quarta-feira, outubro 24, 2012

Da URSS à Rússia!!!


A URSS PÓS 1945

Após a Segunda Guerra Mundial a URSS experimentou um grande crescimento devido a/ao:
ü  Consolidação do socialismo
ü  4º e 5º planos qüinqüenais (transporte e energia-tecnologia e indústria bélica)
ü  Elevação do padrão industrial

SUCESSÃO GOVERNAMENTAL E SUAS POLÍTICAS ESPECÍFICAS:

De 1924 a 1953 – Joseph Stálin

ü  Centralismo
ü  Ditadura
ü  Consolidação do regime
ü  Corrida armamentista - Primeira Bomba atômica soviética
ü  Comecon

De 1953 a 1955 – Georqui Malenkov
ü  Pacto de Varsóvia

De 1955 a 1964 – Nikita Kruschev => COEXITÊNCIA PACÍFICA

ü  DESESTALINIZAÇÃO
ü  Aumento da produção e remuneração dos trabalhadores
ü  Pioneirismo na corrida espacial
ü  Redução do poder da polícia
ü  Fechamento dos gulacs
ü  Reconhecimento de outros meios para chegar ao socialismo - Tito
ü  Instalação do telefone vermelho, 1963

SURGIMENTO DE DISSIDÊNCIAS:
1.                  Polônia – Solidariedade
2.                  Hungria – Revolução Húngara
3.                  China – questão sino-soviética
4.                  Tchecoeslováquia – Primavera de Praga

PROBLEMAS:
ü     Construção do Muro de Berlim, 1961
ü     Albânia se alinhou à China
ü     Apoio na Guerra do Vietnã
ü     Crise dos Mísseis em Cuba
ü     Impopularidade

De 1964 a 1982 – Leonid Brejnev => FIM DA COEXISTÊNCIA PACÍFICA
ü  Retorno ao centralismo
ü  Fim da Primavera de praga
ü  Conflitos com a China
PROBLEMAS
ü  Emergência do Eurocentrismo
ü  Queda no crescimento interno
ü  Aumento do prestígio do Solidariedade
ü  Invasão ao Afeganistão

De 1982 a 1984 – Iuri Andropow

De 1984 a 1985 – Constantin Tchernenko
ü  Baixa produtividade
ü  Corrupção
ü  Endurecimento do regime
ü  Ênfase ao armamentismo
ü  Burocracia e estagnação

De 1985 a 1991-  Mikhail Gorbachev

CRISE SOVIÉTICA:
ü  Burocracia
ü  Centralismo
ü  Gastos com a Guerra Fria
ü  Limitada Capacidade Produtiva
ü  Falta de investimento na indústria de bens de consumo
ü  Congelamento dos salários e escassez de alimentos

MEDIDAS:
ü  Distenção internacional ( fim da corrida armamentista, saída do Afeganistão e desativação gradual das armas nucleares)
ü  Perestroika
ü  Glasnost
ü  Fim do Monopartidarismo
ü  Fim da política de subsídios

PROBLEMAS:
ü  EUA => intensificaram o belicismo – “Guerra nas Estrelas”
ü  Oposição dos conservadores
ü  Oposição dos ultra-reformistas
ü  1991 Golpe dos Ultra-reformistas liderados por Boris Yeltsin

De 1991 a 1999 – Boris Yeltsin (1º ministro)
ü  Crise econômica
ü  Fechamento do parlamento, seguido de eleições
ü  1998 crise russa
ü  Ameaça de Impeachment devido ao quadro de desmoronamento social e político
ü  Renúncia

De 2000 até hoje – Vladimir Putin (1º ministro)
ü  Economia precária
ü  Participação na ONU, devido ao seu podeiro nuclear.
ü  Recebe apoio do FMI e BID.
 

A CEI E A HERANÇA DA URSS

"Como se sabe, foi em 1985 que se difundiram pelo mundo as palavras russas Perestroika e glasnost, mas se a primeira sabidamente significa reconstrução, reestruturação, a segunda requer um pequeno comentário. É necessário fazê-Io, tanto mais que, se a primeira ficou relativamente restrita ao âmbito do que sucedeu na Rússia, a segunda entrou para o vocabulário mundial. Assim, não são raras em nossa imprensa e em discursos de homens públicos as alusões à transparência. Ora, foi assim que se traduziu o russo glasnost. Em princípio, está certo, mas convém verificar em pormenor qual o sentido dessa transparência no original. Em russo, golos significa voz e glás é sua forma arcaica, que se conservou em linguagem elevada. Por conseguinte, glasnost é aquele estado em que tudo é anunciado, em que nada pode ser escondido."

