quarta-feira, agosto 29, 2012
Imagem Histórica da Construção de Brasília
Construção da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Em primeiro plano temos as obras do Congresso Nacional. Estimativa de ano: 1958.
Contribuição do Francisco Taboza.
terça-feira, agosto 28, 2012
Colômbia anuncia negociações de paz com as Farc
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta terça-feira,
em uma mensagem para o país, que o governo e os guerrilheiros das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciaram contatos para
tentar encerrar a violência. "Estão se desenvolvendo conversas
preliminares com as Farc para buscar o fim do conflito", disse Santos.
Os
detalhes das negociações - como a agenda de temas e quem está
participando - serão divulgados nos próximos dias, afirmou o presidente.
Ele disse também que chefes da segunda maior guerrilha do país, o
Exército de Libertação Nacional (ELN), sinalizaram que estariam
dispostos a participar das conversas de paz.
Esta será a
primeira vez desde 1998 que os insurgentes e o governo entrarão em
contato. Na ocasião, a administração do presidente Andrés Pastrana
começou negociações que, após quase quatro anos, fracassaram em meio a
sequestros e ataques atribuídos às Farc.
"Vamos aprender
com os erros do passado para não repeti-los. Qualquer processo tem que
levar ao fim do conflito, não ao seu prolongamento. Serão mantidas as
operações e presença militar em cada centímetro do território nacional",
declarou Santos. As informações são da Associated Press.
domingo, agosto 26, 2012
CONEXÃO ÁFRICA - REPORTAGEM ANTIGA , TODAVIA, MUITO INTERESSANTE!!!
Com a Copa se aproximando, está na hora de iniciarmos aqui a Conexão África do Sul,
um especial de alguns posts relacionados ao país sede da Copa. E aqui
vamos nós… Todos já conhecem a história do apartheid e do papel que
Mandela representou na queda do regime (se não conhecem, corram para os
livros agora). Porém, nem todos sabem da história do time africano de
rúgbi, que teve um improvável (e importante) papel na transição
democrática do país. E numa adaptação do livro Conquistando o Inimigo, do jornalista britânico John Carlin, surgiu o filme Invictus, agora num DVD (ou download) perto de você.
Quando Nelson Mandela assumiu a presidência, vislumbrou na Copa do
Mundo de Rúgbi em 1995 uma oportunidade de usar o esporte
(predominantemente “branco”) como ferramenta para conter a onda
revanchista e o medo que assolavam o país — pondo em prática o “dar ao
inimigo tudo o que ele nos negou”. Mas engana-se quem acha que é um
filme sobre rúgbi. O esporte aqui serviu de suporte para uma plataforma
política, e Clint Eastwood (em sua faceta mais esquemática) soube contar
a história habilmente, mesmo que escorregando em clichês e abusando da
câmera lenta na partida final. Morgan Freeman era a escolha óbvia para o
papel de Nelson Mandela (o próprio Mandela tinha se manifestado a esse
respeito). Em caracterização impressionante, Freeman soube dar vida à
figura mítica do líder sulafricano, combinando o gênio da política com o
pai de uma família desestruturada. E, felizmente, Matt Damon soube se
encaixar como coadjuvante, no papel de François Pienaar, o capitão dos
Springboks (como o time sulafricano é conhecido).
No fim, o objetivo é alcançado: a violência se consuma apenas através
das trombadas e encontrões do rúgbi. Mensagens políticas são
distribuídas por toda a película, com a intenção de conquistar o
espectador (e sejamos francos: é difícil não baixar a guarda). Claro que
os problemas da África do Sul não foram todos resolvidos ali. E mesmo
que o rúgbi tenha sido uma solução paliativa, só o fato de uma guerra
civil ter sido evitada já foi um grande feito. Como metáfora para
ilustrar, temos o staff da segurança de Mandela, que começa o filme
segregado em meio ao ódio, e termina na maior camaradagem. Assim, Invictus
fica como um recorte de um momento crucial para os sulafricanos e deixa
a lição final de Nelson Mandela: o perdão remove o medo, e por isso é
uma arma tão poderosa.
Continuando com a nossa Conexão, trago aqui mais uma opção de filme
que conta uma história verídica — e que também está disponível num DVD
(ou download) perto de você. Um Grito de Liberdade (Cry Freedom) conta a história de Donald Woods
(Kevin Kline), um editor de jornal que se vira contra o regime do
apartheid e passa a divulgar ao mundo todos os seus horrores. Para isso,
ele se une ao ativista anti-apartheid Steve Biko, interpretado por Denzel Washington (no tempo em que ele ainda não se repetia em seus papéis). Um Grito de Liberdade
ganhou as telas de cinema no ano de 1987, com o apartheid já em seus
estertores, e se juntava à enorme pressão internacional pelo fim do
regime. Vários artistas já tinham se engajado na causa, como Peter
Gabriel, que em 1980 lançou a música “Biko” e pelo Artists United Against Apartheid, que em 1985 engrossava o coro da Anistia Internacional.
Dirigido por Richard Attenborough, o filme é dividido em duas partes.
Na primeira, o personagem de Biko é quem conduz a história, desafiando o
“branco liberal” Woods a conhecer a realidade dos assentamentos em que
viviam. À medida que a história avança, Biko molda sua dialética de
“consciência negra”, desconstruindo a tese de que ele liderava uma
incitação ao ódio racial. Quando ele é intimado a prestar
esclarecimentos à corte sulafricana, surge o melhor diálogo do filme:
— Por que o senhor fala tanto que o “negro é belo”?
— Porque o termo “negro” é sempre associado a conotações pejorativas, como “mercado negro”, “ovelha negra”…
— Então por que vocês usam o termo “negro” se são mais “marrons”?
— E por que vocês usam o termo “branco” se são mais “cor-de-rosa”?
— Porque o termo “negro” é sempre associado a conotações pejorativas, como “mercado negro”, “ovelha negra”…
— Então por que vocês usam o termo “negro” se são mais “marrons”?
— E por que vocês usam o termo “branco” se são mais “cor-de-rosa”?
Biko morreu em Pretória, em 12 de setembro de 1977, espancado pela
polícia a serviço do apartheid, que alegou que ele morreu em decorrência
de uma greve de fome. Sua morte afetou profundamente seu povo, e também
Donald Woods, que passou a sofrer as mesmas perseguições do regime e
não viu outra alternativa senão fugir do país. Com farta documentação da
vida (e da morte) de Biko, o plano era publicar tudo em livro — o que
de fato acabou ocorrendo em 1978. O filme perde o fôlego no final, se
alongando nas minúcias do plano de fuga de Donald Woods para a
liberdade. Mesmo assim, fica como um valioso registro de um período que
deixou suas marcas profundas (e ainda não totalmente cicatrizadas) na
história do país.
E nessa data tão especial, eu não poderia falar de outra pessoa senão
Nelson Mandela — pois, sem ele, não haveria Copa na África. Mesmo que
os problemas raciais no país ainda saltem aos olhos, Mandela evitou o
mal maior (e não há como apagar décadas de um regime como o apartheid em
cinco ou dez anos). No livro Os Caminhos de Mandela, Richard
Stengel mergulha fundo na complexidade do homem que é frio e duro com
familiares e amigos mais próximos e, ao mesmo tempo, afável com seus
adversários mais ferrenhos. Ao investigar essas contradições, cada
capítulo do livro vai delineando o pensamento e os valores cunhados pelo
grande líder sul-africano. “Tenha um princípio essencial — todo o resto é tática”,
ele prega. Seu princípio era exatamente um: direitos iguais para todos,
independente de raça, classe ou gênero. Para enfrentar o apartheid, ele
precisou de muita coragem. Mas “a coragem não é a ausência de medo”, ele explica — e sim, a dissimulação da própria coragem. Em outras palavras, se você fingir que é corajoso, você se torna corajoso.
“Mantenha seus rivais por perto” é outra lição
preciosa, mostrando como Mandela se aproximou de seus maiores
adversários dentro do seu partido, o CNA. Chris Hani e Bantu Holomisa
representavam a ala “jovem” e radical do partido, que defendia a luta
armada — e Mandela sabia que tinha de trazê-los para o seu lado. Assim,
ele neutralizou o avanço do braço armado do CNA e conduziu o país para a
primeira eleição democrática da história da África do Sul. “Seja ponderado”
mostrava como Mandela tinha grande capacidade de visualizar todas as
possibilidades e consequências antes de tomar qualquer decisão. Em 1993,
meses antes das eleições, a ameaça de guerra civil assolava o país.
Chris Hani ganhava popularidade e encaminhava o país para o confronto,
até o dia que foi assassinado por um imigrante polonês. Antes de ir à TV
se pronunciar, Mandela sabia que qualquer passo em falso seria o fim,
mas felizmente soube encontrar uma resposta ponderada, que ajudou
na retomada do processo democrático.
Mas
suas decisões não podiam ser solitárias, pois o objetivo maior pode
morrer se o líder não permite que outros liderem junto, tornando-os
parte do processo. Em vez de se lançar à frente e dizer “sigam-me”, ele
ouvia, ponderava e então criava o consenso (geralmente em torno da sua
visão). É o conceito de “liderar na retaguarda”, pois é
por intermédio da capacitação dos outros que se partilha a própria
liderança. O que não significava que ele abdicava de “liderar na frente”.
