|
RESUMÃO
|
|
|
10/03/2017
|
Ordens Mundiais
|
|
Breve
resumo do conteúdo abordado em sala.
As ordens Mundiais
|
RESUMÃO
Ordens Mundiais
“Nada é constante neste
mundo a não ser a inconstância.”
Jonathan Swift
COMO ERA A
DISPUTA NA GUERRA FRIA
+ Corrida
armamentista: disputa para ver quem conseguiria ter a melhor e maior produção
bélica mundial.
+ Corrida
espacial: na briga para ver quem chegava ao espaço primeiro, os soviéticos
levaram a melhor com Yuri Alekseievitch Gagarin em 1961.
+ Disputa por
áreas de influência: espaços conflituosos eram logo divididos também em
relação aos apoios. Quando EUA apoiava certo grupo ou país, a URSS apoiava
seu oponente.
|
Durante a Segunda Guerra Mundial foram realizadas
diversas conferências cuja pauta era assuntos de guerra e a economia dos países
participantes, bem como a dos demais países no mundo, além do restabelecimento
da paz. Dessas conferências, as duas últimas, entre as listadas abaixo, foram
as responsáveis pelo início de um novo ciclo de divergências e tensões em todo
o mundo, mantendo uma paz estratégica que foi denominada de Guerra Fria.
Cronologicamente são elas:
- Conferência de Casablanca - 14 a 24 de Janeiro de 1943.
- Conferência de Teerã - 28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1943.
- Conferência de Bretton Woods - 1 de julho de 1944 – 22 de julho de 1944.
- Conferência de Yalta - 4 a 11 de Fevereiro de 1945.
- Conferência de Potsdam - 17 de Julho a 2 de Agosto de 1945.
GUERRA FRIA
Após o término da 2ª Guerra Mundial, o mundo se viu
dividido em dois blocos opostos que haviam sobrevivido ao conflito. De um lado
estavam os EUA, defensores do capitalismo, de outro estava a URSS, defensora do
socialismo. Dentro da disputa destes dois opostos podemos compreender o que se
passou na história desde 1945 até 1991 (ano da desagregação da União
Soviética).
· Ordem Bipolar – Por serem superpotências econômicas e
militares, EUA e URSS influenciavam outras nações, que a eles se aliaram na
formação dos dois grandes blocos que polarizaram a economia e a sociedade do
pós - segunda guerra. Essa situação perdurou até a década de 1990.
· Muro de Berlim – Em 1949, como consequência da
bipolarização, os países da Europa alinharam-se em dois blocos: a Europa
Ocidental capitalista, sob a influência dos EUA, e a Europa Oriental
socialista, sob a influência da URSS e em 1961 foi construído o muro de Berlim.
A partir de 1990, praticamente todos os países do bloco socialista passaram a
adotar o capitalismo. Atualmente, praticamente somente China, Cuba e Coréia do
Norte continuam socialistas, embora incluam em sua economia algumas
características do capitalismo. Com o fim da União Soviética em 1991 e a consequente
dissolução do socialismo, os Estados Unidos viram-se transformados em
“vencedores” da Guerra Fria, assumindo o papel de grande potência mundial.
Porém, apesar do grande poderio norte-americano, Japão e Alemanha (reunificada)
também apareciam como polos da economia mundial, formando uma nova era
multipolar, em detrimento da bipolaridade outrora existente. Desta forma, temos
o mundo sob a influência de três grandes polos, os EUA, o Japão e a Europa,
representada pela União Europeia, tendo Alemanha, França e Reino Unido como
sustentáculos econômicos.
O FIM DA
GUERRA FRIA
Muito se discute sobre uma possível data que marque o
fim da Guerra Fria, o fato é que uma série de acontecimentos desencadearam a
dissolução do conflito Leste x Oeste. A falta de democracia, o atraso econômico
e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo
no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas
são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União
Soviética, Mikhail Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele
país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças
políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates
políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria
sendo implantado nos países socialistas. Os Estados Unidos assumiram o papel de
única superpotência, os conflitos étnicos e nacionais ressurgiram com força
total, e o poder não é mais de quem tem armas mais poderosas, mas de quem tem a
economia mais forte. Veremos a seguir alguns fatores responsáveis pelo fim da
bipolaridade mundial. A crise da URSS A economia soviética teve um considerável
sucesso no período em que o mundo se guiava pelos padrões tecnológicos
estabelecidos pela II Revolução Industrial (industrias de siderurgia, química,
petrolífera, aeronáutica, naval, etc). Isto colocou a URSS em igualdade com as
economias capitalistas e em alguns momentos à frente, como o lançamento do
primeiro satélite Sputnik I, em 1957, e o primeiro homem em órbita ao redor da
Terra, Iúri Gagárin, em 1961. Guiados pelo padrão tecnológico da II Revolução
Industrial, a URSS priorizou indústrias de bens de produção e de capital, com
grande prioridade para a indústria bélica. Isto porém virou um problema na
medida em que as indústrias de bens de produção não possuíam os devidos
investimentos, gerando um grande descompasso econômico, com produções
excessivas de ferro e aço de um lado, e a carência de eletrodomésticos e
automóveis de outro. O quadro crítico acentua-se a partir da década de 1970,
com a chamada Terceira Revolução Industrial, que demanda altos investimentos em
pesquisa e tecnologia favorecendo o crescimento de setores como a informática e
a robótica (estes exigem uma economia mais dinâmica, baseada numa economia de
mercado).
