quinta-feira, agosto 31, 2017

O começo do fim.

“O muro de Berlim foi um dos maiores símbolos da bipolarização mundial estabelecida durante a Guerra Fria. Muito mais do que um muro é um meridiano ideológico, que estabeleceu a divisão entre dois mundos, dois sistemas antagônicos, duas esferas de poder que ainda hoje, deixam marcas profundas na estrutura de social e política da humanidade”. 



Esse post é uma homenagem a nata de boas mentes adoradoras de Geografia e rock in roll. No fim da Guerra Fria um dos maiores festivais de Heavy Metal da história, o Monters of Rock, realizou uma edição na então fechada e próxima do fim, URSS. A representatividade deste evento transcende a barreira da música e da arte e inaugura no mundo socialista a construção do American Way of Life na íntegra. Pode parecer exagero, mas, bandas americanas como Metallica e Pantera levam em suas letras a essencia do povo americano, suas principais características e, claro, um americanismo.

Para meus alunos do 3º Ano:

Rock N’ Roll e Geografia

Em setembro de 1991 o Metallica participou, juntamente com AC/DC e Pantera, de um dos primeiros e último show de heavy metal na então URSS, e ajudou a colocar no chão a Força Vermelha. Agentes comunistas infiltrados na mídia local fizeram um verdadeiro terrorismo de informação, dizendo que poderiam haver até mortes naquele evento "imperialista".

O Começo do fim...

No ano de 1985, o estadista Mikhail Gorbatchev assumiu o controle do Partido Comunista Soviético com idéias inovadoras. Entre suas maiores metas governamentais, Gorbatchev empreendeu duas medidas: a perestroika ( reestruturação) e a glasnost (transparência). A primeira visava modernizar a economia russa com a adoção de medidas que diminuía a participação do Estado na economia. A glasnost tinha como objetivo abrandar o poder de intromissão do governo nas questões civis.
Em esfera internacional, a União Soviética buscou dar sinais para o fim da Guerra Fria. As tropas russas que ocupavam o Afeganistão se retiraram do país e novos acordos econômicos foram firmados junto aos Estados Unidos. Logo em seguida, as autoridades soviéticas pediram auxílio para que outras nações capitalistas fornecessem apoio financeiro para que a nação soviética superasse suas dificuldades internas.
A ação renovadora de Mikhail Gorbatchev criou uma cisão política no interior da União Soviética. Alas ligadas à burocracia estatal e militar faziam forte oposição à abertura política e econômica do Estado soviético. Em contrapartida, um grupo de liberais liderados por Boris Ieltsin defendia o aprofundamento das mudanças com a promoção da economia de mercado e a privatização do setor industrial russo. Em agosto de 1991, um grupo de militares tentou dar um golpe político sitiando com tanques a cidade de Moscou.
O insucesso do golpe militar abriu portas para que os liberais tomassem o poder. No dia 29 de agosto de 1991, o Partido Comunista Soviético foi colocado na ilegalidade. Temendo maiores agitações políticas na Rússia, as nações que compunham a União Soviética começaram a exigir a autonomia política de seus territórios. Letônia, Estônia e Lituânia foram os primeiros países a declararem sua independência. No final daquele mesmo ano, a União Soviética somente contava com a integração do Cazaquistão e do Turcomenistão.
No ano de 1992, o governo foi passado para as mãos de Boris Ieltsin. Mesmo implementando diversas medidas modernizantes, o governo Ieltsin foi marcado por crises inflacionárias que colocavam o futuro da Rússia em questão. No ano de 1998, a crise econômica russa atingiu patamares alarmantes. Sem condições de governar o governo, doente e sofrendo com o alcoolismo, Boris Ieltsin renunciou ao governo. Somente a partir de 1999, com a valorização do petróleo no governo de Vladimir Putin, a Rússia deu sinais de recuperação.

Por Jeferson Vianna

A partir deste post vamos relembrar alguns dos festivais mais marcantes da história. Começando com um dos mais simbólicos e emblemáticos, o Monsters of Rock Moscow.
Setembro de 1991 a União Soviética praticamente falida, o parlamento votando na dissolução da URSS, um cenário perfeito pra acontecer um mega show para desestruturar mais ainda o regime socialista.
Sob a vigilância de quase 11 mil homens das forças policiais (segundo alguns dados, o número de guardas foi maior, entre 20 e 25 mil), quase 1 milhão de jovens soviéticos se espremiam no Tushino Airfield, em Moscou, para assistir a apresentação de cinco grandes monstros do rock:
Pantera
E.S.T.
The Black Crowes
Metallica
AC/DC
E foi o Pantera a primeira banda a subir no palco naquele dia, com um show brutal e pesado, expressou exatamente o que o público sentia naquele momento. Foi um show curto porém histórico. No set list apenas 4 músicas: Domination, Psycho Holiday, Cowboys From Hell e Primal Concrete Sledge.


 
Depois do E.S.T, foi a vez do The Black Crowes tentar acalmar a galera, tocando canções do primeiro e ótimo disco, Shake Your Money Maker.

 
A noite já caia sobre o Tushina Airfield quando o Metallica abriu seu show com “Enter Sandman”, levando o público a transformar sentimento em canto.

Veja o show completo do Metallica no Monsters of Rock Moscow :
 
Com chave de ouro o festival foi encerrado com a apresentação do AC/DC; no setlist, clássicos como “Highway to Hell”, “Back in Black”, Wolla Lotta Rosie e, claro, “For Those About to Rock”.
Os canhões ao final da música se despediam daquelas pessoas, que presenciaram um dos momentos mais significativos e emocionantes do Rock n`Roll. 

 
Fonte: Blog “Meu Negócio é Rock”

quarta-feira, junho 07, 2017

Resumão - Indicadores socioeconômicos e a questão ambiental.

RESUMÃO

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS E A QUESTÃO AMBIENTAL.

Indicadores socioeconômicos

A mensuração da qualidade de vida e do desenvolvimento social, econômico e político vem adquirindo importância, à medida que essas informações se tornam mais acessíveis a governos e população em geral. Diariamente, uma enxurrada de indicadores invade nossa vida. Medir e transformar essas medidas em índices utilizados para revelar e sinalizar diversos aspectos da sociedade passou a integrar inúmeras atividades cotidianas. No entanto, os fenômenos estudados pelas ciências sociais são demasiadamente complexos para serem interpretados e analisados sob uma ótica unidimensional. Para interpretar um fenômeno social, é necessário considerá-lo na sua multiplicidade de aspectos, procurando suas várias dimensões analíticas.

PIB – PNB – RENDA PER CAPITA

O PIB REFLETE O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO?

O Produto Interno Bruto, também conhecido como PIB, é o principal medidor do crescimento da economia de uma cidade, região, estado, país, ou grupo de nações. O cálculo é feito com base nos valores de todos os serviços e bens produzidos dentro de uma região definida e em um determinado período. Porém, para diversos autores, o PIB já chegou a sua idade de aposentadoria e não mede o bem-estar da população e diversas falhas são encontradas na sua mensuração. O distanciamento era oportuno na década passada, contudo a busca por uma melhor condição de vida e por bem-estar é uma preocupação das pessoas do século XXI. Para entender quais são os verdadeiros valores da vida é preciso entender diversos fatores que nos cercam. É de extrema importância saber o que significa e como são mensurados os indicadores que resultam o bem-estar dos nossos familiares e que leva em consideração fatores de nossas vidas. Diversas são as críticas encontradas no cálculo do PIB no que diz respeito às medidas de bem-estar, o PIB identifica crescimento de uma nação, mas não o desenvolvimento. A confusão entre PIB e PNB é recorrente e, por isso solicita a atenção que será dada neste subtítulo. Em soma a isso, aponta-se a importância deste capítulo para apresentar conceitos que serão utilizados a posteriori. Ainda neste sentido, vale ressaltar que os dois são os mais importantes indicadores econômicos, porém o PIB é mais aplicado na maior parte do mundo, como por exemplo, no Brasil e Grã-Bretanha. Já nos Estados Unidos da América temos um exemplo prático de utilização do PNB. A ampla diferença entre ambos é que o PNB pondera as rendas enviadas e recebidas do exterior, enquanto o PIB os inclui. Ou seja, o PNB considera todos os valores que um país ganha do exterior, além das riquezas que foram ajustadas por distintas economias, enquanto o PIB representa todas as riquezas produzidas dentro de uma determinada região com fronteiras específicas independente do destino desta renda.

