terça-feira, março 14, 2017

Materiais Complementares sobre Ordem Mundiais - Guerra Fria e Nova Ordem Mundial

Resumão Ordens Mundiais




Ideologia, Quadrinhos, Games, Street Fighter e Guerra Fria


O começo do fim


Da URSS à Rússia.


Vídeo sobre o fim da URSS (VALE PELA INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA - Alguns erros conceituais são apresentados)



RESUMÃO - ORDENS MUNDIAIS


RESUMÃO

10/03/2017
Ordens Mundiais

Breve resumo do conteúdo abordado em sala.


As ordens Mundiais


RESUMÃO

Ordens Mundiais
“Nada é constante neste mundo a não ser a inconstância.”
Jonathan Swift


COMO ERA A DISPUTA NA GUERRA FRIA
+ Corrida armamentista: disputa para ver quem conseguiria ter a melhor e maior produção bélica mundial.
+ Corrida espacial: na briga para ver quem chegava ao espaço primeiro, os soviéticos levaram a melhor com Yuri Alekseievitch Gagarin em 1961.
+ Disputa por áreas de influência: espaços conflituosos eram logo divididos também em relação aos apoios. Quando EUA apoiava certo grupo ou país, a URSS apoiava seu oponente.
Durante a Segunda Guerra Mundial foram realizadas diversas conferências cuja pauta era assuntos de guerra e a economia dos países participantes, bem como a dos demais países no mundo, além do restabelecimento da paz. Dessas conferências, as duas últimas, entre as listadas abaixo, foram as responsáveis pelo início de um novo ciclo de divergências e tensões em todo o mundo, mantendo uma paz estratégica que foi denominada de Guerra Fria.

Cronologicamente são elas:

- Conferência de Casablanca - 14 a 24 de Janeiro de 1943.
- Conferência de Teerã - 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1943.
- Conferência de Bretton Woods - 1 de julho de 1944 – 22 de julho de 1944.
- Conferência de Yalta - 4 a 11 de Fevereiro de 1945.

- Conferência de Potsdam - 17 de Julho a 2 de Agosto de 1945.

GUERRA FRIA

Após o término da 2ª Guerra Mundial, o mundo se viu dividido em dois blocos opostos que haviam sobrevivido ao conflito. De um lado estavam os EUA, defensores do capitalismo, de outro estava a URSS, defensora do socialismo. Dentro da disputa destes dois opostos podemos compreender o que se passou na história desde 1945 até 1991 (ano da desagregação da União Soviética).

· Ordem Bipolar – Por serem superpotências econômicas e militares, EUA e URSS influenciavam outras nações, que a eles se aliaram na formação dos dois grandes blocos que polarizaram a economia e a sociedade do pós - segunda guerra. Essa situação perdurou até a década de 1990.
· Muro de Berlim – Em 1949, como consequência da bipolarização, os países da Europa alinharam-se em dois blocos: a Europa Ocidental capitalista, sob a influência dos EUA, e a Europa Oriental socialista, sob a influência da URSS e em 1961 foi construído o muro de Berlim. A partir de 1990, praticamente todos os países do bloco socialista passaram a adotar o capitalismo. Atualmente, praticamente somente China, Cuba e Coréia do Norte continuam socialistas, embora incluam em sua economia algumas características do capitalismo. Com o fim da União Soviética em 1991 e a consequente dissolução do socialismo, os Estados Unidos viram-se transformados em “vencedores” da Guerra Fria, assumindo o papel de grande potência mundial. Porém, apesar do grande poderio norte-americano, Japão e Alemanha (reunificada) também apareciam como polos da economia mundial, formando uma nova era multipolar, em detrimento da bipolaridade outrora existente. Desta forma, temos o mundo sob a influência de três grandes polos, os EUA, o Japão e a Europa, representada pela União Europeia, tendo Alemanha, França e Reino Unido como sustentáculos econômicos.