Foi o que fez ao decidir negociar secretamente com o governo em 1985,
quando ainda estava preso. Depois de décadas de conflito, ele estava
convencido de que o CNA não conseguiria derrubar o governo e que o
partido não abriria mão da luta — e ele sabia que esse consenso era
absolutamente vital para se chegar à democracia. Depois de muito pensar,
resolveu tomar a frente e iniciar por conta própria as negociações com o
presidente P. W. Botha de dentro da prisão. Um processo lento e árduo,
que durou quase uma década e que, se fosse mal conduzido, poderia
transformá-lo num pária para seu próprio povo e precipitar a guerra
civil.
Mandela sempre manteve boas relações com seus opositores mais virulentos. “Ver o que há de bom nos outros”
é saber que ninguém é puramente bom ou puramente mau. A maior diferença
entre as pessoas, ele explica, é que uns trabalham pelo senso comum,
outros agem por interesse próprio. “Conheça seu inimigo”
traz, entre outros relatos, a forma como ele estudou e compreendeu a
cultura bôer para negociar com o presidente Botha, argumentando que
existia um paralelo entre a luta dos bôeres contra o imperialismo
britânico e a dos negros contra o apartheid. Ou depois, quando, já
presidente, abraçou o time de rúgbi
e o transformou em assunto de estado. As lições se seguem por todos os
capítulos e, ao final, a sensação é de se tratar de um manual de
auto-ajuda para líderes. Num momento em que a Copa se encerra e a
campanha eleitoral por aqui se inicia, Os Caminhos de Mandela
te levam para uma direção diametralmente oposta à dos nossos políticos
tupiniquins. Parece quase uma obra de ficção quando olhamos para a
política no Brasil. E depois dessa leitura, compreendi porque Mandela vê
o modelo ocidental de liderança como “bastião da ambição pessoal”.
terça-feira, agosto 21, 2012
Como a elite articulou 1964!!!!
O complexo Ipes/Ibad foi o verdadeiro partido da burguesia, segundo René Dreifuss em A conquista do Estado
OSCAR PILAGALLO
OSCAR PILAGALLO
A interpretação de que a
derrubada do presidente João Goulart em 1964 resultou não apenas de um
golpe militar deve-se em grande parte ao trabalho de um cientista
político uruguaio: René Dreifuss. Em 1981, quando o ciclo militar
aproximava-se do fim, o autor publicou 1964 - A conquista do Estado, em que expôs a minuciosa pesquisa documental que demonstrou a participação da sociedade civil na ação dos militares.
Até a divulgação do trabalho de Dreifuss não se tinha a dimensão exata da articulação dos civis. Sabia-se que o afastamento de Jango, um presidente considerado fraco e refém dos sindicalistas de esquerda, ia ao encontro dos interesses do grande capital. Sabia-se também que as manifestações públicas da classe média nos últimos dias do governo civil haviam dado o empurrão final no presidente. O papel dos civis, no entanto, foi muito mais importante.
Dreifuss mostrou a atuação de grande parte do empresariado brasileiro e de representantes de multinacionais reunidos no Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), fundado no final de 1961. “O Ipes não era com certeza, como freqüentemente é descrito, um movimento amador de empresários com inclinações românticas ou um mero disseminador de limitada propaganda anticomunista; era, ao contrário, um grupo de ação sofisticado, bem equipado e preparado; era o núcleo de uma elite orgânica empresarial de grande visão, uma força-tarefa estrategicamente informada, agindo como vanguarda das classes dominantes”, na definição de Dreifuss.
Mais focado em estratégias, o Ipes tinha um fundamental braço de apoio no Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que agia como unidade tática, respondendo por atividades secretas. Os dois se complementavam. “No curso de sua oposição às estruturas populistas, ao Executivo nacional-reformista e às forças sociais populares, o complexo Ipes/Ibad se tornava o verdadeiro partido da burguesia e seu estado-maior para a ação ideológica, política e popular.”
Intelectual de esquerda, René Dreifuss (1945-2003) deixou vários estudos sobre a relação entre forças armadas e sociedade civil na América Latina. 1964 - A conquista do Estado é sua grande contribuição à historiografia brasileira. O trabalho de pesquisa foi tão extensivo que, na época de sua publicação, quando se transformou em best seller das ciências políticas, o autor chegou a ser criticado por expor intelectuais e empresários que teriam tido envolvimento marginal com os institutos.
O livro, no entanto, resistiu ao tempo, como se pode verificar em sua reedição pela Editora Vozes. Pela grande quantidade de nomes citados, a obra ganharia em utilidade se tivesse um índice remissivo. Sem contar com esse instrumento de consulta, o leitor é obrigado a enfrentar as quase 900 páginas e cruzar, ele próprio, as referências. É pena que a editora não tenha aproveitado a repaginação, que facilitou a leitura, para oferecer também esse serviço. De qualquer maneira, os historiadores agradecem por não terem mais que garimpar o livro em sebos.
OSCAR PILAGALLO é editor de História Viva e da revista EntreLivros e autor de A história do Brasil no século 20 (em cinco volumes, pela Publifolha).
Até a divulgação do trabalho de Dreifuss não se tinha a dimensão exata da articulação dos civis. Sabia-se que o afastamento de Jango, um presidente considerado fraco e refém dos sindicalistas de esquerda, ia ao encontro dos interesses do grande capital. Sabia-se também que as manifestações públicas da classe média nos últimos dias do governo civil haviam dado o empurrão final no presidente. O papel dos civis, no entanto, foi muito mais importante.
Dreifuss mostrou a atuação de grande parte do empresariado brasileiro e de representantes de multinacionais reunidos no Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), fundado no final de 1961. “O Ipes não era com certeza, como freqüentemente é descrito, um movimento amador de empresários com inclinações românticas ou um mero disseminador de limitada propaganda anticomunista; era, ao contrário, um grupo de ação sofisticado, bem equipado e preparado; era o núcleo de uma elite orgânica empresarial de grande visão, uma força-tarefa estrategicamente informada, agindo como vanguarda das classes dominantes”, na definição de Dreifuss.
Mais focado em estratégias, o Ipes tinha um fundamental braço de apoio no Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que agia como unidade tática, respondendo por atividades secretas. Os dois se complementavam. “No curso de sua oposição às estruturas populistas, ao Executivo nacional-reformista e às forças sociais populares, o complexo Ipes/Ibad se tornava o verdadeiro partido da burguesia e seu estado-maior para a ação ideológica, política e popular.”
Intelectual de esquerda, René Dreifuss (1945-2003) deixou vários estudos sobre a relação entre forças armadas e sociedade civil na América Latina. 1964 - A conquista do Estado é sua grande contribuição à historiografia brasileira. O trabalho de pesquisa foi tão extensivo que, na época de sua publicação, quando se transformou em best seller das ciências políticas, o autor chegou a ser criticado por expor intelectuais e empresários que teriam tido envolvimento marginal com os institutos.
O livro, no entanto, resistiu ao tempo, como se pode verificar em sua reedição pela Editora Vozes. Pela grande quantidade de nomes citados, a obra ganharia em utilidade se tivesse um índice remissivo. Sem contar com esse instrumento de consulta, o leitor é obrigado a enfrentar as quase 900 páginas e cruzar, ele próprio, as referências. É pena que a editora não tenha aproveitado a repaginação, que facilitou a leitura, para oferecer também esse serviço. De qualquer maneira, os historiadores agradecem por não terem mais que garimpar o livro em sebos.
OSCAR PILAGALLO é editor de História Viva e da revista EntreLivros e autor de A história do Brasil no século 20 (em cinco volumes, pela Publifolha).
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História
Aquecimento global começou antes da Revolução Industrial!!!
O início da interferência humana no meio ambiente e, consequentemente,
no clima ocorreu em períodos anteriores à Revolução Industrial, que teve
início em meados do século XVIII na Inglaterra. Uma pesquisa
desenvolvida no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen)
mostra que, mesmo antes do surgimento das grandes indústrias o planeta
já sofria com aumento de temperatura e o início do aquecimento global.
Ana Carolina Athanásio
Ana Carolina Athanásio
Intervenção humana no meio ambiente causou a extinção de povoados antigos.
Baseada em coleta, comparações e análise crítica das informações da literatura produzidas mundialmente sobre o tema, a advogada Aretha Sanchez mostra em sua dissertação de mestrado –Atividades humanas e mudanças climático -ambientais: Uma relação inevitável – orientada pelo professor e pesquisador do Ipen Luiz Antonio Mai e defendida em julho de 2009, que povoados como os Maias e Mochicas, na América Latina, Acádios, no Iraque, povos da Groenlândia Nórdica entre outros sofreram colapsos e desapareceram devido a essa modificação climática local.
Os antigos integrantes desses povoados usaram grande parte dos recursos naturais existentes nos locais em que viviam e foram obrigados a sair de sua região de origem após a deteriorização intensa do ambiente. O desmatamento, a caça, a pesca, o desenvolvimento da agricultura e a poluição das águas foram causas determinantes para a modificação climática regional e, consequentemente, a extinção de importantes povoados.
Apesar da gravidade dessas interferências, a pesquisadora afirma que foram necessárias para que as populações pudessem se desenvolver. “Para que possa haver desenvolvimento, o homem interferiu no meio ambiente e consequentemente no clima. Na época das primeiras interferências climáticas, as populações não tinham consciência de que o uso e a intervenção no meio ambiente pudessem levar seus povoados a extinção. Nós temos esse conhecimento e devemos tentar diminuir essas modificações ambientais”, explica Aretha.
As interferências ocorridas anteriormente à Revolução Industrial foram muito significativas para as modificações do clima em determinadas regiões do planeta. Segundo a pesquisadora, “houve um aumento de até 4ºC na Europa e na América do Norte. Apesar de o aumento de temperatura ter sido regional, podemos falar que foi causado pela interferência do homem no meio ambiente, um ‘aquecimento global’ em escala menor se comparado aos problemas climáticos atuais”.