IDH

Atualmente, para fazer uma medida padrão do bem-estar é preciso utilizar componentes como: segurança, educação, saúde, meio ambiente, atividades pessoais, voz política e conexões sociais. O IDH é um indicador que mede os índices de educação, saúde e renda. Dado que este indicador é divulgado pela ONU tornou-se possível medir e comparar diversos países em um período determinado de tempo. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela ONU, parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. Tem o objetivo de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.

DEMOCRACIA

A democracia é uma forma de governo cujo sentido remete à ideia de governo do povo (ou do cidadão).

DEMOCRACIA PLENA, INDIRETA E REPRESENTATIVA

Numa democracia direta, o cidadão vota e expressa sua opinião sem intermediários. No entanto, trata-se de um modelo aplicável apenas a populações e territórios pequenos. Por este motivo a maioria dos governos democráticos utiliza uma forma de democracia indireta, a democracia representativa, em que as decisões políticas não são tomadas diretamente pelos cidadãos, mas por representantes eleitos por eles. Apenas os representantes têm direito a voto e depende das leis de cada país democrático se o voto dos cidadãos é obrigatório (como no Brasil) ou facultativo (como nos Estados Unidos).

O termo democracia consolidada (ou plena) pretende-se expressar o ponto de vista de que se trata de democracias e sistemas de governo funcionantes, hígidos, que são constituídos por setores (do regime) interconectados um com o outro (sistema eleitoral, direitos de participação política, direitos e liberdades civis, independência dos poderes, poder efetivo para governar). A Noruega, a Islândia e a Dinamarca possuem os maiores índices de democracia plena do mundo.

Declaração Universal dos Direitos Humanos 

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;

Artigo 1°

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2°

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

A Questão Ambiental

A perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo no qual se evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e manutenção da vida. À medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos. A demanda global dos recursos naturais deriva de uma formação econômica cuja base é a produção e o consumo em larga escala. A lógica, associada a essa formação, que rege o processo de exploração da natureza hoje, é responsável por boa parte da destruição dos recursos naturais e é criadora de necessidades que exigem, para a sua própria manutenção, um crescimento sem fim das demandas quantitativas e qualitativas desses recursos. O termo “meio ambiente” tem sido utilizado para indicar um “espaço” (com seus componentes bióticos e abióticos e suas interações) em que um ser vive e se desenvolve, trocando energia e interagindo com ele, sendo transformado e transformando-o.

Obsolescência 

Obsolescência é a ação ou coisa que se encontra fora de uso, ultrapassado, antiquado. Programação é ação humana de planejamento e execução do que fora planejado. Assim, obsolescência programada seria a ação humana de planejar e determinar o que se tornará obsoleto e ultrapassado sem que a coisa tenha em essência deixado de ser (ou existir). A publicidade e o marketing contribuíram, com seus gigantes e sofisticados aparatos para induzir necessidades artificiais no consumidor, podendo ser definida como obsolescência perceptiva.

Rachel Carson 

Rachel Carson era bióloga e pesquisadora. Em 1945, diante dos testes realizados com DDT, em Maryland, perto de onde vivia, ela propôs um artigo para o Reader's Digest sobre os mesmos, que foi rejeitado. Em 1958, diante da grande mortandade de pássaros, em Cape Cod (Cabo Cod), no extremo leste de Massassuchets, resolveu tomar novamente a iniciativa de publicar em uma revista, sobre os perigos das pulverizações com o DDT. Seu sucesso se deve à exposição, de maneira clara ao público, de crimes ambientais e mortes de peixes, animais silvestres, principalmente, dos pássaros (o silêncio do canto dos pássaros, na primavera), ou seja, de fatos registrados oficialmente e não divulgados ao público (conhecemos bem essa história, infelizmente, não somente com relação ao meio ambiente), cuja responsabilidade ela atribuiu aos inseticidas. O livro é um alerta sobre a má utilização dos pesticidas e inseticidas e seus impactos sobre o meio ambiente e sobre o próprio Homem. A autora diz “nós permitimos que esses produtos químicos fossem utilizados com pouca ou nenhuma pesquisa prévia sobre seu efeito no solo, na água, animais selvagens e sobre o próprio homem”. O foco do trabalho é o uso do DDT (Dicloro-difenil-tricloretano), produto químico sintetizado em 1874, por estudante alemão e, por um tempo, esquecido. Em 1939, as propriedades inseticidas foram descobertas pelo entomologista suíço Paul Hermann Müller, da Geigy Pharmaceutical, que ganhou o Prêmio Nobel da Medicina, em 1948, devido ao uso do DDT no combate à malária.

O Clube de Roma (1968)

O Clube de Roma é hoje uma organização não governamental (ONG) que teve início em abril de 1968 como um pequeno grupo de 30 profissionais empresários, diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais.  Clube de Roma ficou ainda mais conhecido quando no ano de 1972, o grupo de pesquisadores liderados por Dennis L. Meadows encomendou um relatório elaborado por um grupo de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) (Instituto de tecnologia de Massachusetts) abordando temas relacionados ao meio ambiente e aos recursos naturais, propondo a utilização do princípio de desenvolvimento sustentável para pautar as ações no mundo, salientando que os recursos naturais no Planeta Terra são finitos.
Este relatório denominado ‘Os Limites do Crescimento’, vendeu mais de 12 milhões de exemplares e foi traduzido para 30 idiomas, tornando-se um dos documentos mais vendidos sobre meio ambiente no mundo. O referido relatório demonstra por meio de programas de computador uma prospecção sobre a utilização dos recursos naturais indiscriminadamente e salienta que este sistema tende a entrar em colapso se uma modificação nas atitudes do ser humano não for iniciada imediatamente (Site http://www.clubofrome.org). 

Conferência de Estocolmo (1972)

A Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, na Suécia em Estocolmo, foi à primeira Conferência Mundial que visou alertar a humanidade sobre a necessidade de controlar seus impactos sobre o meio ambiente. A Sociedade Científica da época detectava problemas ambientais relacionados à poluição e degradação atmosféricas causadas pelas indústrias. Até então os países pensavam que a natureza era uma fonte inesgotável de matéria prima. na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, estabeleceram-se o “Plano de Ação Mundial” e a “Declaração sobre o Ambiente Humano” (orientação aos governos).

Principais Tópicos:

- Definição do Dia Internacional do Meio Ambiente
- Criação do PNUMA (Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente)
- Limites para o crescimento (Países Desenvolvidos) X Crescimento a qualquer custo (Países Subdesenvolvidos)
- Definição de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e não-Renováveis

Conferência de Tbilisi (1977)

É referência internacional para o desenvolvimento da Educação Ambiental, pois nesta Conferência foram definidos os princípios e metas para a Educação Ambiental. A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi definiu, em 1977, como princípios da Educação Ambiental a ser desenvolvida nas escolas: 
• considerar o meio ambiente em sua totalidade: em seus aspectos natural e construído, tecnológicos e sociais (econômico, político, histórico, cultural, técnico, moral e estético); 
• constituir um processo permanente e contínuo durante todas as fases do ensino formal; 
• aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada área, de modo que se consiga uma perspectiva global da questão ambiental; 
• examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e internacional;

Relatório Brundtland. 

