sábado, agosto 31, 2013

Especial ONU Brasil - SÍRIA

Especial ONU Brasil


Entenda a crise

O conflito na Síria continua causando sofrimento humano e destruição imensuráveis. Dados compilados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) indicam que 100 mil pessoas foram mortas desde março de 2011, quando começou o levante contra o presidente Bashar al-Assad.
A estimativa é que 6,8 milhões de pessoas necessitem de assistência humanitária urgente – incluindo 3,1 milhões de crianças. Desse total, 4,25 milhões são deslocados internos. Até 1º de julho, já havia mais de 1,7 milhão de refugiados sírios nos países vizinhos e Norte da África.
Cerca de 1,2 milhão de famílias tiveram suas casas atingidas de acordo com a Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental (ESCWA). Cerca de 400 mil delas foram completamente destruídas, 300 mil parcialmente destruídas e 500 mil sofreram danos de infraestrutura.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) estima que 400 mil palestinos refugiados na Síria (80%) precisem de assistência urgente. Cerca de 180 mil deles tiveram que fugir de Damasco por causa dos bombardeios e confrontos nos arredores.
O denso deslocamento populacional e a higiene precária aumentam o risco de piolhos, sarna, leishmaniose, hepatite A e outras doenças infecciosas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando a situação e oferecendo tratamento em diversas áreas do país. A estimativa é de 2,5 mil casos de febre tifoide em Deir Ez-Zor e 14 mil de leishmaniose em Hassekeh.
Cerca de 57% dos hospitais públicos foram danificados ou destruídos e 37% estão fechados, segundo a OMS. Muitos profissionais de saúde estão fugindo do país e os que permanecem têm muita dificuldade para chegar aos postos de trabalho por causa da insegurança.
Muitos hospitais estão sem remédios essenciais como insulina e antibióticos. Também acabaram os estoques do Ministério da Saúde para tratamentos de queimados e feridos em unidades de terapia intensiva. O hospital de Aleppo, por exemplo, reportou no meio de abril ter atendido 3,5 mil pacientes com ferimentos de guerra sem que houvesse banco de sangue e, muitas vezes, realizou operações sem anestesia ou fios de sutura.
A OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estão trabalhando em campanhas de prevenção e fornecimento de kits laboratoriais para diagnóstico de hepatite A, além da aquisição inicial de 400 mil doses de remédio contra leishmaniose e medicamentos suficientes para tratar 6 mil casos de febre tifoide.
Para purificar a água e ajudar na prevenção das doenças, o UNICEF distribuiu no começo do ano aproximadamente 240 toneladas métricas hipoclorito de sódio para cerca de 20 mil pessoas em Aleppo, Ar-Raqqa, Damasco, Hama, Homs, Idleb e Damasco Rural.
O apoio da ONU ao setor de saúde garantiu a vacinação de 550 mil crianças contra sarampo, caxumba, rubéola e pólio em seis regiões.
O apuro das pessoas atingidas pela violência é ampliado pela falta de comida, água, combustível e o inverno rigoroso. Há cortes prolongados de luz em diversas áreas do país. A insegurança está impedindo o acesso de muitas pessoas a serviços e produtos de necessidade básica.
As agências da ONU estão reforçando abrigos e distribuindo itens de inverno para milhares de pessoas. Só em 2013, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) já distribuiu itens como cobertores, roupas e kits de cozinha para 452 mil pessoas.

Três quartos das crianças estão traumatizadas pela guerra

Uma pesquisa conduzida por Turquia, Estados Unidos e Noruega mostra que três quartos das cerca de 8,4 mil crianças sírias – a maioria entre 10 e 13 anos – refugiadas no campo de Gaziantep Islahiye, na Turquia, perderam ao menos um parente no conflito.
O estudo revela que a maioria delas apresenta sinais de estresse e trauma e 44% presenciaram ao menos cinco de 11 eventos adversos associados com guerra e desastres. Metade das crianças sofre depressão e muitas estão preocupadas com familiares que permanecem no país.
O UNICEF está provendo atividades educativas e apoio psicológico para mais de 85 mil meninos e meninas.
O Fundo também doou ao Ministério da Educação materiais escolares, kits de recreação e musicais para atender quase 25 mil crianças em Aleppo. Em todo o país, 154 mil estudantes foram beneficiados com doações do UNICEF.
De acordo com a agência, cerca de 20% das escolas não estão funcionando. Das 22 mil unidades do país, estima-se que mais de 2,4 mil tenham sofrido danos de infraestrutura por causa da guerra. A violência tirou muitas crianças das salas de aula, especialmente meninas. Nos locais onde as escolas tentam manter suas atividades, a frequência é bastante reduzida. Em Aleppo, apenas 6% dos alunos estão comparecendo às aulas.