Mesmo com os malefícios causados por esse aumento significativo na temperatura em certas regiões do globo, que ocasionou desequilíbrio ambiental e extinguiu povoados importantes, Aretha salienta que se não fossem essas interferências iniciais, as populações tanto da América do Norte quanto da Europa não se desenvolveriam da forma como se desenvolveram.
Desigualdade e meio ambiente
Os grandes problemas ambientais relacionados ao mau uso dos recursos naturais são causados, em parte, pela desigualdade social. Segundo a pesquisadora, a falta de acesso ao conhecimento e conscientização ecológica atrelada às deficiências educacionais são fatores que tornam as intervenções ambientais mais rotineiras e problemáticas.
“Não há investimentos necessários para que todos tenham esse tipo de educação e desenvolvam consciência ecológica. Um exemplo dessa falta de conhecimento pode ser visto atualmente no Brasil: as pessoas invadem áreas suscetíveis a deslizamento, como as margens de rios, as quais deveriam ser de total controle ambiental. A interferência no ambiente é tamanha que ocasiona enchentes e coloca milhares de vidas em risco”, explica Aretha.
Exatamente pelo fato de grande parte das populações atuais terem maior conhecimento das causas e efeitos das interferências humanas na natureza, é necessário encontrar maneiras de manter o desenvolvimento sem causar tantos danos ao ambiente. “Antigamente não havia consciência do que estava acontecendo e por que alguns povoados se extinguiram. Hoje há essa consciência e conhecimento dos possíveis problemas que enfrentaremos, como o aquecimento global e outras alterações ambientais. Por isso, precisamos procurar uma forma, seja por meio da ciência ou da educação, que nos ajude a frear ou estabilizar as modificações climáticas”, conclui a pesquisadora.
Agência USP de Notícias - http://www.usp.br/
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segunda-feira, agosto 20, 2012
domingo, agosto 19, 2012
3º ANO - REDE ISAAC NEWTON - BLOCOS ECONÔMICOS
Introdução
Com a economia mundial globalizada, a tendência comercialé a formação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade
de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou
isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em
comum para problemas comerciais.
Em tese, o comércio entre os países
constituintes de um bloco econômico aumenta e gera crescimento
econômico para os países. Geralmente estes blocos são formados por
países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais.
Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o comércio entre
blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de fora de um
bloco econômico é viver isolado do mundo comercial.
Durante o período da Guerra Fria, a ordem política
internacional caracterizava-se por ser bipolar, ou seja, havia dois
grandes blocos econômico-políticos, o capitalista, chefiado pelos EUA, e
o Socialista, liderado pela URSS.
Com a “nova ordem” surgida após o fim do socialismo real
no final dos anos 1980 e início da década de 1990, em termos políticos,
o mundo caracteriza-se por ser monopolar, isto é, prevalece a vontade
da última grande potência restante, os Estados Unidos. No aspecto
econômico, contudo, a tendência é a formação de blocos econômicos
regionais, isto é, associações de países que estabelecem relações
econômicas privilegiadas entre si.
Os blocos econômicos classificam-se em zona de livre comércio
união aduaneira, mercado comum. Na zona de livre comércio, há redução
ou a eliminação das taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de
mercadorias dentro do bloco. A união aduaneira, além de abrir mercados
inteiros, regulamenta o comércio dos países-membros com nações externas
ao bloco. Já o mercado comum garante a livre circulação de pessoas,
serviços e capitais.
União Europeia
Nascida
por volta dos anos 50 e tendo como nomes, Mercado Comum Europeu ou Comunidade
Econômica Europeia, foi uma associação pioneira. Foi com o exemplo desta união
que deu origem a outros mercados econômicos internacionais. A Comunidade
Europeia foi constituída em seu início por doze países: Alemanha, França,
Espanha, Itália, Bélgica, Portugal, Grécia, Luxemburgo, Países Baixos, Reino
Unido, Irlanda e Dinamarca. Já agora, em 1995, foram aceitos a Áustria, a
Finlândia e a Suécia, ampliando o antigo número, agora, para quinze.
Todos os
países que estão neste mercado, abriram suas fronteiras alfandegárias sendo que
os países restantes podem vender suas mercadorias em qualquer destes, sem pagar
nenhum imposto. Sucessivos tratados foram negociados para uma unificação na
economia e também, em parte, na política avançando enormemente. Sendo que áreas
mais atrasadas neste bloco estão recebendo apoio por parte dos outros
integrante para que haja desenvolvimento, num todo; e é claro tendo um segredo
para todo este sucesso, que é, um grande mercado consumidor de 360 milhões de
pessoas.
Com a
unificação da Europa, as empresas estão ocupando um mercado mais amplo, fazendo
até fusões com empresas de outros países deste bloco. E com essa unificação, o
conceito de cidadania mudou junto, já que um belga pode fazer um seguro na
Itália, um alemão pode comprar um carro inglês do mesmo preço que se é
praticado neste país e um espanhol pode abrir a filial de sua firma na Holanda.
Um porém nesta unificação é que os países dela compostos, devem dar prioridade
aos produtos que são fabricados dentro da união, como é o caso da Grã-Bretanha
que deixou de comprar lã da Austrália e Nova Zelândia para dar este direito aos
italianos e dinamarqueses, mesmo seus preços sendo mais elevados. Um dos
maiores problemas existentes nesta união são a mão-de-obra desempregada, que
hoje contém 19 milhões de pessoas.
Tratado
de Maastricht ; Assinado em dezembro de 1991, em Maastricht (Holanda), prevê um
mercado interno único e um sistema financeiro e bancário comum com moeda
própria o euro , que deverá entrar em circulação a partir de 1999. Também fica
garantida a cidadania única aos habitantes dos países do bloco. O acordo lança
ainda as bases de uma política externa e de defesa europeias. A União da Europa
Ocidental (UEO) será o braço armado da UE e agirá em sintonia com a Organização
do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental liderada pelos
EUA. Na questão social, ficam definidos quatro direitos básicos: livre
circulação, assistência previdenciária, igualdade entre homens e mulheres e
melhores condições de trabalho. Além disso, serão unificadas as leis
trabalhistas, criminais, de imigração e as políticas externas dos países
membros. Após sua assinatura, o Tratado é submetido à aprovação da população de
cada país membro por meio de plebiscitos nacionais ou votações indiretas.
Nafta
Como os
EUA não têm mais concorrência com a União Soviética e com o objetivo de
desenvolveram suas empresas para que sobrevivam, nasceu em 1992 o NAFTA -North
American Free Trade Agreement (Acordo de Livre Comércio da América do Norte)
reunindo EUA, Canadá e México para consolidar um comércio regional já intenso.
Prevê-se,
como objetivo, que daqui à quinze anos, serão eliminadas todas as barreiras
existentes entre estes três países fazendo, com que, dinheiro e mercadorias
circulem livremente em toda esta área de acordo. Juntos eles somam cerca de 372
milhões de habitantes que compreendem consumidores de poder de compra elevado.
O NAFTA
não prevê acordos nos quais não estão contidos a livre circulação de
trabalhadores em busca de melhores condições e lugares e também numa unificação
total da economias dos países pertencentes, e sim em um acordo que se forme uma
zona de livre comércio para a atuação e proliferação das empresas em um espaço
protegido.
Este
bloco econômico está esbarrando em muitas diferenças sociais que, como maior
exemplo o México possui em relação aos outros integrantes, o que dificulta
muito e causa descontentamento em alguns sindicatos dos EUA, pois ao mesmo
estão preocupados com a possibilidade de algumas fábricas mudarem-se para o
México deixando a mão-de-obra, em lugares dos EUA, desempregada.
O NAFTA
também está interessado, é claro, em proteger os produtos ali fabricados,
colocando uma taxa de importação sobre alguns produtos tornando-os menos
atraentes para os consumidores desses três países.
Tigres Asiáticos
Dos
TIGRES ASIÁTICOS fazem parte Japão, China, Formosa, Cingapura, Hongkong e
Coréia do Sul, tendo um PIB de 4,25 trilhões de dólares, e um mercado
consumidor de 1.295 bilhão de pessoas.
Na Bacia
do Pacífico, quem predomina sobre os outros componente é o Japão com uma
economia super competitiva que está enfrentando a UNIÃO EUropeia e os EUA,
destina volumosos investimentos aos Dragões Asiáticos - Coréia do Sul, Formosa,
Cingapura e HongKong - que são os países que mais crescem industrialmente
naquela região e precisam de apoio financeiro o qual o Japão está promovendo
para a atuação de um mercado competitivo no cenário mundial da economia. E aos
países de industrialização mais recente o Japão também está colaborando para o
desenvolvimento dos mesmos neste setor; países, que são os seguintes:
Indonésia, Tailândia e Malásia, além das zonas exportadoras do litoral da
China.
Este
bloco asiático, movido pelo potente Japão, está tentando erguer os outros
países para que se torne um bloco que tenha competição na economia mundial e
que ocupe parte dela, como o Japão já está fazendo e conseguindo à algum tempo
e neste momento querendo ajudar seus vizinhos para formar um bloco onde
investidores de multinacionais apliquem seu dinheiro e façam um bom proveito de
toda esta estrutura que está sendo montada para este objetivo.
A partir
da década de 70, o direcionamento da indústria eletrônica para a exportação de
produtos baratos traz prosperidade econômica crescente e rápida para alguns
países da Ásia. Coréia do Sul, Formosa (Taiwan), Hong Kong e Cingapura são os
primeiros destaques. Dez anos depois, Malásia, Tailândia e Indonésia integram o
grupo de países chamados Tigres Asiáticos. Apesar da recessão mundial dos anos
80, apresentam uma taxa de crescimento médio anual de 5%, graças à base
industrial voltada para os mercados externos da Ásia, Europa e América do
Norte.