O Relatório Brundtland também intitulado como “Nosso Futuro Comum” (Our Common Future) foi publicado em 1987 tendo sido elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações Unidas – ONU. O documento deu origem ao termo Desenvolvimento Sustentável, que se refere ao desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. O Relatório ainda apresenta uma série de medidas sugeridas aos países para a solução dos problemas ambientais e para promover o desenvolvimento sustentável. Foi também importante para a consolidação das bases conceituais da Educação Ambiental. As ideias nascidas do Relatório Brundtland bem como as metas do relatório são validas ate hoje. O Relatório trata de preocupações, desafios e esforços comuns como: Busca do desenvolvimento sustentável, o papel da economia internacional, população, segurança alimentar, energia. Indústria, desafio urbano e mudança institucional.

O Tratado de Montreal (1987) 

Em linhas gerais, o texto da Convenção enunciava uma série de princípios relacionados à disposição da comunidade internacional em promover mecanismos de proteção ao ozônio estratosférico, prescrevendo obrigações genéricas que instavam os governos a adotarem medidas jurídico-administrativas apropriadas para evitar tal fenômeno. A Convenção de Viena contribuiu para o surgimento, em 1987, do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, que é um tratado internacional que entrou em vigor em 01 de janeiro de 1989. O documento assinado pelos Países Parte impôs obrigações específicas, em especial a progressiva redução da produção e consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs) até sua total eliminação. O tratado obteve sucesso e vigora até hoje, sendo referência para as ações de controle de emissões de gases e proteção atmosférica. Nesta Conferência foi recomendada, a criação de um programa de Educação Ambiental, sendo esta reconhecida como elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo. 

– Aquecimento Global e camada de ozônio

O gás utilizado para refrigeração e para armazenamento, em Ar-Condicionado, Geladeiras e desodorantes, o CFC foi considerado “agressor da camada de ozônio” e proibido ao redor do mundo, coincidentemente 1 ano antes de sua patente vencer (1987). Com o vencimento da patente, todas indústrias associadas aos royalties das vendas de CFC iam perder dinheiro, pois o CFC iria passar a custar US$1,38/kg. Veio então o substituto, o HCFC, que passou a custar US$38/kg e não funcionaria nos equipamentos já existentes, forçando as pessoas do mundo todo a trocarem seus equipamentos refrigerantes e parques industriais todos a se reformular (Já falo da obsolescência programada). Patentes vencem em 25 anos, e coincidentemente agora em 2012 (25 anos depois de 1972 e da patente do HCFC), novas pesquisas mostram que o HCFC também agride a camada de ozônio e contribui para o aquecimento global e o novo substituto “totalmente seguro” irá custar US$128/kg e não funcionará nos equipamentos existentes.

Conferências RIO-92

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Rio-92 ou ECO-92, foi realizada vinte anos depois da Conferência de Estocolmo, no Rio de Janeiro e reuniu 172 países, contando com a participação da sociedade civil. Esta Conferência lançou as bases sobre as quais os diversos países do mundo deveriam, a partir daquela data, empreender ações concretas, no sentido da melhoria das condições sociais e ambientais, tanto em nível local quanto planetária. Como resultados obtidos nessa Conferência destacam-se os seguintes documentos: “Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, elaborado em um fórum de discussão não oficial, “A Carta da Terra ” e a “Agenda 21 ”, documento extraído do evento e que aborda várias sugestões para A Educação Ambiental e o desenvolvimento sustentável no século 21, daí o nome desse documento.

Conceito de Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável é definido como aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade de as futuras gerações terem suas próprias necessidades – utilizar recursos naturais sem comprometer sua produção, tirar proveito da Natureza sem devastá-la e buscar a melhoria da qualidade de vida à sociedade. O desenvolvimento sustentável é um projeto social e político que aponta para o ordenamento ecológico e a descentralização territorial da produção, assim como para a diversificação dos tipos de desenvolvimento e dos modos de vida das populações que habitam o planeta. Nesse sentido, oferece novos princípios aos processos de democratização da sociedade que induzem a participação direta das comunidades na apropriação e transformação de seus recursos ambientais.

Rio +10

Dez anos após a Conferência do Rio de Janeiro, a ONU promoveu em Johanesburgo (África do Sul) um novo encontro internacional intitulado Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a fim de analisar os progressos alcançados na implementação dos acordos firmados na Rio-92, fortalecer os compromissos assumidos nessa ocasião, identificar novas prioridades de ação além de proporcionar trocas de experiências e o fortalecimento de laços entre pessoas e instituições de diversas nações. O objetivo era a adoção de um plano de ação de 153 artigos, divididos em 615 pontos, sobre pobreza e miséria, consumo, gestão de recursos naturais, globalização, direitos humanos, assistência oficial ao desenvolvimento, contribuição do setor privado ao meio ambiente, entre outros. Também foi sugerida, na Rio+10, a criação de instituições multilaterais mais eficientes, com mais poder para auxiliar os países a atingir o desenvolvimento sustentável. Porém, realizado pouco após a aprovação das Metas do Milênio, o evento Rio+10 acabou concentrando as atenções quase exclusivamente em debates sobre problemas sociais, como a erradicação da pobreza e o acesso da sociedade aos serviços de saneamento e à saúde. Concordou-se em reduzir à metade, até 2015, a proporção de pessoas cuja renda seja inferior a um dólar por dia, a de pessoas que passam fome e a de quem não tem acesso a água potável.

A Conferência Rio + 20. 

A Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi realizada no Rio de Janeiro no período de 13 a 22 de junho de 2012. Essa Conferência também tratou das questões ambientais abordados nas Conferências anteriores. A diferença é que o foco principal dessa conferência foi o Desenvolvimento Sustentável. Participaram representantes dos 193 estados membros da ONU e participantes dos variados setores da sociedade civil. Organizada pelas ONU, teve uma questão incentivadora: Qual o futuro que Queremos? Esta questão foi feita pela ONU sobre o que cada indivíduo faria para melhorar as condições ambientais do Planeta Terra. Ficou conhecida com Rio+20, porque marcaram os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (a Rio-92), e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Teve como objetivo a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

Temas Abordados. 

Os principais temas abordados foram: 

1 – A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; 
2 – A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
3 – Comunidades tradicionais e sustentabilidade
4 – Fontes de Energia Alternativa.

Conferência das Partes – COP

A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo decisório no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB. As quatro primeiras reuniões da COP foram realizadas anualmente. A partir da quinta reunião, a COP passou a se reunir de dois em dois anos. Trata-se de reunião de grande porte que conta com a participação de delegações oficiais dos 188 membros da Convenção sobre Diversidade Biológica (187 países e um bloco regional), observadores de países não-parte, representantes dos principais organismos internacionais (incluindo os órgãos das Nações Unidas), organizações acadêmicas, organizações não-governamentais, organizações empresariais, lideranças indígenas, imprensa e demais observadores.  

Protocolo de Quioto

O Protocolo de Quioto constitui um tratado complementar à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, definindo metas de redução de emissões para os países desenvolvidos e os que, à época, apresentavam economia em transição para o capitalismo, considerados os responsáveis históricos pela mudança atual do clima. Criado em 1997, o Protocolo entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, logo após o atendimento às condições que exigiam a ratificação por, no mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção e que fossem responsáveis por, pelo menos, 55% do total das emissões de 1990. Durante o primeiro período de compromisso, entre 2008-2012, 37 países industrializados e a Comunidade Europeia comprometeram-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para uma média de 5% em relação aos níveis de 1990. No segundo período de compromisso, as Partes se comprometeram a reduzir as emissões de GEE em pelo menos 18% abaixo dos níveis de 1990 no período de oito anos, entre 2013-2020. Cada país negociou a sua própria meta de redução de emissões em função da sua visão sobre a capacidade de atingi-la no período considerado.

