quinta-feira, março 31, 2011
Cientistas elaboram mapa da gravidade da Terra!!!
quarta-feira, março 23, 2011
CARTOGRAFIA: A ARTE DE REPRESENTAR A TERRA!!!
CARTOGRAFIA: A ARTE DE REPRESENTAR A TERRA
A Geografia precisa situar com precisão na superfície da Terra aquilo que quer estudar e analisar. A elaboração de mapas nasceu da necessidade de representar a forma da Terra e dos continentes e medir as distâncias entre lugares.
A cartografia é a ciência e a arte da representação gráfica da superfície terrestre. O seu produto final é o mapa. Os mapas são fundamentais para a Geografia pois nada mais são do que a representação total ou parcial do espaço geográfico.
Ciência antiga
Desde a Antiguidade há a preocupação de se elaborar vários tipos de mapas. Até a metade do século XV, os mapas eram representações de descrições de itinerários para viajantes, mas não representavam fielmente a realidade do espaço terrestre.
No final da Idade Média começaram a ser desenhados os portulanos, verdadeiros mapas em duas dimensões: indicavam a posição dos portos e o contorno das costas.
A partir do século XVII desenvolveu-se a ciência geodésica, que permitiu calcular com mais correção a latitude e a longitude de um determinado ponto e a altitude de um lugar em relação ao mar.
Tecnologias modernas
Atualmente, os meios mais modernos utilizados pela cartografia são as fotografias aéreas, o sensoriamento remoto e a informática, que auxilia na precisão dos cálculos.
A fotografia aérea, realizada de aviões, proporciona o material básico para a elaboração de mapas. As fotografias são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Graças a elas representam-se os detalhes da superfície do solo. Sobre o terreno, o topógrafo completa o trabalho, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.
Outra técnica cartográfica é o sensoriamento remoto. Consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações sobre a superfície do planeta ou da atmosfera.
Projeções cartográficas
A melhor maneira de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Mas para conhecer melhor a superfície do planeta são necessários mapas planos. No entanto, converter um corpo esférico como a Terra numa figura de superfície plana não pode ser feito sem deformar sua representação. Os cartógrafos desenvolveram vários métodos chamados projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.
Porém, toda projeção resulta em deformações e incorreções. Em cada projeção há concessões: para representar corretamente uma característica, outras são distorcidas. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. O cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.
Tipos de projeções
Como as deformações são inevitáveis, cada tipo de projeção é classificado de acordo com a característica que permanece correta. Assim, as chamadas projeções eqüidistantes mantêm as distâncias corretas; as projeções "conformes" são as que mantêm a igualdade dos ângulos e das formas dos continentes; e as equivalentes mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas.
Existem três principais tipos de projeção:
Cilíndricas: uma das mais utilizadas é a de Mercator (1512-1594), com uma visão do planeta centrada na Europa. Outro exemplo é a do cartógrafo contemporâneo Arno Peters, que divulgou em 1973 uma projeção que reflete corretamente as dimensões das áreas dos continentes.
Cônicas: são mais usadas para representar as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas.
Azimutais: também chamadas planas ou zenitais, têm um ponto de vista central, mas deformam áreas distantes desse ponto. São as preferidas para representar as áreas polares.
Escalas
Escala é o nome que se dá à relação entre as dimensões reais da área na superfície terrestre e sua representação no mapa. Em todos os mapas corretamente representados podemos encontrar essa medida, expressa graficamente ou em números.
A escala numérica pode ser representada por uma fração ordinária (por exemplo, 1/500.000) ou por uma razão, como 1:500.000. Essa escala significa que cada centímetro no mapa representa 500.000 centímetros (ou seja, 5 km) no terreno.
A escala gráfica aparece nos mapas como uma linha reta dividida em partes iguais, como no exemplo:
Escalas grandes e pequenas
Quanto maior for o denominador, menor será a escala. Imagine que a relação seja a mesma de fatiar uma pizza, cortada em oito ou em oitenta pedaços. Quanto menor for o número de fatias, maior será cada uma delas. Com as escalas dos mapas acontece o mesmo. Uma área representada na escala 1:500 foi reduzida 500 vezes para caber no papel. Outra área, na escala 1:500.000, foi reduzida 500 mil vezes. Portanto, a escala 1:500 é maior. E quanto maior for a escala, maior será o detalhamento da área representada.
A linguagem dos mapas
Todo mapa é uma representação da realidade. Porém, nenhum mapa consegue captar todos os elementos que fazem parte da realidade. Por mais precisas que sejam, as representações sempre carregam algum grau de incertezas e limitações. Ao se reduzir as dimensões do fato que se deseja representar, é necessário também simplificar e resumir as informações que o espaço real contém. Transformar essas informações em um conjunto de símbolos que possam ser lidos, analisados e interpretados é a tarefa do cartógrafo.
O alfabeto cartográfico
Os mapas, como um meio de comunicação, têm sua linguagem própria, e o seu "alfabeto" é composto de símbolos arranjados em padrões específicos. Para compreender um mapa é necessário que a informação possa ser entendida com facilidade.
Os principais símbolos utilizados nos mapas são de três tipos: pontos, linhas e áreas. A maneira de apresentá-los pode mudar em relação à escala, ao objetivo do mapa, ou de acordo com o fenômeno a ser observado. Se aquilo que se deseja representar é pouco extenso e bem localizado – os principais núcleos urbanos de um território –, pode-se utilizar pontos (círculos, quadrados etc.); se, ao contrário, o que se quer representar é extenso – como regiões agrícolas –, é preferível utilizar áreas (cores, tramas etc.).
Informações qualitativas e quantitativas
Os mapas podem apresentar informações qualitativas, ou seja, em que cada elemento presta um tipo de informação por si mesmo; ou podem apresentar informações quantitativas, em que é necessário fazer a relação entre os elementos para obter a informação transmitida pelo mapa.
Um exemplo de informação qualitativa é a representação de uma casa (ponto), de uma estrada (linha) ou de um campo cultivado (área).
Nos mapas de informações qualitativas, o uso de cores, tonalidades e hachuras, padrões de arranjo ou de orientação dos elementos serve apenas para diferenciá-los, dando-lhes identidade.
Já nos mapas onde se obtêm informações quantitativas, os pontos, as linhas e as áreas são diferenciados entre si com o uso de recursos visuais, como tamanho, padrão de textura utilizado, valor atribuído a cada cor ou intensidade das tonalidades das cores utilizadas.
Convenções e legendas
Convenções são os sinais ou símbolos, como cores e figuras, usados para representar os fenômenos desejados no mapa. A maioria das figuras e cores é reconhecida internacionalmente. O conjunto dos símbolos usados no mapa constitui a sua legenda.
Representação do relevo terrestre
As principais formas de representação do relevo terrestre são os mapas com curvas de nível, os mapas com gradação de cores, as hachuras e o perfil topográfico.
Curvas de nível
As curvas de nível são linhas que ligam pontos ou cotas de altitude em intervalos iguais. A partir delas pode-se construir um tipo de gráfico especial, chamado perfil topográfico. Curvas de nível muito juntas indicam um terreno muito inclinado, e afastadas significam uma inclinação mais suave.
Cores e hachuras
As hachuras e a gradação de cores representam o terreno com uma informação visual imediata e direta. As hachuras representam o relevo por meio de um conjunto de linhas paralelas ou próximas umas às outras. Quanto mais intensas, mais inclinado é o terreno.
A gradação de cores faz o mesmo utilizando uma gama de tonalidades em que são atribuídos valores numéricos aos tons e às cores.