O fim da URSS
A URSS foi o primeiro país a adotar, a partir de 1922, o regime socialista sob a forma de um governo autoritário: a ditadura do Partido Comunista. Sob es­se regime, o país assumiu o lugar de potência mundial e durante muito tempo conseguiu competir tanto com os Estados Unidos, líder do mundo capitalista, quan­to com outros países, como Reino Unido, Alemanha e Japão.
Entretanto, na década de 1980, a economia so­viética começou a dar mostras de que tinha perdido a competição com a rival capitalista.
Mas, afinal, por que a segunda economia do mundo faliu? Vários fatores contribuíram para que isso ocor­resse:
Gastos excessivos nos setores espacial e bélico, na tentativa de ultrapassar as realizações norte­ americanas na corrida armamentista.
O fato de o país ser formado por repúblicas anexa­das à força pelos soviéticos e que sempre espera­ram recuperar a antiga autonomia.
Mecanismos da economia planificada que torna­ram o país impossibilitado de competir, no merca­do mundial, com a qualidade dos produtos fabrica­dos por países capitalistas.

Os erros da economia planificada
Podemos concluir que, enquanto os padrões de desenvolvimento industrial eram marcados pela Se­gunda Revolução Industrial, a economia soviética foi bem. Entretanto, o país não conseguiu acompanhar os progressos da Terceira Revolução Industrial, per­dendo a competição para novas forças econômicas, como Alemanha e Japão, na década de 1980.
Até 1970, a economia planificada privilegiava os seguintes setores:
Indústrias de bens de produção e intermediárias: siderúrgicas, petrolíferas, de máquinas e equipa­mentos. Nos dez primeiros anos de planejamento, essas indústrias cresceram oito vezes mais, en­quanto as de bens de consumo cresceram apenas três vezes mais.
Obras de infra-estrutura: barragens, ferrovias, energia elétrica, portos.
Pesados investimentos no setor bélico.
Podemos citar como principais equívocos da economia planificada os seguintes fatores:
As metas dos planos eram apenas quantitativas. Não havia preocupação com qualidade.
O acesso a bens de consumo, tanto em qualidade quanto em quantidade, não era disponibilizado para a população da URSS.
As outras atividades econômicas, como a agricul­tura, por exemplo, não acompanharam o desenvol­vimento industrial.
Como tudo era determinado pelos planos gover­namentais e a avaliação do desempenho era ine­xistente, não havia incentivo para o aumento da produtividade.
Em 1985, a insatisfação popular com as imen­sas filas para conseguir alimentos ou mercadorias e com as regalias dos burocratas era grande. Foi nesse clima que Mikhail Gorbachev assumiu o cargo de se­cretário-geral do Partido Comunista, posto máximo da URSS.

Os resultados da Perestroika e da glasnost
Mikhail Gorbachev, o novo líder soviético. ape­sar de seus 54 anos, era chamado de "garoto" pelos jornais da época. porque seus antecessores eram bem mais velhos que ele. Gorbachev teve pela frente a difícil tarefa de tirar a URSS da profunda crise eco­nômica em que mergulhara. Para alcançar seu objeti­vo. pôs em prática reformas econômicas que defen­dera em seu livro Perestroika - Novas idéias para meu país e o mundo.
A palavra Perestroika (que em russo significa reestruturação) passou a designar a tentativa de in­trodução de mecanismos de economia de mercado – ­entrada de capital estrangeiro. conceitos como lucro, produtividade e qualidade –, com os quais Gorbachev queria dar novo ânimo à economia soviética.
O maior empecilho para essas mudanças era o próprio regime totalitário do país. Para implementar a reforma econômica, era preciso transparência políti­ca. A glasnost (transparência) acabou com a ditadura do partido único. Para um país com diferenças étni­cas e religiosas. resultado da anexação forçada das repúblicas. a onda de liberdade acendeu a chama dos nacionalismos. Gorbachev se viu às voltas com reivin­dicações de liberdade por todo o pais.
Na política externa da URSS. o dirigente tam­bém foi um inovador. Na conferência de cúpula entre os Estados Unidos e os soviéticos (1986). Gorbachev encerrou seu discurso dizendo: "Os historiadores que um dia vão avaliar ou descrever o que está sendo feito agora provavelmente ainda não nasceram". Nessa reunião realizada na Islândia. o líder soviético e Ronald Reagan, então presidente norte-americano, assina­ram importantes acordos sobre desarmamento nu­clear entre as superpotências.
Gorbachev fez uma visita à China. a primeira de­pois de mais de trinta anos de rompimento da URSS com esse país. As rivalidades geopolíticas mundiais pareciam estar perto do fim. depois de quase cin­qüenta anos de enfrentamentos e disputas.