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)

De forma a auxiliar os países desenvolvidos e os de economia em transição para o capitalismo – conhecidos tecnicamente como Países Anexo I - a cumprirem suas metas de redução ou limitação de emissões, o Protocolo de Quioto contemplou três mecanismos de flexibilização: Comércio de Emissões, Implementação Conjunta e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Por meio do MDL, um país desenvolvido ou de economia em transição para o capitalismo pode comprar “créditos de carbono ”, denominados “reduções certificadas de emissões” (RCEs) resultantes de atividades de projeto desenvolvidas em qualquer país em desenvolvimento que tenha ratificado o Protocolo. Isso é possível desde que o governo do país onde ocorrem os projetos concorde que a atividade de projeto é voluntária e contribui para o desenvolvimento sustentável nacional.

COP 21 - Acordo de Paris

Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em Paris, foi adotado um novo acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.  

O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte da UNFCCC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

PROBLEMAS CLIMÁTICOS:

O que são Ilhas de Calor?

Ilhas de calor é o nome que se dá a um fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização. Nestas cidades, a temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais próximas. Para entendermos melhor este fenômeno climático, podemos usar como exemplo as grandes cidades que são consideradas uma ilha de calor. Como esta cidade tem grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções), ela concentra mais calor, fazendo com que a temperatura fique acima da média dos municípios da região. A umidade relativa do ar também fica baixa nestas áreas. Outros fatores que favorecem o aquecimento da temperatura em grandes cidades são: pouca quantidade de verde (árvores e plantas) e alto índice de poluição atmosférica, que favorece a elevação da temperatura. A formação e presença de ilhas de calor no mundo são negativas para o meio ambiente, pois favorecem a intensificação do fenômeno do aquecimento global.

De maneira geral, as ilhas de calor ocorrem nos centros das grandes cidades devido aos seguintes fatores:

Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas como o asfalto, paredes de tijolo ou concreto, telhas de barro e de amianto;
Falta de áreas revestidas de vegetação, prejudicando o albedo, o poder refletor de determinada superfície(quanto maior a vegetação, maior é o poder refletor) e logo levando a uma maior absorção de calor;
Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por bueiros e galerias, o que reduz o processo de evaporação, assim não usando o calor, e sim absorvendo;
Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;
Poluição atmosférica que retém a radiação do calor, causando o aquecimento da atmosfera (Efeito Estufa);
Utilização de energia pelos veículos de combustão interna, pelas residências e pelas indústrias, aumentando o aquecimento da atmosfera.

Inversão térmica

A Inversão térmica é um fenômeno natural registrado em qualquer parte do planeta, que corresponde à inversão das camadas atmosféricas (em escala local) de forma que o ar frio permanece em baixas altitudes e o ar quente nas camadas mais elevadas. Dessa maneira, ocorre assim, uma desestabilização momentânea da circulação atmosférica e alteração na temperatura.

Como ocorre a Inversão Térmica

Normalmente, a inversão térmica acontece no final da madrugada e no início da manhã, em particular, no período do inverno, visto que nessa estação tanto o solo quanto o ar, registram temperaturas mais baixas que próximas do solo, podem chegar abaixo de 4ºC. Com isso, resulta na impossibilidade do ar frio se elevar, ficando retido nas camadas mais baixas da atmosfera, enquanto o ar relativamente mais quente, que ocupa as camadas mais elevadas da atmosfera, não consegue descer.

domingo, maio 07, 2017

RESUMÃO demografia - pobreza e exclusão social

RESUMÃO

DEMOGRAFIA
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS:

Do dicionário: – (demo- + grafia) s. f. Estatística da população.

• Etimologia – Demografia (dêmos=população, graphein=estudo)

A Demografia é uma ciência que tem por finalidade: Estudo das populações humanas e sua evolução temporal no tocante a seu tamanho, sua distribuição espacial, sua composição e suas características gerais

2. CENSO DEMOGRÁFICO

Apesar das desvantagens de alto custo, divulgação demorada e freqüência reduzida, e a despeito de existirem hoje, várias alternativas de coleta de informações, o censo demográfico ainda é o principal instrumento para obter dados sobre a população, principalmente nos países em desenvolvimento.

DEFINIÇÕES DE CENSO
1) Consiste no levantamento de dados sobre todos os habitantes de uma área (cidade, província, nação, etc).
2) Nações Unidas (1980) → é o processo total de coleta, processamento, avaliação, análise e divulgação de dados demográficos, econômicos e sociais, referentes a todas as pessoas dentro da área, em um momento específico do tempo.

3. TAXAS

- A Taxa de natalidade é calculada através da divisão entre o número de nascidos vivos pelo número da população absoluta ou total.

- Taxa de mortalidade é resultado da divisão entre o número de óbitos e a população absoluta.

- Taxa de Mortalidade infantil consiste na morte de crianças no primeiro ano de vida e é a base para calcular a taxa de mortalidade infantil, que consiste na mortalidade infantil observada durante um ano, referida ao número de nascidos vivos do mesmo período.

- Taxa de fecundidade corresponde às estimativas em relação ao número de filhos que uma mulher pode ter ao longo do período de fertilidade, entre as idades de 15 e 49 anos. Esse processo é interessante para saber a quantidade de filhos ou média do mesmo para cada mulher.

- Crescimento populacional representa o crescimento vegetativo ou natural que é calculado a partir da subtração entre o número de nascidos em um ano pelo número de óbitos no mesmo período.

- Expectativa de Vida ou esperança de vida à nascença é o número aproximado de anos que um grupo de indivíduos nascidos no mesmo ano irá viver, se mantidas as mesmas condições desde o seu nascimento.

4. PIRÂMIDE ETÁRIA – DEFINIÇÃO E INTERPRETAÇÃO

É o mais usado e efetivo método de apresentação gráfica da população por sexo e idade. Consiste de dois histogramas deitados, um de costas para o outro. As barras representam grupos de idade em ordem crescente da menor para a maior idade. O número de homens ou mulheres em cada grupo de idade determina o comprimento das barras, partindo do centro.




5. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

Entende-se por transição demográfica a oscilação das taxas de crescimento e variações populacionais. Esse conceito foi elaborado no ano de 1929 por Warren Thompson (1887-1973) para contestar matematicamente a Teoria Demográfica Malthusiana, por definir que não há um crescimento acelerado da população, mas sim oscilações periódicas, que alternam crescimentos e desacelerações demográficos, podendo envolver, inclusive, estágios de estabilidade.

Para melhor compreender o conceito de transição demográfica, é necessário ter noção de alguns conceitos demográficos, tais como a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. A principal referência histórica para a elaboração dessa teoria foi a Revolução Industrial e a consequente constituição da sociedade moderna de consumo. Em tempos anteriores a esse, as taxas de natalidade e mortalidade eram continuamente elevadas, demarcando um período de relativa estabilidade demográfica. Porém, com a modernização dos países hoje considerados desenvolvidos, houve uma melhoria significativa nos padrões sociais de desenvolvimento, elevando a expectativa de vida e, consequentemente, declinando as taxas de mortalidade, o que foi responsável por um súbito aumento da população em um curto espaço de tempo.