As
indústrias e exportações concentram-se em produtos têxteis e eletrônicos. Os
Tigres beneficiam-se da transferência de tecnologia obtida através de
investimentos estrangeiros associados a grupos nacionais. Os Estados Unidos e o
Japão são os principais parceiros econômicos e investidores. Com exceção de
Cingapura, as economias dos Tigres Asiáticos dispõem de mão-de-obra barata: as
organizações sindicais são incipientes e as legislações trabalhistas forçam a
submissão dos trabalhadores. Tal situação só é possível porque é sustentada por
uma cultura conformista, que valoriza a disciplina e a ordem, e admite a
intervenção do Estado em diversos setores econômicos. O planejamento estatal é
posto em prática em larga escala, seguindo de perto o modelo japonês.
Os
regimes fortes e centralizadores da Indonésia, Cingapura e Malásia, garantem a
estabilidade política necessária para sustentar o desenvolvimento industrial e
atrair investimentos estrangeiros. Na Coréia do Sul, os golpes de Estado são
acompanhados de perseguições e assassinatos de políticos oposicionistas, e de
massacres de grevistas. Em Formosa, o regime ditatorial de Chiang Kaishek,
iniciado em 1949, prolonga-se até 1985, quando se inicia um processo de lenta
transição para a democracia. Chiang Kaishek morre em 1975 e seu filho Chiang
Ching-Kuo mantém o regime ditatorial por mais nove anos. Em 1984, o destino de
Hong Kong é decidido por um acordo entre o Reino Unido e a China. Prevê-se a
devolução do território de Hong Kong à soberania chinesa para agosto de 1997.
Em troca, a China promete manter o sistema capitalista em Hong Kong durante 50
anos, cedendo-lhe autonomia administrativa.
APEC
A
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) é um bloco econômico formado
para promover a abertura de mercado entre 20 países e Hong Kong (China), que
respondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial. Oficializada em
1993, pretende estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países
do grupo até 2020.
Membros:
Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas
Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, EUA (1989); China, Hong Kong (China),
Taiwan (Formosa) (1991); México, Papua Nova Guiné (1993), Chile (1994), Peru,
Federação Russa, Vietnã (1998).
ASEAN
A
Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surge em 1967, na Tailândia,
com o objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o processo de
desenvolvimento da região. Hoje, o bloco representa um mercado de 510 milhões
de pessoas e um PIB de 725,3 bilhões de dólares. A eliminação das barreiras
econômicas e alfandegárias entrará em vigor no ano 2002. Em 1999, a Asean
admite como membro o Camboja.
A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) é um bloco econômico
que foi criado em 8 de agosto de 1967. É composto por dez países do sudeste
asiático. Este bloco possui um acordo de cooperação econômica com a UE (União
Européia). A sede do bloco fica na cidade de Jacarta, capital da Indonésia.
Embora o objetivo principal do bloco seja o desenvolvimento econômico, ele
apresenta também propostas nos campos sociais e culturais.
Fazem parte deste bloco econômico os seguintes países:
- Tailândia
- Filipinas
- Malásia
- Cingapura
- Indonésia
- Brunei
- Vietnã
- Mianmar
- Laos
- Camboja
Zona de Livre-comércio
- Filipinas
- Malásia
- Cingapura
- Indonésia
- Brunei
- Vietnã
- Mianmar
- Laos
- Camboja
Zona de Livre-comércio
Começou a ser implantada no ano de 1992. De forma gradativa, ainda está
em processo de implantação. Há um acordo para a redução de tarifas, de produtos
não agrícolas, no comércio entre os países membros. A zona de livre-comércio
tem o objetivo de aumentar a competitividade comercial na região, ampliando o
comércio de mercadorias.
Principais objetivos da ASEAN
- Estimular o comércio de produtos e serviços entre os países membros,
visando o crescimento econômico;
- Criar condições de estabilidade política e econômica na região, para
permitir um ambiente mais propício ao comércio;
- Proporcionar a integração cultural e o desenvolvimento social na
região.
Curiosidade:
- O PIB do bloco (de todos os países membros juntos) é de US$ 1,3
trilhão (estimativa 2010).
CARICOM
O Mercado
Comum e Comunidade do Caribe (Caricom), criado em 1973, é um bloco de
cooperação econômica e política formado por 14 países e quatro territórios. Em
1998, Cuba foi admitida como observadora. O bloco marca para 1999 o início do
livre comércio entre seus integrantes.
Membros - Barbados, Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago (1973); Antígua e barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis (1974); Suriname (1995); Bahamas torna-se membro em 1983, mas não participa do mercado comum. O Haiti é admitido em julho de 1997, porém suas condições de acesso ainda não foram concluídas. Territórios: Montserrat (1974); ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turks e Caicos (1991); Anguilla (1999).
Membros - Barbados, Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago (1973); Antígua e barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis (1974); Suriname (1995); Bahamas torna-se membro em 1983, mas não participa do mercado comum. O Haiti é admitido em julho de 1997, porém suas condições de acesso ainda não foram concluídas. Territórios: Montserrat (1974); ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turks e Caicos (1991); Anguilla (1999).
CEI
A
Comunidade dos estados Independentes (CEI) é uma organização criada em 1991 que
reúne 12 das 15 repúblicas que formavam a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS). Ficam de fora apenas três países bálticos: Estônia, Letônia
e Lituânia. Organiza-se em uma confederação de Estados, que preserva a
soberania de cada um. A comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o
uso de uma moeda comum: o rublo.
Membros:
Armênia, Belarus, Cazaquistão, Federação Russa, Moldávia, Quirguistão,
Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão (1991), Georgia, Azerbaijão
(1993).
Mercosul
Criado em
1991, o mercado Comum do Sul (Mercosul) é composto de Argentina, Brasil,
Venezuela, Paraguai e Uruguai, nações sul-americanas que adotam políticas de
integração econômica e aduaneira. A origem do Mercosul está nos acordos
comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80. No início
da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de
integração mais abrangente. Em 1995, instala-se uma zona de livre comércio.
Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países -membros podem ser
comercializadas internamente sem tarifas de importação. Alguns setores, porém,
mantêm barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas
gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o bloco estipula a união
aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens. Com uma
área total de quase 12 milhões de km2 ,O Mercosul cuja estrutura física e
administrativa esta sediada em Montevidéu, tem um mercado potencial de 220
milhões de consumidores e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. Se considerarmos que,
no decorrer do século 21, a água será um elemento estratégico essencial, é
importante destacar que dentro do Mercosul estão as duas maiores bacias
hidrográficas do planeta: a do Prata e a da Amazônia.
G-8
O G-8 é
formado pelos 8 países mais industrializados do mundo e tem como objetivo
coordenar a política econômica e monetária mundial. Em reunião realizada em
1997, em Denver (EUA), a Federação Russa é admitida como país-membro, mas não
participa das discussões econômicas. O G-8 realiza três encontros anuais, sendo
o mais importante a reunião de chefes de governo e de Estado, quando os
dirigentes assinam um documento final que deve nortear as ações dos países
membros.
O grupo
nasce em 1975 da iniciativa do então primeiro-ministro alemão Helmut Schmidt e
do presidente francês Valéry Giscard d'Estaign. Eles reúnem-se com líderes dos
EUA, do Japão e da Grã-Bretanha para discutir a situação da política econômica
internacional.
A partir dos anos 80, esses países passam a discutir também temas gerais, como drogas, democracia e corrupção. Com a admissão da Itália e Canadá, passa a ser chamado de Grupo dos Sete. O presidente russo Boris Iéltsin participa como convidado especial da reunião do G-7 desde 1992. A oficialização da entrada da Federação Russa pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, é uma resposta ao fato de Iélsin ter aceitado o ingresso dos países da ex-URSS na OTAN.
A partir dos anos 80, esses países passam a discutir também temas gerais, como drogas, democracia e corrupção. Com a admissão da Itália e Canadá, passa a ser chamado de Grupo dos Sete. O presidente russo Boris Iéltsin participa como convidado especial da reunião do G-7 desde 1992. A oficialização da entrada da Federação Russa pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, é uma resposta ao fato de Iélsin ter aceitado o ingresso dos países da ex-URSS na OTAN.
CAFTA-DR
O
Congresso norte-americano aprovou o Cafta-DR (Acordo de Livre Comércio da
América Central e República Dominicana) por 217 a 215 votos, na madrugada desta
quinta-feira (28/07/2005).
O projeto vem sendo tratado como alternativa dos países desenvolvidos à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), cujas negociações estão emperradas.
Apesar de o Brasil não participar diretamente do acordo, a aprovação do tratado pode beneficiar o país, pois o açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao produto nos EUA.
O projeto vem sendo tratado como alternativa dos países desenvolvidos à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), cujas negociações estão emperradas.
Apesar de o Brasil não participar diretamente do acordo, a aprovação do tratado pode beneficiar o país, pois o açúcar brasileiro ganharia competitividade com a eventual eliminação de cotas de importação ao produto nos EUA.
O Cafta
envolve, além dos EUA, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Guatemala
e República Dominicana.
Pacto Andino
Bloco
econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena - seu nome oficial - com
o objetivo de aumentar a integração comercial, política e econômica entre seus
países-membros. Também é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina.
Membros:
Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (1969); Venezuela (1973). O Chile sai em
1976.O Panamá participa como observador.
SADC
A SADC (Comunidade para o desenvolvimento
da África Austral) é um bloco econômico formado pelos países da África Austral.