O golpe de agosto de 1991
Ao mesmo tempo que as mudanças realizadas na URSS desagradavam cada vez mais os burocratas que temiam perder seus privilégios, cresciam os mo­vimentos nacionalistas nas repúblicas soviéticas.
Para acalmar os ânimos dos nacionalistas, Gor­bachev propôs às repúblicas mais autonomia, com o Tratado da União, que deveria ser assinado em agos­to de 1991. Porém, um golpe de Estado liderado por Guennady Yanayev e outros burocratas do Partido Comunista foi deflagrado para conter as reformas. Gor­bachev foi deposto e conduzido a sua casa de campo na Criméia, onde ficou sob a guarda da KGB.
O golpe, porém, durou apenas três dias. A resis­tência liderada por Boris Ieltsin, presidente da Rússia, e, além de tudo, a vontade do povo de manter a liber­dade conquistada, trouxeram Gorbachev de volta ao poder. Entretanto, nada mais poderia deter o proces­so de desintegração da URSS. Em dezembro de 1991, todas as repúblicas soviéticas já haviam declarado sua independência.
Mikhail Gorbachev renunciou em 26 de dezem­bro de 1991, depois que onze das quinze repúblicas soviéticas formaram a Comunidade de Estados Inde­pendentes (CEI).

A Comunidade de Estados Independentes
Entre os motivos que determinaram a desinte­gração da potência soviética, destaca-se a grande di­versidade étnica, religiosa e econômica das repúbli­cas que a constituíam.
Com o fim da URSS, essas repúblicas declara­ram independência. Porém, a maior parte delas optou por formar um bloco econômico para que pudessem manter os laços econômicos que tinham entre si. Em 21 de dezembro de 1991. pelo Tratado de Alma-Ata, assinado por onze ex-repúblicas soviéticas, foi criada a Comunidade de Estados Independentes (CEI), que marcou o fim da URSS, 74 anos depois da Revolução de 1917. A Geórgia só ingressaria na comunidade em 1993. Das quinze ex-repúblicas soviéticas apenas as três repúblicas bálticas - Estônia, Letônia e Lituânia ­ficaram de fora da CEI.
O principal fator que levou à formação dessa co­munidade foi a grande interdependência das ex-repú­blicas soviéticas, que, sob o domínio da URSS, haviam desenvolvido uma economia fundamentada na com­plementaridade de seus recursos. Dependiam umas das outras para a produção industrial e o mercado de consumo, e todas dependiam da Rússia, mais adian­tada em tecnologia e produção de equipamentos.
A CEI não é um país, como era a URSS, nem foi criada para substituir essa grande potência. É uma or­ganização de cooperação entre antigas repúblicas que passaram muitos anos ligadas pelo governo cen­tral de Moscou, porém, dessa vez, cada qual tem as­segurada a sua soberania.
Essa organização, cuja sede se localiza em Minsk, capital de Belarus, previa, por ocasião de sua fundação, além da cooperação econômica, a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum, o ru­blo. Entretanto, as repúblicas ainda não chegaram a um acordo para a integração político-econômica.
Várias questões impedem o funcionamento amplo da CEI:
A disputa pelo controle do arsenal bélico da ex-URSS. Não há consenso sobre o controle russo das armas. As repúblicas desejam conservar os armamentos na­cionais e não querem intervenção externa.
Os constantes conflitos internos, as disputas de fronteira e os protestos contra a interferência russa nos países da CEI.
Discussões sobre a repartição das dívidas deixadas pela URSS.
A crise econômica que afeta a Rússia e, conseqüen­temente, enfraquece sua liderança na CEI.

