quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Texto 2 - 2º ano - Subdesenvolvimento

"O subdesenvolvimento não é, como muitos pensam equivocadamente, insuficiência ou ausência de desenvolvimento. O subdesenvolvimento é um produto ou um subproduto do desenvolvimento, uma derivação inevitável da exploração econômica colonial ou neocolonial, que continua se exercendo sobre diversas regiões do planeta".

Os países do Terceiro Mundo são subdesenvolvidos, não por razões naturais - pela força das coisas - mas por razões históricas - pela força das circunstâncias. Circunstâncias históricas desfavoráveis, principalmente o colonialismo político e econômico que manteve estas regiões à margem do processo da economia mundial em rápida evolução.7

Na verdade, o subdesenvolvimento não é a ausência de desenvolvimento, mas o produto de um tipo universal de desenvolvimento mal conduzido. É a concentração abusiva de riqueza - sobretudo neste período histórico dominado pelo neocolonialismo capitalista que foi o fator determinante do subdesenvolvimento de uma grande parte do mundo: as regiões dominadas sob a forma de colônias políticas diretas ou de colônias econômicas.8

O subdesenvolvimento é o produto da má utilização dos recursos naturais e humanos realizada de forma a não conduzir à expansão econômica e a impedir as mudanças sociais indispensáveis ao processo da integração dos grupos humanos subdesenvolvidos dentro de um sistema econômico integrado. Só através de uma estratégia global do desenvolvimento, capaz de mobilizar todos os fatores de produção no interesse da coletividade, poderão ser eliminados o subdesenvolvimento e a fome da superfície da terra.4

O maior de todos esses erros foi considerar o processo do desenvolvimento em toda parte como semelhante ao desenvolvimento dos países ricos do Ocidente. Uma espécie de etnocentrismo conduziu os teóricos do desenvolvimento a assentar as suas idéias e estabelecer os seus sistemas de pensamento em concepções de economia clássica que ignoravam quase totalmente a realidade sócio-econômica das regiões de economia ocidental capitalista, uma economia socialista em elaboração acelerada e uma rede de abastecimento e de venda no resto do mundo. Não se ocupavam, pois, das estruturas econômicas desse resto do mundo, abandonado quer aos sociólogos, quer, antes, aos folcloristas.7

Esta tremenda desigualde social entre os povos divide economicamente o mundo em dois mundos diferentes: o mundos dos ricos e o mundo dos pobres, o mundo dos países bem desenvolvidos e industrializados e o mundo dos países proletários e subdesenvolvidos. Este fosso econômico divide hoje a humanidade em dois grupos que se entendem com dificuldade: o grupo dos que não comem, constituido por dois terços da humanidade, e que habitam as áreas subdesenvolvidas do mundo, e o grupo dos que não dormem, que é o terço restante dos países ricos, e que não dormem, com receio da revolta dos que não comem.6

Um dos fatores mais constantes e efetivos das terríveis tensões sociais reinantes é o desequilíbrio econômico do mundo, com as resultantes desigualdades sociais. Constitui um dos maiores perigos para a paz o profundo desnível econômico que existe entre os países economicamente bem desenvolvidos de um lado, e de outro lado os países insuficientemente desenvolvidos. Desnível que se vem acentuando cada vez mais, intensificando as dissensões sociais e gerando a inquietação, intranqüilidade e os conflitos políticos e ideológicos.6

Ora, o problema do subdesenvolvimento não é exclusivo destes países; é antes um problema universal, que só pode ter soluções igualmente em escala universal. Viver na opulência, num mundo em que 2/3 estão mergulhados na miséria, não é apenas perigoso, é um crime. A tensão social na qual se vive hoje é, na maior parte das vezes, o produto desta conhecida injustiça social, uma vez que os povos dominados tomaram consciência da realidade sócio-econômica do mundo, nesta fase da história da humanidade que vivemos, fase de transformações explosivas, caracterizadas essencialmente por explosões diversas: a explosão psicológica dos povos explorados, não menos perigosa do que a explosão atômica com a qual se abriu uma nova era no nosso planeta: a era atômica.8

É urgente restabelecer o equilíbrio econômico do mundo aterrando o largo fosso que separa os países bem desenvolvidos dos países subdesenvolvidos, sem o que é bem difícil que se consiga a verdadeira paz e a tranqüilidade entre os homens. Nenhuma tarefa internacional se apresenta mais árdua, mas ao mesmo tempo mais promissora para o futuro do mundo, do que a do desenvolvimento econômico destas áreas mais atrasadas, onde os recursos naturais e os potenciais geográficos se conservam relativamente inexplorados.6

A paz depende mais do que nunca do equilíbrio econômica do mundo. A segurança social do homem é mais importante do que a segurança nacional baseda nas armas.8

