanço tecnológico.


Estudo de Caso


Agora, faremos um estudo de caso estabelecendo uma comparação entre o Brasil e a Coréia do Sul. Nosso objetivo é mostrar as diferenças no processo de industrialização desses países e por que a Coréia é hoje um país que detém um parque industrial com tecnologia de ponta e o Brasil ainda "engatinha" nesse sentido. E o mais importante é a análise da interferência Estatal em todo esse processo.


Em primeiro lugar abordaremos a importância dos fatores geopolíticos na determinação do desempenho desses países. Logo depois, discutiremos o papel do Estado em termos de financiamento, planejamento, implementação de políticas tecnológicas e a relação com o capital estrangeiro.


Durante a Guerra Fria e a vigência do padrão–dólar era possível verificar dois tipos bem sucedidos de desenvolvimento nacional: o desenvolvimento a convite, e o dependente e associado. O primeiro caso incluiu a reconstrução européia, japonesa e o advento dos "tigres asiáticos", que tiveram a questão geopolítica como fator determinante. O segundo foi experimentado por alguns países latino-americanos, que se encontravam mais distantes dos principais conflitos geopolíticos e muito próximos dos EUA.


Desde o começo da Guerra Fria, a Coréia do Sul esteve no centro dos conflitos Leste-Oeste. A divisão do país, com a porção norte-coreana tornando-se comunista, e a proximidade com a China revolucionária, tornaram a Coréia um país extremante relevante para a geopolítica americana. Graças à Guerra Fria, a Coréia (juntamente com Taiwan) recebeu uma ajuda per capita maior que qualquer país em desenvolvimento no mundo. A importância desses recursos foi crucial para o financiamento do déficit produzido pelas importações coreanas, que, nos anos 1950, atingiram um nível dez vezes maior que as exportações.


Além de ajudar com recursos, os EUA fizeram interferências diretas na reorganização do país, com profundos impactos políticos que mais tarde seriam fundamentais para explicar a atuação do Estado coreano na orientação do processo econômico. O contexto geopolítico combinado com a falta de laços prévios com as elites rurais tradicionais levaram os EUA a apoiar uma reforma agrária radical. Não se pode deixar de observar as condições sociais internas que possibilitaram a realização da reforma: parte das terras estava nas mãos dos japoneses e parte era de propriedade de agricultores que os haviam apoiado. Assim, dadas essas condições, viabilizou-se a reforma agrária que, para as forças de ocupação americanas, significava garantia do estabelecimento de um campesinato moderado.


A revolução educacional da coréia seria impensável sem a reforma agrária realizada com a ajuda norte-americana nos anos 1950. A reforma da estrutura fundiária foi responsável por uma melhor distribuição de renda que, por sua vez, viabilizou a qualificação de sua mão–de-obra, sem o que o desenvolvimento da indústria com base em alta tecnologia teria sido impensável. Tal qualificação teve como requisito prévio uma mínima distribuição de renda, condição sine qua non para qualquer tentativa de educação da força de trabalho.
A eliminação da elite rural, a existência de uma burguesia fraca e a ajuda americana permitiram o fortalecimento do Estado, abrindo caminho para o que alguns intelectuais chamam de "capitalismo burocrático", no qual o aparato estatal se torna a arena central onde os ganhos e as perdas do capital privado são decididos. A convergência desses fatores fez com que o Estado coreano tivesse capacidade de intervir em todo o processo, financiando, dirigindo e controlando o setor privado em um nível tal somente comparável a economias centralizadas, só que com uma eficiência muito superior.


A situação do Brasil e dos países latino-americanos foi diferente. Em nada resultaram as tentativas dos países latino-americanos em conseguir a aprovação de um programa de assistência semelhante ao Plano Marshall ou à ajuda dada para a Ásia. O Plano Marshall simplesmente desconsiderava o problema do desenvolvimento dos países latino-americanos.


Após a eleição de Eisenhower, em 1952, os EUA deixaram claro que não se esperasse por um novo Plano Marshall. A estratégia de desenvolvimento, na visão do novo mandatário estadunidense, passaria pelo investimento privado das grandes corporações americanas e européias e não pela ajuda oficial. Juscelino Kubichtek compreendeu o espírito da época e remanejou as estratégias, atraindo para o Brasil algumas das principais multinacionais do setor automobilístico.