As várias faces da CEI
Com o fim da URSS, caiu a "Cortina de Ferro" que escondia a verdadeira realidade das repúblicas soviéticas. Só agora, após a desintegração da grande potência socialista, é possível saber um pouco mais sobre esses países, até então escondidos dentro de uma realidade maior, a URSS.
Fazem parte da CEI:
Repúblicas européias: Ucrânia, Belarus. Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão.
Repúblicas da Ásia central: Cazaquistão, Uzbequistão. Turcomenistão. Tajiquistão e Quirguízia.
A Rússia, que se estende pelos dois continentes, embora sua parte mais importante do ponto de vis­ta econômico e de ocupação humana esteja situa­da na Europa.

As repúblicas européias da CEI
As repúblicas européias da CEI reúnem a maior parte da população da comunidade, como a Ucrânia e Belarus, estão mais próximas do mundo ocidental, e algumas delas foram fundamentais no desenvolvi­mento econômico soviético.
Ucrânia. Tem grande parte de seu território formado pelos fertilíssimos solos negros (tcher­noziom), o que explica a importância de sua produção agrícola. com destaque para o trigo. a beterraba e o girassol. Além disso, o país possui um importante parque industrial e é rico em carvão, petróleo e ferro. A Criméia, localizada ao sul, é um foco constante de tensão no território ucraniano, em virtude do maior número de russos nessa área.
Belarus. Antiga Rússia Branca ou Bielorússia, Belarus é considerada uma das economias mais promissoras da CEI, apesar de grande parte de seu território ter sofrido os efeitos do vazamento nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986. É relativamente in­dustrializada e seu povo tem um bom padrão de vida.
Moldávia. É uma república latina dentro da CEI: a maioria de sua população é de etnia romena (de ori­gem latina, como os portugueses), e a língua oficial é o romeno, idioma derivado do latim. Fez parte da an­tiga URSS desde 1944, mas sempre se diferenciou dos russos pela língua e por suas tradições. É um país agrícola, destacando-se no cultivo da uva e do taba­co. Nacionalistas de origem latina querem se unir à Romênia, o que causa conflito com a minoria de ori­gem russa.

As repúblicas do Cáucaso
Mais ao sul, no continente europeu, uma cadeia de montanhas, o Cáucaso, marca a geografia de três países da CEI: Azerbaijão, Armênia e Geórgia. No Cáu­caso, as etnias e as religiões são extremamente va­riadas, o que provoca inúmeros conflitos na região, co­mo vimos na unidade 11.
Geórgia. Situada entre o mar Negro (a oeste), o Azerbaijão e a Armênia (ao sul) e a Rússia (ao norte), a Geórgia possui apenas 5 milhões de habitantes, mas inúmeras etnias (georgianos, armênios, russos, azer­baijanos, ossétios e outros) que não suportam o po­der central exercido pela capital. Tbilisi.
Os movimentos separatistas são freqüentes, tanto na Geórgia como nas regiões russas que fazem fronteira com essa área explosiva. Devido a esses problemas, a Geórgia só passou a fazer parte da CEI em 1993. Apesar de ter uma economia baseada na agricultura, a Geórgia é rica em recursos minerais, como o manganês, e em fontes de energia, como o carvão.
Armênia e Azerbaijão. O Azerbaijão destaca-se por suas reservas de petróleo e pela indústria petroquímica, concentrada na região de Baku. Interessa­dos nessa riqueza, os Estados Unidos vêm tentando obter a construção de um oleoduto desde Baku até a Turquia, sem passar pelos territórios russo e iraniano.
A Armênia é o menor país do Cáucaso; 90% do seu território fica acima de 1.000 m de altitude, o que dificulta a ocupação humana. Sua situação econômi­ca agravou-se após a independência e seu parque in­dustrial decaiu após o corte de fornecimento de fontes de energia pelo seu vizinho, o Azerbaijão.
Localizados ao sul da Geórgia. a Armênia e o Azer­baijão há anos lutam pela região de Nagorno-Karabakh.

