domingo, outubro 31, 2010
sábado, outubro 30, 2010
quinta-feira, outubro 28, 2010
Bom slide para 7ª Série
terça-feira, outubro 26, 2010
segunda-feira, outubro 25, 2010
Texto Complementar 8ª Série!!!
sábado, outubro 23, 2010
Textos Complementares 7ª Série
Artigo de Convidado: Augusto Cesar Petta…50 anos da Revolução Socialista em Cuba
Destaca-se desde 1933 Ruben Fulgêncio Batista que de forma autoritária exerceu o poder político em Cuba durante 25 anos, seja como presidente ou como eminência parda. Como fazia o jogo da máfia e dos interesses do Governo dos Estados Unidos, Fulgêncio Batista, logo após o golpe de Estado de 1952, recebeu apoio irrestrito do Presidente Eisenhower. Ambos tinham em comum ódio brutal aos comunistas. Ele fugiu de Cuba no dia 31 de dezembro de 1958, como decorrência da Revolução comandada por Fidel Castro. E como era de se esperar foi abrigado pelos ditadores Salazar e Franco, vivendo em Portugal e na Espanha.
Em 26 de julho de 1953, um grupo de revolucionários comandado por Fidel Castro - que na época tinha 26 anos tentou ocupar o Quartel Moncada, considerado uma das maiores fortalezas do Exército de Fulgêncio Batista. A tentativa não atingiu seu objetivo e os irmãos Castro, Fidel e Raul, foram presos, juntamente com mais de 60 participantes. Registraram-se 18 mortes de revolucionários. Entre os presos estavam os irmãos Abel e Haydée Santamaria. Na prisão Haydèe recebeu uma encomenda que continha os olhos do irmão e os testículos do namorado Boris Luis La Coloma que também havia participado da tentativa de ocupação do Quartel Moncada. Este fato tornou-se símbolo do sistema de tortura implantado por Fulgêncio Batista.
Após saírem da prisão, Fidel e Raul foram para o México e em 1955, encontraram-se pela primeira vez com Che Guevara. Em 1967 Che afirmou ao Jornal Granma que conheceu Fidel ‘’durante uma daquelas noites mexicanas frias,e lembro que nossa primeira discussão foi sobre política mundial. Poucas horas depois, de madrugada, eu já era um dos futuros expedicionários (…) Era hora de fazer, de combater, de planejar. De deixar de chorar para começar a lutar'’. Por sua vez, Fidel num discurso pronunciado em 1967 disse que Che ‘’era dessas pessoas por quem tomamos afeto no primeiro momento pela simplicidade, caráter, naturalidade, companheirismo, personalidade e originalidade, mesmo quando ainda não conhecemos as virtudes singulares que o caracterizam'’.
Tanto para Fidel, quanto para Raul e Che, era fundamental organizar o movimento revolucionário que desembocasse na tomada do poder político em Cuba, tendo como objetivo a transformação profunda da sociedade que era tão desigual e que levava a maioria da população ao sofrimento cruel. Sérgio Tauhata no artigo ‘’Ano Novo, Vida Nova'’ descreve a reação do povo cubano, há 50 anos: ‘’Que reveillon foi aquele em Havana! Na passagem de 1958 para 1959 uma festa sem precedentes tomou conta da cidade. Pedestres agitavam bandeiras e carros buzinavam, como se todos comemorassem a conquista de uma Copa do Mundo… ora de jipe, ora sobre um tanque de guerra, o comandante percorreu 700 quilômetros e foi saudado por multidões pelo caminho. No dia 8 de janeiro, finalmente entrou na capital, conduzido por um tanque do regime que ele acabara de derrubar. Ao seu lado, estavam Cienfuegos e outro heróis da Revolução. Para a maioria do povo cubano, começava ali não apenas um novo ano, mas uma nova vida - plena de esperança de um futuro melhor.'’
Esta grande festa popular foi uma demonstração da participação e da aprovação da grande maioria do povo cubano em relação ao processo revolucionário. O movimento comandado por Fidel, Che Guevara, Raul Castro, Cienfuegos e tantos outros, correspondia a uma necessidade premente do povo cubano que desejava alcançar melhores condições de vida.