Igualmente falso é o conceito de desenvolvimento avaliado unicamente à base da expansão da riqueza material, do crescimento econômico. O desenvovimento implica mudanças sociais sucessivas e profundas, que acompanham inevitavelmente as transformações tecnológicas do contorno natural. O conceito de desenvovimento não é meramente quantitativo, mas compreende os aspectos qualitativos dos grupos humanos a que concerne. Crescer é uma coisa; desenvolver é outra. Crescer é; em linhas gerais, fácil. Desenvolver equilibradamente, difícil.9

Cada vez se pergunta com mais insistência se desenvolver-se significa desumanizar-se, nesta frenética busca de riqueza, de acordo com a fórmula preconizada pelo Ocidente de maximizar os lucros em vez de maximizar as energias mentais que enriquecem com mais rapidez a vida dos homens e podem dar-lhes muito mais felicidade.8

O problema do desenvolvimento do Terceiro Mundo, e mesmo o do mundo inteiro que ainda se apresenta subdesenvolvido sob certos aspectos, é antes de tudo um problema de formação de homens. Se a revolução industrial dominou o século XIX, é a revolução cultural que deve dominar o século XX, isto é, a criação de uma cultura capaz de encontrar verdadeiras soluções para os grandes problemas da humanidade.8

O subdesenvolvimento é uma forma de subeducação. De subeducação, não apenas do Terceiro Mundo, mas do mundo inteiro. Para acabar com ele, é preciso educar bem e formar o espírito dos homens, que foi deformado por toda parte. Só um novo tipo de homens capazes de ousar pensar, ousar refletir e de ousar passar à ação poderá realizar uma verdadeira economia baseada no desenvolvimento humano e equilibrado.8

As contradições do desenvolvimento são múltiplas. Desenvolvimento significa ao mesmo tempo mutação e disciplina. Mas a disciplina impede muitas vezes a mutação. É o conservantismo das sociedades que alcançaram um auto grau de desenvolvimento, que se tomam como modelo ideal de sociedade e passam a combater o desejo da transformação.8

Encarar aspectos isolados do problema na luta contra o subdesenvolvimento parece-nos algo ultrapassado, pois sabemos que as fórmulas tradicionais, as medidas isoladas e as concessões limitadas não bastam. A gravidade do problema requer urgentemente a adoção de uma estratégia global do desenvolvimento, comportamento e medidas convergentes por parte dos países desenvolvidos, assim como dos países em vias de desenvolvimento.7

Só há um tipo de verdadeiro desenvolvimento: o desenvolvimento do homem. O homem, fator de desenvolvimento, o homem beneficitário do desenvolvimento. É o cérebro do homem a fábrica de desenvolvimento. É a vida do homem que deve desabrochar pela utilização dos produtos postos à sua disposição pelo desenvolvimento.8

A Agenda 21 é o principal documento resultante da Conferência das Nações Unidades para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - UNCED / Rio-92. (1992) - Capítulo 1
A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. Defrontamos-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar.

2º Ano - Texto sobre o subdesenvolvimento

SUBDESENVOLVIMENTO

Resumo: neste tutorial mostraremos porque alguns países começaram a ser chamados de países subdesenvolvidos. E como hoje é feita a divisão internacional do trabalho entre esses países e os desenvolvidos.

Países em desenvolvimento

Guerras e guerrilhas de libertação nacional varreram a África e a Ásia na década de 40 a 60. Surgiram como conseqüência, muitos Estados Novos. O mundo passou a enxergar a desigualdade que existe entre os Estados.

A ONU (Organização das Nações Unidas) faz estatísticas e avaliações que demonstram que a maioria das pessoas que faziam parte das ex-colônias tem em padrão de vida inferior ao que é considerado digno, e que a economia de seus países é bem inferior do que a de suas ex-metrópoles. Esses novos Estados asiáticos e africanos, e também latino-americanos, independentes desde o século XIX, tem graves problemas na economia, na estrutura social e política. Continuam essencialmente exportadores de matérias-primas e alimentos a preços baixos. Portanto, esses países tem uma economia frágil. Existe uma grande desigualdade social nesses países. Com isso a maioria da população vive em péssimas condições, pode ser visto facilmente se compararmos com países desenvolvidos.

A essa situação real, os especialistas chamam de subdesenvolvimento, que inclui quatro quintos da população mundial. Alguns acham mais correto dizer países não-desenvolvidos.

Essa classificação, países subdesenvolvidos, divide cerca de duzentos países em dois grupos. Essa classificação passa uma idéia de que o subdesenvolvimento é um estágio para o desenvolvimento. O subdesenvolvimento e desenvolvimento são realidades resultantes do processo do capitalismo. Com a exploração colonialista e imperialista houve uma transferência de riquezas das colônias para as metrópoles. Ou seja, hoje os países desenvolvidos eram as os que exploravam e recebiam riquezas das colônias no passado. O capitalismo da mesma forma que gerou desigualdades dentro de cada país, gerou desigualdades entre os países. Com isso podemos dizer que para haver uma inversão nisso tudo, ou seja, os países que hoje são classificados como subdesenvolvidos serem desenvolvidos, deveríamos voltar o tempo e fazer tudo ao contrário. Mas acabaria dando no mesmo, pois para um país crescer ele deve explorar outro.

