Breve
resumo do conteúdo abordado em sala.
1º
Bimestre – Prova Objetiva
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Origens do Subdesenvolvimento e DIT, Globalização e Multinacionais.
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RESUMÃO 9º ANO
Cap. 9 – Cap 11 – PROVA OBJETIVA
Origens do grau de subdesenvolvimento dos países.
As fases e doutrinas do capitalismo:
FASES:
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DOUTRINAS:
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Capitalismo Comercial
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Mercantilismo
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Capitalismo Industrial
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Liberalismo
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Capitalismo Financeiro
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Keynesianismo
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Capitalismo Informacional
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Neoliberalismo
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Considerando seu processo de desenvolvimento, costuma-se
dividir o capitalismo em quatro fases:
1. Capitalismo comercial;
Estendeu-se do fim
do século XV até o século XVIII e foi marcada pela expansão marítima das
potências econômicas da Europa Ocidental na época (Portugal, Espanha,
Inglaterra, França, etc.). Nessa época, as trocas comerciais proporcionaram
grande acumulo de capitais. A economia funcionava segundo a doutrina
mercantilista. O mercantilismo foi uma doutrina econômica adotada pelas
monarquias nacionais nos séculos XV ao XVIII e baseava-se na intervenção do Estado
na economia. O objetivo era acumular riquezas por meio da instalação de
colônias e da estruturação do comércio mundial. Isso incluía a manutenção de
uma balança comercial favorável. Um dos principais objetivos dos países
europeus passou a ser exploração de recursos naturais das colônias e a
ampliação do mercado. Estabeleceu-se, assim, uma divisão internacional do
trabalho (DIT), conhecido como Pacto Colonial ou DIT Primitiva. As colônias
passaram a constituir uma economia complementar em que vendiam produtos a
baixos preços, compravam a preços mais elevados e produziam apenas o que a
metrópoles não produziam, café, algodão, açúcar.
2. Capitalismo industrial;
Corresponde a fase
da Primeira e da Segunda Revolução industrial ocorridos no final do século XVIII,
na Europa Ocidental (Reino Unido). Um de seus aspectos mais importantes foi o
aumento da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização de
máquinas hidráulicas e a vapor, com grande incremento no volume de mercadorias
produzidas e consequente necessidade de ampliação do mercado consumidor em
escala mundial. Foi também marcado por uma crescente aceleração da circulação
de pessoas e mercadorias, graças à expansão das redes de transporte terrestre e
marítimo. O comércio não era mais a essência do sistema. Nessa nova fase, o lucro
provinha principalmente da produção de mercadorias realizada por trabalhadores
assalariados. O regime assalariado é, a relação de trabalho mais adequada ao capitalismo
e se disseminou à medida que o capital se acumulava em grande escala nas mãos
dos donos dos meios de produção, gerando lucro para o capitalista e mais-valia
ao trabalhador. O papel do Estado começou a mudar nesta época. A doutrina que melhor
correspondia aos anseios da burguesia era a o liberalismo econômico. Adam Smith
em seu livro a riqueza das nações, defendia o individuo contra o poder do
Estado e acreditava que cada um, ao buscar seu próprio interesse, contribuiria
para o interesse coletivo de modo mais eficiente. O Estado não deveria mais
atuar nem intervir na economia, mas apenas garantir a livre concorrência entre
as empresas (laissez-faire, laissez-passer). Os princípios liberais aplicados
às trocas comerciais internacionais redundaram na defesa do livre comércio, ou
seja, da redução e até abolição das barreiras para a livre circulação das
mercadorias.
3. Capitalismo financeiro;
Surge no final do
século XIX, sendo marcante o processo de concentração e centralização de
capitais. Empresas foram criadas e cresceram rapidamente: indústrias, bancos,
casas comerciais, corretores. Houve fusões e incorporações que resultaram na
formação de monopólios e oligopólios. Uma das características mais importantes
desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia
no processo produtivo, fazendo surgir as multinacionais. O crescente aumento da
produção e a industrialização expandiu-se para outros países, acirrou-se a
concorrência. Foi nesse contexto que ocorreu a expansão imperialista (neocolonial)
no século XIX, na África e na Ásia – Conferência de Berlim (1884-1885), como
forma de explorar matéria prima e gerar novos mercados consumidores. Essa
partilha imperialista consolidou a Divisão Internacional do Trabalho pela, qual
as colônias se especializaram em fornecer matérias primas baratas para os
países centrais e destes comprando os produtos manufaturados. A DIT marcou a
organização do espaço sob o capitalismo. As relações centro-periferia foram, em
grande parte, fundamentadas pela divisão entre os países industriais e os países
primários exportadores. A DIT, no entanto, não é inalterável; ela se modifica
de acordo com a conjuntura internacional. As crises do capitalismo levam a
reestruturações econômicas e espaciais, podendo mudar o papel dos países nessa
divisão. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a formação do bloco socialista,
uma nova DIT se apresentou. Alguns países subdesenvolvidos passaram a exportar
além de matérias primas também produtos industrializados (economias
emergentes).