Hoje, os porta-vozes das classes dominantes no Brasil e nos vários países capitalistas continuam criticando duramente Fidel e o sistema político implantado em Cuba. Aliás, deles não se poderia esperar outra coisa, já que como defendem interesses de minorias, não podem admitir o sucesso de uma experiência que está voltada para a defesa dos interesses da maioria.
*Augusto César Petta, É Diretor do Sindicato dos Professores de Campinas e Região, Coordenador Técnico do Centro de Estudos Sindicais-CES e Membro da Comissão Sindical Nacional do PCdoB
----------------------------------------
AMÉRICA PLATINA
A América Platina é uma região da América do Sul formada por três países (Argentina, Paraguai e Uruguai) que são banhados pelos rios formadores da Bacia do Rio Prata. Além disso, possuem uma história em comum durante grande parte do período colonial. O rio da Prata é o estuário criado pelos rios Paraná e Uruguai, formando sobre a costa atlântica da América do Sul uma muesca triangular de 290 quilômetros de largura. A bacia hidrográfica combinada do Rio da Prata e seus afluentes (os rios Lujan, Matanza, Samborombón e Salado do Sul) possui uma superfície de aproximadamente 3 200 000 km².
A América Platina é uma porção da América do Sul formada por três nações: Argentina, Paraguai e Uruguai. O vínculo entre esses países é desde o período colonial, pois já participaram de uma mesma administração política. Além desse aspecto, essas três nações possuem outra característica em comum: são banhadas pelos rios que formam a Bacia Hidrográfica do Rio Prata.
Com extensão territorial de 3.351.055 quilômetros quadrados, a América Platina corresponde a 18% do território sul-americano. O relevo é caracterizado por planícies e planaltos. A oeste, na fronteira da Argentina com o Chile, está localizada a Cordilheira dos Andes. O clima varia de acordo com cada região. No norte, predomina o clima tropical e no sul, o clima característico é o temperado. Os principais rios são: o Paraná, Paraguai e o Uruguai, formando a Bacia Hidrográfica do Rio Prata.
Esses três países somam, aproximadamente, 50 milhões de habitantes, sendo a Argentina, o país mais populoso – com 40 milhões. A maioria da população da América Platina, especialmente da Argentina e do Uruguai, é branca e de origem europeia. Tal fato se explica em virtude do intenso fluxo migratório de espanhóis e italianos para esses dois países no final do século XIX e início do século XX. No Paraguai predominam os mestiços e ameríndios.
A economia na América Platina é bem dinâmica e diversificada. Todos os três países têm na agropecuária, um importante elemento da economia. Na Argentina destaca-se o cultivo de trigo e criação de bovinos e ovinos. No Uruguai, no domínio dos pampas, ocorre a criação de bovinos, produção de carnes e ovinos, além do cultivo de milho e trigo. As principais áreas agrícolas do Paraguai estão localizadas a leste do rio Paraguai, onde são cultivados vários produtos, principalmente algodão e soja.
A Argentina é a nação mais industrializada da América Platina. A indústria concentra-se em Buenos Aires, Córdoba e Rosário. Montevidéu, capital do Uruguai, abriga a maioria das indústrias no país, cujo setor se baseia na produção alimentícia e têxtil.
O Paraguai apresenta uma industrialização muito limitada, apoiando-se por excelência na produção alimentícia. O turismo é outro elemento de fundamental importância para a economia desses três países. A Argentina, o Paraguai e o Uruguai, juntamente com o Brasil, formam o bloco econômico mais expressivo da América do Sul – o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).
OS PAMPAS
Chamamos Região Central às províncias de Buenos Aires e La Pampa. É a zona que define o espírito do "gaúcho" argentino: grandes e extensas planícies de grande riqueza para a produção agrícola e de gado. É a tão conhecida "pampa" que com seu horizonte sem limite, convida a ser percorrida livremente como o fazem ainda hoje estes "homens a cavalo". É o coração produtivo do país e onde reinam as "fazendas", com seus cascos -ant igos casarios de finais do século XIX e começos dos XX- que ultimamente se abriram ao turismo para que todos possam desfrutar das atividades própias do campo.