Ainda é possível que um outro país subdesenvolvido consiga se desenvolver. Coréia do Sul e Cingapura são um exemplo disso. Daí muitas é preferível a denominação não-desenvolvidos, que nos transmite melhor a idéia de que são países que não estão indo para o desenvolvimento.

O mundo todo desenvolvido não é só impossível por razões econômicas, mas também por fatores ambientais. Simplesmente podemos dizer que, do ponto de vista ecológico, o padrão de desenvolvimento que há nos países ditos desenvolvidos é insustentável.

Alguns países porem, como o Brasil e a Índia, são em vários aspectos (produção industrial, disponibilidade de recursos naturais, potencial de mercado interno, como exemplo) mais ricos que alguns países ditos desenvolvidos.

Os países do Golfo Pérsico que são produtores de petróleo, possuem rendas per capita que estão entre as mais altas do mundo. Entretanto, a sua riqueza está concentrada na minoria da população, por isso não podem ser considerados países desenvolvidos. O Brasil, que também possui uma renda média alta, possui uma das piores distribuições do mundo, por isso é considerado um país subdesenvolvido.

Sendo assim, para se analisar o índice de desenvolvimento de um país e a qualidade de vida da população é necessário além dos indicadores econômicas, os indicadores sociais (expectativa de vida, analfabetismo, etc.) e os indicadores políticos. A ONU tem levantado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de quase todos os países, tendo um relatório mais preciso da qualidade de vida das populações.

Este gráfico mostra claramente a situação do mundo.

Não se deve falar apenas do antagonismo entre os países ricos e pobres, mas também dos problemas internos de cada país, que contribui em muito para os países subdesenvolvidos continuarem como estão.

Nos países subdesenvolvidos, o Estado deixa de fazer muitas de suas atribuições básicas para satisfazer os desejos da classe social ou grupo étnico dominante.

Nos países desenvolvidos é comum a ajuda do Estado, com incentivo fiscais, concessão de subsídios aos mais diversos grupos econômicos ligados ao poder. Essa situação foi mais para gerar lucros a setores de empresariados nacionais, até mesmo multinacional, do que para gerar crescimento econômico. Essas medidas são prejudiciais pois prejudicam o mercado consumidor, que paga mais caro por produtos e serviços que nem sempre são de boa qualidade.

Um exemplo é o da industria automobilística. Empresas estrangeiras, que estão protegidas por altas tarifas de importação, venderam ao Brasil, durante muitos anos, automóveis de qualidade inferior e bem mais caros, do que os carros produzidos pelas mesmas empresas nos Estados Unidos e Europa.

O desvio das funções do Estado, junto com a impunidade e o desrespeito ao povo acabam gerando, nos países subdesenvolvidos, outro problema: a corrupção. Embora também exista nos países mais ricos, é mais forte e atuante nos países em desenvolvimento, um problema que consome muitos recursos que poderiam ser usados para combater as crises sociais.

A dívida externa é outro problema que aflige esses países. Na maioria dos casos as dívidas foram contraídas por regimes ditatoriais. O dinheiro. Quando não foi usado para enriquecer membros do governo, que possuem contas em outros países, foi utilizado para realizar obras caras e duvidosas. Porém no momento de se pagar o juros dessa dívida, cara recai sobre toda a sociedade. As camadas mais pobres são as que mais sofrem com essa carga, pois quase em nada se beneficiam dos empréstimos.

Assim, só culpar as históricas dominações estrangeiras não esclarece muito a situação em que a maioria da população vive nos países subdesenvolvidos. Não podemos esquecer, do choque de interesses que existe em cada país, e os conflitos entre as classes.

Os indivíduos que tem o poder nos países subdesenvolvidos, formando as elites nacionais, fingem não ver a situação do país e se beneficiam dela. Geralmente a parte da burguesia local que controla os setores mais dinâmicas da economia, está associada aos grupos transnacionais.

Um outro problema bem sério, são os conflitos étnicos e religiosos, que prejudicam ainda mais a economia e agravam a pobreza e fome. É comum gastar muito dinheiro na compra de armas para os conflitos, enquanto milhares de pessoas passam necessidade.

Pode-se concluir que o problema do subdesenvolvimento é um fenômeno complexo, criado por causas externas e internas aos países, sendo difícil se dar uma explicação simples.

Divisão Internacional do Trabalho

Após a Segunda Guerra Mundial, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado do que antes. Dentro dessa nova paisagem de prosperidade surgiram as empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais. Elas assumiram grandes proporções, formaram conglomerados que se espalharam pelo mundo, até em países subdesenvolvidos e recém-independentes, como a África do Sul. Essas empresas passaram a atuar no final do século XIX e meados do século XX.

Mas porque essas empresas atuam fora dos limites de seus países de origem?

Porque querem melhores negócios, maior renda para o capital, maior lucratividade. Isso é que explica o fato de alguns países terem se industrializado nesse período.