Violência prejudica produção agrícola

A produção agrícola foi duramente comprometida com a crise, somando um prejuízo de 1,8 bilhão de dólares. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), só 5% dos agricultores conseguiram colher toda sua produção de trigo e cevada. Cerca de 20% dos produtores perderam inteiramente suas plantações e 55% dos pecuaristas registraram redução substancial nos estoques de gados e aves.
O programa de emergência da FAO tem objetivo de atender 20,7 mil famílias (com oito indivíduos) vulneráveis de agricultores e pecuaristas, beneficiando um total de 165 mil pessoas. Até o começo de janeiro, a FAO alcançou 8 mil pessoas com a doação de comida animal. Insumos agrícolas também foram dados a outras 4,5 mil pessoas e mais 4 mil receberam pacotes de ajuda específico para criação de aves.

Ajuda alimentar para 2,5 milhões de pessoas

O Programa Mundial de Alimentos (PMA), com apoio de parceiros, alcançou 2 milhões de pessoas em março, 300 mil a mais que no mês anterior. O objetivo é chegar a 2,5 milhões de pessoas dentro da Síria até o fim de abril.
Mulher recebe suprimentos do Programa Mundial de Alimentos em Damasco, capital da Síria. (Foto: ONU/Abeer Etefa)
Por causa do baixo financiamento, a cesta de alimentos provê mil calorias diárias por pessoa. Ela inclui 12 quilos de arroz, 3 kg de trigo, 5 litros de óleo vegetal, 3 kg de açúcar, 4 kg de leguminosas secas, 1kg de leguminosas enlatadas, 4kg de macarrão e 400g de massa de tomate.

ONU distribui mais de 6 milhões de dólares em ajuda financeira emergencial

Desde 16 de dezembro, o ACNUR tem oferecido ajuda em dinheiro a deslocados internos e famílias de refugiados palestinos em Damasco e Hassakeh. Mais de 73 mil pessoas já foram beneficiadas.
Um jovem refugiado sírio envolve-se em um cobertor grosso, parte da ajuda para sua família no inverno do norte do Iraque. Foto: ACNUR
Durante o mês de dezembro, a UNRWA também distribuiu mais de 5 milhões de dólares em assistência financeira emergencial para 94 mil palestinos em Damasco. Em janeiro, mais 23 mil foram beneficiados com 1 milhão de dólares.

UNFPA leva atendimento de saúde gratuito a milhares de grávidas

A resposta do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a crise inclui ambulâncias, equipamentos e suprimentos médicos de obstetrícia para atender milhares de grávidas.
Somente de 9 a 22 de abril, 7,5 mil mulheres foram atendidas em serviços de saúde reprodutiva, incluindo cuidados obstétricos de emergência em Damasco, Damasco Rural, Aleppo e Homs. Cerca de 400 partos normais e cesárias foram realizados com vouchers de atendimento gratuito fornecidos pela agência da ONU.
O sistema de vouchers beneficiou 28 mil mulheres durante o mês de março em Aleppo. O atendimento direto do UNFPA alcançou 11,8 gestantes no período.
No começo do ano, a agência da ONU entregou ao Ministério da Saúde equipamentos para atendimento de saúde reprodutiva e serviços de planejamento familiar em apoio a cerca de 180 mil mulheres em Damasco, Aleppo, Idlib, Homs e Ar-Raqqa. Entre 5 e 18 de fevereiro, mais 60 mil foram beneficiadas em saúde reprodutiva e 150 mil em planejamento familiar.

Apelo é por 1,5 bilhão de dólares para o primeiro semestre de 2013

O plano de resposta humanitária para a Síria requer 519 milhões de dólares para cobrir 61 projetos em dez setores durante o primeiro semestre de 2013. Já o plano de resposta regional para refugiados pede 1 bilhão de dólares para apoiar 1,1 milhão de refugiados sírios no Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia no primeiro semestre de 2013.
O Fundo de Resposta Emergencial para a Síria recebeu, até 22 de abril, 43,8 milhões de dólares – dos quais 19,1 milhões foram alocados em 66 projetos.
Em 30 de janeiro, uma conferência de doadores foi realizada no Kuwait com a participação de mais de 60 países, que se comprometeram a doar o total de 1,5 bilhão de dólares para minimizar a crise humanitária. Até 22 de abril, apenas 700 milhões de dólares foram financiados.
Em 2012, apenas 55% da ajuda solicitada para a resposta humanitária foi financiada, totalizando uma arrecadação de 191 milhões de dólares, quando o necessário era 348 milhões. A ajuda aos refugiados também foi subfinanciada no ano passado. Dos 488 milhões de dólares solicitados, apenas 248 milhões chegaram, atendendo a cerca de 69% das necessidades.