Outro destino é a Costa Atlântica. As localidades balneárias se iniciam desde San Clamente del Tuyú, (onde funciona Mundo Marino, o único oceanário do país) passando por Pinamar, Cariló e Villa Gesell até chegar a Mar del Plata, o porto pesqueiro mais importante e a cidade com maior desenvolvimento turístico da costa sul da privíncia de Buenos Aires. A imponente beleza do mar se completa com, uma variada vida cultural, divertimentos, danceterias, cassinos, espetáculos e uma tentadora proposta gastronômica. lhanura pameana é uma das zonas mais ricas da Argentina e oferece a magia de um vasto espaço de longes horizontes. É a terra dos gauchos, homens de a cavalo, e das tradições.
As estâncias da Pampa argentina se destacam por sua variada arquitetura. Foram construídas seguindo estilos tão diversos como o colonial hispano-americano, o Tudor inglês ou o clássico francês. Muitas delas foram adaptadas para servir como alojamento para o turismo.
Para o noroeste desta lhanura surgem as serras de Córdoba. Alcançam os 2.790 metros de altura no cerro Champaquí. Seus vales férteis, seus desertos e salinas outorgam ao conjunto uma especial atração. Dispersas seguindo o caminho para o norte, vão aparecendo as capelas e estâncias -do século XVII e XVIII- construções muitas delas legadas pelos jesuítas.
CHACO
Chaco (do quechua chaku: território de caça) é uma região de aproximadamente 1.280.000 km² e compreende partes dos territórios paraguaio, boliviano, argentino e brasileiro (ao sul do Pantanal).
Caracteriza-se por muitos ecossistemas e climas distintos que variam do semi-árido ao norte, próximo à fronteira com a Bolívia, ao úmido no sul próximo ao Brasil. As temperaturas oscilam entre -7°C no inverno a 47°C no verão. O regime de chuvas também é bem diversificado, indo de 400mm ao ano na região oeste até atingir 1600mm já próximo a Assunção, Paraguai.
Exibe grande pluralidade de espécies animais e vegetais, algumas delas ameaçadas de extinção. A intervenção humana também tem acelerado o natural processo de salinização dos solos. Dentre as espécies encontradas destacam-se a onça pintada, o puma, o lobinho (popularmente chamado), antas, porcos selvagens, dentre outros. Uma das espécies endêmicas é o javali do Chaco.
PATAGÔNIA
A Patagônia é uma região natural que se localiza no sul da América do Sul, abrangendo quase um terço dos territórios da Argentina e do Chile. São quase 800.000 quilômetros quadrados de território virgem, pouco explorado e de escassos habitantes. Uma região riquíssima em recursos naturais de imcomparável beleza, fazendo deste lugar um dos mais belos do planeta.
Começa perto do paralelo 37 e estende-se até a ilha da Terra do Fogo, cuja capital é Ushuaia - conhecido como o fim do mundo, com suas paisagens contrastantes: para oeste está o mar do pacífico, de norte a sul corta a Cordilheira dos Andes, no centro da região, a Patagônia extra-andina, desértica, formando pedregosas mesetas e grandes extensões de campo, para o leste encontra-se a Costa Atlântica . E para o sul, chega-se até a Ilha Grande da Terra do Fogo. A Patagônia é um vasto território cheio de mistério, que tem um forte magnetismo, e um incrível poder de sedução, capaz de apaixonar todo aquele que se aproximar destas terras deixando-se abraçar pela imensidão de seus horizontes, até se entregar rendido frente a tão contundente demonstração da insignificância do ser humano diante de tamanha grandeza da natureza. Enigmática como poucas regiões no mundo, a Patagônia propõe seu primeiro desafio ao tentar decifrar a origem de seu nome. Sobre ele, existem diferentes versões que indicam a Fernão de Magalhães como autor.
Uma delas associa o nome à observação, por parte do navegante, de grandes pegadas realizadas pelos Tehuelches, um povo nativo da região, que se caracterizavam por serem altos e terem uma forte contextura. Outra, diz que Magalhães utilizou o termo "Patagón", fazendo alusão a um monstro literário, personagem de uma famosa novela medieval.