Os países subdesenvolvidos permitem boa lucratividade a essas empresas devido a fatores como:

» Mão-de-obra abundante e barata;

» Fontes de matéria-prima e energia estão disponíveis a baixo custo;

» Mercado interno em crescimento;

» Facilidades de exportação e remessa de lucros para as sedes no exterior;

» Incentivo fiscais e subsídios governamentais;

» Ausência de legislação de proteção ao meio ambiente, ou facilidade em busca-la.

Esses fatores contribuem muito para a alocação de investimento no exterior.

Essas vantagens não são encontradas em todos os países e nem todas juntas no mesmo país.

Assim nem todos os países se industrializam. Muitos deles começaram a ser exportadores de produtos industrializados aos poucos deixaram de serem apenas exportadores de matéria-prima. Mas, pelo menos no momento, não é possível classifica-los como países desenvolvidos. Estão incluídos numa nova divisão internacional de trabalho (DIT).

No capitalismo financeiro a DIT funciona da seguinte forma:

A industrialização que ocorreu nesses países, foi dependente de capitais e tecnologias do exterior. É um processo de industrialização desigual as dos países desenvolvidos, sendo esse processo comandado por interesse externo.

Pode-se dizer que o processo é desigual ao país desenvolvidos, porque os tipos de industria e tecnologia empregada é inferior aos da matriz. Nos países subdesenvolvidos tendem-se a se instalar industrias poluidoras, que consomem grandes quantidades de matéria-prima e energia, e que necessitam de muita mão-de-obra. Isso faz com que ocorra uma mudança na organização industrial do mundo. Nos países desenvolvidos ficam industrias não-poluentes, de alta tecnologia, e nos países subdesenvolvidos industrializados, as industrias que tem um patamar tecnológico inferior.

Esse modelo de industrialização é complementar porque garante o acúmulo de capitais no mundo desenvolvido.

NICs (Newry Industrialized Countries) são os países que se industrializaram seguindo este modelo, países recentemente industrializados. Como exemplo, alguns países que fazem parte deste grupo: Brasil, Argentina, México, China, África do Sul. Também os chamados tigres asiáticos: Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Malásia, Tailândia e Indonésia.

A Coréia do Sul, em 1996, ingressou na Organização de Cooperação e Desenvolvimento econômico. O país mesmo tendo sofrido com a crise que atingiu a Ásia em 1997, continua crescendo, graças ao investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento, e de um grande esforço do Estado, junto das empresas e sociedade para romper o atraso e a dependência tecnológica. O exemplo sul-coreano, no entanto, é uma exceção e não uma regra.

1º ANO CARTOGRAFIA!!!

Slides Sobre Cartografia!!!!

Confiram galera!!!

abraços

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

3º Ano - Texto para debate sobre racismo!!!

EXISTE RACISMO NO BRASIL?

Para quem não conhece, Femi Ojo-Ade é um professor e escritor africano, conferencista internacional e autor do livro "Brasil, paraíso ou inferno para o negro?". Usando como mote a famosa frase do ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt, que teria dito que no Brasil não existe racismo, o autor parte desse princípio para concluir que o nosso país é racista sim, e conclama os negros brasileiros a se unirem aos negros africanos e afro-americanos e reagirem à esse racismo mascarado.
Li o livro porque precisava fazer um trabalho de História e Cultura Africana. Confesso que não gostei, mas fiz o trabalho segundo a ótica que meu professor havia pedido. Depois, fiquei tão incomodado com o texto que preparei o adendo a seguir e entreguei junto com o trabalho.

