A INDUSTRIALIZAÇÃO CLÁSSICA II: OS ESTADOS UNIDOS I
Os Estados Unidos da América são a maior potência industrial
e econômica do mundo, e o início da aceleração de seu desenvolvimento
industrial deu-se no século XIX. Ao fazer a análise de seu processo de
industrialização, é importante compreender a formação territorial do país, base
de sua expansão econômica e industrial no século XX.
A formação
territorial
Na América do Norte, a ocupação inglesa deu-se principalmente
pelo povoamento, e não pela exploração. Um dos motivos foi a falta de uma
atividade altamente lucrativa que pudesse gerar uma exploração mais intensa,
como foi o caso do ouro na América espanhola e do açúcar no Brasil. Por ter um
clima temperado, a possibilidade de produção agrícola na América do Norte era
em grande parte de produtos já existentes na Inglaterra. E os custos de
produção e transporte eram maiores que na Europa, por isso esses produtos não
tinham grande valor comercial. Desse modo, a economia da colônia estava voltada
para o mercado interno e caracterizava-se por pequenas e médias propriedades e
trabalho livre.
A economia estadunidense só passou a ter maior importância
internacionalmente quando as ilhas do Caribe começaram a produzir açúcar, no
século XVII, iniciando o comércio triangular, que deu grande impulso às
atividades agrícolas e manufatureiras da América do Norte.
Independência e
expansão territorial
Após a independência das Treze Colônias inglesas, em 1776,
teve início um processo de expansão territorial dos EUA, que foram adquirindo
novos territórios até chegar à configuração atual. O território das Treze
Colônias era de cerca de 1 milhão de km²; atualmente, o território dos EUA
chega a mais de 9 milhões de km².
As Treze Colônias já possuíam, no momento de sua
independência, indústrias voltadas para os mercados locais: extrativas (pesca,
peles, madeira, ferro), de construção naval e manufatureiras (têxteis e de
alimentos).
A expansão territorial iniciada após a independência esteve
em grande parte relacionada às características do meio físico do continente e à
organização política adotada pela Federação. Criaram-se assim as condições para
a unidade territorial, que foi fundamental para a consolidação dos EUA como
potência.
Natureza e sociedade
na formação territorial
Desde o princípio da colonização, as condições naturais da
América do Norte propiciaram a constituição de realidades econômicas diferentes
nas colônias do sul e do norte.
A porção norte da planície costeira (entre o oceano Atlântico
e os montes Apalaches) era uma faixa estreita, de solo pedregoso e inverno
rigoroso, que impossibilitava a agricultura de grandes extensões e a produção
de mercadorias que interessassem à Europa. Já a porção sul se estendia por mais
de 320 quilômetros continente adentro e apresentava solo fértil e um clima
propício para o plantio do fumo e do algodão. Assim, a agricultura se
desenvolveu de forma mais acentuada no sul do território norte-americano.
Nas colônias do norte e do centro predominaram a policultura
e a pesca. Nessas regiões desenvolveu-se uma indústria pesqueira e de construção
naval, o que deu a elas um caráter industrial.
A região mais a oeste, logo depois dos montes Apalaches, foi
colonizada pelos franceses, que exerciam as atividades de caçadores e
comerciantes de peles, mercadoria muito apreciada na Europa. Houve grande
afluxo de imigrantes ingleses para lá, o que provocou sérios confrontos entre a
França e a Inglaterra. A superioridade inglesa garantiu sua vitória, em 1763,
com a consequente anexação dos territórios que iam dos montes Apalaches até o
rio Mississipi, com exceção de Nova Orleans. Grande parte da produção dessas
novas terras era escoada pelo rio Mississipi até o porto de Nova Orleans,
território francês.
O papel da imigração
na formação territorial
Até os anos 1920, 150 anos após a independência, chegaram ao
país cerca de 40 milhões de imigrantes europeus. A chegada dessa mão de obra
qualificada teve grande importância para a industrialização e a ocupação
territorial dos EUA.
Também contribuiu para a formação populacional do país a
migração de latinos e africanos, que tomaram a população estadunidense muito
diversificada. Os africanos foram, durante muito tempo, escravizados nas
fazendas do sul. Somente após a Guerra de Secessão, em 1865, houve a abolição
da escravidão, mas o racismo passou a ser uma característica marcante dos
antigos estados escravistas.
