MINI CRÔNICA DO DIA...
CHEGOU O DIA DO CAÇADOR SE BORRAR DE MEDO DA CAVERNA. SURPRESAS DO POP PAPA.
por Flávio Bueno
Quando eu tinha este discurso dentro da Igreja ouvia todas as asneiras e ofensas incrédulas e embasbacadas com discurso possíveis. Hoje, este é o discurso do Papa... Mais do que isso... É uma linha a ser seguida, um momento de transformação (um cara que eu sempre critiquei por apoiar a ditadura na Argentina, mas que hoje me surpreende com seu inflamado discurso de equidade social). Talvez, até para os mais otimistas, a perspectiva de mudança paradoxal da linha de pensamento da Igreja era impossível. Agora, no entanto, aparecem os vampiros, sugadores de alma e pele de cordeiro, sorrindo e apoiando as transformações, entretanto, não passam de caçadores viris do poder e da dominação. É no mínimo intrigante assistir membros desta turba de hipócritas pregando contra o preconceito religioso, solidariedade, tolerância. Aqueles que deitavam o malho com notável deleite nas religiões animistas, nas diferentes formas de se entender a sexualidade dos indivíduos, aos que se negavam a aceitar o divórcio (como se a pessoa fosse obrigado a viver infeliz ao lado da outra por conta de uma convenção), aos seres inundados pelo preconceito racial e de classe e aceitavam o joguete de interesses políticos individualistas que muito destes senhores que comandam a Igreja possuem, perspectivas que pouco se preocupam com a comunidade e seus problemas. Muito pelo contrário. Ainda, somos inundados por disputas nada inclusivas de poder e dominação. Vide os grupos jovens e suas relações de dependência do EGO nos famosos conselhos e grupos de dirigentes. Para alguns essa é a vitória de uma vida. A realização de um sonho. E, onde ficam os trabalhos realizados com o coração para servir a uma causa? Talvez, nobres, seja a hora de reverem a sua prática, rever os discursos, rever os seus próprios interesses. É evidente que a generalização é factualmente próxima da falta de qualidade intelectual, mas, no fim o interesse sempre permeia as relações de poder, tão criticadas por este nobre e surpreendente senhor de túnica branca e mira, que segundo alguns pesquisadores são de origem pagã, assim como uma série de símbolos “sacros”. Um dia desses, ao dirigir meu carro pelas largas avenidas do Plano Piloto, deparei com uma série de irmãs (católicas), que pediam nos semáforos em nome da divina providência. Note, divina providencia pra quem? Para aquelas senhoritas que estavam em pleno sol de 12 horas em busca de alguma contribuição ou para permear um discurso fake de um catolicismo nada solidário. Nós temos uma série de instituições empresariais católicas em Brasília, de alto padrão, poderiam abrir um pouco a mão de seu lucro e regozijar solidariedade, assim como deve asseverar os seus projetos políticos pedagógicos de filantropia. Aliás, estejam certos da opinião que emitirei: é mais fácil uma criança carente conseguir uma bolsa de estudos permanente no colégio de agnósticos do que em uma das grandes escolas cristãs do DF. No fim das contas fica a lição. Nunca abandonei minhas perspectivas e ideias ao receber críticas de seres, com duvidosa formação ética e moral, aliás, este sempre foi um elemento motivador, pois em minha casa, me ensinaram que a fé pertence a cada um e as regras partem do interesse individual de segui-las ou não. Entretanto, estas não podem lhe causar mal ou gerar um mal a alguém. Olhe sua fé de frente, ela serve pra lhe dar conforto e não para lhe dominar. Caso contrário perde o sentido. Alguns dos senhores que babavam ovo de sacerdote (Vide, se radiografar a cintura de alguns padres desta cidade, teremos um bando de arcada dentária dependurada) talvez esta seja uma bela oportunidade de rever conceitos e métodos, e entenderem de uma vez por todas que é a hora de a Igreja servir a comunidade e não da comunidade servir aos interesses de um grupinho da igreja, que odeiam pensar na possibilidade de “largar o osso”, que teimam em roer até enjoar. Sou um rebelde... Talvez... Mas, prefiro isso a usar viseira de cavalo e ser moldado pelo interesse de dominação de um bando de anencefálicos que por muito vivem inseridos em suas malditas cavernas, obscuras e sombrias. Infelizmente, ao sair da caverna, muitos destes saem estão sedentos de sangue e poder. Pobres caçadores. Infeliz da alma que não anseia por evolução e mudança. O Papa Chico, no alto de sua popularidade, deixa o seu recado. De repente, vale a pena segui-lo. Desarme-se, Deixe seu instinto de caça dentro da caverna.