MEU CARO PROFESSOR RODRIGO:
Tendo terminado o meu trabalho, senti-me na obrigação de dizer-lhe que discordo da posição adotada pelo autor do texto, o professor Ojo-Ade. Na verdade, não vejo muita diferença entre suas opiniões e a de qualquer racista de cor branca que incentiva a separação entre as raças e a consequente guerra inter-racial que sempre irá advir dessa separação. Acho inconcebível que em pleno século XXI, quando a maioria dos seres humanos já entendeu que união é fator primordial para a paz no mundo, pessoas ainda pensem com a mentalidade de séculos atrás e utilizem palavras de ordem como "orgulho", "unificação", "luta definitiva", "nossa raça" e etc. Há poucos anos, um homem utilizou-se destas mesmas palavras para levar todo um país a uma catastrófica aventura militar. O nome dele era Adolf Hitler, lembra-se?
Sim, existe racismo no Brasil, como em qualquer parte do mundo. Até mesmo na África. Por que será que o professor Ojo-Ade procura enfatizar que o negro é vítima do branco opressor e esquece convenientemente que, como a História nos ensina, a diáspora foi iniciada quando os próprios negros venderam seus irmãos de cor considerados "inimigos" aos brancos? Até mesmo o senhor, um professor branco que leciona cultura negra, acaba vítima da metralhadora giratória de Ojo-Ade, quando ele afirma que "O congresso brasileiro de 1997 mostra outra vez que são pesquisadores brancos que estão falando sobre o negro".
Ele pede que o Brasil tenha um presidente negro, e bem negro de preferência. Ora, Idi Amin Dadá era negro, e bem negro por sinal, como pede o professor Ojo-Ade, e foi presidente de um país africano. Ditador. Corrupto. Assassino. Louco. A cor da pele tem algo a ver com competência? Não creio. A cidade de São Paulo foi administrada por um negro tempos atrás, Celso Pitta. Preciso dizer mais? O Brasil não precisa de um presidente negro, o Brasil precisa de um presidente competente, honesto e que respeite o povo que governa. Aliás, todos os países do mundo precisam de homens assim, e o que menos importa é que cor de pele eles têm.
Continuando, ele condena a multirracialidade, chega a chamar o professor Gilberto Freyre, um dos mais conceituados sociólogos do mundo, autor do clássico "Casa grande e senzala", de "racista mascarado". Mostra-se contra a miscigenação brasileira que, segundo ele, gera negros "morenos", com a desculpa de "embranquecimento da população". Isso não seria racismo explícito? Lembra-me uma passagem do livro "Negras raízes", do professor americano Alex Haley, onde as mulheres africanas mais claras tinham que pintar o rosto de tinta preta para parecerem negras "autênticas". Imagino que a filha de Mr. Ojo-Ade jamais poderá apaixonar-se por um homem branco, sob pena de que seu filho nunca tenha um avô materno.
Por fim, ele prega o orgulho racial do negro. Meu querido professor Rodrigo, o senhor sabe qual é a diferença entre um negro que ostenta uma camiseta com os dizeres "100% negro" e um branco com uma camiseta que diz "100% branco"? A única diferença é que o branco pode ir parar na cadeia por racismo. Onde está a tão propagada igualdade perante a lei de que fala a nossa constituição? Sim, eu sei que os negros foram massacrados num passado recente e que as feridas ainda estão abertas. Mas será que um erro justifica outro? Creio que não. O pastor Martin Luther King, que era negro, disse no seu mais famoso discurso, pouco antes de ser vitimado pelo ódio racial, que sonhava em ver um mundo onde todos vivessem como irmãos. Infelizmente, quando se fala tanto em orgulho, seja ele de que tipo for, esse sonho fica cada vez mais distante. Orgulho é uma palavra feia, arrogante. A grande maioria das guerras começaram por causa do orgulho racial. Pessoas matam e morrem todos os dias por orgulho. Sou negro, mas isso não me provoca nenhuma sensação extrema, nem de orgulho nem de vergonha. É apenas melanina, substância produzida pelo corpo humano para proteger a pele dos raios ultra-violetas. Isso não me faz melhor ou pior que ninguém. Honestidade, sim. Paciência. Competência naquilo que faço. Bom humor. Bom senso. Otimismo. Respeito pelas diferenças. Isso tudo me faz um ser humano melhor, não a cor da minha pele.
É louvável que no mundo tenhamos pensadores de todas as raças e que eles tenham liberdade de pensamento, mas quando leio textos panfletários como este tenho certeza que os grandes escritores nunca tiveram cor. Vide Machado de Assis, que era negro numa época de escravidão e racismo absolutos, e venceu pela sua capacidade, sem nunca ter sido panfletário. Fez da sua vida o exemplo de que um homem não pode ser julgado pela cor da sua pele e sim pelo seu talento, tornando-se um dos maiores escritores brasileiros, reconhecido internacionalmente.
Penso que enquanto houver pessoas que pensam como o professor Ojo-Ade, as guerras raciais continuarão a acontecer pelo mundo afora. Uma pena, temos um planeta tão bonito, que fico imaginando, como Lennon, que era branco, como seria se não existissem guerras nem raças.

PS: mesmo discordando do texto, entendo que o professor Femi Ojo-Ade tem todo o direito de expressar a sua opinião. Como já dizia Voltaire, que eu não sei de que cor era, "Discordo de cada palavra do que dissestes, mas defendo até à morte o teu direito de dizê-las."
Frodo Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2008
Código do texto: T861070

3º Ano - Textos sobre Demografia!!! Para as próximas aulas!!! Imprimam!!!

Textos sobre Demografia!!!

POPULAÇÃO MUNDIAL E BRASILEIRA

O estudo da população é fundamental para podermos verificar a realidade quantitativa e qualitativa da mesma. Para governantes em especial, é de fundamental importância pois, permite traçar planos e estratégias de atuação, além de poder desenvolver um planejamento de interesse social.

A população deve ser entendida como um recurso na medida em que representa mão de obra para o mercado de trabalho, soldados para a defesa nacional, dentre outras coisas.

O ramo do conhecimento que estuda a população chama-se Demografia, portanto o profissional da área é o demógrafo.

CONCEITOS DEMOGRÁFICOS

Alguns conceitos demográficos são fundamentais para a análise da população, abaixo iremos elencar alguns:

População absoluta: corresponde a população total de um determinado local.

Quando um local tem uma população absoluta numerosa, dizemos que ele é populoso.

O Brasil está entre os países mais populosos do mundo com uma população superior a 170 milhões de habitantes.