A URSS começa a se defasar econômica e
tecnologicamente em meados de 1970, sendo reconhecida apenas por seu poderio
militar, seu arsenal nuclear e sua capacidade de destruição em massa. Graças a
seu baixo dinamismo econômico, sua produtividade industrial não acompanhava nem
de longe os avanços dos países capitalistas desenvolvidos mais competitivos.
Seu parque industrial, sucateado, era incapaz de produzir bens de consumo em
quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas
intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se
generalizava. A situação agravasse nos anos 80, com o governo norte-americano
de Ronald Reagan, que aumentou os orçamentos com defesa. Como a União Soviética
não tinha mais condições de continuar com a corrida armamentista, os acordos de
paz entre as duas superpotências tornaram-se necessários. Foi com essa missão
que Gorbachev chegou, em 1985, à liderança da URSS. A era Gorbachev (1985-1991)
e o fim da União Soviética Sua plataforma política defendia a necessidade de
reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em
seu governo, uma nova geração de políticos se firmou, e impulsionou a dinâmica
de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental. Dentre
as reformas propostas por Gorbachev, temos a Perestroika e a Glasnost: -
Perestroika (reestruturação): série de medidas de reforma econômicas. Para
Gorbatchov, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma
reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o
orçamento militar da União Soviética, o que implicou em diminuição de
armamentos. Além disso, era preciso acabar com a ditadura, desmontando o
aparelho repressor erigido na era Stálin. - Glasnost (transparência) : visava a
"liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do
governo para a população, permitindo o pluripartidarismo e retirando a forte
censura que o governo comunista impunha. Esta abertura política desencadeou uma
série de movimentos separatistas na URSS, levando à sua completa fragmentação
política. Gorbachev sofreu um golpe de Estado, liderado pelos comunistas
conservadores, porém, o golpe fracassou e Mikhail foi reconduzido ao poder com
o apoio de Boris Yeltsin. No entanto, o poder central se enfraqueceu, visto que
as repúblicas – uma a uma – proclamavam sua independência política. A cartada
final ocorreu em dezembro de 1991, quando a própria Rússia, sustentáculo da
União Soviética, proclamou a sua independência. Com o fim da União Soviética um
novo acordo foi firmado (acordo de Minsk), originando a CEI (Comunidade dos
Estados Independentes), composto pelas antigas repúblicas soviéticas, exceto
Estônia, Letônia e Lituânia. Boris Yeltsin foi eleito o novo presidente,
renunciando em dezembro de 1999. Em seu lugar, Vladimir Putin foi eleito em
março de 2000.
A Nova Ordem
Mundial
A Nova Ordem Mundial resultou do colapso da URSS que
extinguiu a ordem da Guerra Fria. Se até a década de 1940 a URSS apresentou
grande crescimento econômico, esse quadro não se manteve no pós-Guerra. O ritmo
de crescimento econômico diminuiu implicando problemas até para a manutenção da
qualidade de vida da população. São fatores da crise da economia soviética:
• Burocratização da economia. A
atividade econômica soviética era controlada de forma rígida pelo governo.
Esses dispositivos de controle estatal funcionaram enquanto a economia, na
primeira metade do século XX, era mais simples. A necessidade de decisões
econômicas mais rápidas no cenário dos anos 70 fez com que a economia
soviética, emperrada em regras rigorosas e restritivas, reduzisse seu crescimento.
Além disso, o estatismo econômico reduziu a iniciativa por inovações e ganho de
produtividade das pessoas e empresas.
• Gastos na Guerra Fria. A Corrida
Espacial e a Corrida Armamentista geravam gastos elevados que não davam retorno
econômico. Esses gastos drenavam os recursos que poderiam ser usados na
produção.