O FIM DA GUERRA FRIA

Muito se discute sobre uma possível data que marque o fim da Guerra Fria, o fato é que uma série de acontecimentos desencadearam a dissolução do conflito Leste x Oeste. A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Os Estados Unidos assumiram o papel de única superpotência, os conflitos étnicos e nacionais ressurgiram com força total, e o poder não é mais de quem tem armas mais poderosas, mas de quem tem a economia mais forte. Veremos a seguir alguns fatores responsáveis pelo fim da bipolaridade mundial. A crise da URSS A economia soviética teve um considerável sucesso no período em que o mundo se guiava pelos padrões tecnológicos estabelecidos pela II Revolução Industrial (industrias de siderurgia, química, petrolífera, aeronáutica, naval, etc). Isto colocou a URSS em igualdade com as economias capitalistas e em alguns momentos à frente, como o lançamento do primeiro satélite Sputnik I, em 1957, e o primeiro homem em órbita ao redor da Terra, Iúri Gagárin, em 1961. Guiados pelo padrão tecnológico da II Revolução Industrial, a URSS priorizou indústrias de bens de produção e de capital, com grande prioridade para a indústria bélica. Isto porém virou um problema na medida em que as indústrias de bens de produção não possuíam os devidos investimentos, gerando um grande descompasso econômico, com produções excessivas de ferro e aço de um lado, e a carência de eletrodomésticos e automóveis de outro. O quadro crítico acentua-se a partir da década de 1970, com a chamada Terceira Revolução Industrial, que demanda altos investimentos em pesquisa e tecnologia favorecendo o crescimento de setores como a informática e a robótica (estes exigem uma economia mais dinâmica, baseada numa economia de mercado).

A URSS começa a se defasar econômica e tecnologicamente em meados de 1970, sendo reconhecida apenas por seu poderio militar, seu arsenal nuclear e sua capacidade de destruição em massa. Graças a seu baixo dinamismo econômico, sua produtividade industrial não acompanhava nem de longe os avanços dos países capitalistas desenvolvidos mais competitivos. Seu parque industrial, sucateado, era incapaz de produzir bens de consumo em quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se generalizava. A situação agravasse nos anos 80, com o governo norte-americano de Ronald Reagan, que aumentou os orçamentos com defesa. Como a União Soviética não tinha mais condições de continuar com a corrida armamentista, os acordos de paz entre as duas superpotências tornaram-se necessários. Foi com essa missão que Gorbachev chegou, em 1985, à liderança da URSS. A era Gorbachev (1985-1991) e o fim da União Soviética Sua plataforma política defendia a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental. Dentre as reformas propostas por Gorbachev, temos a Perestroika e a Glasnost: - Perestroika (reestruturação): série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbatchov, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou em diminuição de armamentos. Além disso, era preciso acabar com a ditadura, desmontando o aparelho repressor erigido na era Stálin. - Glasnost (transparência) : visava a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo para a população, permitindo o pluripartidarismo e retirando a forte censura que o governo comunista impunha. Esta abertura política desencadeou uma série de movimentos separatistas na URSS, levando à sua completa fragmentação política. Gorbachev sofreu um golpe de Estado, liderado pelos comunistas conservadores, porém, o golpe fracassou e Mikhail foi reconduzido ao poder com o apoio de Boris Yeltsin. No entanto, o poder central se enfraqueceu, visto que as repúblicas – uma a uma – proclamavam sua independência política. A cartada final ocorreu em dezembro de 1991, quando a própria Rússia, sustentáculo da União Soviética, proclamou a sua independência. Com o fim da União Soviética um novo acordo foi firmado (acordo de Minsk), originando a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), composto pelas antigas repúblicas soviéticas, exceto Estônia, Letônia e Lituânia. Boris Yeltsin foi eleito o novo presidente, renunciando em dezembro de 1999. Em seu lugar, Vladimir Putin foi eleito em março de 2000.