Uma conjunção perfeita de lagos, rios, montanhas, vales e estepe infinito, uma eterna sucessão de imponentes paisagens, o contato com a natureza na sua máxima expressão e a possibilidade de praticar uma enorme quantidade de atividades que satisfazem as expectativas tanto das almas mais intrépidas como das mais contemplativas, fazem da Patagônia um destino inesgotável, um lugar único onde a natureza desvenda seus segredos e manifesta sua grandeza em todo o seu esplendor.
MERCOSUL
O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) é um processo de integração econômica entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai constituído em 26 de março de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção. Evoluiu a partir do programa de aproximação econômica entre Brasil e Argentina de meados dos anos 80, o Tratado de Iguaçu, precursor do Mercosul, e tem dois grandes pilares: a democratização política e a liberalização econômico-comercial. Os processos de integração classificam-se em diversos tipos, segundo o grau de profundidade dos vínculos que se criam entre os países envolvidos. Temos primeiro a chamada Zona de Preferência Tarifária, que assegura níveis tarifários preferenciais para o conjunto de países que pertencem à Zona. Um segundo modelo é a Zona de Livre Comércio (ZLC), que consiste na eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o comércio entre dois ou mais países. Em terceiro há a União Aduaneira, que é uma ZLC dotada também de uma Tarifa Externa Comum, ou seja, um único conjunto de tarifas para as importações provenientes de países não-pertencentes ao bloco. O quarto tipo de integração é o Mercado Comum, em que circulam livremente não só bens, mas também serviços e os fatores de produção - capitais e mão-de-obra. O Mercado Comum pressupõe ainda a coordenação de políticas macroeconômicas. Dentro da classificação acima, o MERCOSUL é, desde 1º de janeiro de 1995, uma União Aduaneira. Ou melhor, é um projeto de construção de um Mercado Comum cuja execução se encontra na fase de União Aduaneira.
Os objetivos primordiais do MERCOSUL são: Eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio entre os países membros; Adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC); Coordenação de políticas macroeconômicas; Livre comércio de serviços; Livre circulação de mão-de-obra, e Livre circulação de capitais. Segundo o Protocolo de Ouro Preto, de 17 de dezembro de 1994, a estrutura institucional básica do MERCOSUL é constituída por:
Conselho do Mercado Comum (CMC) - instância decisória máxima, composto pelos Ministros das Relações Exteriores e da Economia ou seus equivalentes dos Estados Partes. A Presidência do CMC será exercida por votação dos Estados Partes, em ordem alfabética, por um período de 6 meses Grupo Mercado Comum - principal órgão negociador e executivo do MERCOSUL - Implementa medidas concretas para a integração; Comissão de Comércio - órgão técnico encarregado de administrar os instrumentos da política comercial comum (verificar sua correta aplicação, propor ajustes examinar pleitos nacionais relacionados a casos comerciais específicos); Comissão Parlamentar Conjunta - composta por 16 parlamentares de cada país, tem a função de buscar acelerar os procedimentos legislativos necessários para a entrada em vigor, em cada país, das normas do MERCOSUL e auxiliar o processo de harmonização de legislações, e Foro Consultivo Econômico e Social - reúne representantes empresariais e sindicais, bem como entidades da sociedade civil, para discussão de temas vinculados ao MERCOSUL e formulação de propostas específicas.
Há, ainda, órgãos temáticos no MERCOSUL, como as Reuniões de Ministros de áreas específicas, os Subgrupos de Trabalho e os Grupos ad hoc de assessoria técnica ao GMC, e o Comitê de Cooperação Técnica. O Protocolo de Ouro Preto também dotou o MERCOSUL de personalidade jurídica internacional, habilitando o CMC a firmar acordos com outros países em nome do MERCOSUL, o que já foi feito com o Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e com a União Européia.
O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, adotado em 1991 pelo Protocolo de Brasília, permite julgar alegações de incumprimento das normas do MERCOSUL feitas por um Governo contra outro Governo, ou por um agente privado, que acionará seu Governo o qual por sua vez levará o caso ao Governo do país objeto da reclamação - se considerar a demanda justificada.