A venda de terras a baixos preços possibilitou um grande
afluxo migratório para o oeste do território norte-americano. Esses migrantes
ocuparam territórios que não pertenciam então ao país, como é o caso de grande
parte do território mexicano. Uma guerra travada entre o México e os EUA, que
durou de 1845 a 1848, levou o primeiro a perder cerca de um terço de seu
território (os atuais estados do Texas, Novo México e Califórnia).
Em 1862, foi criado o Homestead Act, que previa a
distribuição de terras gratuitamente para estrangeiros que chegassem ao país, o
que aumentou mais ainda sua ocupação territorial. É preciso lembrar que grande
parte dessa colonização oficial esteve relacionada ao extermínio dos milhões de
índios que ocupavam essas regiões, como os sioux, apaches e cheyennes, entre
outros. No período anterior à colonização estima-se que existiam mais de 10
milhões de índios na América do Norte; após a formação territorial dos EUA, em
1912, restavam menos de 300 mil.
Saiba mais - A
ocupação territorial e as ferrovias
As ferrovias contribuíram muito para a integração dos Estados
Unidos. Elas foram construídas com o intuito de transportar as diversas
mercadorias para as áreas industriais do país e escoar a produ• ção dessas
áreas, passando a ligar todo o território nacional.
Agricultura e
industrialização
o setor agrícola tem grande importância nos EUA, pois
impulsionou a ocupação territorial e possibilitou a formação de um amplo
mercado interno para os produtos industriais.
Uma das diferenças entre a economia agrária dos Estados
Unidos e outras economias agrárias é o fato de que nesse país a
industrialização pôde contar com a participação das agroindústrias. Também
contou com a presença de um amplo setor de serviços, inclusive públicos, como a
pesquisa agropecuária e a extensão rural (ensino e demonstração aos
agricultores dos novos conhecimentos e técnicas agrícolas), já introduzidas
desde o século XIX.
Atualmente, os EUA são uma grande potência agrícola, o maior
produtor e exportador mundial de alimentos. A variedade de climas e a extensa
área territorial contribuíram para isso. A atividade rural estadunidense
caracteriza-se pela presença da produção familiar altamente tecnificada e por
grandes propriedades na região de plantio de grãos e criação de gado, no
meio-oeste. Também apresenta grande especialização agrícola. Algumas regiões,
conhecidas como cinturões (belts), são especializadas em determinada produção.
A agricultura é responsável por cerca de 35% da riqueza
gerada no país. Incluem-se aí as indústrias ligadas diretamente à agricultura
(equipamentos agrícolas, fertilizantes, defensivos, transformação de produtos
agrícolas, etc.) e os agrosserviços (setor de serviços ligados à agricultura).
Os principais produtos cultivados são milho, soja, algodão e trigo. Na
pecuária, destacam-se as criações de bovinos e suínos, A expansão da
agricultura e da pecuária também tem contribuído para o desmatamento no país.
Uma agricultura
integrada
Além de a agricultura ser bastante modernizada e estar
interligada à indústria e ao setor de serviços, também o capital financeiro
atua de forma importante no setor agrícola, já que boa parte dos produtos é
comercializada em bolsas de mercadorias, garantindo uma integração nacional da
produção.
O sistema farmer (pequenas propriedades que utilizam o
trabalho familiar) caracteriza-se pelo uso de tecnologia. Assim, uma família
não necessita de muita mão de obra e pode continuar no campo e se sustentar. A
utilização de tecnologia e maquinário nessa pequena agricultura torna possível
também o desenvolvimento da indústria de máquinas e equipamentos agrícolas, de
grande importância no desenvolvimento econômico norte-americano.
Destaca-se também na agricultura a diversidade de formas de
aproveitamento do solo. Podem-se identificar dois grandes modelos agrícolas. O
modelo texano é baseado em grandes propriedades que produzem grãos e fibras no
meio-oeste, Elas são especializadas na produção de commodities, produtos primários
comercializados no mercado mundial. A base dos seus ganhos está na
intensificação do aproveitamento do solo e no aprofundamento do ganho de escala
(resultante da produção em grandes quantidades).
O modelo californiano tem por base a produção, em pequenas
propriedades, de mercadorias diferenciadas, que necessitam de atenção especial.
Seu ganho está, portanto, associado às especificidades da produção e não à
escala, Em ambos os casos, o uso da tecnologia é fundamental para alcançar
maior produtividade e maiores lucros.