A América latina só alcançaria alguma relevância geopolítica no início dos anos 1960, devido ao impacto causado pela Revolução cubana de 1959. Na reunião da OEA, realizada em Punta del Este, em 1961, o governo Kennedy lançou a Aliança para o Progresso e passou a patrocinar formas mais ativas de cooperação internacional, através do recém-criado Banco Interamericano de Desenvolvimento ( BID).


Passaremos, neste momento, para a análise do papel do Estado, que não pode ser feita sem levar em conta suas articulações com o sistema internacional. A questão geopolítica e o contexto internacional são fundamentais, mas não suficientes, para compreender os distintos padrões de financiamento e as diferentes estratégias de desenvolvimento adotadas por Brasil e Coréia. Um padrão de financiamento é fruto de relações de poder entre o Estado e o setor privado nacional, o Estado e o resto do mundo, o empresariado nacional e internacional, e entre os diferentes segmentos (bancário, produtivo e agrário) da iniciativa privada doméstica entre si. Há ainda as relações destes três agentes - Estado, capital nacional e capital internacional - com os diferentes setores da classe trabalhadora.


O padrão de financiamento é questão decisiva em qualquer economia, especialmente em países retardatários, nos quais a acumulação de capital é insuficiente frente às necessidades impostas por um padrão tecnológico internacional, fora do qual sua indústria nascente estaria fadada ao fracasso.


Na Coréia, a questão do financiamento foi equacionada, em um primeiro momento, pelos aportes maciços de recursos oriundos dos EUA. Além disso, o Estado manteve estrito controle do mercado de capitais, especialmente em relação à fuga de capitais.


Os empréstimos externos também eram totalmente regulados pelo governo. Ao regular o acesso ao mercado externo de crédito, o Estado controlava a destinação dos recursos e dos projetos de investimento. Além de controlar o acesso ao endividamento externo, o governo obrigava, na maioria dos projetos, a que uma parte do financiamento fosse realizada com recursos domésticos, por ele cedidos, de modo a aumentar seu poder de controle. Esse quadro demonstra que, ao contrário dos preceitos neoclássicos, houve uma política de forte intervenção estatal na economia.


No Brasil, não se constituiu uma base sólida de financiamento capaz de sustentar a atuação do Estado, que só foi viabilizada graças à conexão internacional estabelecida. O país apostou no movimento do capital internacional em dois momentos: primeiro, nos anos 1950, em sua fase de expansão por meio das grandes corporações multinacionais; depois, nos anos 1970, por intermédio dos empréstimos bancários, a juros internacionais flutuantes. Desse modo, aprofundaram-se os laços de dependência externa na medida em que esses recursos, na maioria das vezes, não eram utilizados para mudar as estruturas preexistentes, mas para sancioná-las.
Apesar dos desperdícios e da corrupção, os principais países da América Latina conseguiram, via endividamento externo, realizar parte dos projetos nacionais de então (agroindústria, petróleo, infra-estrutura, etc), alterando suas estruturas produtivas, bem como sua pauta exportadora, com crescente participação de produtos industrializados. No entanto, uma característica determinante na diferenciação das duas trajetórias de industrialização tardia foi o momento em que os processos ocorreram: enquanto o processo de substituição de importações da América Latina, que havia começado na década de 1930, dava seu "último suspiro" no final dos anos 1970, no Sudeste Asiático ele estava em plena expansão.


Na Coréia, foram implementados cinco planos qüinqüenais que, independentemente de alguns desvios de rota, foram aplicados rigidamente. O Estado não só estabelecia metas como também financiava, controlava, punia e premiava. O estado era responsável pela concessão de licenças e subsídios, definindo quem produzia o quê e quanto e até mesmo a estruturação patrimonial das empresas. Ademais, as políticas fiscal, financeira, salarial e cambial eram coerentes com a industrial. Esta, por sua vez, era sensível à superação de fases e flexível na determinação de novas metas, que eram rigidamente perseguidas e controladas.