As repúblicas da Ásia central
A região procura recuperar seu lugar na história, uma vez que sempre foi uma passagem estratégica para o Extremo Oriente. principalmente para a China.
A abertura política desses países tem trazido de volta a importância de uma área que fez parte da len­dária Rota da Seda, que ligava a China, através da Ásia central, aos mercados europeus, e era assim chama­da porque o principal produto transportado era o valo­rizado tecido chinês.
A Ásia central, onde desaparecem todos os limi­tes entre Europa e Ásia, ainda hoje é uma encruzilha­da por onde passam todas as rotas que vêm da Arábia e do Mediterrâneo, da China e da Índia. Está à mar­gem da depressão entre o mar de Aral e o mar Cás­pio, cujas reservas de petróleo e gás natural estão no centro do novo jogo comercial do século XXI.
Essa região perdeu a centralidade que ex­erceu na época do comércio entre gregos e chine­ses e no mundo muçulmano, quando passou a fa­zer parte da URSS.
A partir da década de 1990, com o fim da URSS e o aparecimento de cinco novas repúblicas - Uzbequistão, Turcomenistão. Quirguízia. Tajiquistão e Cazaquistão –, a Ásia central voltou a se abrir para o mun­do muçulmano. Deixou de ser a periferia da URSS para se projetar no cenário internacional.
Uzbequistão. É a mais industrializada das ex-re­públicas soviéticas da Ásia central, apesar de a ativi­dade agrária ter muita importância em sua economia.
Turcomenistão. O deserto cobre 90% do ter­ritório desse país muito rico em petróleo e gás natu­ral e cuja localização é fundamental para o comércio desses produtos. Não poderia estar em posição mais estratégica: a oeste ficam as enormes reservas do mar Cáspio; a nordeste, o Uzbequistão, coração da Ásia cen­tral; e ao sul, o Irã, grande produtor petrolífero do Oriente Médio.
O Turcomenistão é o terceiro produtor e segundo exportador de gás natural do mundo. Porém, para realizar a exportação desse produto, os turcomenos têm de atravessar o Irã e atingir o oceano índico. Em 1996, foi inaugurada a ferrovia que une o Turcomenistão ao porto irani­ano de Bandar Abbas.
A composição étnica homogê­nea de sua população (75% de tur­comenos), em relação aos outros países da região, é uma garantia pa­ra sua estabilidade política.
Cazaquistão. Possui as maiores reservas de petróleo da CEI. A presença de 40% de etnia russa no norte do país é um foco de tensão, uma vez que a Rús­sia tem antigas pretensões sobre a região.
Tajiquistão e Quirguízia. São países montanho­sos e os mais pobres das repúblicas da Ásia central. Essencialmente agrícolas, produzem algodão, frutas, trigo e soja.