Dividiu-se as oscilações entre mortalidade e natalidade, considerando o desenvolvimento das sociedades industriais, em quatro estágios principais. Para melhor compreendê-los, observe o gráfico abaixo:


Gráfico esquemático das quatro etapas do crescimento populacional e transição demográfica*
Na primeira fase, observa-se a característica de crescimento das sociedades tradicionais, em que a natalidade e a mortalidade são elevadas, o que contribui para um tímido, quase nulo, crescimento demográfico. Essa característica é predominante em países essencialmente rurais, existindo atualmente apenas em algumas nações subdesenvolvidas.

A segunda fase assinala o desenvolvimento industrial, econômico e social das populações. É o estágio característico da modernidade, quando há o rápido decrescimento das taxas de mortalidade, enquanto as taxas de natalidade demoram a cair. Graças a isso, nesse período, o crescimento populacional é acelerado. Esse segundo estágio corresponde à primeira fase da transição demográfica destacada no gráfico acima.

Já a terceira fase demarca o desenvolvimento urbano, a difusão de métodos contraceptivos e a queda das taxas de natalidade, que se relacionam, sobretudo, à inclusão da mulher no mercado de trabalho. Com isso, a fecundidade diminui e o crescimento demográfico mantém-se em um nível moderado. Podemos dizer que o Brasil se encontra nesse período de sua evolução populacional, assinalada pela segunda fase da transição demográfica do gráfico.

A quarta fase, observa-se um regime demográfico considerado moderno, com baixas taxas de natalidade e mortalidade, com um crescimento demográfico próximo a zero. É o atual período da maioria dos países desenvolvidos da atualidade.

Alguns autores, reverberam em suas linhas de raciocínio, a constituição de uma quinta fase, que é marcada pelo declínio populacional, principalmente em função da queda das taxas de natalidade em países da Europa Ocidental, Japão, etc. Tais perspectivas contribuem para a inversão da pirâmide etária e o envelhecimento populacional.

A geração do Baby-boom: um exemplo de transição demográfica

Após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Forças Aliadas venceram os alemães, os italianos e os japoneses. Os Estados Unidos, como vencedores, conheceram uma elevada evolução político-financeira e conseguiram elevar as condições de vida de sua população.

Com um período de guerra terminado, a população começou a produzir uma grande quantidade de filhos, sobretudo entre os anos de 1946 e 1964, fenômeno denominado de geração do baby-boom ou baby-boomers. Muitos demógrafos consideraram esse período como uma forma espontânea da sociedade de repor as perdas das pessoas mortas durante os conflitos internacionais.

Assim, da mesma forma que aconteceu nos estágios acima mencionados, esse rápido crescimento demográfico ocasionado pelo aumento da natalidade e pela baixa mortalidade foi seguido por um período de queda dos números de gravidez e a consequente redução das taxas de crescimento populacional nas gerações seguintes. Observa-se, desse modo, mais um exemplo de transição demográfica, em que um período de explosão no número de pessoas é sequenciado por um período de estabilização demográfica.
_________________________
* Gráfico adaptado de: LUCCI, E. A., et al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2005. p.317.

6. TEORIAS DEMOGRÁFICAS

As principais teorias demográficas são: malthusianisma, reformista, neomalthusianisma e ecomalthusiana.

Os índices de crescimento populacional são, há muito tempo, alvo de estudos e preocupações por parte de demógrafos, geógrafos, sociólogos e economistas. Há, assim, diversos estudos e apontamentos sobre o crescimento, a diminuição e a estabilização dos quantitativos populacionais em todo o mundo. Para explicar, de uma forma sistemática, essas dinâmicas, existem as teorias demográficas.

A primeira entre as teorias demográficas, ou a mais conhecida dentre elas, foi elaborada por Thomas Robert Malthus, um pastor protestante e economista inglês que, em 1798, publicou uma obra chamada Ensaio sobre o princípio da população. O seu trabalho refletia, de certa forma, as preocupações de sua época, e é preciso melhor entender o contexto histórico sobre o qual as premissas malthusianas foram elaboradas.

A Inglaterra do século XVIII havia iniciado o processo de Revolução Industrial, o que contribuiu para um rápido crescimento das populações das cidades industrializadas, notadamente Londres. O número de habitantes dobrava em algumas dezenas de anos, o que, somado aos baixos salários e às precárias condições de trabalho e moradia, contribuía para o aumento da miséria e da pobreza nos centros urbanos europeus.

Diante disso, Malthus, em sua teoria demográfica, considerou que os problemas sociais estavam relacionados com o excesso de população no espaço das cidades. Além disso, Malthus previu que a população tendia a crescer ainda mais rapidamente do que outrora, o que o fez concluir que o crescimento demográfico seria superior ao ritmo de produção de alimentos.
A teoria malthusiana preconizava que o número de pessoas aumentava conforme uma progressão geométrica (2,4,8,16, 32, 64, …), enquanto a produção de alimentos e bens de consumo crescia conforme uma progressão aritmética, portanto, mais lenta (2, 4, 6, 8, 10, 12, …). Assim, para evitar a ocorrência de grandes tragédias sociais, Malthus defendia o “controle moral” da população. Dessa forma, os casais só deveriam possuir filhos caso tivessem condições para sustentá-los. Nesse sentido, para o malthusianismo, os casais mais pobres não deveriam casar-se e procriar, pois gerariam apenas miséria para o mundo.

As refutações à teoria malthusiana no contexto das teorias demográficas não tardaram em aparecer. A principal delas atribui-se às derivações do pensamento de Karl Marx e recebeu o nome de teoria reformista ou marxista. Para essa concepção, não era o excesso populacional o responsável pelas condições de miséria e pobreza no espaço geográfico, mas sim as desigualdades sociais, como a concentração de renda no contexto da produção capitalista.

Com o tempo, o que também se percebeu foi que Malthus errou por subestimar a capacidade de produção de alimentos. Apesar do acelerado crescimento populacional que ocorreu na Europa até a década de 1970, a produção de alimentos foi superior em razão das sucessivas transformações tecnológicas proporcionadas pela segunda e pela terceira revolução industrial.

No entanto, após a Segunda Guerra Mundial (1949-1956), o pensamento de Malthus foi retomado, naquilo que ficou conhecido como teoria neomalthusiana. A popularização dessa teoria demográfica aconteceu porque, no pós-guerra, houve um rápido crescimento da população, o que foi chamado de explosão demográfica ou baby boom, um período em que o número de nascimentos foi muito superior ao número de mortes.

Nesse sentido, dotados das mesmas preocupações de Malthus, os neomalthusianos afirmaram que era necessário estabelecer um controle do crescimento populacional. No entanto, diferentemente do malthusianismo, o neomalthusianismo defendia o uso de métodos contraceptivos, o que não era preconizado anteriormente em função da formação religiosa de Malthus. Com isso, o neomalthusianismo foi amplamente adotado como política de governo por parte de inúmeros países, incluindo o Brasil, que passaram a estabelecer políticas de controle sobre o aumento de seus habitantes.

Atualmente, na Europa e em muitos países desenvolvidos, o problema é justamente o contrário do imaginado por Malthus: o baixo crescimento vegetativo. Com uma taxa de natalidade baixa e uma expectativa de vida longa, as populações tendem a envelhecer, sobrecarregando a chamada População Economicamente Ativa (PEA), responsável pelo trabalho e pelos processos produtivos, além de manter as contas previdenciárias. Países como a Alemanha e a França já adotam políticas de incentivo aos nascimentos, com financiamento de educação para o segundo filho e oferta de bolsas remuneradas aos seus pais.

7. DESEMPREGO:

O emprego, por sua vez, é uma consequência específica do capitalismo. Ele é o elo de ligação formal entre o trabalhador e o modo de produção capitalista e não com uma organização especifica, porque o trabalhador é livre para escolher a organização por intermédio da qual sua ligação se efetivará. Desta forma, o desemprego é caracterizado como sendo a não possibilidade do trabalho assalariado nas organizações de um modo geral.