Os enormes conglomerados industriais (chaebols) praticamente foram criados pelo Estado, que os mantinha sob controle estrito.


Um Estado fortemente regulador comandou um processo em que, por exemplo, a indústria automobilística – altamente competitiva em termos internacionais – é totalmente coreana, metade estatal e metade privada. Além desse setor, a estratégia coreana concentrou seus esforços em outros ramos de ponta, como a informática, a telefonia e a produção de televisores, para os quais o governo liberou grande quantidade de recursos em troca de capacidade competitiva internacional, que, se não cumprida, levava a fortes condenações por parte do Estado.


No Brasil, a "força" do Estado foi bastante significativa na arbitragem dos conflitos entre capital e trabalho em favor do primeiro. No entanto, apesar dos longos períodos ditatoriais, o Estado brasileiro não conseguiu arbitrar os diferentes interesses intraburguesia. Todas as tentativas de implementar determinada orientação de desenvolvimento, a exemplo do Plano de Metas, apesar de trem sido levadas adiante, só foram às custas do comprometimento da capacidade financeira do Estado. No Brasil, o setor privado nunca assumiu riscos, jamais teve seu desempenho cobrado, e, sobretudo, jamais permitiu que o arbítrio do Estado comprometesse sua capacidade de acumulação. Quaisquer tentativas de introduzir novos planos ou revisar velhas políticas só foram adiante na medida em que não atrapalharam velhos interesses.


A situação de fragilidade macroeconômica, de investimento insuficiente e de instabilidade permanente de taxas de juros e de câmbio preparou mal as economias latino-americanas para o "choque de competição" decorrente da liberação comercial e financeira simultânea ao processo de ajuste. Inúmeros setores, especialmente na indústria manufatureira, não foram capazes, devido ao estado crítico em que se encontravam, de reagir à concorrência de produtos importados no momento em que perderam a proteção.


Dessa forma, observa-se que houve uma deterioração da capacidade de planejamento e investimento dos Estados latino-americanos em relação aos do leste asiático. A rápida liberalização comercial e financeira, aliada à estréia integração aos mercados financeiros globais, levou à perda de autonomia dos países latino-americanos sobre suas políticas macroeconômicas. A fragilização da capacidade de intervenção estatal fez com que as forças do mercado tendessem a manter as taxas de juros e de câmbio em níveis que impediam a rápida acumulação de capital e a mudança tecnológica.


O acesso à tecnologia japonesa foi uma vantagem coreana em relação ao Brasil e aos demais processos de industrialização tardia, especialmente aqueles ocorridos na América latina. Entre 1962 e 1984, a Coréia celebrou com o Japão a maioria (55%) de seus contratos tecnológicos. Além da capacidade de incorporação do conteúdo tecnológico japonês em equipamentos, partes e componentes, os coreanos participaram do aprendizado coletivo japonês em função da proximidade geográfica e do conhecimento lingüístico, contando, entre outras coisas, com o translado de empregados qualificados de firmas japonesas em fins de semana. Os EUA também venderam tecnologia, porém com menor participação (23%). Além disso, o Estado coreano aproveitou com maestria os espaços abertos pela disputa dos EUA com o Japão.


A facilidade de acesso à tecnologia teria impactos profundos nas estruturas produtivas dos dois países. Ao contrário da Coréia e dos outros "Tigres Asiáticos", a estrutura produtiva do Brasil e da maioria dos países da América latina ficou defasada diante da consolidação do novo paradigma tecnológico-organizacional no início dos anos 1980. Quando o novo paradigma emergiu, aquelas nações asiáticas já possuíam tanto estrutura interna quanto relações privilegiadas com o sistema internacional, o que lhes permitiu uma inserção competitiva na nova realidade mundial.


O processo unilateral e sem critério de abertura econômica do Brasil e dos demais países da América Latina reduziu o setor de pesquisa ou alterou sua natureza. O setor passou a ocupar-se apenas da adaptação da tecnologia da matriz a condições locais, o que se chama no jargão de "tropicalização da tecnologia". Engenheiros de pesquisa foram reciclados em gerentes de venda.