As crises do sistema capitalista
A primeira grande
crise do capitalismo ocorreu com a grande guerra provocados pelo imperialismo
das grandes potências. Ressentimentos nacionalistas e rivalidades políticas e
econômicas provocavam crises permanentes. O progresso da indústria, a
necessidade de escoar os produtos industrializados e a busca por novas matérias
primas e alimentos contribuíram pelas novas conquistas coloniais. A
internacionalização do capital, que atraiu a oposição do nacionalismo econômico
abalou os fundamentos da civilização européia, pôs em risco sua hegemonia e
abriu espaço para entrada de novos personagens no cenário econômico mundial A
crise econômica de 1929. O enxugamento dos recursos financeiros internos
provocou diminuição da quantidade de moeda corrente para compra de produtos.
Houve aumento excessivo da produção por parte das empresas durante a década de
1920. Com o tempo, o mercado consumidor não era mais capaz de absorver a
produção industrial o que levou a diminuição da produção e ao desemprego. Uma
onda de especulação nas bolsas de valores. Os investidores eram atraídos por
lucros que não eram mais gerados no sistema produtivo. Cada um comprava as
ações pela “certeza” que as venderia por um preço mais elevado.
OS EFEITOS DA CRISE
Em outubro de 1929,
ocorreu a quebra da bolsa em New York: Os preços das ações despencaram. Os
investidores correram para se desfazer de seus papéis, a qualquer preço. A
crise de 1929 foi o marco inicial de um período de recessão econômica e
desemprego que se estendia em todo mundo. Em muitos países, o Estado passou a
interferir na economia. O New Deal (novo acordo), programa econômico e social,
voltado ao combate ao desemprego e á ajuda aos carentes. Na Europa cria-se o
“Estado do bem-estar social”. Uma política de garantia de saúde, educação e aposentadoria
aos cidadãos.
4. Capitalismo técnico-científico
informacional.
A nova fase do
capitalismo nos trouxe uma profunda transformação de conceitos, que acabam por
reconfigurar a própria forma de trabalhar com a informação. Em meio a um
desdobramento acelerado de culturas – permeadas pelos novos elementos e códigos
que a revolução digital nos trouxe – a relação entre o indivíduo e a informação
mudou drasticamente. O que antes era elemento de fomento de um determinado
conhecimento, muitas vezes generalista, passou a ser um instrumento decisório
cada vez mais específico, em alguns momentos sendo mais do que uma parcela da confusão
de um conhecimento maior, mas o conhecimento em si.
5. GLOBALIZAÇÃO
O que é
globalização? A difusão do termo globalização ocorreu por meio da imprensa
financeira internacional, em meados da década de 1980. Depois disso, muitos
intelectuais dedicaram-se ao tema, associando-a à difusão de novas tecnologias
na área de comunicação, como satélites artificiais, redes de fibra ótica que
interligam pessoas por meio de computadores, entre outras, que permitiram
acelerar a circulação de informações e de fluxos financeiros. Globalização
passou a ser sinônimo de aplicações financeiras e de investimentos pelo mundo
afora. Além disso, ela foi definida como um sistema cultural que homogeneíza,
que afirma o mesmo a partir da introdução de identidades culturais diversas que
se sobrepõem aos indivíduos. Por fim, houve quem afirmasse estarmos diante de
um cidadão global, definido apenas como o que está inserido no universo do
consumo, o que destoa completamente da idéia de cidadania (Ribeiro, 1995).