São eles: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo,
Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia,
Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue.
A Southern Africa Development Community como é chamada
oficialmente, se originou em 1992 a partir da transformação da SADCC, criada desde 1980 e que era constituída por nove nações. Atualmente,
a SADC é formada por 14 países-membros, totalizando um PIB de cerca de 226
bilhões de dólares e uma população de 210 milhões de pessoas.
Os objetivos do bloco é, em síntese, proporcionar o cresciemnto das economias dos países africanos e conseqüentemente, o desenvolvimento e a
melhoria na qualidade de vida de seu povo. Outros objetivos não menos
importantes são: a promoção da paz e da estabilidade da região, do
desenvolvimento sustentável e do combate à AIDS; e a reafirmação dos legados
sócio-culturais africanos.
Esses países, com exceção da África do Sul, que se
situa em um grau bem mais elevado de desenvolvimento econômico, passaram a
adotar medidas para alcançar o mercado regional, sendo que nesse caso, o
desenvolvimento da indústria local é fundamental para a diminuição da
dependência dos produtos estrangeiros. Dessa forma, a produção desses países
referidos tem se concentrado na produção de produtos de base.
O principal parceiro econômico da SADC é a União
Européia, no entanto, essas relações comerciais vêm diminuindo bastante: de 7%
na década de 80 para 3% atualmente. Além disso, diversas medidas estão sendo
adotadas para tentar diminuir a dependência desses países com as nações desenvolvidas.
Vale a pena ler!!! 7ª Série!!!
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1º ANO - REDE ISAAC NEWTON - POPULAÇÃO MUNDIAL
Ao analisar o crescimento da população mundial, vamos levar em consideração dois aspectos:
O aumento puro e simples do número total de habitantes, isto é. a população absoluta.
O aumento das taxas de crescimento demográfico que determinam a maior ou menor velocidade do crescimento populacional. Quando as taxas de crescimento populacional são altas, o total de habitantes aumenta mais depressa do que quando essas taxas são baixas. Também é preciso considerar a população absoluta, ou seja, a população total da região analisada, pois se esta é expressiva, mesmo com taxas de crescimento baixas, a população aumentará bastante. É o caso da China, que, mesmo conseguindo uma redução em suas taxas de crescimento demográfico, tem um progressivo aumento populacional por causa de sua alta população absoluta.
A população mundial teve um extraordinário crescimento no séculoXX. De 1901 a 2000, o número de habitantes da Terra passou de 1,6 bilhão para 6,1 bilhões. Esse aumento foi maior a partir da década de 1950 (cerca de 150%). Somente no período de 1987 a 1997, a população mundial aumentou em 1 bilhão de pessoas. O acréscimo de 86 milhões de pessoas verificado no fim dos anos 1980 (1989-1990) foi o maior da história da humanidade.
Podemos observar no gráfico acima que as maiores taxas de crescimento anual ocorreram na década de 1950; em 1960 chegaram a 2,4% ao ano. Em 2001, a taxa de crescimento da população mundial era de 1,0%. Das décadas de 1970 e 1980 até o ano 2000, houve uma redução das taxas de fecundidade de 4,9 para 2,7 filhos por mulher, o que resultou em uma menor taxa de crescimento populacional.
Apesar da diminuição da taxa de crescimento, as previsões são de que a população mundial vai continuar crescendo.
Países desenvolvidos e subdesenvolvidos: crescimento demográfico
Como as variáveis responsáveis pelo crescimento demográfico apresentam melhor qualidade nos países desenvolvidos, existe uma grande diferença entre esses países e os subdesenvolvidos quanto ao aumento populacional.
Nos países desenvolvidos, as taxas de natalidade diminuíram a partir do século XIX (1801-1900) e das primeiras décadas do século XX.
Com a grande melhoria das condições de saneamento básico e a descoberta de vacinas e antibióticos, as taxas de mortalidade nesses países ficaram muito mais baixas. Mais tarde, os métodos anticoncepcionais, a urbanização e a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho contribuíram para reduziras taxas de natalidade.
A brusca queda do crescimento demográfico nos países desenvolvidos trouxe um problema que eles tentam resolver: o elevado número de idosos, o que representa um encargo para a previdência social. Nos países subdesenvolvidos, as taxas de crescimento demográfico começaram a baixar após a segunda metade do século XX.
Nesses países, a redução das taxas de mortalidade deveu-se às melhorias médico-sanitárias obtidas nos países desenvolvidos e ao uso de inseticidas que combatem agentes transmissores de doenças. A redução das taxas de natalidade ocorreu a partir do processo de urbanização vivenciado por inúmeras nações.
A urbanização provocou transformações sociais que ajudam a explicara redução dos índices de natalidade, como: o trabalho familiar, o custo da criação dos filhos, o trabalho da mulher e os métodos anticoncepcionais. Entretanto, essas mudanças ocorreram em apenas alguns países subdesenvolvidos industrializados (Argentina, Coréia do Sul, Brasil, Chile, Uruguai, México). Na maioria das nações africanas (por exemplo, Serra Leoa, Nigéria, Quênia) e em algumas asiáticas (Laos, Nepal, Bangladesh), as taxas de crescimento vegetativo continuaram altas.
A tabela a seguir mostra as porcentagens de crescimento vegetativo nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Fases de crescimento da população mundial
Segundo a ONU, podemos considerar as seguintes faixas de crescimento populacional:
partir dessas faixas podemos observar várias fases no crescimento da população.
1ª fase: Crescimento lento. Período: IV a.C. até o início do século XVII (Revolução Comercial). A economia era rural, as famílias tinham muitos filhos (altas taxas de natalidade), mas o número de óbitos também era alto (elevadas taxas de mortalidade), devido às guerras e às epidemias. Dessa forma, o aumento populacional era pequeno.
2ª fase: Crescimento rápido. Período: 1650 a 1850 (fase do capitalismo comercial e início do capitalismo industrial). As famílias necessitavam de filhos para aumentar a renda (elevadas taxas de natalidade), e os avanços médicos diminuíram o número de mortes. Resultado: a população mundial dobrou em dois séculos.
3ª fase: Crescimento acelerado. Ocorreu entre a Segunda Revolução Industrial (por volta de 1860) e o fim da Segunda Guerra (1945). A natalidade era alta, e a mortalidade diminuiu com os avanços da medicina. O crescimento foi mais rápido: em um século a população mundial dobrou.
4ª fase: Explosão demográfica. De 1950 a 1980. Período do êxodo rural (saída da população do campo para as cidades). As famílias pobres urbanas tiveram muitos filhos, que ajudavam na renda familiar; e, graças à melhoria das condições médico-sanitárias, a mortalidade foi reduzida. Em trinta anos, a população mundial dobrou.
5ª fase: Diminuição do crescimento demográfico. Ocorreu a partir de 1980, quando alguns países emergentes (Brasil, Argentina, México e Coreia do Sul) diminuíram suas taxas de natalidade. Muitos países subdesenvolvidos não conseguiram reduzir a natalidade, portanto, não atingiram a 5ª fase.
Essa fase de estabilização do crescimento demográfico, chamada por alguns de transição demográfica, não ocorreu de modo semelhante em todos os países.
As nações desenvolvidas se estabilizaram antes. Das nações subdesenvolvidas, apenas as que se industrializaram chegaram à estabilização ou perto dela. Países como Paquistão, Nigéria, Bangladesh, Quênia, entre outros, sem dúvida estão longe de atingi-la.
• Teorias demográficas
Inúmeras teorias surgiram para tentar explicar o crescimento populacional. Dentre elas, destacam-se a Teoria Malthusiana, a Teoria Neomalthusiana e a Teoria Reformista ou Marxista.
Teoria Malthusiana
Elaborada pelo economista inglêsThomas Malthus (1776-1834). Conforme seu estudo Ensaio sobre o princípio da população (1798), a população mundial cresceria em um ritmo rápido, comparado por ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...), e a produção de alimentos cresceria em um ritmo lento, comparado a uma progressão aritmética (1, 2,3,4, 5, 6...). Sendo assim, em um determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra. As maiores contestações a essa teoria são que, na realidade, ocorre grande concentração de alimentos nos países ricos e, consequentemente, má distribuição nos países pobres. Porém, em nenhum momento a população cresceu conforme a previsão de Malthus.
O aumento puro e simples do número total de habitantes, isto é. a população absoluta.
O aumento das taxas de crescimento demográfico que determinam a maior ou menor velocidade do crescimento populacional. Quando as taxas de crescimento populacional são altas, o total de habitantes aumenta mais depressa do que quando essas taxas são baixas. Também é preciso considerar a população absoluta, ou seja, a população total da região analisada, pois se esta é expressiva, mesmo com taxas de crescimento baixas, a população aumentará bastante. É o caso da China, que, mesmo conseguindo uma redução em suas taxas de crescimento demográfico, tem um progressivo aumento populacional por causa de sua alta população absoluta.
A população mundial teve um extraordinário crescimento no séculoXX. De 1901 a 2000, o número de habitantes da Terra passou de 1,6 bilhão para 6,1 bilhões. Esse aumento foi maior a partir da década de 1950 (cerca de 150%). Somente no período de 1987 a 1997, a população mundial aumentou em 1 bilhão de pessoas. O acréscimo de 86 milhões de pessoas verificado no fim dos anos 1980 (1989-1990) foi o maior da história da humanidade.
Podemos observar no gráfico acima que as maiores taxas de crescimento anual ocorreram na década de 1950; em 1960 chegaram a 2,4% ao ano. Em 2001, a taxa de crescimento da população mundial era de 1,0%. Das décadas de 1970 e 1980 até o ano 2000, houve uma redução das taxas de fecundidade de 4,9 para 2,7 filhos por mulher, o que resultou em uma menor taxa de crescimento populacional.