Tipos de desemprego:

Desemprego estrutural: característico dos países subdesenvolvidos, ligado às particularidades intrínsecas de sua economia. Explica-se pelo excesso de mão-de-obra empregada na agricultura e atividades correlatas e pela insuficiência dos equipamentos de base que levariam à criação cumulativa de emprego.

Desemprego conjuntural: também chamado desemprego cíclico, característico da depressão, quando os bancos retraem os créditos, desestimulando os investimentos, e o poder de compra dos assalariados cai em consequência da elevação de preços.

8. MIGRAÇÕES

O termo migração corresponde à mobilidade espacial da população. Migrar é trocar de país, de Estado, Região ou até de domicílio. Esse processo ocorre desde o início da história da humanidade. O ato de migrar faz do indivíduo um emigrante ou imigrante. Emigrante é a pessoa que deixa (sai) um lugar de origem com destino a outro lugar. O imigrante é o indivíduo que chega (entra) em um determinado lugar para nele viver.

MIGRAÇÕES INTERNAS:

· Migração inter-regional: ocorre de uma região para outra.
· Migração intra-regional: ocorre dentro da mesmo região.
· Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. Esse tipo de migração em geral tende a ser definitivo. As principais causas dele são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura. O êxodo rural está ligado diretamente ao processo de urbanização.
· Urbano-Rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Atualmente, é um tipo de migração muito incomum.
· Migração urbano-urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Esse tipo de migração é muito comum nos dias atuais.
· Migração sazonal (Transumância): se caracteriza por estar ligada as estações do ano. É um tipo de migração temporária onde o migrante sai de um determinado local em um certo período do ano e, posteriormente, volta alguns meses após. Esse movimento migratório também é chamado de transumância. · Migração pendular: é a migração diária de pessoas de uma cidade para outra como o objetivo de trabalhar ou estudar. Geralmente, as pessoas saem pela manhã de casa e voltam no fim da tarde ou à noite. As cidades onde esses trabalhadores residem são chamadas de cidades-dormitório.

MIGRAÇÕES EXTERNAS:

As migrações internacionais, atualmente, constituem um espelho das assimetrias das relações socioeconômicas vigentes em nível planetário. São termômetros que apontam as contradições das relações internacionais e da globalização neoliberal. s problemas gerados pelos fluxos migratórios são importantes e, muitas vezes, graves. As causas desses problemas estão em um debate existente nos países receptores sobre se os imigrantes vão conseguir se ingressar nas comunidades ou afastados construindo suas próprias regras. Por um lado, os imigrantes são tratados diferentes em razão das questões religiosas, étnicas e culturais. Por outro, são eles próprios que resolvem tomar a decisão de não se misturar. Como resultados dessas dificuldades de adaptação, os imigrantes correm certos riscos e enfrentam dificuldades que, muitas vezes, os fazem voltar par ao seu país de origem.

TIPOS:

- Trabalhadores (Mão de Obra)

Este tipo de migração é considerada a mais importante dentre os fluxos internacionais no planeta, pois além de elevado contingente populacional que esta revela, ainda é responsável pelo fluxo de divisas (remessas de dinheiro enviados pelos migrantes aos países de origem). Dentre as modalidades que se destacam no fluxo de trabalhadores internacionais, estão:

- Migração legal e ilegal

Migração é aquela que a pessoa sai do seu país e vai para outra região. Porem há pessoas que não tem condições de sair de seu pais legalmente, essas pessoas recorrem a meios ilegais, essa maneira de se atravessar fronteiras e praticada por pessoas em desespero ou que buscam melhores condições de vida.
- Legais:

·        Intercâmbio: Relações de comércio, ou culturais, entre nações”. Em educação, intercâmbio refere-se a estudantes que passam um período que varia de seis meses a um ano estudando em outro país. Existem algumas agências de intercâmbio que fazem o contato entre escolas de nível médio, e organizam a troca de estudantes.
·        Fuga de Cérebros: Fuga de capital humano (também referida como Fuga de cérebros, ou pelo seu termo em inglês, brain drain) é uma emigração em massa de indivíduos com aptidões  técnicas ou de conhecimentos, normalmente devido a fatores como conflitos étnicos e guerras civis, falta de oportunidade, riscos à saúde e instabilidade política nestes países. Uma fuga de cérebros é geralmente considerada custosa economicamente, uma vez que os emigrados obtiveram suas formações de maneira patrocinada pelo governo.
·        Trabalhadores

-  Ilegais

Tráfico de Pessoas e Escravidão:

O tráfico de seres humanos não é somente um problema brasileiro, mas um fenômeno mundial que tem sido vivenciado por milhões de pessoas de diferentes lugares do mundo. Essas pessoas ficam submetidas a trabalhos forçados para gerar lucros aos grupos de exploradores. No Brasil o tráfico de seres humanos se encontra como a terceira maior fonte de renda gerada pelo tráfico. Perdendo somente para o tráfico de armas e drogas.

Dica de leitura:
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/trafico-de-pessoas/

- Refugiados

Refugiado é um conceito que está associado ao verbo refugiar (fugir, abrigar-se, escapar). O termo é usado com referência ao indivíduo que, devido a uma perseguição política, um conflito bélico ou outra situação que ponha a sua vida em risco, se vê obrigado a solicitar refúgio no estrangeiro. Ora, o refugiado vê-se forçado a abandonar o seu país uma vez que, se lá permanecesse, ficaria em perigo. Deste modo, outra nação o acolhe no seu território e confere-lhe proteção.

Dicas de leitura:
http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf
http://200.129.209.183/arquivos/arquivos/78/EDITORA/catalogo/direitos-humanos-e-refugiados-cesar-augusto-da-silva-org.pdf

- Peregrinações Religiosas

Desde o mundo antigo, as peregrinações – de origem latina, per agros significa ‘pelos campos’ -, sob o ângulo histórico e religioso, consistiam em jornadas realizadas individualmente ou em grupo para um determinado lugar consagrado, uma cidade ou um templo marcado por um acontecimento especial ou pela passagem de um herói, um deus, algo sobrenatural. Deste ponto de vista, este fenômeno ocorre em praticamente todas as religiões e culturas, desde os tempos mais remotos. Assim, qualquer seguidor de um culto religioso, ao viajar a um local considerado sagrado, movido por um objetivo espiritual, está efetuando uma jornada.

- Turismo

Xenofobia
A xenofobia, repulsa ao imigrante, se torna cada vez mais presente nos países desenvolvidos. Isso acontece devido às diferenças socioculturais apresentada entre pessoas de diferentes países e, especialmente, a relação entre trabalhadores dos países ricos e os estrangeiros que chagam vindos de países mais pobres, que querem o mesmo cargo de trabalho.
   







FOME, POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL

FOME:

A carência de alimentos no organismo por períodos prolongados, causando sensações de desconforto e dor, significa Fome.

A fome epidêmica ocorre em períodos em que acontecem guerra em um determinado lugar, desastres ecológicos ou pragas que compromete drasticamente o fornecimento de alimentos, isso acarreta a morte de milhares de pessoas.

A fome endêmica possui outra característica, é aquela no qual o indivíduo não ingere a quantidade mínima de calorias diárias, o resultado disso é a desnutrição ou subnutrição que assola 800 milhões de pessoas em todo mundo.

A subnutrição fragiliza a saúde tornando a pessoa acessível a doenças. Observando esse panorama nota-se que a fome ou subnutrição não é decorrente da produção insuficiente de alimentos, pelo contrário, ano após ano a produção tem aumentado o volume, e é fato que a produção de alimentos é mais do que suficiente para suprir as necessidades da população mundial.