As bases da
industrialização
Os EUA possuem um parque industrial amplo e diversificado. A
atuação de suas empresas industriais, que se encontram entre as maiores do
planeta, dá-se em nível mundial. Uma série de fatores contribuiu para a consolidação
do país como potência industrial. Um dos principais foi a existência prévia,
durante a Revolução Industrial do século XVIII, de manufaturas e pequenas
indústrias.
Além disso, é importante ressaltar que as riquezas naturais
do país, como carvão e minério de ferro, e a ampla disponibilidade de água
favoreceram, em grande medida, a industrialização. Esses recursos foram
fundamentais para a criação de uma das siderurgias mais poderosas do mundo. Os
rios e o litoral recortado fizeram da navegação uma importante forma de
transporte.
A distribuição industrial dos Estados Unidos, sobretudo no
nordeste, está bastante ligada à localização dessas riquezas naturais.
Destacam-se as indústrias siderúrgicas na Pensilvânia (região com jazidas
carboníferas); a indústria automobilística em Detroit, localizada em posição
estratégica para a recepção de matérias-primas; e a indústria de equipamentos
agrícolas e de material ferroviário em Chicago.
Existem ainda na região nordeste outras indústrias altamente
competitivas, que passam por fase de reestruturação. O nordeste é a área
industrial mais tradicional dos EUA e abriga grandes cidades, inclusive duas
megalópoles (extensa área urbanizada, com a junção de duas ou mais metrópoles):
Boston-Washington e Chicago-Pittsburgh.
Nas últimas décadas a descentralização industrial fez emergir
outras regiões do país como importantes zonas industriais. Esse é o caso da
costa oeste, com destaque para Seatde na indústria aeronáutica e da Califórnia
(vale do Silício) na produção de alta tecnologia (microinformática, química
fina, robótica, etc.). A Flórida destaca-se pela indústria aeroespacial e por
uma ampliação das áreas ligadas à produção tecnológica, os tecnopólos.
Também merece destaque a saída de empresas que, necessitando
de muita mão de obra, utilizaram a estratégia de se instalar no norte do
México, onde os sindicatos pouco organizados e a mão de obra barata garantem
uma redução significativa nos custos de produção. Trata-se das chamadas
indústrias maquiladoras. Os EUA são fortes em praticamente todos os setores
industriais, mas destacam-se as indústrias automobilística, naval,
aeroespacial, química e farmacêutica, além do complexo industrial militar.
Em 2009, porém, o setor automobilístico passou pela maior
crise de sua história, sendo necessário o aporte de bilhões de dólares do
governo para tentar evitar a falência das mais tradicionais empresas do setor.
A INDUSTRIALIZAÇÃO CLÁSSICA II: OS ESTADOS UNIDOS II
O papel das inovações
A consolidação da indústria norte-americana está relacionada
a três fatores fundamentais: o maquinismo, a rede de transportes e o papel do
empresário.
Maquinismo é o nome dado à ampla utilização de máquinas na
produção. A invenção e a utilização de máquinas estão bastante ligadas à
indústria têxtil e à agricultura.
A instalação de uma vasta rede de transportes associada às
riquezas minerais possibilitou a acumulação de capital em todo o país e sua
aplicação no setor industrial. Ao integrar o país de leste a oeste, ampliou-se
o mercado interno e a industrialização, com maior aproveitamento do potencial
de cada região.
o papel dos empresários foi também muito importante no
processo de industrialização norte-americano. Os grandes empreendedores
valeram-se das invenções para aumentar a geração de riquezas. Um dos maiores
exemplos é Henry Ford (1863-1947), o criador da produção em massa de
automóveis. Alguns empreendedores passaram de pequenos empresários a grandes
magnatas - daí a imagem do self-made man (o homem que se faz por si mesmo, que
consegue enriquecer pelo esforço próprio). Além disso, as políticas públicas
que incentivavam o espírito empreendedor também ofereceram condições para os
empresários progredirem.
O maior destaque, no entanto, deve ser dado ao grande
incentivo às inovações tecnológicas (inventos ou novos processos). A pesquisa
científica aplicada à indústria permitiu constante modernização e crescente
eficiência industrial. Os recursos naturais não possuem valor econômico por si
sós; dependem das condições tecnológicas para sua exploração econômica. A
velocidade da exploração dos recursos naturais deveu-se, em parte, ao
crescimento de um sistema de treinamento de engenheiros de minas e técnicos,
com papel importante das universidades.