Porém "No debate sobre a globalização não temos encontrado análises que
consideram os fragmentos que ele acarreta. Ao contrário, ressaltam-se as suas
vantagens aparentes, porém sem configurá-la com maior precisão" (Ribeiro,
1995:18). A globalização é discutida, segundo as categorias tempo/espaço, no
âmbito do sistema-mundo, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação,
mercado mundial e lugar. Tornada paradigma para a ação, a globalização reflete
nos Estados-nação exigindo um protecionismo que em tese se contradiz com a
demanda "livre e global" apregoada pelos liberais de plantão. Porém,
ao olhar para o lugar, para onde as pessoas vivem seu cotidiano, identifica-se
o lado perverso e excludente da globalização, em especial quando os lugares
ficam nas áreas pobres do mundo. Ao reafirmar o mesmo, a globalização econômica
não consegue impedir que aflorem os outros, resultando em conflitos que muitos
tentam dissimular como competitividade entre os Estados-nação e/ou corporações
internacionais, sejam financeiras ou voltadas à produção. A globalização é
fragmentação ao expressar no lugar os particularismos étnicos, nacionais,
religiosos e os excluídos dos processos econômicos com objetivo de acumulação
de riqueza ou de fomentar o conflito (Ribeiro, 2001). A obra de Milton Santos
contribuiu para precisar o fenômeno da globalização. Mas o autor queria mais.
Ela chegou a propor uma outra globalização, baseada na solidariedade, embora
reconhecesse que ela afetou a cultura atual.
O MUNDO COMO FÁBULA,
COMO PERVERSIDADE E COMO POSSIBILIDADE
A GLOBALIZAÇÃO COMO
FÁBULA
"[...] A máquina ideológica que sustenta
as ações preponderantes da atualidade é feita de peças que se alimentam mutuamente
e põe em movimento os elementos essenciais à continuidade do sistema. Damos
aqui alguns exemplos. Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer
que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas. A partir
desse mito e do encurtamento das distâncias - para aqueles que realmente podem
viajar - também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. É como se o
mundo houvesse tornado, para todos, ao alcance da mão. Um mercado avassalador
dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na
verdade, as diferenças locais são aprofundadas.
Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o
mundo se torna menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania
verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado.
[...]
A GLOBALIZAÇÃO COMO
PERVERSIDADE
De fato, para a
grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma
fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta
e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a
baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas
enfermidades, como a Aids, se instalam e velhas doenças, supostamente
extirpadas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, a
despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada
vez mais inacessível. Alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais,
como os egoísmos, os cinismos, a corrupção.
A perversidade que
está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com a adesão
desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as
ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis
ao presente processo de globalização.
UMA OUTRA
GLOBALIZAÇÃO (POSSIBILIDADE)
Todavia, podemos
pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana.
As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica
[...]. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a
globalização perversa. Mas, essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros
objetivos, se forem postas ao serviço de outros fundamentos sociais e
políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam
para esta última possibilidade. [...]"
6. FASES DA INDUSTRIALIZAÇÃO
Quanto à diferença
entre Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial, pode-se afirmar que
cada uma assinalou um momento de desenvolvimento tecnológico.
A Primeira Revolução
Industrial, feita com bases técnicas mais simples (máquina a vapor, carvão como
principal fonte de energia, força de trabalho não especializada nem
qualificada), ocorreu até o fim do século XIX. Caracterizou-se pelo fato de o
Reino Unido (Inglaterra) ter sido a grande potência mundial - e principal
exemplo de industrialização - e as indústrias têxteis, o setor de vanguarda.
A Segunda Revolução
Industrial exigiu uma base técnica mais complexa (refino do petróleo, que se
tornou a principal fonte de energia do século XX, máquinas e motores mais
sofisticados e movidos a energia elétrica, mão de obra especializada) e
predominou do fim do século XIX até meados dos anos 1970. Ela se prolonga até
os nossos dias, uma vez que uma imensa parte do globo ainda não ingressou, de
fato, na Terceira Revolução Industrial e, ao mesmo tempo, existem diversos
países subdesenvolvidos - em especial na África e no sul e sudeste da Ásia –
que nem sequer consolidaram o estágio da Segunda Revolução Industrial. Os
Estados Unidos foram a grande potência econômica e o principal modelo de
industrialização dessa fase ou estágio da Revolução Industrial, caracterizada
ainda pelo predomínio da indústria automobilística e outras indústrias a ela
ligadas (petroquímica, siderúrgica, metalúrgica, etc.).