POBREZA:

A pobreza é um fenômeno multidimensional e a busca por políticas públicas para combatê-la depende do bom entendimento de sua natureza e causas. Numa primeira aproximação a pobreza pode ser entendida como insuficiência de renda para alcançar um nível mínimo de padrão de consumo previamente estabelecido pelo analista, Estado ou Nação. Vista inicialmente como insuficiência de renda, o conceito de pobreza vem evoluindo. Apenas considerando pobreza como o número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia em média, já há grandes divergências sobre este conceito, uma vez que as necessidades básicas das pessoas divergem sensivelmente de país para país.

Pobreza absoluta:

A determinação da linha de pobreza na abordagem absoluta é baseada na estimativa das necessidades básicas e recursos necessários para atendê-las.

Pobreza relativa:

Esta abordagem está baseada na privação econômica relativa. Famílias ou indivíduos são considerados pobres se não têm a renda necessária para atingir o padrão de vida corrente de uma determinada sociedade.

Linha Internacional da Pobreza:

Linha de pobreza é o termo utilizado para descrever o nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma família não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. A linha de pobreza é, geralmente, medida em termos per capita (expressão latina que significa "por cabeça") e diversos órgãos, sejam eles nacionais ou internacionais, estabelecem índices de linha de pobreza. O Banco Mundial atualizou o valor da linha internacional da pobreza para US$1,90 por dia. A nova linha global de pobreza é baseada na Paridade do Poder de Compra nos países mais pobres do mundo.

SUBNUTRIÇÃO:

A subnutrição pode ser causada por dois fatores: a alimentação deficiente ou a falta de alimentos. A alimentação deficiente ocorre com pessoas que baseiam a sua dieta alimentar apenas em carboidratos e gorduras, sendo essa alimentação muito pobre em frutas, verduras e proteínas como a carne.

SEGURANÇA ALIMENTAR

A Segurança Alimentar e Nutricional significa garantir, a todos, condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana.


Dica de Leitura:

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/04/05/le-monde-banco-mundial-alerta-para-alto-indice-de-pobreza-no-brasil/
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-39243234
http://www.dw.com/pt-br/mundo-tem-2-bilh%C3%B5es-de-subnutridos-diz-estudo/a-17993861

terça-feira, março 14, 2017

Materiais Complementares sobre Ordem Mundiais - Guerra Fria e Nova Ordem Mundial

Resumão Ordens Mundiais




Ideologia, Quadrinhos, Games, Street Fighter e Guerra Fria


O começo do fim


Da URSS à Rússia.


Vídeo sobre o fim da URSS (VALE PELA INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA - Alguns erros conceituais são apresentados)



RESUMÃO - ORDENS MUNDIAIS


RESUMÃO

10/03/2017
Ordens Mundiais

Breve resumo do conteúdo abordado em sala.


As ordens Mundiais


RESUMÃO

Ordens Mundiais
“Nada é constante neste mundo a não ser a inconstância.”
Jonathan Swift


COMO ERA A DISPUTA NA GUERRA FRIA
+ Corrida armamentista: disputa para ver quem conseguiria ter a melhor e maior produção bélica mundial.
+ Corrida espacial: na briga para ver quem chegava ao espaço primeiro, os soviéticos levaram a melhor com Yuri Alekseievitch Gagarin em 1961.
+ Disputa por áreas de influência: espaços conflituosos eram logo divididos também em relação aos apoios. Quando EUA apoiava certo grupo ou país, a URSS apoiava seu oponente.
Durante a Segunda Guerra Mundial foram realizadas diversas conferências cuja pauta era assuntos de guerra e a economia dos países participantes, bem como a dos demais países no mundo, além do restabelecimento da paz. Dessas conferências, as duas últimas, entre as listadas abaixo, foram as responsáveis pelo início de um novo ciclo de divergências e tensões em todo o mundo, mantendo uma paz estratégica que foi denominada de Guerra Fria.

Cronologicamente são elas:

- Conferência de Casablanca - 14 a 24 de Janeiro de 1943.
- Conferência de Teerã - 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1943.
- Conferência de Bretton Woods - 1 de julho de 1944 – 22 de julho de 1944.
- Conferência de Yalta - 4 a 11 de Fevereiro de 1945.

- Conferência de Potsdam - 17 de Julho a 2 de Agosto de 1945.

GUERRA FRIA

Após o término da 2ª Guerra Mundial, o mundo se viu dividido em dois blocos opostos que haviam sobrevivido ao conflito. De um lado estavam os EUA, defensores do capitalismo, de outro estava a URSS, defensora do socialismo. Dentro da disputa destes dois opostos podemos compreender o que se passou na história desde 1945 até 1991 (ano da desagregação da União Soviética).

· Ordem Bipolar – Por serem superpotências econômicas e militares, EUA e URSS influenciavam outras nações, que a eles se aliaram na formação dos dois grandes blocos que polarizaram a economia e a sociedade do pós - segunda guerra. Essa situação perdurou até a década de 1990.
· Muro de Berlim – Em 1949, como consequência da bipolarização, os países da Europa alinharam-se em dois blocos: a Europa Ocidental capitalista, sob a influência dos EUA, e a Europa Oriental socialista, sob a influência da URSS e em 1961 foi construído o muro de Berlim. A partir de 1990, praticamente todos os países do bloco socialista passaram a adotar o capitalismo. Atualmente, praticamente somente China, Cuba e Coréia do Norte continuam socialistas, embora incluam em sua economia algumas características do capitalismo. Com o fim da União Soviética em 1991 e a consequente dissolução do socialismo, os Estados Unidos viram-se transformados em “vencedores” da Guerra Fria, assumindo o papel de grande potência mundial. Porém, apesar do grande poderio norte-americano, Japão e Alemanha (reunificada) também apareciam como polos da economia mundial, formando uma nova era multipolar, em detrimento da bipolaridade outrora existente. Desta forma, temos o mundo sob a influência de três grandes polos, os EUA, o Japão e a Europa, representada pela União Europeia, tendo Alemanha, França e Reino Unido como sustentáculos econômicos.

O FIM DA GUERRA FRIA

Muito se discute sobre uma possível data que marque o fim da Guerra Fria, o fato é que uma série de acontecimentos desencadearam a dissolução do conflito Leste x Oeste. A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Os Estados Unidos assumiram o papel de única superpotência, os conflitos étnicos e nacionais ressurgiram com força total, e o poder não é mais de quem tem armas mais poderosas, mas de quem tem a economia mais forte. Veremos a seguir alguns fatores responsáveis pelo fim da bipolaridade mundial. A crise da URSS A economia soviética teve um considerável sucesso no período em que o mundo se guiava pelos padrões tecnológicos estabelecidos pela II Revolução Industrial (industrias de siderurgia, química, petrolífera, aeronáutica, naval, etc). Isto colocou a URSS em igualdade com as economias capitalistas e em alguns momentos à frente, como o lançamento do primeiro satélite Sputnik I, em 1957, e o primeiro homem em órbita ao redor da Terra, Iúri Gagárin, em 1961. Guiados pelo padrão tecnológico da II Revolução Industrial, a URSS priorizou indústrias de bens de produção e de capital, com grande prioridade para a indústria bélica. Isto porém virou um problema na medida em que as indústrias de bens de produção não possuíam os devidos investimentos, gerando um grande descompasso econômico, com produções excessivas de ferro e aço de um lado, e a carência de eletrodomésticos e automóveis de outro. O quadro crítico acentua-se a partir da década de 1970, com a chamada Terceira Revolução Industrial, que demanda altos investimentos em pesquisa e tecnologia favorecendo o crescimento de setores como a informática e a robótica (estes exigem uma economia mais dinâmica, baseada numa economia de mercado).