Densidade demográfica ou população relativa: corresponde a média de habitantes por quilômetros quadrados. Podemos obtê-la através da divisão da população absoluta pela área.

Quando a população relativa de um local é numerosa dizemos que esse local é muito povoado.

Apesar da enorme população absoluta, a densidade demográfica do Brasil é baixa não ultrapassando 20 habitantes por quilômetro quadrado.

Superpovoamento: corresponde a um descompasso entre as condições sócio-econômicas da população e à área ocupada. Isso quer dizer que, superpovoamento não depende apenas da densidade demográfica, mas principalmente das condições de vida da população. Alguns países com grande densidade demográfica podem não ser considerados superpovoados, enquanto outros com densidade baixa assim o podem ser classificados.

Recenseamento ou censo: corresponde á coleta periódica de dados estatísticos dos habitantes de um determinado local.

No Brasil os recenseamentos são feitos de 10 em 10 anos, o último foi feito em 2002, pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão estatal. Sua página na Internet é www.ibge.gov.br.

Taxa de natalidade: corresponde a relação entre o número de nascimentos ocorridos em um ano e a população absoluta, o resultado em geral é expresso por mil.

N.º de nascimentos X 1000 = taxa de natalidade

População absoluta

A natalidade é ligada a vários fatores como por exemplo qualidade de vida da população, ou ao fato de ser uma população rural ou urbana.

As taxas de natalidade no Brasil caíram muito nos últimos anos, isso se deve em especial ao processo de urbanização que gerou transformações de ordem sócio-econômicas e culturais na população brasileira.

Taxa de mortalidade: corresponde a relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e a população absoluta, o resultado é expresso por mil.

N.º de óbitos X 1000 = taxa de mortalidade

População absoluta

Assim como a natalidade, a mortalidade está ligada em especial a qualidade de vida da população analisada.

No Brasil, assim como a natalidade a mortalidade caiu, especialmente a partir do processo de industrialização, que trouxe melhorias na assistência médica e sanitária à população, além da urbanização acentuada.

Crescimento vegetativo ou natural: corresponde a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

C.V. = natalidade - mortalidade.

O crescimento vegetativo corresponde a única forma possível de crescimento ou redução da população mundial, quando analisamos o crescimento de áreas específicas temos que levar em consideração também as migrações.

O crescimento vegetativo brasileiro encontra-se em processo de diminuição, mas já foi muito acentuado, em especial nas décadas de 50 à 70, em virtude especialmente da industrialização.

Taxa de fecundidade: corresponde a média de filhos por mulher na idade de reprodução. Essa idade se inicia aos 15 anos, o que faz com que em países como o Brasil, onde é comum meninas abaixo dessa idade terem filhos, ela possa ficar um pouco distorcida.

Na década de 70 a taxa de fecundidade no Brasil era de 5,8 filhos por mulher, em 1999 esse número caiu para 2,3. Isso reflete a mudança que vem ocorrendo no Brasil em especial com a urbanização e com a entrada da mulher no mercado de trabalho, que tem contribuído com a redução significativa da taxa de natalidade e por conseqüência da taxa de fecundidade.

Taxa de mortalidade infantil: corresponde ao número de crianças de 0 à 1 ano que morrem para cada grupo de mil nascidas vivas.

No Brasil vem ocorrendo uma redução gradativa dessa taxa, apesar de ela ainda ser muito elevada se comparada a países desenvolvidos, em 1999 ela era de 34,6 por mil ou 3,46%.

As regiões brasileiras apresentam realidades diferentes, o Nordeste apresenta as maiores taxas de mortalidade infantil, sendo em 1999 de 53 por mil ou 5,3%, ou seja acima da média nacional.

Expectativa de vida: corresponde a quantidade de anos que vive em média a população.

Este é um indicador muito utilizado para se verificar o nível de desenvolvimento dos países.

No Brasil a expectativa de vida nas últimas décadas tem se ampliado, em 1999 as mulheres viviam em média 72,3 anos, enquanto os homens 64,6 anos, esse aumento na expectativa também se deve a melhorias na qualidade médico sanitária da população em virtude do processo de urbanização.

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

Segundo a teoria da transição demográfica, o crescimento populacional se daria em fases, o período anterior a transição ou pré-transicional, conhecido como regime demográfico tradicional, seria aquele no qual as taxas de natalidade e mortalidade seriam elevadas, fazendo com que o crescimento vegetativo fosse pequeno. A grande ruptura com esse período começa a se dar nos países desenvolvidos com a Revolução industrial, já nos subdesenvolvidos isso ocorre apenas em meados do século XX. O período posterior a transição ou pós-transicional, chamado de regime demográfico moderno, se daria quando as taxas de natalidade e mortalidade baixassem. Devido ao fato de que as taxas de mortalidade caem primeiro que as de natalidade, durante a transição viveria-se um período de intenso crescimento populacional, chamado de explosão demográfica, processo pelo qual passam ainda hoje vários países subdesenvolvidos.