Apesar da diminuição da taxa de crescimento, as previsões são de que a população mundial vai continuar crescendo.
Países desenvolvidos e subdesenvolvidos: crescimento demográfico
Como as variáveis responsáveis pelo crescimento demográfico apresentam melhor qualidade nos países desenvolvidos, existe uma grande diferença entre esses países e os subdesenvolvidos quanto ao aumento populacional.
Nos países desenvolvidos, as taxas de natalidade diminuíram a partir do século XIX (1801-1900) e das primeiras décadas do século XX.
Com a grande melhoria das condições de saneamento básico e a descoberta de vacinas e antibióticos, as taxas de mortalidade nesses países ficaram muito mais baixas. Mais tarde, os métodos anticoncepcionais, a urbanização e a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho contribuíram para reduziras taxas de natalidade.
A brusca queda do crescimento demográfico nos países desenvolvidos trouxe um problema que eles tentam resolver: o elevado número de idosos, o que representa um encargo para a previdência social. Nos países subdesenvolvidos, as taxas de crescimento demográfico começaram a baixar após a segunda metade do século XX.
Nesses países, a redução das taxas de mortalidade deveu-se às melhorias médico-sanitárias obtidas nos países desenvolvidos e ao uso de inseticidas que combatem agentes transmissores de doenças. A redução das taxas de natalidade ocorreu a partir do processo de urbanização vivenciado por inúmeras nações.
A urbanização provocou transformações sociais que ajudam a explicara redução dos índices de natalidade, como: o trabalho familiar, o custo da criação dos filhos, o trabalho da mulher e os métodos anticoncepcionais. Entretanto, essas mudanças ocorreram em apenas alguns países subdesenvolvidos industrializados (Argentina, Coréia do Sul, Brasil, Chile, Uruguai, México). Na maioria das nações africanas (por exemplo, Serra Leoa, Nigéria, Quênia) e em algumas asiáticas (Laos, Nepal, Bangladesh), as taxas de crescimento vegetativo continuaram altas.
A tabela a seguir mostra as porcentagens de crescimento vegetativo nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Fases de crescimento da população mundial
Segundo a ONU, podemos considerar as seguintes faixas de crescimento populacional:
partir dessas faixas podemos observar várias fases no crescimento da população.
1ª fase: Crescimento lento. Período: IV a.C. até o início do século XVII (Revolução Comercial). A economia era rural, as famílias tinham muitos filhos (altas taxas de natalidade), mas o número de óbitos também era alto (elevadas taxas de mortalidade), devido às guerras e às epidemias. Dessa forma, o aumento populacional era pequeno.
2ª fase: Crescimento rápido. Período: 1650 a 1850 (fase do capitalismo comercial e início do capitalismo industrial). As famílias necessitavam de filhos para aumentar a renda (elevadas taxas de natalidade), e os avanços médicos diminuíram o número de mortes. Resultado: a população mundial dobrou em dois séculos.
3ª fase: Crescimento acelerado. Ocorreu entre a Segunda Revolução Industrial (por volta de 1860) e o fim da Segunda Guerra (1945). A natalidade era alta, e a mortalidade diminuiu com os avanços da medicina. O crescimento foi mais rápido: em um século a população mundial dobrou.
4ª fase: Explosão demográfica. De 1950 a 1980. Período do êxodo rural (saída da população do campo para as cidades). As famílias pobres urbanas tiveram muitos filhos, que ajudavam na renda familiar; e, graças à melhoria das condições médico-sanitárias, a mortalidade foi reduzida. Em trinta anos, a população mundial dobrou.
5ª fase: Diminuição do crescimento demográfico. Ocorreu a partir de 1980, quando alguns países emergentes (Brasil, Argentina, México e Coreia do Sul) diminuíram suas taxas de natalidade. Muitos países subdesenvolvidos não conseguiram reduzir a natalidade, portanto, não atingiram a 5ª fase.
Essa fase de estabilização do crescimento demográfico, chamada por alguns de transição demográfica, não ocorreu de modo semelhante em todos os países.
As nações desenvolvidas se estabilizaram antes. Das nações subdesenvolvidas, apenas as que se industrializaram chegaram à estabilização ou perto dela. Países como Paquistão, Nigéria, Bangladesh, Quênia, entre outros, sem dúvida estão longe de atingi-la.
• Teorias demográficas
Inúmeras teorias surgiram para tentar explicar o crescimento populacional. Dentre elas, destacam-se a Teoria Malthusiana, a Teoria Neomalthusiana e a Teoria Reformista ou Marxista.
Teoria Malthusiana
Elaborada pelo economista inglêsThomas Malthus (1776-1834). Conforme seu estudo Ensaio sobre o princípio da população (1798), a população mundial cresceria em um ritmo rápido, comparado por ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...), e a produção de alimentos cresceria em um ritmo lento, comparado a uma progressão aritmética (1, 2,3,4, 5, 6...). Sendo assim, em um determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra. As maiores contestações a essa teoria são que, na realidade, ocorre grande concentração de alimentos nos países ricos e, consequentemente, má distribuição nos países pobres. Porém, em nenhum momento a população cresceu conforme a previsão de Malthus.
Teoria Neomalthusiana
Elaborada após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a teoria dizia que, se o crescimento demográfico não fosse contido, os recursos naturais da Terra se esgotariam em pouco tempo. Foi sugerida uma rigorosa política de controle da natalidade aos países subdesenvolvidos. A contestação a essa teoria é que se deve melhorar a distribuição da renda.
Teoria Reformista
Diverge das teorias Malthusiana e Neomalthusiana. Os reformistas atribuem aos países ricos ou desenvolvidos a responsabilidade pela intensa exploração imposta aos países pobres ou subdesenvolvidos, que resultou em um excessivo crescimento demográfico e pobreza generalizada. Defendem a adoção de reformas socioeconômicas para superar os graves problemas. A redução do crescimento demográfico seria consequência dessas reformas.
• Crescimento demográfico e meio ambiente
As relações entre a população e o meio ambiente traduzem a preocupação de se conseguir um desenvolvimento sustentável, isto é, níveis de crescimento econômico que respeitem a natureza, preservando-a para as futuras gerações.
O equilíbrio entre população e recursos naturais sempre foi um problema, como pudemos observar no estudo das teorias demográficas.
A Organização das Nações Unidas, desde a sua fundação, discutiu o assunto. Em 1947, com a criação da Comissão da População, a preocupação ficou restrita a recursos naturais (alimentos e água) para sustentar a população que crescia. Os primeiros levantamentos foram realizados em países desenvolvidos, considerando as consequências do desenvolvimento econômico em tendências demográficas, como a fecundidade, a mortalidade e os movimentos populacionais.
A década de 1970 trouxe consciência do impacto do crescimento populacional sobre o meio ambiente. A realização da Conferência de Estocolmo em 1972 trouxe à discussão o fato de que, em algumas regiões, a densidade populacional foi favorável para o desenvolvimento econômico e em outras, ao contrário, causou dificuldades para o crescimento das economias.
Desta forma houve uma mudança na evolução das preocupações com as relações entre a humanidade e o meio ambiente, desde a década de 1940 até a atualidade.
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1º ANO - REDE ISAAC NEWTON - MIGRAÇÕES E XENOFOBIA
No final do século XIX e começo do século XX, muitos imigrantes
italianos vieram para o Brasil, também em busca de uma vida melhor. Essa
situação mudou. Agora é a Itália que recebe imigrantes de outras partes
do mundo.
Os movimentos populacionais da globalização mudaram de direção: realizam-se de países subdesenvolvidos para países desenvolvidos. A grande distância econômica que separa os dois grupos de países fez surgir esse novo tipo de migração internacional.
Além disso, os conflitos étnicos, religiosos e políticos da última década deslocaram compulsoriamente milhares de pessoas de sua pátria.
Podemos distinguir, entre os movimentos migratórios, duas categorias principais: as migrações por motivos econômicos e as migrações por motivos políticos, que compreendem os refugiados e os perseguidos políticos.
Migrações por motivos econômicos
Os Estados Unidos e os países da União Européia são os "paraísos" mais procurados pêlos imigrantes da globalização. Para a União Européia convergem populações da Europa oriental, do Norte da África e, principalmente, da Ásia, sendo a Turquia a maior fornecedora de imigrantes para a Europa ocidental.
Como esses países possuem severas leis que regulamentam a imigração, suas fronteiras são fortemente vigiadas e, muitas vezes, acontecem confrontos entre policiais e imigrantes ilegais. Duas importantes fronteiras geopolíticas destacam-se no mundo atual: a fronteira México - Estados Unidos e as cidades espanholas de Ceuta e Melilla, na costa do Marrocos.
A fronteira entre México e EUA é um constante foco de tensão entre os dois países, em virtude do grande número de pessoas procedentes de vários países latino-americanos que procuram entrar nos Estados Unidos clandestinamente.
Os Estados Unidos construíram uma cerca severamente monitorada por policiais na fronteira com o México. Os 3 200 km de fronteira sempre foram um foco de tensão entre os dois países. A Espanha já cogitou fazer algo semelhante em Ceuta.
O movimento de população já foi mais intenso entre os países da União Européia. Entretanto os benefícios concedidos a países membros de economia mais fraca têm ajudado a diminuir os movimentos no interior dessa comunidade.
HISPÂNICOS NOS EUA
Em 1990, os Estados Unidos tinham 148.709.873 habitantes, dós quais 9% eram hispânicos. Hoje, o percentual é de 12,5%.