ETAPAS E AVANÇOS
No ano de 1995, foi instalada a zona de livre comércio entre os países membros. A partir deste ano, cerca de 90% das mercadorias produzidas nos países membros podem ser comercializadas sem tarifas comerciais. Alguns produtos não entraram neste acordo e possuem tarifação especial por serem considerados estratégicos ou por aguardarem legislação comercial específica. Em julho de 1999, um importante passo foi dado no sentido de integração econômica entre os países membros. Estabelece-se um plano de uniformização de taxas de juros, índice de déficit e taxas de inflação. Futuramente, há planos para a adoção de uma moeda única, a exemplo do fez o Mercado Comum Europeu. Atualmente, os países do Mercosul juntos concentram uma população estimada em 311 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de aproximadamente 2 trilhões de dólares.
OS CONFLITOS COMERCIAIS ENTRE BRASIL E ARGENTINA
As duas maiores economias do Mercosul enfrentam algumas dificuldades nas relações comerciais. A Argentina está impondo algumas barreiras no setor automobilístico e da linha branca ( geladeiras, micro-ondas, fogões ), pois a livre entrada dos produtos brasileiros está dificultando o crescimento destes setores na Argentina.
Na área agrícola também ocorrem dificuldades de integração, pois os argentinos alegam que o governo brasileiro oferece subsídios aos produtores de açúcar. Desta forma, o produto chegaria ao mercado argentino a um preço muito competitivo, prejudicando o produtor e o comércio argentino.
Em 1999, o Brasil recorreu à OMC ( Organização Mundial do Comércio ), pois a Argentina estabeleceu barreiras aos tecidos de algodão e lã produzidos no Brasil. No mesmo ano, a Argentina começa a exigir selo de qualidade nos calçados vindos do Brasil. Esta medida visava prejudicar a entrada de calçados brasileiros no mercado argentino. Estas dificuldades estão sendo discutidas e os governos estão caminhando e negociando no sentido de superar barreiras e fazer com que o bloco econômico funcione plenamente.
CONCLUSÃO
Espera-se que o Mercosul supere suas dificuldades e comece a funcionar plenamente e possibilite a entrada de novos parceiros da América do Sul. Esta integração econômica, bem sucedida, aumentaria o desenvolvimento econômico nos países membros, além de facilitar as relações comerciais entre o Mercosul e outros blocos econômicos, como o NAFTA e a União Européia. Economistas renomados afirmam que, muito em breve, dentro desta economia globalizada as relações comerciais não mais acontecerão entre países, mas sim entre blocos econômicos. Participar de um bloco econômico forte será de extrema importância para o Brasil.
Textos Complementares 8ª Série!!!
A Indústria no Espaço Norte Americano
A Sina do Indígena Norte-americano
Os colonizadores puritanos acreditavam ter chegado a uma terra a eles prometida, uma nova Israel como cita Arthur Schilesinger, acreditavam que aquele território os pertencia e que seria o palco de seu desenvolvimento e progresso. Não havia interesse por parte dos “brancos” ou por parte dos indígenas de que houvesse a mistura de suas culturas, os primeiros se identificavam como portadores da civilização e definiam os índios como selvagens, intensificando a intenção de extinção dos nativos.
Com a expansão prevista dos norte-americanos para o oeste o embate toma proporções de guerra. O filme O Pequeno Grande Homem (1982) mostra o processo de expansão plenamente arraigado de confrontos entre “brancos” e índios. Também deixa claro, assim como Frederick Turner, que apesar de se negar a mistura das culturas o fato ocorreu, como representa o personagem Jack Crabb interpretado por Dustin Hoffman. O protagonista vive no filme o chamado mito do herói, passando pelas fases de separação, iniciação e retorno. Na primeira, se afasta da sua comunidade original e vai viver sob os parâmetros da cultura indígena, onde é iniciado. A saga é completa, para Turner, com o retorno para a comunidade original levando os novos elementos adquiridos na outra cultura, entretanto, algumas vezes o que se leva é a ratificação da selvageria dos índios.
A marcha para o oeste vai dizimando a população indígena e empurrando os restantes para o interior do território, segundo Bruce Dickinson e Steve Harris os americanos “killing their woman and stealing their gold” nos versos da canção Run To The Hills, sobre a expansão e o massacre indígena, deixando como alternativa “run to the hills, run for your lifes”.