O Brasil já superou a fase de explosão e começa a entrar na fase de estabilização da população, o que faz com que comece a haver um maior equilíbrio na pirâmide etária do país.

TEORIAS DEMOGRÁFICAS

1- Lei de Malthus ou Malthusianismo

No final do século XVIII, o pastor anglicano Thomas Robert Malthus, laçou sua famosa teoria, segundo a qual a razão para a existência da miséria e das enfermidades sociais, seria o descompasso entre: a capacidade de produção de alimentos, que se daria numa progressão aritmética(1,2,3,4,5), em relação ao crescimento populacional que se daria numa progressão geométrica (1,2,4,8,16).

Malthus chegou a propor que só deveriam Ter filhos aqueles que podessem criar, e que os pobres em decorrência disso deveriam se abster do sexo. Além disso defendia a tese de que o estado não deveria dar assistência a saúde das populações pobres. Para ele, se não acontecessem "obstáculos positivos", como guerras, epidemias , que causassem grande mortandade, o desequilíbrio entre a produção de alimentos e o crescimento populacional, geraria o caos total.

Malthus errou, pois a tecnologia possibilitou um aumento exponencial na produção de alimentos que hoje são produzidos a taxas superiores as do crescimento populacional, além disso, temos verificado uma tendência a estabilização do crescimento populacional nos países desenvolvidos, além de uma desaceleração do crescimento em grande parte dos países subdesenvolvidos, especialmente nas últimas décadas.

Com isso podemos concluir que, se há fome no mundo e no Brasil hoje, isso não se deve a falta de alimentos ou ao excesso de pessoas, mas a má distribuição e destinação dos mesmos.

2- Neomalthusianismo

No pós 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional acelerado nos países subdesenvolvidos, fez despertarem os adeptos de Malthus chamados de neomalthusianos.

Segundo eles, a pobreza e o subdesenvolvimento seriam gerados pelo grande crescimento populacional, e em virtude disso seriam necessárias drásticas políticas de controle de natalidade, que se dariam através do famoso e bastante difundido, "planejamento familiar". Muitos países subdesenvolvidos adotaram essas políticas anti-natalistas, mas com exceção da China onde a natalidade caiu pela metade em quarenta anos nos outros praticamente não surtiu efeito.

Hoje em dia existem também os chamados ecomalthusianos, que defendem a tese de que o rápido crescimento populacional geraria enorme pressão sobre os recursos naturais, e por conseqüência sérios riscos para o futuro.

No Brasil nunca chegou a acontecer um controle de natalidade rígido por parte do estado nacional, mas a partir da década de 70 o governo brasileiro passou a apoiar programas desenvolvidos por entidades nacionais e estrangeiras como a Fundação Ford, que visavam o controle de natalidade no país.

3- Reformistas ou marxistas

Diferentemente do que defendem os neomalthusianos, os demógrafos marxistas, consideram que é a própria miséria a responsável pelo acelerado crescimento populacional. E por conta disso, defendem reformas de caráter sócio-econômico que possibilitem a melhoria do padrão de vida das populações dos países subdesenvolvidos, segundo eles isso traria por conseqüência o planejamento familiar espontâneo, e com isso a redução das taxas de natalidade e crescimento vegetativo, como ocorreu em vários países hoje desenvolvidos.

ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

1- Estrutura ocupacional

Com base na estrutura ocupacional a população de um país pode ser dividida em dois grupos:

a) População economicamente ativa (PEA): corresponde as pessoas que trabalham em um dos setores formais da economia ou que estão a procura de emprego. Subdividi-se em, desempregados e população ocupada.

b) População economicamente inativa (PEI) ou população não economicamente ativa (PNEA): corresponde a parcela da população que não está empregada como crianças, velhos, deficientes, estudantes, etc., ou que não exercem atividades remuneradas como donas de casa. Esse camada da sociedade demanda grandes investimentos sociais, e é bancada pela população ativa.

1.1- Desemprego e subemprego:

Hoje o maior problema enfrentado pela maioria dos países do mundo é o desemprego, ele é uma realidade não apenas em países subdesenvolvidos mas também, em países altamente desenvolvidos como a Alemanha.

O desemprego se divide em dois tipos fundamentais:

a) Desemprego conjuntural: que é aquele que está ligado a conjunturas de crise econômica, nas quais a oferta de empregos e os postos ocupados diminuem.

b) Desemprego estrutural ou tecnológico: que está ligado a estrutura produtiva, e aos avanços tecnológicos introduzidos na produção, em substituição da mão de obra humana, como o que é gerado pela robótica.

Além do desemprego, é comum hoje a existência dos chamados subempregos, onde o trabalhador além de trabalhar na maioria das vezes em condições precárias, ganha baixíssimos salários e não tem nenhuma garantia legal. Esse tipo de atividade é muito comum hoje em países subdesenvolvidos como o Brasil, onde o número de subempregados é enorme, e grande parte da população depende do trabalho dessas pessoas.