Missão de observadores e escritório de contato da ONU

Como a persistência do combate na Síria, as condições para dar continuidade à Missão da ONU de Supervisão na Síria (UNSMIS) no país não foram satisfeitas, anunciou em agosto de 2012 o Subsecretário-Geral de Operações de Paz, Edmund Mulet. Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, no entanto, concordaram neste mesmo mês com a criação de um escritório de contato para apoiar os esforços de uma solução política para o conflito e o respeito dos direitos humanos.
Veículo da ONU foi danificado por uma multidão enfurecida em El-Haffeh, Síria, ao tentar acessar a cidade (ONU/ David Manyua)
Inicialmente criada em abril de 2012 para durar 90 dias – por meio da resolução 2043 –, o mandato da UNSMIS foi prorrogado por mais 30 dias no final de julho, quando o Conselho aprovou a resolução 2059.
Essa resolução também indicou que uma renovação posterior a este prazo só seria possível se fosse confirmado que o uso de armas pesadas houvesse cessado e uma redução da violência por todos os lados era necessário para permitir à Missão implementar o seu mandato, o que não ocorreu.

Representante Especial tenta saída negociada pacífica para a crise

Em fevereiro de 2012, o ex-Secretário-Geral das Nações Unidas Kofi Annan (na foto abaixo, à esquerda) foi anunciado como o enviado especial da Missão Conjunta da Liga Árabe e da ONU para a Síria. Annan, que havia ocupado o cargo máximo da Organização entre 1997 e 2006, se tornou à época Alto Representante da ONU e da Liga Árabe para resolver a crise e será apoiado por um Vice-Representante. “O enviado especial proporcionará bons ofícios destinados a pôr fim a toda a violência e violações dos direitos humanos, e promover uma solução pacífica para a crise da Síria”, afirmou o comunicado conjunto no dia 23.
Kofi Annan, Ban Ki-moon e Lakhdar Brahimi (UN Photo/Devra Berkowitz)
No dia 2 de agosto do mesmo ano, no entanto, Annan renunciou ao cargo após tentativas frustradas de aplicar o chamado Plano de Seis Pontos, que pede o fim da violência, o acesso de agências humanitárias para o fornecimento de apoio à população civil, a libertação dos detidos, o início de um diálogo político inclusivo e livre acesso ao país para a mídia internacional.
Em seu lugar, as duas organizações apontaram no dia 17 de agosto de 2012 o diplomata veterano argelino Lakhdar Brahimi (à direita) como novo facilitador da paz na região. Brahimi deve assumiu a função no dia 31 de agosto, quando terminou o mandato de Annan, e desde então tem feito esforços constantes para uma saída negociada pacífica para a crise.

Como ajudar

Você pode fazer doações para duas das diversas agências que estão atuando no país: o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) — clique aqui para acessar — ou para o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU — clique aqui para acessar.

sábado, agosto 10, 2013

EU E O VELHO, O VELHO E EU!!!! Para meu PAI!!!

EU E O VELHO, O VELHO E EU!!!

Certas dores não cessam. 
Certos sentimentos não mudam. 
Certas feridas não cicatrizam. 
Certos olhos não se cansam em jorrar suas lágrimas.
Certos sorrisos já não soam tão naturais.
Certas alegrias já não são tão alegres, longe disso.
Certos gritos já não são tão altos.
O feroz se fez vulnerável.
E o vulnerável sente a dor da falta.
Falta que eu lhe confesso aumenta cada vez mais.
O violão já nem tem a mesma graça.
A música então, deprime por ser nostálgica.
Tento espantar meu desalento com o que mais gostava.
Mas, admito com pesar, tenho um medo danado do espelho se quebrar.
As vitórias não são comemoradas como deviam, pois não estás aqui para se alegrar.
Eu só queria ter a mesma força.
Lidar dignamente com a dor.
Ter a altivez de superar o insuperável.
Ter a perspicácia de driblar o imponderável.
Ter a audácia de acreditar no inacreditável.
Ter... Ser... Querer... Crescer como você...
Espero ainda te encontrar na estrada desta ou de outras vidas.
E se ela não existir dai-me forças para construir.
Aonde quer que eu vá o senhor será meu olhar, meu falar, meu pensar e meu sentir.
Não poderia ser diferente por tudo o que o senhor representa para mim!!!

TE AMO - FELIZ DIA DOS PAIS

terça-feira, agosto 06, 2013

Little Boy, a bomba atômica que atingiu Hiroshima há 68 anos.

Little Boy, a bomba atômica que atingiu Hiroshima há 68 anos.