Esse problema ainda foi agravado por algumas das privatizações de empresas estatais que, eram responsáveis, juntamente com universidades e instituições públicas, por 80% dos gastos em pesquisa tecnológica, em áreas como as telecomunicações e energia. Frequentemente repetiu-se aqui o padrão de muita destruição e pouca criação. O balanço líquido foi um retrocesso na geração local de tecnologia e o aumento de uma dispendiosa dependência tecnológica em relação ao estrangeiro.


Em relação ao tratamento dispensado ao capital estrangeiro cabe ressaltar algumas diferenças fundamentais entre os dois países. O Estado coreano submeteu o capital externo, seja enquanto tecnologia seja enquanto fluxos de investimento, a controle muito mais detalhado, extensivo e restritivo, em termos de acesso ao mercado local, composição acionária, transferência d tecnologia, entre outros fatores, do que qualquer país latino-americano. A Coréia não incentivou os investimentos diretos estrangeiros, preferindo comprar tecnologia e bens de capital. Com a tecnologia, conseguiu desenvolver seu próprio capital e construir sua própria estrutura industrial, adaptando tecnologia importada. Com isso a Coréia logrou um desenvolvimento tecnológico vedado aos países que importaram capitais, situação em que a tecnologia fica concentrada nas matrizes das empresas, exportando-a pronta, na medida de sua estratégias internacionais como corporações, deixando em geral os países que são objeto de seus investimentos sem nenhuma autonomia tecnológica. Esse modelo transfere as escolhas estratégicas de investimento para as grandes corporações, influindo decisivamente no estilo de consumo de nossas sociedades. Com raras exceções, a propriedade majoritária de estrangeiros foi proibida na Coréia, de modo que somente 6% das empresas multinacionais possuíam a íntegra do capital próprio. Enquanto isso, no Brasil e no México, esses índices chegavam, respectivamente, a 60% e 50%.


Na América Latina e no Brasil, os investimentos diretos foram decisivos no processo de industrialização, resultando em maior grau de controle externo sobre o aparato produtivo interno. Diferentemente dos países asiáticos, a industrialização de Brasil, México e Argentina foi baseada no tripé: associação entre o capital privado, o internacional e o Estado, mas onde o investimento direto externo e a instalação das grandes corporações em um mercado interno protegido eram uma marca absolutamente decisiva e própria. A conseqüência dessa estratégia fez que, por exemplo, completado aquele ciclo de industrialização, aproximadamente 40% do produto industrial brasileiro fosse produzido pelas grandes corporações multinacionais, que lideravam a produção de quase todos os setores dinâmicos da economia brasileira.


Do ponto de vista puramente econômico, a Coréia seguiu um caminho muito parecido com o do Brasil até 1980, passando por momentos e etapas formalmente muito parecidos. Ocorre que lá, não só foi menor a presença das empresas estrangeiras, mas também foi muito maior a integração orgânica e estratégica do Estado com o empresariado. Não havia ambigüidades nem resistência, e se houve, foram esmagadas.


O dirigismo econômico coreano só foi possível porque existia uma estrutura produtiva altamente concentrada (vide os chaebols) e uma reduzida internacionalização da estrutura produto.


Portanto, essa comparação que fizemos procurou compreender como um país que tinha um grau de desenvolvimento inferior ao do Brasil há trinta anos conseguiu ultrapassá-lo para tornar-se um dos países em desenvolvimento de maior destaque. A Coréia do Sul foi, na virada do século XX para o XXI, o único país da periferia capitalista que chegou a competir em igualdade de condições com os países mais desenvolvidos, em vários setores avançados tecnologicamente.


Fonte: www.senado.gov.br/sf/senado/ilb/pdf/brasil_coreia.pdf


Lixo Eletrônico, uma Evolução Perigosa.


O fenômeno da globalização, com o grande avanço da tecnologia vem tendo uma preocupante conseqüência, que começa a tomar espaço nas grandes discussões sobe o meio ambiente. A tecnologia vem se superando em questões muito pequenas de tempo, tornando obsoletos alguns aparelhos considerados novos. O lixo tecnológico massa e preocupa, materiais pesados e muito poluentes são despejados sem qualquer cuidado.