1.2- Trabalho infantil

Além do fato de a juventude ser a maior afetada com o desemprego, existe nos países subdesenvolvidos o problema do trabalho infantil, o qual é gerado por sérios problemas econômicos e sociais enfrentados por esses países, onde crianças precisam trabalhar para ajudar na renda familiar. Muitas vezes as condições de trabalho que se encontram essas crianças é de completa insalubridade. Além disso outros problemas como o abandono dos estudos são gerados em virtude desse tipo de atividade.

No Brasil o número de criança que trabalham é muito grande, isso se deve em especial, pelo fato de grande parte dos chefes de famílias brasileiros, não terem condições de arcar sozinhos com os gastos familiares, o que faz com que milhares de crianças tenham que trabalhar. É muito comum também no Brasil, os adultos se aproveitarem das crianças, fazendo com que elas trabalhem enquanto o próprio adulto não busca o que fazer.

1.3- Setores da economia

A economia dos países se divide em 3 setores chamados de formais, pois, contribuem com a arrecadação de impostos, assinam carteira, dentre outras formalidades legais.

São eles os seguintes:

a) Setor primário: que envolve em geral atividades ligadas ao meio rural, como, a agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e a pesca.

b) Setor secundário: que envolve as atividades industriais.

c) Setor terciário: que envolve as atividades do comércio, prestação de serviços, funcionalismo público, etc.

È importante ressaltar que o espaço onde se desenvolvem essas atividades não é rígido, ou seja, podemos ter atividades primárias no espaço urbano, como o que ocorre com os cinturões verdes, ou atividades secundárias no espaço rural, como o que ocorre na agroindústria.

Hoje em dia em virtude do grande avanço tecnológico, alguns autores passam a trabalhar com a idéia de um setor quaternário, onde se desenvolveriam as atividades de pesquisa de ponta, envolvendo universidades, centros de pesquisas, etc., esse setor surge em função da Revolução Tecnocientífica em andamento.

No Brasil, e em outros países subdesenvolvidos, se dá a chamada hipertrofia (inchaço) do setor terciário, que por sua vez tem gerado a proliferação de atividades informais.

Esse processo decorre do intenso êxodo rural que gera um inchaço no setor terciário urbano, na medida em que a indústria atual utiliza cada vez menos mão de obra. Fazendo com que muitas pessoas especialmente nos grandes centros do país, tenham que depender de atividades informais, os chamados subempregos, além do que contribui com o aumento da criminalidade, na medida em que muitos trabalhadores passam a desenvolver atividades à margem da lei para poder sustentar suas famílias.

1.4- A participação da mulher no mercado de trabalho.

Apesar de crescente, a participação das mulheres no mercado de trabalho não tem significado ainda melhorias das condições de vida, pelo contrário, pesquisas mostram que com o aumento de lares liderados por mulheres, houve uma redução na renda familiar. Isso se deve ao fato de as mulheres em média ganharem salários mais baixos que os homens para desempenharem as mesmas funções. As causas que estão por trás deste fato são por exemplo:

- a herança patriarcal de nossa sociedade;

- o machismo ainda muito forte e presente no nosso dia-a-dia;

- a desvalorização do trabalho doméstico;

- o preconceito que coloca a mulher como sexo frágil.

Além dos menores salários, do preconceito, do machismo, etc., as mulheres ainda tem que enfrentar as jornadas duplas ( trabalho e casa ) ou triplas ( casa, trabalho e estudos ). Também é a mulher a maior vítima da violência doméstica, em geral praticada por maridos violentos.

Mesmo com todas essas dificuldades, as mulheres vem avançando em seus direitos e conseguindo espaços cada vez maiores na nossa sociedade, como por exemplo o fato de a maioria dos universitários brasileiros serem mulheres.

PIRÂMIDE ETÁRIA

Gráfico populacional que leva em consideração a estrutura sexual da população ( homens e mulheres ) e as faixas etárias - 0 à 19 anos jovens, 20 à 59 adultos, e 60 ou + anos idosos.

A estrutura da pirâmide é a seguinte:

- Base: corresponde aos jovens.

- Meio: corresponde aos adultos.

- Topo ou ápice: corresponde aos idosos.

A análise das pirâmides nos permite verificar a situação de desenvolvimento ou subdesenvolvimento dos países.

Exemplo: uma pirâmide de base larga, indica grande crescimento vegetativo; o topo estreito, indica baixa expectativa de vida, o que nos faz concluir que essa seja de um país subdesenvolvido. Por outro lado, uma base mais estreita, indica pequeno crescimento vegetativo; um topo mais largo, indica grande expectativa de vida, o que nos leva a concluir que seja um país desenvolvido.

A análise das pirâmides etárias é de fundamental importância para os estudos de população.

No Brasil, temos verificado uma mudança na pirâmide etária, que tem alargado o topo, e estreitado a base. Essas mudanças decorrem em especial da urbanização do país, que mudou significativamente o modo de vida de grande parte dos brasileiros, principalmente com relação aos filhos, e também garantiu avanços fundamentais a nível médico-sanitário.


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