quinta-feira, junho 14, 2012

O Índice Big Mac

A cadeia estadunidense de alimentação McDonalds constitui uma empresa transnacional que opera em diversos países ao longo do Planeta. Suas políticas corporativas estão fortemente vinculadas à adoção de processos produtivos e distributivos dos alimentos fabricados mundialmente de forma muito homogênea. Com base em diversos estudos, foi desenvolvido, na década de 1980, o Índice Big Mac, calculado pela prestigiosa revista The Economist.
   Contudo, esse indicador não foi feito para revelar se o preço do sanduíche está barato ou caro, mas sim para que se entendam os processos de valorização e desvalorização das moedas no mundo, utilizando o dólar como referência. Como os ingredientes são muito semelhantes, bem como toda a cadeia de produção e circulação, conforme foi dito anteriormente, as diferenças de preço estão associadas à sobrevalorização ou subvalorização das moedas. O Índice Big Mac leva em consideração o PPC (Paridade do Poder de Compra) das populações, ou seja, o poder aquisitivo da população de determinado país, ajustado pela realidade socioeconômica de sua nação.
   O resultado dos dados de 2011 - reformulados em relação às metodologias anteriores - pode nos induzir ao erro. Veja só: o Big Mac na China é 44% mais barato do que nos Estados Unidos. Assim, o iuane (moeda da China) estaria 44% subvalorizado em relação ao dólar. Era assim que o índice era calculado anteriormente. Porém, sabemos que em diversos países em desenvolvimento, devido aos custos das matérias-primas e da mão de obra e ao poder aquisitivo da população, o valor do lanche realmente deveria ser mais barato. Assim, essa correção é feita, atualmente, utilizando na equação o PIB per capita. Esse indicador representa quanto foi produzido em um país, em dólar, ao longo do ano, dividido pelo total de habitantes. Dessa forma, sabemos quanto cada habitante “gerou”, em média, de renda para seu país.
Valor médio do Big Mac, em Dólar
Valor médio do Big Mac, em Dólar
   Portanto, o cálculo do ajuste do valor do Big Mac na nação considerada em relação ao seu PIB per capita nos dá uma noção da valorização das moedas. Converte-se o preço do lanche na moeda de origem para o dólar e relaciona-se o resultado com o PIB per capita do país, também convertido em dólar. Valores muito altos significam que, nessa equação, a moeda local pode estar supervalorizada - ou subvalorizada.
Sub e sobrevalorização das moedas em relação ao Dólar
Sub e sobrevalorização das moedas em relação ao Dólar
   Complicado, não é? Bem, deixemos essas contas para os economistas. O importante para nós, agora, são os resultados. Os dados de 2011 apontam que o real é a moeda mais valorizada no mundo. O euro, por sua vez, está bem abaixo do valor que deveria ter (para a alegria dos turistas brasileiros que desejam viajar para algumas nações da Europa neste ano), e o iuane chinês está dentro do que se esperava. Algumas pessoas associam esses números às condições reais das economias, afirmando que valores muito acima ou abaixo podem ser resultado de euforias ou preocupações excessivas do mercado internacional. Que tal também pensarmos que pode ser a atual situação econômica do país? É só observar a crise europeia e os elevados investimentos externos que o Brasil tem recebido para, talvez, podermos encontrar algumas respostas para essa equação.

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