quinta-feira, janeiro 03, 2013

CRÔNICA DO DIA - O dia em que um Brasileiro foi mais do que um mero candidato a burguês acomodado.

CRÔNICA DO DIA

O dia em que um Brasileiro foi mais do que um mero candidato a burguês acomodado.

por Flávio Bueno

Estou assistindo um monte de gente postar fotos e vangloriar a atitude do Zeca Pagodinho... e como estava atribulado não entendi o porquê... Assistindo o JN percebi, entendi e recebi a tapa na cara!!! DICA DO DIA!!! BABEM OVO, PUCHEM O SACO mesmo do ZECA, e confesso aos senhores, tenho muito amigo que precisa desta tapa, precisa sentir vergonha do que fala e do que deixa de fazer por este país. ELE, o ZECA, não precisa disso, ele tem DINHEIRO... Ele é RICO... e não tem vergonha de gozar das coisas bacanas que o mundo pode nos oferecer, muito menos daquilo que o dinheiro nos proporciona. Contudo, só o é pelo seu talento, não só o de cantar ou o de compor, e sim, por seu carisma, seu afeto, sua alegria, etc. Esta é a SUA verdadeira riqueza. Carisma este que o faz sair em um veículo motorizado, sem capota, em meio à destruição e a chuva, durante a madrugada, simplesmente tentando fazer a sua parte, AJUDAR. E se emocionou verdadeiramente por isso. ESTE (já o respeitava por demais, agora virou ídolo), não explorou a pobreza de ninguém para tal, assim como o capitalismo faz com grande parte dos países pobres deste planeta. Não tem vergonha de suas raízes e não fica cuspindo no prato que come, nem se esquecem de onde tira seu sustento, o povo, suas origens, sua moral, sua ética, sua educação, sua fé, etc, que nem é católica ou evangélica, aliás, isto não interessa, caridade sim. ESTE SENHOR merece nosso respeito, merece nossa consideração, merece ser EXEMPLO de conduta. ESTE SENHOR deu uma entrevista e não criticou o governo A ou B. Apenas pediu ajuda a qualquer cristão que estivesse lá, inclusive à mídia que contribui, e muito, com a informação, mas que poderia ter maior responsabilidade com os conceitos e definições aplicadas à cobertura jornalística de qualidade (este é um tópico para outra crônica direcionada aos meus alunos de Ensino Médio). Em outras palavras, fazer um pouco mais do que apenas criticar. O capitalismo financeiro, tão criticado pelo Papa Bento na mensagem de “Happy New Year”, não compra este tipo de atitude, infelizmente para nós. O ano começa, e alguns problemas persistem, mas a visão de que o nosso país tem melhorado, ano após ano também se insere nesta perspectiva. Esse povo é muito rico, rico é boas atitudes que não podem ser apagadas pela má conduta de alguns. Assisto a morte do jovem em um restaurante em São Paulo e muitos atribuem à este fato a realidade de um povo. Mire-se se exemplo das Mulheres de Atenas, já dizia o Grande Francisco Buarque de Holanda, ou seja, mirem-se, sigam, copiem, divulguem, comprometam-se a seguir os bons exemplos deste país. E SEU ZECA. Você é um puta exemplo. Pobre pode ficar rico, já o rico (ou todos os que se acham superiores por estarem em uma camada social superior) não pode se enveredar no obscuro mundo do pessimismo, sensacionalismo, sarcasmo, elitismo, que venda os olhos das camadas mais nobres de nossa sociedade e de nossa mídia.
Obrigado Zeca Pagodinho por dar uma tapa na cara de muito babaca que permanece com as nádegas sobre o colchão de molas ensacadas, achando que este país é o pior lugar do mundo. A SUA solidariedade é muito maior do que um mero exemplo. É uma esperança, uma perspectiva, de que podemos ser melhores do que somos. Conheço poucos que vislumbram o sucesso e não sem corrompem pelo mesmo. Que melhora sua vida e não se sente superior. Neste contexto vale um salve ao meu amigo Gut Oliveira por seu exemplo, e ele sabe o porquê que digo isso! Poucos que ainda não perceberam que um País rico é, literalmente, um país sem pobreza, sem exploração das mazelas sociais, sem a venda da miséria e dos complexos problemas a ela associada. Um salve aos seres de bom coração que tem a ambição de crescer sem ter que necessariamente passar por cima de alguém. Um salve ao povo que não desiste, que erra, mas, que erra por toda uma complexibilidade histórica de 500 anos comandados por patrões e intelectuais que se esqueceram de um povo maravilhoso, uma retórica que nos aflige diariamente, uma dialética imoral e que ainda persiste sobre os que não entendem que o maior responsável pelo país é VOCÊ.
PS: O Zeca Pagodinho não precisou ir à Alemanha para ser um cidadão respeitável e ter noção de solidariedade.

VIVA O POVO BRASILEIRO E SUA DIÁRIA LUTA POR DIAS MELHORES.

SALVE ZECA PAGODINHO..