O interesse dos colonizadores se guiava por possuir a terra sem serem possuídos pela cultura dos nativos, a cultura indígena era completamente rejeitada pela protestante. Junto com o massacre ocorreu a destruição da natureza na expansão do “progresso”, através do comércio da terra e da busca do ouro.
Bibliografia:
DICKINSON, Bruce; HARRIS, Steve. Run To The Hills.
SCHILESINGER, Arthur. Os Ciclos da História Americana.
TURNER, Frederick. O Espírito Ocidental Contra a Natureza.
O Pequeno Grande Homem (Filme – 1982)
domingo, outubro 17, 2010
Vale a pena ler
Tem gente que não só acha como enumera!
Caros, não sou muito de fazer proselitismo político pela internet. Mas às vezes não dá pra resistir.
Maria Rita Kehl, uma das maiores psicanalistas do país, acabou de ser demitida de um dos jornalões do país – o Estado de São Paulo. Aoposição e a mesma mídia argumentam que o “pluralismo”, a “liberdade de imprensa”, a “liberdade de expressão” estão em perigo. A mesma mídia e a oposição, a quem ela descaradamente apóia, e que a comprou a peso de ouro (ver as verbas que o Serra lhe destinou). Liberdade, sim, pra uns. O resto, favor calar o bico. A razão da demissão: uma crônica que Maria Rita escreveu. Reproduzo um trecho:
“Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.”
Conhecemos o discurso a que ela se refere. A Dilma estaria na frente por conta dos votos dos “rincões” mais atrasados deste país. E equaciona-se miséria econômica com miséria mental.
Sim, em termos regionais, a Dilma está na frente apenas no nosso querido nordeste (tomo a liberdade da primeira pessoa do plural). Mas o discurso esquece que no SE, NO e CO, há praticamente um empate técnico. E o Serra só está à frente no SU – não por acaso onde o país tem os melhores IDH.
Estou agora em Canaan, distrito perdido nos confins do Trairi, município perdido nos confins do Ceará, estado perdido nos confins do Nordeste. Onde mesmo?!... Ah, no Nordeste...
Permito-me um depoimento pessoal. Conheço Canaan há 46 anos. Lá fizemos uma casinha, nosso refúgio tropical. Estagnado até oito anos atrás. Que coincidência... Hoje, a dinâmica econômica do distrito impressiona pelo número de novos estabelecimentos, pelo movimento na praça da igreja (de cara nova), pelo dinheiro que corre, pelas motos que substituíram os jumentos. Bom pra eles, coitadinhos. Agora, só fazem passear pelas bordas das dunas, ociosos, onde têm uma graminha pra comer. Foram libertados para se virarem por conta própria. Pois é, quando Canaan muda...
Decerto essas mudanças não são tão perceptíveis para nós urbanóides, habitantes das metrópoles, que nos damos conta delas, mudanças, mais mediante números frios que pelos sete buracos de nossa cabeça.
Mas nem tanto só por números frios, para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Minha experiência recente no CNPq mostrou como explodiram (não implodiram...) os recursos para ciência e tecnologia. E a ampliação das universidades públicas federais, estagnadas de pires na mão há tanto tempo, devia falar por si própria – particularmente para nós, que nelas labutamos.
Não, isso não conta. A guerra é moral – voltamos à Idade Média num fundamentalismo religioso, entre outros, que faria as delícias de Bush/Blair (a propósito, por favor lembrem-se que os verdes internacionais defenderam a guerra contra o Iraque). Confesso não dispor de um corruptômetro. Não saberia dizer se a corrupção é menor ou maior neste que em governos passados. É tolice ou sacanagem, negar a atual ou a passada. Desconfio que ela era maior nos governos passados, como os dados no final desta mensagem mostram, mas não faço disso um cavalo de batalha. Quando do mensalão do PT, me desfiliei do partido. Era o mínimo que poderia fazer. Agora, o gozado é que a mídia tem curiosa amnésia quanto ao mensalão do PSDB, quanto a FHC ter comprado a R$ 200.000,00 a cabeça a reeleição dele etc. etc. etc. (rememorem a lista dos escândalos ao final da mensagem).