A Terceira Revolução
Industrial, também denominada revolução técnico-científica-informacional,
encontra-se em andamento desde meados dos anos 1970 e deverá desenvolver-se
mais plenamente no transcorrer do século XXI. Ela se iniciou tanto nos Estados
Unidos, sobretudo na Califórnia (informática, telecomunicações), como no Japão
(robótica, microeletrônica) e na Europa ocidental, em particular na Alemanha
(biotecnologia, química fina). É marcada pelo predomínio de indústrias
altamente sofisticadas, como as mencionadas, e que exigem muita tecnologia e
maior qualificação da força de trabalho.
7. Modelos
produtivos
Taylorismo
Teve início no
começo do século passado, tinha como objetivo principal dinamizar o trabalho na
indústria. O criador desse sistema produtivo foi Frederick Taylor, que
acreditava na especialização de tarefas, ou seja, o trabalhador desenvolvia uma
única atividade, por exemplo, alguém que colocava os faróis nos automóveis na
indústria automobilística faria apenas isso o dia todo sem conhecer os
procedimentos das outras etapas da produção, além de monitorar o tempo gasto
para a realização de tarefas e premiação àqueles que tivessem um grande
rendimento em seu trabalho.
Fordismo
Essa modalidade de
produção foi criada a partir do Taylorismo, com seu mentor Henry Ford na década
de 20. Sua ideia foi elaborada em sua própria indústria de automóvel, a Ford,
baseado na especialização da função e na instalação de esteiras sem fim na
linha de montagem, à medida que o produto deslocava na esteira o trabalhador
desenvolvia sua função. Com isso, visava diminuir o tempo gasto no trabalho,
aumentar a produtividade, diminuir o custo de produção e, principalmente,
realizar a produção em massa para o consumo ocorrer no mesmo passo.
Toyotismo
Sistema de produção
criado no Japão que tinha em sua base a tecnologia da informática e da
robótica, isso ocorreu na década de 1970, e primeiramente foi usado na fábrica
da Toyota. Nessa modalidade de produção o trabalhador não fica limitado a uma
única tarefa, o operário desenvolve diversas atividades na produção. Outra
criação desse sistema é o just-in-time, produzir a partir de um tempo já
estipulado com intenção de regular os estoques e a matéria-prima.
Volvismo
No fim do século
passado emergiu um novo modelo de organizar e gerenciar a produção industrial.
Como na maioria dos outros modelos de produção, esse foi desenvolvido na
fábrica da Volvo, e conciliou execução manual e automação. No Volvismo há um
grande investimento no trabalhador em treinamentos e aperfeiçoamento, no
sentido que esse consiga produzir por completo um veículo em todas as etapas,
além de valorizar a criatividade e o trabalho coletivo e a preocupação da
empresa com o bem estar do funcionário, bem como sua saúde física e mental.
8. CRISE DE 2008
A crise financeira
de 2008 foi a maior da história do capitalismo desde a grande depressão de
1929. Começou nos Estados Unidos após o colapso da bolha especulativa no
mercado imobiliário, alimentada pela enorme expansão de crédito bancário e
potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros, a crise financeira
se espalhou pelo mundo todo em poucos meses. O evento detonador da crise foi a
falência do banco de investimento Lehman Brothers no dia 15 de setembro de
2008, após a recusa do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em
socorrer a instituição. Essa atitude do Fed teve um impacto tremendo sobre o
estado de confiança dos mercados financeiros, rompendo a convenção dominante de
que a autoridade monetária norte-americana iria socorrer todas as instituições
financeiras afetadas pelo estouro da bolha especulativa no mercado imobiliário.
O rompimento dessa convenção produziu pânico entre as instituições financeiras,
o que resultou num aumento significativo da sua preferência pela liquidez,
principalmente no caso dos bancos comerciais. O aumento da procura pela
liquidez detonou um processo de venda de ativos financeiros em larga escala,
levando a um processo de “deflação de ativos”, com queda súbita e violenta dos
preços dos ativos financeiros, e contração do crédito bancário para transações
comerciais e industriais. A “evaporação do crédito” resultou numa rápida e
profunda queda da produção industrial e do comércio internacional em todo o
mundo. Com efeito, no último trimestre de 2008 a produção industrial dos países
desenvolvidos experimentou uma redução bastante significativa, apresentando, em
alguns casos, uma queda de mais de 10 pontos base com respeito ao último
trimestre de 2007. Mesmo os países em desenvolvimento, que não possuíam
problemas como seus sistemas financeiros, como o Brasil, também constataram uma
fortíssima queda na produção industrial e no Produto Interno Bruto (PIB). De
fato, no caso brasileiro, a produção industrial caiu quase 30% no último
trimestre de 2008 e o PIB apresentou uma contração anualizada de 14% durante
esse período.