A Nova Ordem Mundial

A Nova Ordem Mundial resultou do colapso da URSS que extinguiu a ordem da Guerra Fria. Se até a década de 1940 a URSS apresentou grande crescimento econômico, esse quadro não se manteve no pós-Guerra. O ritmo de crescimento econômico diminuiu implicando problemas até para a manutenção da qualidade de vida da população. São fatores da crise da economia soviética:

• Burocratização da economia. A atividade econômica soviética era controlada de forma rígida pelo governo. Esses dispositivos de controle estatal funcionaram enquanto a economia, na primeira metade do século XX, era mais simples. A necessidade de decisões econômicas mais rápidas no cenário dos anos 70 fez com que a economia soviética, emperrada em regras rigorosas e restritivas, reduzisse seu crescimento. Além disso, o estatismo econômico reduziu a iniciativa por inovações e ganho de produtividade das pessoas e empresas.
• Gastos na Guerra Fria. A Corrida Espacial e a Corrida Armamentista geravam gastos elevados que não davam retorno econômico. Esses gastos drenavam os recursos que poderiam ser usados na produção.
• Nacionalismo. A URSS jamais conseguiu anular os sentimentos nacionais das diferentes repúblicas assim como as rivalidades entre elas.

A crise econômica que avizinhava a URSS foi mascarada nos anos 70 devido aos preços elevados do petróleo no mercado internacional. Assim, com as exportações de petróleo, o país tinha recursos para sustentar a atividade econômica, os investimentos em armas e um bom padrão de vida para a população. Isso mudou nos anos 80. A queda dos preços do petróleo nos anos 80 evidenciou a crise da economia soviética e a necessidade de reformas. Foi implementada a Perestroika. Com a reestruturação econômica, o governo objetivava descentralizar as decisões dando maior autonomia para as empresas serem geridas livres da burocracia do governo. Além disso, o governo deveria diminuir os gastos militares para incentivar a produção. Para implementar a reestruturação econômica era necessário apoio político a ser conseguido dentro do próprio partido. Setores progressistas do Partido Comunista seriam mais facilmente atraídos para as reformas econômicas mediante um processo mais amplo que envolvesse abertura política: a Glasnost. A Glasnost também serviria para minar o poder dos opositores da abertura econômica. Afinal, era através dos dispositivos de censura e repressão que a “Linha Dura” do partido Comunista atuava. Com o relaxamento dessas instituições, os conservadores perderiam capacidade de ação política. Ao realizar a abertura política o Estado soviético evidenciou fraqueza diante de setores políticos historicamente reprimidos: políticos liberais e nacionalistas. O aumento das tensões culminou com a extinção da URSS em dezembro de 1991 e a formação da CEI (Comunidade de Estados Independentes). Enquanto a URSS agonizava, seu poder sobre sua esfera de influência reduzia evidenciando o esgotamento da geopolítica da Guerra Fria. Em 1989 o Muro de Berlim era derrubado; em 1990 era extinto o COMECON; em 1991, às vésperas do fim da União Soviética, terminava o Pacto de Varsóvia. A geopolítica da Guerra Fria, iniciada no pós-Guerra, chegava ao fim com a extinção de um de seus polos de poder. Era iniciada uma nova etapa da geopolítica mundial: a Nova Ordem Mundial.

Nova Ordem Mundial: novos polos de poder

As características dos polos de poder mudaram com o fim da Guerra Fria. Se EUA e URSS rivalizavam e mantinham suas regiões de influência mediante poder militar, com armas convencionais e de destruição em massa, outros aspectos garantiriam poder para os países ou grupos de países na Nova Ordem Mundial.