A corrupção é endêmica neste país, é uma doença mais difícil de erradicar que a miséria econômica. Está na raiz mesma da estrutura do estado patrimonial / clientelístico brasileiro. Talvez eu seja acusado de cinismo, de defender uma “corrupção de resultados”... Não vou ficar bravo porque não é isso o que mais importa agora.
Com todos os problemas e contradições e alianças espúrias e Erenices da vida e corrupção etc. etc. etc. estamos numa encruzilhada apontando para dois países distintos: regressar ao capitalismo mais selvagem que conhecemos (que talvez esteja afundando na crise que se prolonga, mas nunca se sabe, o último fôlego desse gato já foi anunciado ad nauseummas ele sempre tem mais um...), ou continuar num outro troço, inaugurado oito anos atrás, que ninguém ainda conseguiu definir com clareza, mas que é diferente. Paul Singer ousa dizer que estamos embarcando num novo modo de produção – o da economia solidária. Sei não, talvez seja exagero, talvez não, é cedo pra dizer. Decerto é outro o estado e o seu papel – estado que assume uma responsabilidade social, que dá crédito farto principalmente para quem nunca teve acesso a ele, que utiliza recursos públicos para fins públicos, não para financiar empresas internacionais no processo de privataria... No máximo, estamos vendo a geração de um novo modo de produção, como quer otimistamente Singer, mas no mínimo estamos testemunhando um estado que compensa minimamente as mazelas do capital. Ou isso não importa? Dizia Betinho: quem tem fome tem pressa – é uma questão de vida ou morte. Estamos, sim, testemunhando uma revolução pacífica talvez sem precedentes.
Caros, relutei em escrever essa mensagem. Mas não fiquei em paz enquanto não o fiz. Portanto, lá vai. Não sei as posições de todos sobre o tema. Mas queria que, pelo menos, vocês soubessem da minha, nesta forma menos pública (publicamente, assinei um “manifesto de intelectuais” – sei lá se mereço o título – em favor da candidatura da Dilma cuja iniciativa está sendo coordenada por Emir Sader, uma das mentes mais lúcidas deste país).
Grande abraço,
FH
ps – me perdoem se receberem a mensagem duplicadamente. A organização de meus contatos ainda não atingiu o patamar de excelência...
O Brasil não esquecerá
45 escândalos que marcaram o governo FHC
1 - Conivência com a corrupção
O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.
2 - O escândalo do Sivam
O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.
3 - A farra do Proer
O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
4 - Caixa-dois de campanhas
As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.
5 - Propina na privatização
A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.
6 - A emenda da reeleição
O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.
7 - Grampos telefônicos
Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
8 - TRT paulista
A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.
9 - Os ralos do DNER
O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.
10 - O "caladão"
O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.
11 - Desvalorização do real
FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.
12 - O caso Marka/FonteCindam
Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.
13 - Base de Alcântara
O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
14 - Biopirataria oficial
Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.
15 - O fiasco dos 500 anos
As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.
16 - Eduardo Jorge, um personagem suspeito
Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.
17 - Drible na reforma tributária
O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.
18 - Rombo transamazônico na Sudam
O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.
19 - Os desvios na Sudene
Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.
20 - Calote no Fundef
O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.
21 - Abuso de MPs
Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.
22 - Acidentes na Petrobras
Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.
23 - Apoio a Fujimori
O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.
24 - Desmatamento na Amazônia
Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.
25 – Os computadores do FUST
A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.
26 - Arapongagem
O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.
27 - O esquema do FAT
A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.
28 - Mudanças na CLT
A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.
29 - Obras irregulares
Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.
30 - Explosão da dívida pública
Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.
31 - Avanço da dengue
A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.
32 – Verbas do BNDES
Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.
33 - Crescimento pífio do PIB
Na "Era FHC", a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.
34 – Renúncias no Senado
A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.
35 - Racionamento de energia
A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.
36 - Assalto ao bolso do consumidor
FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.
37 – Explosão da violência
O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.
38 – A falácia da Reforma agrária
O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.
39 - Subserviência internacional
A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.
40 – Renda em queda e desemprego em alta
Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.
41 - Relações perigosas
Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman - paraíso fiscal do Caribe.
42 – Violação aos direitos humanos
Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.
43 – Correção da tabela do IR
Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.
44 – Intervenção na Previ
FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.
45 – Barbeiragens do Banco Central
O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.