A inovação tecnológica permitiu também que recursos minerais
sem valor reconhecido fossem transformados em matérias-primas de alto valor. A
bauxita, por exemplo, pode ser convertida em alumínio, metal amplamente
utilizado na indústria, pelo processo do fomo a arco elétrico. Também é um bom
exemplo o petróleo, que, de recurso de moderada importância na iluminação
pública, transformou-se em um dos recursos principais nos transportes e na
produção de insumos industriais e tecidos.
Não só as invenções foram importantes no desenvolvimento
tecnológico, mas também a aplicação da ciência na organização da produção (o
taylorismo), trazendo um aumento da produtividade do trabalho. Com a melhor
organização do trabalho, surgiu a produção em massa, voltada para o consumo em
massa, que ficou conhecida como fordismo.
No pós-guerra, as inovações tecnológicas, antes ligadas à
figura do empresário empreendedor, passaram a ser realizadas pelos centros de
pesquisa das grandes corporações, mas ainda ligados às pesquisas nas
universidades.
Fordismo, produção em massa e american way of life
A produção em massa, característica do fordismo, permitiu a
redução dos preços, favorecida pela concentração financeira dos EUA, e tornou
possível o financiamento da produção e do consumo. A sociedade de consumo, base
do fordismo, ficou conhecida como american way of life. O fordismo contribuiu
para o período de maior crescimento econômico da história do capitalismo, entre
1948 e 1973. Grande parte das características culturais e sociais de nossa
sociedade hoje, a sociedade de consumo, está ligada à idéia do "modo
americano de viver".
A hegemonia dos
Estados Unidos hoje
As corporações
A hegemonia industrial dos EUA atualmente se deve, entre
outros fatores, a consolidação de suas empresa por meio das corporações. Já na
segunda metade do século XIX, os grandes capitais do sul, associados ao
dinamismo do norte, aproveitaram-se da alternativa de investimento no oeste,
para onde se deslocavam as ferrovias. Acompanhando a malha ferroviária, as
importantes industrias do ferro e depois as do petróleo, transferiram-se para o
oeste.
Nesse momento surgiram as primeiras grandes corporações e
algumas delas se destacam até hoje – Andrew Carnegie (aço), W. Rockefeller
(petróleo), Callis Huntington (ferrovias) e Philip Armour (alimentos).
Também no setor de telecomunicações, muitíssimo beneficiado
pela aplicação das inovações tecnológicas, formaram-se grandes corporações.
Essa empresa instalou cabos telegráficos transoceânicos que proporcionaram o
encurtamento do tempo e do espaço nas transações comerciais, beneficiando o
mundo dos negócios.
Hegemonia e o papel do
Estado
A consolidação da hegemonia econômica dos EUA está
relacionada ao papel desempenhado pelo Estado. Em 1823 foi lançada a Doutrina
Monroe, base do expansionismo geopolítico do país, cujo lema era "A
América para os americanos", posicionando-se contra o colonialismo
europeu.
O Estado norte-americano sempre teve papel central no
desenvolvimento de políticas industriais, concedendo incentivos às inovações
tecnológicas, favorecendo a proteção do livre mercado e a construção de
infra-estruturas de energia e de transporte, lançando mão de políticas
protecionistas em setores pouco competitivos e adotando uma política externa
favorável aos interesses das grandes empresas estadunidenses.
Foi após a Segunda Guerra Mundial que os EUA se consolidaram
como a maior potência militar e econômica do mundo. Três fatores foram
fundamentais para isso: a guerra não aconteceu em território norte-americano; o
país emprestou grandes somas aos países europeus no decorrer da guerra,
transformando-se em importante credor mundial; o complexo industrial militar
estadunidense, durante os esforços de guerra, acabou por se transformar em um
dos setores mais importantes do país, representando, até hoje, grande parte do
PIB nacional.
A partir da segunda guerra mundial, a hegemonia econômica
alcançada pelos EUA fez desse pais o maior fornecedor mundial de equipamentos e
bens de consumo utilizados na reconstrução da Europa.
Desde a década de 1970, os EUA passaram a ter um déficit
comercial crescente, ou seja, passaram a importar mais do que exportar. Para
conseguir pagar os produtos comprados, tiveram de atrair grandes somas de
capitais por meio de investimento financeiros (em bolsa de valores,
investimentos diretos, títulos públicos, etc.)