A URSS começa a se defasar econômica e tecnologicamente em meados de 1970, sendo reconhecida apenas por seu poderio militar, seu arsenal nuclear e sua capacidade de destruição em massa. Graças a seu baixo dinamismo econômico, sua produtividade industrial não acompanhava nem de longe os avanços dos países capitalistas desenvolvidos mais competitivos. Seu parque industrial, sucateado, era incapaz de produzir bens de consumo em quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se generalizava. A situação agravasse nos anos 80, com o governo norte-americano de Ronald Reagan, que aumentou os orçamentos com defesa. Como a União Soviética não tinha mais condições de continuar com a corrida armamentista, os acordos de paz entre as duas superpotências tornaram-se necessários. Foi com essa missão que Gorbachev chegou, em 1985, à liderança da URSS. A era Gorbachev (1985-1991) e o fim da União Soviética Sua plataforma política defendia a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental. Dentre as reformas propostas por Gorbachev, temos a Perestroika e a Glasnost: - Perestroika (reestruturação): série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbatchov, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou em diminuição de armamentos. Além disso, era preciso acabar com a ditadura, desmontando o aparelho repressor erigido na era Stálin. - Glasnost (transparência) : visava a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo para a população, permitindo o pluripartidarismo e retirando a forte censura que o governo comunista impunha. Esta abertura política desencadeou uma série de movimentos separatistas na URSS, levando à sua completa fragmentação política. Gorbachev sofreu um golpe de Estado, liderado pelos comunistas conservadores, porém, o golpe fracassou e Mikhail foi reconduzido ao poder com o apoio de Boris Yeltsin. No entanto, o poder central se enfraqueceu, visto que as repúblicas – uma a uma – proclamavam sua independência política. A cartada final ocorreu em dezembro de 1991, quando a própria Rússia, sustentáculo da União Soviética, proclamou a sua independência. Com o fim da União Soviética um novo acordo foi firmado (acordo de Minsk), originando a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), composto pelas antigas repúblicas soviéticas, exceto Estônia, Letônia e Lituânia. Boris Yeltsin foi eleito o novo presidente, renunciando em dezembro de 1999. Em seu lugar, Vladimir Putin foi eleito em março de 2000.

A Nova Ordem Mundial

A Nova Ordem Mundial resultou do colapso da URSS que extinguiu a ordem da Guerra Fria. Se até a década de 1940 a URSS apresentou grande crescimento econômico, esse quadro não se manteve no pós-Guerra. O ritmo de crescimento econômico diminuiu implicando problemas até para a manutenção da qualidade de vida da população. São fatores da crise da economia soviética:

• Burocratização da economia. A atividade econômica soviética era controlada de forma rígida pelo governo. Esses dispositivos de controle estatal funcionaram enquanto a economia, na primeira metade do século XX, era mais simples. A necessidade de decisões econômicas mais rápidas no cenário dos anos 70 fez com que a economia soviética, emperrada em regras rigorosas e restritivas, reduzisse seu crescimento. Além disso, o estatismo econômico reduziu a iniciativa por inovações e ganho de produtividade das pessoas e empresas.
• Gastos na Guerra Fria. A Corrida Espacial e a Corrida Armamentista geravam gastos elevados que não davam retorno econômico. Esses gastos drenavam os recursos que poderiam ser usados na produção.
• Nacionalismo. A URSS jamais conseguiu anular os sentimentos nacionais das diferentes repúblicas assim como as rivalidades entre elas.

A crise econômica que avizinhava a URSS foi mascarada nos anos 70 devido aos preços elevados do petróleo no mercado internacional. Assim, com as exportações de petróleo, o país tinha recursos para sustentar a atividade econômica, os investimentos em armas e um bom padrão de vida para a população. Isso mudou nos anos 80. A queda dos preços do petróleo nos anos 80 evidenciou a crise da economia soviética e a necessidade de reformas. Foi implementada a Perestroika. Com a reestruturação econômica, o governo objetivava descentralizar as decisões dando maior autonomia para as empresas serem geridas livres da burocracia do governo. Além disso, o governo deveria diminuir os gastos militares para incentivar a produção. Para implementar a reestruturação econômica era necessário apoio político a ser conseguido dentro do próprio partido. Setores progressistas do Partido Comunista seriam mais facilmente atraídos para as reformas econômicas mediante um processo mais amplo que envolvesse abertura política: a Glasnost. A Glasnost também serviria para minar o poder dos opositores da abertura econômica. Afinal, era através dos dispositivos de censura e repressão que a “Linha Dura” do partido Comunista atuava. Com o relaxamento dessas instituições, os conservadores perderiam capacidade de ação política. Ao realizar a abertura política o Estado soviético evidenciou fraqueza diante de setores políticos historicamente reprimidos: políticos liberais e nacionalistas. O aumento das tensões culminou com a extinção da URSS em dezembro de 1991 e a formação da CEI (Comunidade de Estados Independentes). Enquanto a URSS agonizava, seu poder sobre sua esfera de influência reduzia evidenciando o esgotamento da geopolítica da Guerra Fria. Em 1989 o Muro de Berlim era derrubado; em 1990 era extinto o COMECON; em 1991, às vésperas do fim da União Soviética, terminava o Pacto de Varsóvia. A geopolítica da Guerra Fria, iniciada no pós-Guerra, chegava ao fim com a extinção de um de seus polos de poder. Era iniciada uma nova etapa da geopolítica mundial: a Nova Ordem Mundial.

Nova Ordem Mundial: novos polos de poder

As características dos polos de poder mudaram com o fim da Guerra Fria. Se EUA e URSS rivalizavam e mantinham suas regiões de influência mediante poder militar, com armas convencionais e de destruição em massa, outros aspectos garantiriam poder para os países ou grupos de países na Nova Ordem Mundial.

• Tríade – anos 90. Com o fim do socialismo soviético o capitalismo (na sua vertente neoliberal) tornou-se o sistema econômico hegemônico mundial. Assim, as maiores economias do mundo caracterizavam-se como países de maior influência no Sistema Internacional. Seriam eles: EUA (maior economia do mundo), Japão (20 maior economia mundial nos anos 90) e União Européia que congregava países como Alemanha (unificada), França e Reino Unido.
• Poder Unimultipolar – 2001. No ano de 2001 os EUA foram atacados em seu território nos episódios de 11 de setembro. A reação americana envolveu o lançamento de um novo modelo geopolítico – a Doutrina Bush – que dava ao país o direito de pressionar ou atacar “preventivamente” os países que potencialmente atentassem contra suas necessidades ou sua segurança. Mesmo com a oposição de potencias mundiais como Rússia, França e Alemanha, os EUA conseguiram viabilizar ações como as guerras do Afeganistão e, principalmente, do Iraque. Para alguns analistas, esse fato evidenciava a formação de um mundo unipolar no qual os Estados Unidos seriam potência hegemônica pois aliavam poder militar (convencional e nuclear) e econômico.

• Multipolaridade – 2008. A crise econômica mundial de 2008 fragilizou a economia dos países centrais aumentando a inserção de países semi-periféricos no Sistema Internacional. Grandes economias como a do Brasil, da China, da Índia e da Rússia fizeram desses países importantes jogadores do Sistema Internacional. A atuação desses países é ainda mais destacada em conjuntos como BRIC, MERCOSUL e G-20. A Nova Ordem Mundial é palco da intensificação do processo de globalização e da difusão de um meio tecnificado por recursos de informática e telecomunicações. É importante o entendimento do processo de globalização, da produção do meio tecnificado, das suas relações e consequências.