Rússia
O maior e o mais importante dos países da CEI é a Rússia, que herdou o status da antiga URSS.
A Federação Russa é composta de 21 repúblicas, uma região autônoma, 49 regiões administrativas, seis províncias, dez distritos autônomos e duas cidades com status administrativo especial: Moscou e São Pe­tersburgo.
Além dos problemas com as repúblicas separa­tistas do Daguestão e da Chechênia, a Rússia discu­te com a União Européia a situação do enclave de Ka­liningrado, pois, com a adesão da Finlândia, a União Européia passou a ter fronteiras com a Rússia. Kali­ningrado situa-se entre a Polônia, a Lituânia e Belarus; portanto, não apresenta continuidade territorial com a Rússia. Antigo território alemão, Konigsberg, hoje Kaliningrado, foi anexado à URSS em 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, permanecendo até hoje co­mo parte da Federação Russa.
Apesar das crises e dos problemas econômi­cos, a Rússia é muito respeitada pela comunidade in­ternacional por seu notável arsenal nuclear.
Desde 2002, a Rússia integra o G-8, ao lado das sete nações mais ricas do mundo, e também faz par­te do Conselho de Segurança da ONU no lugar da an­tiga potência socialista.
Os principais problemas que afligiram o país com a desintegração da URSS foram: a diminuição das re­servas econômicas, a queda nas exportações, o au­mento da pobreza e o desemprego.
A população russa vem diminuindo desde o início de 2001. Esse declínio do crescimento populacio­nal reflete as dificuldades econômicas pelas quais o país vem passando. Além disso, a redução da natali­dade e o sucateamento do sistema de saúde também têm sua parcela de participação nesse processo, Até a imigração de povos das antigas repúblicas soviéti­cas tem diminuído. e o Comitê Estatal de Estatísticas prevê que o declínio populacional deve continuar nos próximos anos.
Governada por Boris Ieltsin desde o fim da URSS até 1999. a Rússia, que tem enfrentado sérios proble­mas na transição para o capitalismo, tornou-se o cen­tro de uma crise mundial em 1998. Com a moratória da dívida externa das empresas privadas e o atraso no pagamento das dívidas do governo. Ieltsin abalou os mercados mundiais. despertando a desconfiança dos investidores internacionais nos países emergentes, entre eles o Brasil.
As conseqüências foram a desvalorização do ru­blo (moeda russa) e um empréstimo de 22 bilhões de dólares do FMI. Nem mesmo essa grande ajuda fez com que o país saísse da crise. Os problemas se acu­mularam e Boris Ieltsin renunciou no fim de 1999.
Termina a era Ieltsin, que foi marcada por crises econômicas e pela dura repressão do governo ao movimento separatista da Chechênia. que continuou com suas pretensões separatistas.
Vladimir Putin é o novo presidente russo desde janeiro de 2000 e tenta levantar novamente o enor­me país de 17.075.400 km², 11 fusos horários e 144 milhões de habitantes, em 2004.
Entretanto, apesar do fraco desempenho econô­mico, a Rússia ainda é muito importante no universo das nações, entre outros motivos. por possuir o segun­do maior arsenal nuclear do mundo. As crises econômi­cas e políticas do país prejudicam a manutenção dos ar­mamentos nucleares, situação que preocupa o mundo pelo risco que eles representam para a humanidade.
Em 2001 dois episódios demonstraram que a anti­ga potência soviética não tem mais condições de man­ter seu arsenal, herança da corrida armamentista e da corrida espacial: a descida da estação espacial Mir, por falta de condições da Rússia de mantê-Ia em órbita. em 18 de março, e o naufrágio do submarino nuclear Kursk, nas águas geladas do mar Báltico, em 12 de agosto. Em 2002, os acontecimentos que mais repercutiram foram a oposição russa à iniciativa dos Estados Unidos em atacar o Iraque e a continuação dos atentados pratica­dos pelos separatistas islâmicos da Chechênia, como o que aconteceu em outubro de 2002 em um teatro em Moscou, e que deixou mais de 119 mortos, fato que abalou a imagem do país perante a comunidade inter­nacional. Putin foi reeleito chefe de Estado em 2004.
Outra situação que causou apreensão interna­cional em 2005 foi a aproximação russa com o Irã, porque isso pode representar trocas de tecnologia e de material atômico. Lembre-se de que os Estados Unidos chamaram o Irã de "eixo do mal",

QUESTÕES PARA RAFLEXÃO
1. Caracterize o período da Perestroika.
2. Explique os principais fatores que provocaram o "desaparecimento da URSS".
3. Descreva a indústria soviética dentro do período de "setenta anos do socialismo".
4. Defina a CEI e aponte um fator que dificulta o seu     sucesso.
5. Identifique as repúblicas da Ásia central e explique a causa de essa região estar no centro do novo jo­go comercial do século XXI.