Os norte-americanos consomem grande parte da produção global.
É por isso que a crise que se iniciou em 2008 preocupou toda a economia
mundial, pois o transtorno gerado no setor financeiro atingiu também o setor
industrial, causando desemprego e diminuição no consumo.
Atualmente, os EUA são o maior produtor e consumidor de
energia, possuem o maior parque industrial do globo, uma agricultura forte,
grandes reservas dos principais recursos naturais e grandes bancos, que atual
mundialmente. Além disso, são a maior potencia bélica do planeta. Esses fatores
são fundamentais para tornar o país a maior economia do mundo e manter sua
hegemonia.
Saiba mais – Esforço
de guerra
Durante a Segunda Guerra Mundial, um grande número de
indústrias ajustou sua linha de produção ao propósito de produzir materiais
bélicos e suprimentos para o conflito na Europa. Ao terminar a guerra, essas
indústrias detinham uma tecnologia importante na produção bélica, que, em muitos
casos, levou-as a ter uma nova área de atuação.
Grande parte das inovações tecnológicas que conhecemos hoje
teve origem na produção bélica, como o forno de micro-ondas e os computadores.
Europa ama Obama
A obamania sacode o Velho Continente. Após semanas de crise
financeira numa Europa onde decresce o poder aquisitivo e aumenta o espectro da
recessão - mais as contínuas imagens televisivas de carnificinas provocadas
pelo terrorismo e infindáveis guerras iniciadas por W Bush - finalmente uma
noticia fabulosa: Barack Hussein Obama, o candidato democrata, será o novo
presidente dos Estados Unidos.
A vitória ao cargo máximo da política, na terra do Tio Sam,
de um homem de 47 anos com segundo nome Hussein, filho de pai queniano e
muçulmano e mãe americana branca, traz bons presságios. A União Européia, e a
maior parte de seus 27 integrantes, recebe Obama de braços abertos por um
simples motivo, a política externa unilateral pilotada pelo provinciano W nos
últimos oito anos se tomará multilateral.
Neste novo contexto, o Reino Unido continuará, como sempre,
sendo o eterno aliado dos EUA. Mas com uma diferença: Obama tem maiores
afinidades com o chanceler trabalhista Gordon Brown do que W tinha com Tony
Blair, este seu braço direito na invasão do Iraque.
Visto que Berlim e Washington não atravessaram um período
róseo sob W. (Berlim quer retirar seu contingente do Iraque), a chanceler
alemã, Angela Merkel, anseia pela chegada ao poder de Obama. Já Luis Rodriguez
Zapatero, o carismático premier socialista da Espanha, retirou o contingente
espanhol do Iraque assim que eleito em 2004. Obama pretende, eventualmente,
fazer o mesmo. Os dois certamente terão excelentes relações.
O francês Nicolas Sarkozy também se entende bem com W Dado o
excesso de guerras e estragos geopolíticos provocados por W no Oriente Médio, o
governo de Sarko se mostrou leal ao amigo americano fazendo ameaças contra o
Irã. E fez mais: levou o dossiê Irã para a UE, que agora preside.
Eminências pardas do Élysée garantem que Sarko, de 53 anos, e
Obama têm tudo para se tomar aliados: são pragmáticos, da mesma geração, ambos
filhos de imigrantes ... Contudo Sarko tem um problema em relação a Obama que
poderá ser prejudicial à relação dos dois. A obamania está ofuscando a fama de
Sarko, ou melhor, o fenômeno bling-bling. Obama é ainda mais popular na França
que no seu próprio pais. [ ... ]
A própria reação do editorialista do conservador Figaro,
Paul-Henri du Limbert, deixa transparente que Obama superou, na Europa, até as
ainda bem demarcadas divisões ideológicas. Escreveu Du Limbert: "No
imediato, à direita como à esquerda, estamos encantados com a história do
mestiço da classe média que se tomou presidente dos Estados Unidos".
Du Limbert, ao escrever "no imediato", está coberto
de razão. Espera-se muito de Obama: paz entre Israel e os territórios
palestinos, negociações com grupos insurgentes como Taleban e Hezbollah, e com
países como, entre outros, Paquistão, Siria e Rússia, a ratificação do
Protocolo de Kyoto, e, até o final de 2009, a conclusão de um acordo do meio
ambiente. Isso sem contar o plano para lidar com a crise financeira e econômica
global.