• Tríade – anos 90. Com o fim do socialismo soviético o capitalismo (na sua vertente neoliberal) tornou-se o sistema econômico hegemônico mundial. Assim, as maiores economias do mundo caracterizavam-se como países de maior influência no Sistema Internacional. Seriam eles: EUA (maior economia do mundo), Japão (20 maior economia mundial nos anos 90) e União Européia que congregava países como Alemanha (unificada), França e Reino Unido.
• Poder Unimultipolar – 2001. No ano de 2001 os EUA foram atacados em seu território nos episódios de 11 de setembro. A reação americana envolveu o lançamento de um novo modelo geopolítico – a Doutrina Bush – que dava ao país o direito de pressionar ou atacar “preventivamente” os países que potencialmente atentassem contra suas necessidades ou sua segurança. Mesmo com a oposição de potencias mundiais como Rússia, França e Alemanha, os EUA conseguiram viabilizar ações como as guerras do Afeganistão e, principalmente, do Iraque. Para alguns analistas, esse fato evidenciava a formação de um mundo unipolar no qual os Estados Unidos seriam potência hegemônica pois aliavam poder militar (convencional e nuclear) e econômico.

• Multipolaridade – 2008. A crise econômica mundial de 2008 fragilizou a economia dos países centrais aumentando a inserção de países semi-periféricos no Sistema Internacional. Grandes economias como a do Brasil, da China, da Índia e da Rússia fizeram desses países importantes jogadores do Sistema Internacional. A atuação desses países é ainda mais destacada em conjuntos como BRIC, MERCOSUL e G-20. A Nova Ordem Mundial é palco da intensificação do processo de globalização e da difusão de um meio tecnificado por recursos de informática e telecomunicações. É importante o entendimento do processo de globalização, da produção do meio tecnificado, das suas relações e consequências.

quarta-feira, março 08, 2017

Geografia Crítica - Yves Lacoste

A Geografia de Yves Lacoste

 Yves Lacoste, geógrafo e geopolítico francês é considerado como um dos fundadores da geografia moderna, em 1976 escreveu o livro A geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra, título que depois foi substituído por Geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, pois os leitores estavam assimilando a geografia como uma ciência de estratégias de guerra apenas, sendo o objetivo do autor mostrar que elaborar estratégias militares é a função mais antiga da geografia cientifica. Em seu livro o autor faz duras críticas à velha geografia, afirmando que ela sempre existiu a serviço da dominação, do poder e afirma que a geopolítica, “não é a caricatura e nem uma pseudogeografia, ela seria o âmago da geografia, a sua verdade mais profunda e recôndita”. (Lacoste, 1993, p.2), sendo uma das suas maiores preocupações a manipulação do individuo através do ensino da geografia que era totalmente despolitizado e limitava a visão a cerca das potencialidades dessa disciplina. Diante da ameaça que a geografia, serve para fazer a guerra, alguns conteúdos foram retirados, dando a está um caráter exclusivamente enciclopédico não permitindo no individuo reflexões sociais, pois seu objetivo era formar pessoas obedientes ao sistema, com uma visão de mundo limitada e fáceis de serem manipulados. Em seu livro Lacoste sustenta a idéia de que a geografia subdivide-se em duas formas, Geografia dos Estados Maiores e a Geografia dos Professores. A Geografia dos Estados Maiores reuni um conjunto de representações e conhecimentos do espaço utilizado pelos detentores de poder. A Geografia dos professores é mais recente, criada com o objetivo de furtar da geografia a sua importância estrategista de pensar o espaço, extraindo a razão de ser dessa disciplina, como afirmar Lacoste, “... a de melhor compreender o mundo para transformá-lo, a de pensar o espaço para que nele se possa lutar de forma mais eficaz”. (1993, p.3) A partir dos vários questionamentos levantados por Lacoste no inicio do seu livro, como: “Para que serve a geografia? Qual é a sua função social? Possui ela alguma outra utilidade que não seja a de dar aulas de Geografia? Ela é ou não é ciência?“, podemos refletir que a geografia é uma ciência estrategista que nos fornece conhecimentos variados sobre o espaço e serve em primeiro lugar para promover a paz, por que não?

 Bibliografia: LACOSTE, Yves. A geografia, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Tradução Maria Cecília França. Campinas: Papirus, 1993
 Fonte: http://flaviaribeirogeografia.blogspot.com.br/2012/04/geografia-de-yves-lacoste.html?m=1