quinta-feira, setembro 27, 2012

PRISÃO DE LULA!!! 1980

Abril de 1980: Lula é preso.

 
 A GREVE DE 41 DIAS

Em 1980, Lula liderou a histórica greve de 41 dias. A campanha salarial dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema reivindicava sobretudo garantia de emprego, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, controle das chefias pelos trabalhadores e direito de os dirigentes sindicais ingressarem nas empresas a qualquer hora. Como os
patrões se mostraram irredutíveis às negociações, a greve teve início a lº de abril, quando 140 mil metalúrgicos cruzaram os braços.

A repressão ao movimento incluiu até helicópteros do Exército que, armados de metralhadora, sobrevoaram as assembléias da Vila Euclides. Lula conseguiu que os trabalhadores não se deixassem intimidar. Enquanto cantavam o hino nacional, todos erguiam bandeirinhas do Brasil distribuídas pelo sindicato.

A 17 de abril, o ministro do Trabalho, Murilo Macedo, decretou a segunda intervenção no sindicato presidido por Lula, cassando seus diretores da vida sindical, mas sem conseguir que se afastassem do comando do movimento. No dia 19, às 6 da manhã, Lula foi preso em sua casa pelo DOPS, numa operação coordenada pelo governo Paulo Maluf, e que envolveu a prisão de inúmeros dirigentes sindicais em todo o ABC, inclusive sindicalistas e juristas de S. Paulo.

No lº de maio, Lula teve a alegria de saber, na prisão, que 120 mil pessoas haviam se reunido numa manifestação em São Bernardo do Campo. A tristeza, poucos dias depois, foi obter permissão especial para, escoltado, comparecer à missa de corpo presente de sua mãe. Como forma de pressão para que os patrões retomassem as negociações, Lula e seus companheiros de cárcere fizeram seis dias de greve de fome.

Em 20 de maio de 1980, Lula teve sua prisão preventiva revogada. Libertado, sua primeira atitude ao chegar em casa foi soltar os passarinhos da gaiola... Julgado pela Justiça Militar em novembro de 1981, recebeu a pena de 3 anos e 6 meses de prisão. Posteriormente, o Superior Tribunal Militar anulou o processo.

A greve terminou a 11 de maio, com o saldo de um grande avanço político na organização e na consciência de classe dos metalúrgicos do ABC.

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