Desilusões não são uma impossibilidade. Os europeus terão de
lidar com o indelével protecionismo do mercado americano praticado pelos
democratas. Poloneses e outros povos do Leste Europeu, ainda traumatizados pela
Guerra Fria, se sentem ameaçados por Moscou. De qualquer forma, a obamania na
Europa é sinal de que há luz no fim do túnel.
A INDUSTRIALIZAÇÃO CLÁSSICA II: OS ESTADOS UNIDOS III
A pesquisa
científica nos EUA
Embora normalmente vinculados ao ensino, os programas de
pesquisa universitária destinados a atender as necessidades do setor produtivo
local passaram a ter vida própria e se tornaram institucionalizados. A
universidade de Oklahoma vem se destacando há muito tempo por suas pesquisas no
campo do petróleo, enquanto as universidades de Illinois e Purdue trabalham em
tecnologias de ferrovias, abrangendo desde projetos de caldeiras de locomotivas
até sua manutenção e reparo. [ ... ]
A tradição das universidades estaduais em fazer pesquisas
industriais genéricas tem se mantido até o presente. No começo dos anos de
1980, por exemplo, havia pelo menos 37 universidades norte-americanas fazendo
pesquisa para produtos industriais de origem florestal. Em 1982, elas gastaram
aproximadamente US$ 12 milhões nesse tipo de pesquisa, basicamente financiadas
pelo governo de seus estados.
[ ... ]
No decorrer do século XX, as escolas norte-americanas de
engenharia assumiram a liderança nas pesquisas de engenharia e ciências
aplicadas, em que as indústrias eletrotécnicas se basearam. Problemas que
requeriam pesquisas em áreas com alta voltagem, análise de redes ou
propriedades de materiais isolantes eram empreendidas de maneira rotineira por
essas escolas. Os equipamentos para a geração de transmissão de eletricidade
foram projetados por professores de engenharia elétrica trabalhando em seus
laboratórios universitários. A diferença qualitativa entre essas pesquisas e as
realizadas anteriormente residia no fato de o crescimento da disciplina de
Engenharia Elétrica ter dado origem a uma comunidade de profissionais
tecnicamente treinados com conexão entre as universidades, assim como entre
estas e as indústrias. Essas relações eram sistemáticas e cumulativas, e não
mais ad hoc [externas] e esporádicas.
Embora o estabelecimento de novas empresas por professores
universitários, com a intenção de comercializar suas descobertas de pesquisa,
seja visto como um desenvolvimento peculiar dos anos posteriores à Segunda
Guerra Mundial, a prática teve amplos antecedentes. A Federal Company, de Pala
Alto, Califórnia, foi fundada por professores da Universidade de Stanford e
tornou-se uma importante fornecedora de equipamentos de rádio, já durante a
Primeira Guerra Mundial (Bryson, 1984). O klystron, uma válvula termiônica para
geração e amplificação de sinais de micro-ondas em sistemas de comunicação de
alta frequência, foi o produto de um acordo, em 1937, entre Hal e Sigurd Varian
de um lado e o Departamento de Física de Stanford do outro. A Universidade de
Stanford forneceu aos Varians acesso a seus espaços de laboratório bem como a
seus docentes, além de uma verba anual de cem dólares por ano para materiais,
recebendo em troca uma participação de meio por cento em qualquer patente
resultante. Isto acabou sendo um excelente investimento para a universidade de
Stanford.
è Qual a importância da relação entre universidades,
setor industrial e produção científica nos EUA? Dê exemplos.
è Como a relação universidade-empresa pode afetar a
pesquisa em seu âmbito social? Elabore um breve texto expondo sua opinião sobre
esse assunto.
Revendo conceitos
1- Caracterize a forma de ocupação dos Estados Unidos nas
colônias do sul e do norte.
2- Explique a importância da imigração na formação
territorial do país.
3- Explique a importância do Homestead Act.
4- De que forma a agricultura contribuiu para a consolidação
dos Estados Unidos como potência mundial?
5- Como são chamadas as regiões especializadas em determinado
produto agrícola no país? Ouais são elas? Onde se localizam?
6- O que é maquinismo?
7- Cite três fatores fundamentais para a consolidação
industrial dos Estados Unidos.
8- O que
significa american way of life?
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