O aumento expressivo da população hispânica dos Estados Unidos, nos últimos anos, não significa essa contingente esteja integrado na sociedade americana. Uma prova disso é que não são considerados brancos no censo demográfico, Os "não-brancos" de origem hispânica, ou melhor, da América Latina, vivem segregados, formando "colônias", conforme as nacionalidades, nas maiores cidades do país. Mexicanos, cubanos, colombianos, porto-riquenhos e outros nativos de vários países da América Central são todos hispânicos para o censo americano.
Entretanto, cada um tem seu perfil definido pela polícia americana: os colombianos são acusados dê tráfico de drogas e quase todos os outros, juntamente com os negros, são tidos como suspeitos de crimes.
Problemas da imigração
Os imigrantes que conseguem entrar nos países mais ricos enfrentam inúmeros problemas. Geralmente em condições ilegais, fazem trabalhos que os habitantes locais não se dignam a fazer.
A imigração ilegal ocasiona outro grave problema: o tráfico de imigrantes. Esse é um negócio lucrativo e que está crescendo cada vez mais. A prática é comum em países da América Latina, inclusive no Brasil. No entanto é mais ativa no Leste europeu e no Norte da África, onde há um grande número de pessoas que pretendem ingressar na União Européia.
O imigrante enfrenta, ainda, a intolerância, o racismo e a discriminação.
A xenofobia e a intolerância
O ódio ao estrangeiro, ou xenofobia, e o racismo crescem rapidamente no mundo globalizado. A concorrência no mercado de trabalho tem sido a principal causa da discriminação de imigrantes nos países ricos. Mas não é a única.
Grupos extremistas unem a xenofobia à intolerância contra as minorias (negros e homossexuais) e praticam atos de extrema violência. É o caso dos skinheads, organização neonazista que age sobretudo na Alemanha.
Fuga de cérebros
Os países desenvolvidos disputam os melhores cientistas e pesquisadores para suas áreas de tecnologia de ponta. O Brasil, embora subdesenvolvido, conta :om bons profissionais e instituições para o desenvolvimento de novas tecnologias, na área da agricultura, da saúde, da informática, etc. Outros países, como índia, Argentina e Chile, estão na mesma situação.
Muitos desses profissionais são cobiçados por países ricos e tentados por ofertas compensadoras de salário. Outros buscam apenas um maior aperfeiçoamento para, mais tarde, retornar ao seu país de origem.
As baixas taxas de natalidade e as aposentadorias tornam os países da União Européia os maiores candidatos a precisar importar "cérebros", nos próximos anos. O Brasil conta com um conceituado número de cientistas e pode sofrer baixas em suas equipes de pesquisas.
Alguns países da União Européia (Alemanha, França e Reino Unido) têm adaptado suas legislações imigratórias, que ficam mais flexíveis para receber "cérebros" de países subdesenvolvidos, principalmente da índia, da Colômbia, da Argentina e do Brasil.
Migrações por motivos políticos e religiosos
Como vimos, além da procura por trabalho, conflitos étnicos e religiosos também são motivo de mudança de populações.
Refugiados
Atualmente, grande parte dos imigrantes pertence a um grupo especial: são os refugiados - pessoas que fogem de guerras ou de perseguições em sua pátria.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR, em português, e UNHCR, em inglês) define como refugiados "pessoas que saem de seu país de origem (podendo ou não regressar) porque correm o risco de ser mortas por perseguições religiosas, políticas e raciais". O Alto Comissariado foi criado em 1951 para tentar solucionar essa situação, que é uma das grandes tragédias da atualidade. O ACNUR calcula que, em cada 280 pessoas no mundo, uma seja refugiada.
O Alto Comissariado realiza as seguintes tarefas:
- Providencia asilo a refugiados que não querem voltar ao seu país de origem.
- Ajuda os refugiados que preferem retornar ao seu país, depois que a situação se acalma.
- Consegue recolocação para refugiados que não podem regressar ao seu país de origem.
- Presta auxílio a pessoas que sofrem perseguições em seu próprio país, mas não podem fugir (IDPs, sigla do inglês Internally Displaced Persons Instruments).
Os IDPs
São pessoas que sofrem perseguições dentro do seu próprio país, sem poder contar com a proteção do governo. São o grupo de imigrantes que mais cresce no mundo, Esses casos são comuns na Bósnia - Herzegovina, no Sri Lanka, no Azerbaijão, em Serra Leoa, na Rússia e no Afeganistão. Nesse país, o movimento de refugiados aumentou consideravelmente após os ataques dos Estados Unidos, em resposta ao atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, em Nova York.
Movimento de populações nos continentes
África, Refugiados das guerras civis procuram áreas mais estáveis e menos pobres. Nigéria e Camarões têm sido muito procurados.
Ásia. Japão, Israel, países produtores de petróleo e tigres asiáticos são os que recebem mais imigrantes do continente. No exterior, os três destinos preferidos dos asiáticos são:
- Austrália (23,6%), Canadá (31,4%) e Estados Unidos (25,2%).
- Europa. O Eldorado do continente é a União Européia (Europa ocidental), que recebe imigrantes da Ásia, África, América e de outras partes da Europa. A Albânia, o país mais pobre do continente, já teve sérios problemas com a Itália por causa de imigração ilegal.
- América do Norte. Recebe, principalmente, imigrantes da América Latina e da Ásia.
Os movimentos populacionais da globalização mudaram de direção: realizam-se de países subdesenvolvidos para países desenvolvidos. A grande distância econômica que separa os dois grupos de países fez surgir esse novo tipo de migração internacional.
Além disso, os conflitos étnicos, religiosos e políticos da última década deslocaram compulsoriamente milhares de pessoas de sua pátria.
Podemos distinguir, entre os movimentos migratórios, duas categorias principais: as migrações por motivos econômicos e as migrações por motivos políticos, que compreendem os refugiados e os perseguidos políticos.
Migrações por motivos econômicos
Os Estados Unidos e os países da União Européia são os "paraísos" mais procurados pêlos imigrantes da globalização. Para a União Européia convergem populações da Europa oriental, do Norte da África e, principalmente, da Ásia, sendo a Turquia a maior fornecedora de imigrantes para a Europa ocidental.
Como esses países possuem severas leis que regulamentam a imigração, suas fronteiras são fortemente vigiadas e, muitas vezes, acontecem confrontos entre policiais e imigrantes ilegais. Duas importantes fronteiras geopolíticas destacam-se no mundo atual: a fronteira México - Estados Unidos e as cidades espanholas de Ceuta e Melilla, na costa do Marrocos.
A fronteira entre México e EUA é um constante foco de tensão entre os dois países, em virtude do grande número de pessoas procedentes de vários países latino-americanos que procuram entrar nos Estados Unidos clandestinamente.
Os Estados Unidos construíram uma cerca severamente monitorada por policiais na fronteira com o México. Os 3 200 km de fronteira sempre foram um foco de tensão entre os dois países. A Espanha já cogitou fazer algo semelhante em Ceuta.
O movimento de população já foi mais intenso entre os países da União Européia. Entretanto os benefícios concedidos a países membros de economia mais fraca têm ajudado a diminuir os movimentos no interior dessa comunidade.
HISPÂNICOS NOS EUA
Em 1990, os Estados Unidos tinham 148.709.873 habitantes, dós quais 9% eram hispânicos. Hoje, o percentual é de 12,5%.
O aumento expressivo da população hispânica dos Estados Unidos, nos últimos anos, não significa essa contingente esteja integrado na sociedade americana. Uma prova disso é que não são considerados brancos no censo demográfico, Os "não-brancos" de origem hispânica, ou melhor, da América Latina, vivem segregados, formando "colônias", conforme as nacionalidades, nas maiores cidades do país. Mexicanos, cubanos, colombianos, porto-riquenhos e outros nativos de vários países da América Central são todos hispânicos para o censo americano.
Entretanto, cada um tem seu perfil definido pela polícia americana: os colombianos são acusados dê tráfico de drogas e quase todos os outros, juntamente com os negros, são tidos como suspeitos de crimes.
Problemas da imigração
Os imigrantes que conseguem entrar nos países mais ricos enfrentam inúmeros problemas. Geralmente em condições ilegais, fazem trabalhos que os habitantes locais não se dignam a fazer.
A imigração ilegal ocasiona outro grave problema: o tráfico de imigrantes. Esse é um negócio lucrativo e que está crescendo cada vez mais. A prática é comum em países da América Latina, inclusive no Brasil. No entanto é mais ativa no Leste europeu e no Norte da África, onde há um grande número de pessoas que pretendem ingressar na União Européia.
O imigrante enfrenta, ainda, a intolerância, o racismo e a discriminação.
A xenofobia e a intolerância
O ódio ao estrangeiro, ou xenofobia, e o racismo crescem rapidamente no mundo globalizado. A concorrência no mercado de trabalho tem sido a principal causa da discriminação de imigrantes nos países ricos. Mas não é a única.
Grupos extremistas unem a xenofobia à intolerância contra as minorias (negros e homossexuais) e praticam atos de extrema violência. É o caso dos skinheads, organização neonazista que age sobretudo na Alemanha.
Fuga de cérebros
Os países desenvolvidos disputam os melhores cientistas e pesquisadores para suas áreas de tecnologia de ponta. O Brasil, embora subdesenvolvido, conta :om bons profissionais e instituições para o desenvolvimento de novas tecnologias, na área da agricultura, da saúde, da informática, etc. Outros países, como índia, Argentina e Chile, estão na mesma situação.