9. CONSENSO DE
WASHINGTON
O Consenso de Washington foi a forma como ficou popularmente reconhecido um encontro ocorrido em 1989, na capital dos Estados Unidos. Nesse encontro, realizou-se uma série de recomendações visando ao desenvolvimento e à ampliação do neoliberalismo nos países da América Latina. As ideias desse encontro – tidas como um “receituário”, e não como uma imposição – já eram proclamadas pelos governos dos países desenvolvidos, principalmente EUA e Reino Unido, desde as décadas de 1970 e 1980, quando o Neoliberalismo começou a avançar pelo mundo. Além disso, instituições como o FMI e o Banco Mundial já colocavam a cartilha neoliberal como pré-requisito necessário para a concessão de novos empréstimos e cooperação econômica. Dessa forma, as recomendações apresentadas giraram em torno de três ideias principais: abertura econômica e comercial, aplicação da economia de mercado e controle fiscal macroeconômico.
Dentre as premissas básicas colocadas no Consenso de Washington, podemos destacar:
a) Disciplina fiscal, em que o Estado deveria cortar gastos e eliminar ou diminuir as suas dívidas, reduzindo custos e funcionários.
b) Reforma fiscal e tributária, em que o governo deveria reformular seus sistemas de arrecadação de impostos a fim de que as empresas pagassem menos tributos.
c) Privatização de empresas estatais, tanto em áreas comerciais quanto nas áreas de infraestrutura, para garantir o predomínio da iniciativa privada em todos os setores.
d) Abertura comercial e econômica dos países, diminuindo o protecionismo e proporcionando uma maior abertura das economias para o investimento estrangeiro.
e) Desregulamentação progressiva do controle econômico e das leis trabalhistas.
Apesar de o Brasil ter sido um dos poucos países que não aceitaram de imediato essas medidas, foi um dos que mais rapidamente as aplicou, em um processo que conheceu o seu ápice ao longo da década de 1990. A principal ação do governo brasileiro nesse sentido foi a implantação da política de privatizações, em que empresas estatais dos ramos de energia, telecomunicações, da mineração e outros foram transferidas para a iniciativa privada. O Consenso de Washington tornou-se, dessa forma, uma verdadeira “receita de bolo” para a execução das premissas neoliberais em toda a região latino-americana, que acatou as suas ideias principalmente pela pressão e influência exercidas pelo governo dos Estados Unidos e por instituições como o FMI, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD). Grupos e movimentos de esquerda e estatistas direcionam frequentes críticas ao consenso, sobretudo por considerarem que as suas ideias teriam sido direcionadas para atender aos interesses norte-americanos em toda América Latina, além de beneficiar as elites locais, favorecendo a concentração de renda nos países da região. Em oposição, esses grupos apontam que a solução para os países do sul seria adotar uma política inversa à preconizada em Washington, com uma maior intervenção do Estado na economia, além da ampliação e fortalecimento das leis trabalhistas.
10. CONSUMISMO
Obsolescência
programada e obsolescência perceptiva têm o mesmo objetivo, criar equipamentos
para ir para lixo, mas “funcionam” de formas diferentes:
A obsolescência
perceptiva acontece quando as pessoas são induzidas a consumir bens que se
tornam obsoletos antes do tempo, tendo em vista que atualmente os produtos saem
das fábricas com tempo de validade “vencido”. Isso, porque os produtos
fabricados atualmente duram muito menos tempo que os produtos de 10 anos atrás.
Os produtos atuais são mais suscetíveis a danos e quando esses necessitam de
consertos o produto na maioria das vezes é descartado ou armazenado, dado que o
seu conserto não é economicamente viável à vista do valor de um novo produto.
O termo
obsolescência programada associado a vida curta de um bem ou produto projetado
de forma que sua durabilidade ou funcionamento se dê apenas por um período
reduzido.
FONTE: SANTOS,
Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência
universal. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 17-20.