Gordon Moore, um dos fundadores da INTEL (fabricante de processadores e placas-mãe) criou o que ficou conhecido como a "Lei de Moore" onde entende-se que a capacidade de um computador se supera a cada dois anos, levando a obsolescência, máquinas consideradas muito avançadas. Com isso a EPA (Environmental Protection Agency) dos Estados Unidos, estimou que 30 a 40 milhões de computadores serão descartados nos próximos anos. Junto com eles, 25 milhões de televisores, em perfeito estado, serão descartados por apenas receberem sinais analógicos, o que será extinguido com o aparecimento do sinal digital. Em 2005, 98 milhões de celulares foram para os lixos no EUA. A EPA calcula algo entorno de 1,3 a 1,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico fora produzido neste ano, nos EUA. Levando em conta a produção deste lixe em todo o mundo, o Pnuma (programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) chega-se a margem de 45 milhões de toneladas de lixa.


Parte do lixo é depositado em aterros com o risco de vazamentos de chumbo, mercúrio, arsênico, cádmio, berílio, substâncias altamente tóxicas. Outra parte permanece guardada sem uso, o que não parece algo ruim, mas vem a se tornar preocupante quando nota-se que nota-se que a reciclagem de alguns materiais é mais vantajosa e menos danosa do que sua extração de tal material da terra. Outra parte do lixo tem um destino mais complicado. Criou-se um mercado para este lixo, onde ele é vendido para intermediários que os enviam a países em desenvolvimento onde a proteção ambiental não existe ou é desrespeitada. O principal centro de envio deste lixo é a Ásia que por sua vez tem a China como o grande centro. Tem por razão a explosiva crescimento industrial chinês que estimulou a demanda para todos os tipos de materiais recicláveis. Notou-se no país uma prática de reciclagem muito preocupante onde famílias estavam empregadas em práticas nocivas, como a queima de fiação para a obtenção de cobre, derretimento de placas de circuito para a extração de chumbo e outros materiais, tudo sendo realizado em panelas comuns, que com o desconhecimento dos danos, são usadas no cozimento de alimentos. O controle é complicado porque, mesmo tendo políticas que diminuem a importação de lixo eletrônica para a China, o mercado clandestino ainda possui muita força e leva tal lixo a outros países asiáticos de menor resistência como a Índia, Tailândia e Paquistão.


O surgimento de empresas preocupadas com a reciclagem ainda é muito lento, nos EUA existem apenas 4 empresas capazes de 70 mil toneladas de material por ano. Nota-se que pelo número de processamento de uma empresa, não seriam necessárias muitas empresas de reciclagem, o problema está no fato de que ainda é muito mais vantajoso a exportação do lixo a outros países em desenvolvimento. Na Universidade Ashland, em Ohio, um estudo tentou mostrar que tal prática não é tão vantajosa, provando que produtos importados de países como a China (que importam o lixo eletrônico dos EUA) estão contaminados com materiais provenientes do lixo eletrônico. "Em uma economia global, quando algo desaparece de nossa vista significa que logo irá retornar à nossa atenção" (Peter Essick). No Brasil temos a Empresa Sucata Digital do grupo J.C. Hesberg instalada no Pólo Industrial de Manaus, pioneira em tal ação em todo o Estado, o proprietário é José Carlos Filho.


Principais elementos do lixo eletrônico
Chumbo: neurotoxina afeta rins e sistema reprodutivo.
PVC: dioxinas muito tóxicas.
Retardantes de chama polibromados: danos a tireóide e afeta no desenvolvimento fetal.
Bário: distúrbios gastrintestinais, debilidade muscular, dificuldades respiratórias problemas na pressão sanguínea.
Cromo: afeta rins fígado e aumenta o risco de câncer nos pulmões e provoca bronquite asmática.
Mercúrio: danos neurológicos e renais.
Berílio: carcinogênico, doenças pulmonares.
Cádmio: carcinogênico, danos nos rins e ossos.


Fonte: National Geographic de Janeiro de 2008, reportagem de Peter Essick