Muitos desses profissionais são cobiçados por países ricos e tentados por ofertas compensadoras de salário. Outros buscam apenas um maior aperfeiçoamento para, mais tarde, retornar ao seu país de origem.
As baixas taxas de natalidade e as aposentadorias tornam os países da União Européia os maiores candidatos a precisar importar "cérebros", nos próximos anos. O Brasil conta com um conceituado número de cientistas e pode sofrer baixas em suas equipes de pesquisas.
Alguns países da União Européia (Alemanha, França e Reino Unido) têm adaptado suas legislações imigratórias, que ficam mais flexíveis para receber "cérebros" de países subdesenvolvidos, principalmente da índia, da Colômbia, da Argentina e do Brasil.
Migrações por motivos políticos e religiosos
Como vimos, além da procura por trabalho, conflitos étnicos e religiosos também são motivo de mudança de populações.
Refugiados
Atualmente, grande parte dos imigrantes pertence a um grupo especial: são os refugiados - pessoas que fogem de guerras ou de perseguições em sua pátria.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR, em português, e UNHCR, em inglês) define como refugiados "pessoas que saem de seu país de origem (podendo ou não regressar) porque correm o risco de ser mortas por perseguições religiosas, políticas e raciais". O Alto Comissariado foi criado em 1951 para tentar solucionar essa situação, que é uma das grandes tragédias da atualidade. O ACNUR calcula que, em cada 280 pessoas no mundo, uma seja refugiada.
O Alto Comissariado realiza as seguintes tarefas:
- Providencia asilo a refugiados que não querem voltar ao seu país de origem.
- Ajuda os refugiados que preferem retornar ao seu país, depois que a situação se acalma.
- Consegue recolocação para refugiados que não podem regressar ao seu país de origem.
- Presta auxílio a pessoas que sofrem perseguições em seu próprio país, mas não podem fugir (IDPs, sigla do inglês Internally Displaced Persons Instruments).
Os IDPs
São pessoas que sofrem perseguições dentro do seu próprio país, sem poder contar com a proteção do governo. São o grupo de imigrantes que mais cresce no mundo, Esses casos são comuns na Bósnia - Herzegovina, no Sri Lanka, no Azerbaijão, em Serra Leoa, na Rússia e no Afeganistão. Nesse país, o movimento de refugiados aumentou consideravelmente após os ataques dos Estados Unidos, em resposta ao atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, em Nova York.
Movimento de populações nos continentes
África, Refugiados das guerras civis procuram áreas mais estáveis e menos pobres. Nigéria e Camarões têm sido muito procurados.
Ásia. Japão, Israel, países produtores de petróleo e tigres asiáticos são os que recebem mais imigrantes do continente. No exterior, os três destinos preferidos dos asiáticos são:
- Austrália (23,6%), Canadá (31,4%) e Estados Unidos (25,2%).
- Europa. O Eldorado do continente é a União Européia (Europa ocidental), que recebe imigrantes da Ásia, África, América e de outras partes da Europa. A Albânia, o país mais pobre do continente, já teve sérios problemas com a Itália por causa de imigração ilegal.
- América do Norte. Recebe, principalmente, imigrantes da América Latina e da Ásia.
sexta-feira, agosto 17, 2012
Adiamento Twitcam!!!
Galera!!!
Vou gravar a Twitcam amanhã;;; Cheguei agora do serviço... e a gripe me
consumiu... to sem voz!!!! Qualquer dúvida me manda um comentário no
blog...
Abraços
quinta-feira, agosto 16, 2012
Ideologia, Quadrinhos, Games, Street Fighter e Guerra Fria
Estes dias eu estava em sala, "trocando uma ideia" com as minhas crianças da Rede Isaac Newton e começamos a bater um papo sobre Guerra Fria, tema do 9º ano, neste momento. Falamos da instauração do "American Way of Life", influência do cinema...demonização dos soviéticos, etc. Passei a eles inclusive alguns trechos do filme Rock IV... e da fatídica luta entre Rocky e Draco em plena Moscou. no ano em que Gorbatchev instaura a Perestroyka e o Glasnost. Falamos a
respeito da expansão do socialismo pelo mundo até que foi levantada a
questão dos mecanismos utilizados por ambos os lados para difundir as
ideologias e, principalmente, como cada lado tentava de todas as
maneiras “demonizar” o rival.
Nesse caso, acredito que os exemplos mais evidentes de “demonização”
ideológica foram feitos pelo bloco capitalista. Não estou ignorando a
propaganda soviética, mas pelo menos para nós brasileiros, a influência
norteamericana foi muito forte. Sempre que me refiro à esse assunto me
vem a memória os filmes da série 007. O espião-galã britânico
sempre tinha como inimigo um soviético (interessante que nas versões
mais atuais os inimigos são os terroristas). Talvez possa citar também
os super-heróis Marvel, por exemplo, Wolwerinw, da qual eu sou fã nº 1, dentre os seus grandes inimigos, sempre me chamou atenção um tal de Omega Red, vilão que mora em Moscou, que sempre foi aliado do "terrorismo"
Voltaremos ao caso de hoje. Quando estávamos falando sobre tal assunto, me veio à memória a série de vídeo-game Street Fighter. Todo “garoto” até os trinta anos sabe muito bem do que estou falando. Eu mesmo de vez em quando me vejo dando uns “hadouken” por aí! Todavia, foi muito recentemente que fui compreender algumas mensagens subliminares presentes do game.
A primeira delas é o fato de que todas as personagens e cenários são
estereotipados. Todo mundo deve se lembrar do cenário brasileiro criado
para o Blanka, mistura homem-monstro, que em grande medida não
agrada aos brasileiros. Pode-se observar o cenário como uma recriação
“mitológica” da Amazônia. A besta verde, recebe seus inimigos à margem
de um rio, cercado de pescadores e ao centro, uma anaconda enrolada à
uma árvore. Talvez os japoneses não conheçam São Paulo.
Outro exemplo interessante é o cenário do Zanguief. Nele
está claro a intenção politica do game. O brutamontes soviético recebe
seus oponentes no pátio de uma indústria (provavelmente de base).
Percebe-se também a presença de operários na torcida e a evidente “foice
e martelo” ao chão, símbolo do socialismo soviético.
Poderia citar outras bizarrices nos cenários das personagens, como por exemplo o salão repleto de elefantes do hindu Dhalsin , a populosa Pequim de Chun Li ou também o gigante ofurô do E. Honda.
Todavia, o interesse do texto é destacar os aspectos ideológicos
implícitos nessas representações. Ponto curioso que percebi é que todos
os cenários de personagens norteamericanos estão vinculados ao “sucesso”
capitalista. O Coronel Guile, herói da versão do game para o
cinema, luta numa base da Força Aérea Americana, rodeado de recrutas e,
por que não, mulheres. O almofadinha Ken Masters recebe seus
oponentes em um píer, com um iate ancorado. Sem falar no pugilista da
série, M. Bison (ou Balrog na versão americana), que luta em pleno salão
de jogos de Las Vegas.
Agora, o mais interessante de tudo o que meu olhar superficial captou do jogo refere-se ao brutamontes Zangief.
Ao meu ponto de vista, tal personagem é uma metáfora da antiga URSS. A
começar pela nacionalidade explicita no game. O gigante soviético
(alusão à Rússia), que luta em uma fábrica (referência aos investimentos
soviéticos em indústria de base) e que, por incrível que pareça, é o
único que não possui magias. Ao contrário de Ken e Guile com
seus “meia lua e soco”, o troglodita só pode recorrer a golpes de luta
livre, que só atingem o oponente em curta distância. Deixando claro um
certo desprezo dos jogadores ao lutador. O brutamontes era até motivo de
chacota na minha turma: “ah, de você eu ganho até com o Zanguief!”, (claro que nunca perdi!).
Continuando minha análise ideológica do game, não poderia deixar de lado o momento máximo do jogo: a finalização. Ken Masters e Guile,
terminam o jogo de um modo bem tradicional, conservador ou pelo menos
que se encaixa à moral burguesa. O primeiro se casando e o segundo em
uma confortável casa acompanhado da família.
Já o lutador soviético tem um final bastante curioso. O jogo mais popular da serie, o Street Fighter II, foi lançado em 1991, ano que, coincidentemente ou não, foi marcado pelo fim da URSS. Finalizando o jogo com o Zanguief,
aparece dos céus, descendo de um helicóptero, um individuo de terno e
gravata. Tal individuo, chamado pelo lutador de “grande líder”, agradece
os feitos do camarada Zanguief para os soviéticos. Logo após
(agora o mais interessante) o “grande líder” (que em outras versões mais
modernas do game é chamado de “ex-presidente”) aparece “dançando” com o
lutador.
Bom, posso estar equivocado, mas isso é uma referência quase que
explicita ao ex-Secretário-Geral do Comitê Central do Partido Comunista
da União Soviética, Mikhail Gorbachev, responsável pelas reformas
politicas e econômicas que possibilitaram a abertura do regime
socialista soviético. Desse modo, os criadores do jogo buscaram
“comemorar” ou se não até ridicularizar o modelo socialista soviético,
que já estava em declínio. Bom, quem ainda assim não concordar com minha
opinião, dê uma olhada na foto do ex-secretário e tire as suas próprias
conclusões.
Bom pessoal, desse modo me despeço dos leitores. Procurei fazer um
texto descontraído e talvez até nostálgico. Entretanto, apesar das
ponderações (às vezes até forçadas) sobre a guerra fria, acho que deu
pra relembrar e divertir um pouco. Agora vou desligar meu computador,
ligar o meu Super Nintendo e jogar uma boa partida de Street Fighter II, com o Zanguief, é claro!
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