• Nacionalismo. A URSS jamais conseguiu
anular os sentimentos nacionais das diferentes repúblicas assim como as
rivalidades entre elas.
A crise econômica que avizinhava a URSS foi mascarada
nos anos 70 devido aos preços elevados do petróleo no mercado internacional.
Assim, com as exportações de petróleo, o país tinha recursos para sustentar a
atividade econômica, os investimentos em armas e um bom padrão de vida para a
população. Isso mudou nos anos 80. A queda dos preços do petróleo nos anos 80
evidenciou a crise da economia soviética e a necessidade de reformas. Foi
implementada a Perestroika. Com a reestruturação econômica, o governo
objetivava descentralizar as decisões dando maior autonomia para as empresas
serem geridas livres da burocracia do governo. Além disso, o governo deveria
diminuir os gastos militares para incentivar a produção. Para implementar a
reestruturação econômica era necessário apoio político a ser conseguido dentro
do próprio partido. Setores progressistas do Partido Comunista seriam mais
facilmente atraídos para as reformas econômicas mediante um processo mais amplo
que envolvesse abertura política: a Glasnost. A Glasnost também serviria para
minar o poder dos opositores da abertura econômica. Afinal, era através dos
dispositivos de censura e repressão que a “Linha Dura” do partido Comunista
atuava. Com o relaxamento dessas instituições, os conservadores perderiam
capacidade de ação política. Ao realizar a abertura política o Estado soviético
evidenciou fraqueza diante de setores políticos historicamente reprimidos:
políticos liberais e nacionalistas. O aumento das tensões culminou com a
extinção da URSS em dezembro de 1991 e a formação da CEI (Comunidade de Estados
Independentes). Enquanto a URSS agonizava, seu poder sobre sua esfera de
influência reduzia evidenciando o esgotamento da geopolítica da Guerra Fria. Em
1989 o Muro de Berlim era derrubado; em 1990 era extinto o COMECON; em 1991, às
vésperas do fim da União Soviética, terminava o Pacto de Varsóvia. A
geopolítica da Guerra Fria, iniciada no pós-Guerra, chegava ao fim com a
extinção de um de seus polos de poder. Era iniciada uma nova etapa da
geopolítica mundial: a Nova Ordem Mundial.
Nova Ordem
Mundial: novos polos de poder
As características dos polos de poder mudaram com o
fim da Guerra Fria. Se EUA e URSS rivalizavam e mantinham suas regiões de
influência mediante poder militar, com armas convencionais e de destruição em
massa, outros aspectos garantiriam poder para os países ou grupos de países na
Nova Ordem Mundial.
• Tríade – anos 90. Com o fim do
socialismo soviético o capitalismo (na sua vertente neoliberal) tornou-se o
sistema econômico hegemônico mundial. Assim, as maiores economias do mundo
caracterizavam-se como países de maior influência no Sistema Internacional.
Seriam eles: EUA (maior economia do mundo), Japão (20 maior economia mundial
nos anos 90) e União Européia que congregava países como Alemanha (unificada),
França e Reino Unido.
• Poder Unimultipolar – 2001. No ano de
2001 os EUA foram atacados em seu território nos episódios de 11 de setembro. A
reação americana envolveu o lançamento de um novo modelo geopolítico – a
Doutrina Bush – que dava ao país o direito de pressionar ou atacar
“preventivamente” os países que potencialmente atentassem contra suas
necessidades ou sua segurança. Mesmo com a oposição de potencias mundiais como
Rússia, França e Alemanha, os EUA conseguiram viabilizar ações como as guerras
do Afeganistão e, principalmente, do Iraque. Para alguns analistas, esse fato
evidenciava a formação de um mundo unipolar no qual os Estados Unidos seriam
potência hegemônica pois aliavam poder militar (convencional e nuclear) e
econômico.
• Multipolaridade – 2008. A crise
econômica mundial de 2008 fragilizou a economia dos países centrais aumentando
a inserção de países semi-periféricos no Sistema Internacional. Grandes
economias como a do Brasil, da China, da Índia e da Rússia fizeram desses
países importantes jogadores do Sistema Internacional. A atuação desses países
é ainda mais destacada em conjuntos como BRIC, MERCOSUL e G-20. A Nova Ordem
Mundial é palco da intensificação do processo de globalização e da difusão de
um meio tecnificado por recursos de informática e telecomunicações. É
importante o entendimento do processo de globalização, da produção do meio
tecnificado, das suas relações e consequências.