 Conflitos Étnicos

CÁUCASO
No sudeste da Europa, encontram-se as montanhas do Cáucaso, que servem defronteira com a Ásia. A região fazia parte da URSS, mas a dissolução do país, em 1991,deu origem a três novos Estados: Armênia, Azerbaijão e Geórgia. Também faz parte daregião uma série de pequenas unidades políticas da Rússia, que reivindicam a suasoberania. Vejamos os principais conflitos étnicos da região:
Ossétia do Sul
: com uma área de apenas 3.900 km2, éssa região já fazia parte daGeórgia quando da sua independência em 1991. Alí surgiu um movimento separatista,de base étnica, já que sua população é, predominante, de origem persa. Veja o mapa:
Cerca de 70 mil pessoas vivem na Ossétia e sua tentativa de independência revela olado irracional do separatismo, que fragmenta Estados criando novas unidades políticascom espaços geográficos insuficientes para manter sua população em padrões sócio-econômicos mínimos.
A província declarou a sua independência, não reconhecida por nenhum Estado ouorganização internacional, em novembro de 1991. O governo rebelde, que tem apóiorusso (a Ossétia do Sul usa a moeda da Rússia, país com que realiza quase todas assuas transações comerciais), desencadeou uma guerra civil que matou centenas depessoas. Um cessar-fogo foi assinado, mas a violência continuou, especialmente após aeleição do novo presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, em 2004, que pretendereunificar o país. Em novembro de 2006 a Ossétia do Sul realizou um plebiscito que teve99% do SIM para a confirmação da independência da província.
Abkházia
: província da porção ocidental da Geórgia, de 8.432 km², com populaçãopredominantemente muçulmana. Declarou independência em 1992, não reconhecidainternacionalmente, mas recebe apoio da Rússia. O conflito militar alongou-se até oacordo de cessar-fogo de 1994, monitorado pela União Européia e Rússia. Depois dissoalguns milhares de abkazides saíram da Geórgia em direção à província, declarando-serefugiados políticos. A questão étnica local ameaça tornar-se internacional com aentrada da Geórgia na OTAN, em 2004, e a conseqüente aproximação com o Ocidente, em oposição à Rússia. Veja a posição geográfica da região:
Com uma população estimada em aproximadamente 180 mil habitantes, a região tem aeconomia baseada na agricultura, dificultada pelo relevo montanhoso.
A partir de 2000 a Rússia passou a ter uma política de apoio aberto à região, dandoajuda financeira, militar e técnica. Até junho de 2007, 80% dos cidadãos da região jáhavia recebido a cidadania russa. Na tentativa de reverter a situação, em maio de 2008o presidente da Geórgia ofereceu a Abkházia o status político de unidade autônoma, arepresentação no governo central, incluindo a vice-presidência da república, e a criaçãode uma zona franca na região. A proposta foi rejeitada pelo governo local, criando umestado de tensão.
Chechênia
: pequena república russa, da região do Causaco. Faz fronteira com asrepúblicas russas do Daguestão e Inguchétia, além da Geórgia. A maioria da população,de cerca de 800 mil pessoas, é muçulmana sunita. A região é rica em minérios epetróleo, situando-se entre os mares Negro e Cáspio, zona estratégica russa. O conflitoentre essa minoria étnica e as forças centrais de Moscou causou cerca de 200 mil mortesaté o início de 2008. Veja o mapa:
 A Chechênia está em uma região estratégica, já que é atravessada por dutos russos quetransportam petróleo para a Europa.
Em 1991 os rebeldes chechenos declararam sua independência da Rússia, formaram umparlamento local e proclamaram a República Ichkéria da Chechênia, não reconhecida pornenhum país. As emboscadas e os ataques camicases contra as tropas russas crescerame foram respondidos com pesados bombardeios aéreos e com a colocação da Chechêniasob administração direta do Presidência da Federação Russa.Em 1997, quando as tropas russas saíram da república os chechenos elegeram umpresidente, que assinou um acordo de paz com a Rússia, adiando a decisão sobre o status político da Chechênia para 2002.Desde então os rebeldes chechenos passaram a atacar mais alvos dentro da Rússia, comdiversos atentados suicidas a bomba, sendo os de maior repercussão internacional oataque a um teatro de Moscou, em 2002, quando foram feitos cerca de 800 reféns, e ainvasão, em setembro de 2004, de uma escola em Beslan, república da Ossétia doNorte, onde foram aprisionados, torturados e mortos os reféns (crianças, pais eprofessores).

Para quem quiser se aprofundar no tema segue um bom artigo para leitura: http://educaleaks.dominiotemporario.com/doc/Conflito_Russia_Chechenia.pdf

Apec
A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) é um bloco econômico formado para promover a abertura de mercado entre 20 países e Hong Kong (China), que respondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial. Oficializada em 1993, pretende estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países do grupo até 2020. Membros: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, EUA (1989), China, Hong Kong (China), Taiwan (Formosa) (1991), México, Papua-Nova Guiné (1993), Chile (1994), Peru, Federação Russa, Vietnã (1998).