 No dia 06 de agosto de 1945, às 8:15 da manhã, a bomba "Little Boy" explodia há 600 metros acima do solo, com uma quantidade de energia equivalente a 13.4 mil toneladas de TNT.

 É estimado que a bomba tenha matado cerca de 70 mil pessoas diretamente com a explosão e deixado mais 70 mil com graves ferimentos; muitos sucumbindo nos meses seguintes.

Talita Lopes Cavalcante Administração Imagens Históricas Foto: US government DOD/DOE photograph

Fonte: - "Little Boy Dropped on Hiroshima". National Nuclear Security Administration (NNSA).

Disponível em <<http://nnsa.energy.gov/aboutus/ourhistory/timeline/little-boy-dropped-hiroshima>>. Acessado em: 06 jul. 2013. - "Section 8.0 The First Nuclear Weapons". Nuclear Weapons Archive.

Disponível em << http://nuclearweaponarchive.org/Nwfaq/Nfaq8.html#nfaq8.1.3>>. Acessado em: 06 jul. 2013.

Origem da SIDA - Aids Origin´s - HIV Origin´s

Documentário imperdível sobre a origem do vírus HIV.

segunda-feira, agosto 05, 2013

Petróleo e biodiversidade costeira

Documento do Greenpeace mapeia zonas de exploração e ONG propõe iniciativas para reverter quadros atuais.

O Petróleo, recurso natural e principal fonte de energia do mundo globalizado, é a matéria base de vários produtos presentes na sociedade. Apesar de sua importância econômica e política no mercado mundial, é fundamental que algumas medidas sejam tomadas para minimizar os danos causados pela sua exploração na natureza.

Pensando nisso, a ONG (Organização Não Governamental) GreenPeace, uma das mais atuantes no ativismo ambiental mundial, vem dando enfoque a esse debate e possui um documento específico sobre o tema. A ONG mapeou o litoral brasileiro para mostrar que a conservação marinha e o desenvolvimento da indústria de petróleo entraram, de uma vez por todas, em rota de colisão. O estudo, dividido por quatro regiões da costa brasileira, conta uma história de descaso com a conservação ambiental, ponto que, proporcionalmente, faz-se oposto ao incentivo para o crescimento da exploração petrolífera.​

De acordo com a publicação, apesar da sua importância ecológica, zonas costeiras são afetadas pelo impacto da exploração, sem que sejam adotadas medidas para sua proteção. Em 2007, o Ministério do Meio Ambiente divulgou estudo reconhecendo que cerca de 44% da extensão total da zona marinha brasileira são de área prioritária para a conservação da biodiversidade. Infelizmente, apenas 2,57% dessas áreas prioritárias foram transformadas em unidades de conservação federais. No entanto há exploração e produção de gás e óleo facilitados em 8,77% de áreas que deveriam ser transformadas em áreas marinhas protegidas.

Proposições do Greenpeace
  • Criação de uma rede mundial de áreas marinhas protegidas, que cubra 40% dos oceanos;
  • 30% de áreas marinhas protegidas no litoral brasileiro;
  • 40% de reservas marinhas em áreas oceânicas;
  • Ordenamento territorial marinho que compatibilize os desenvolvimentos econômico, social e ambiental.

Programa Petrobras Ambiental
Uma das maiores empresas do mundo, a petrolífera brasileira Petrobras, tem uma linha específica de atuação para tentar compensar danos ambientais causados pela exploração. Através do Programa Petrobras Ambiental, a companhia investiu de 2003 a 2008, período inicial do projeto, mais de R$150 milhões em ações de pequeno, médio e grande portes. As iniciativas são desenvolvidas em parceria com organizações da sociedade civil de todo o País, abrangendo dezenas de bacias, ecossistemas e paisagens na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.

Curiosidade
No dia 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, momento importante para conscientização e preservação ambiental. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972 e um de seus principais esforços refere-se à compreensão individual e coletiva sobre o cuidado com o meio ambiente.

Fonte: Rede Pitágoras

quarta-feira, julho 31, 2013

Boni confessa manipulação do debate Lula x Collor

Evo explica a verdadeira dívida externa!!!

Exposição do Presidente Evo Morales ante a reunião de Chefes de Estado da Comunidade Europeia Quem deve a quem? Genial discurso de Evo Morales escondido pela mídia

Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea a mais de uma centena de Chefes de Estado e dignitários da Comunidade Européia, o Presidente Evo Morales conseguiu inquietar sua audiência quando disse: 

Aqui eu, Evo Morales, vim encontrar aqueles que participam da reunião.

Aqui eu, descendente dos que povoaram a América há quarenta mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente quinhentos anos.

Aqui pois, nos encontramos todos. Sabemos o que somos, e é o bastante. Nunca pretendemos outra coisa. O irmão aduaneiro europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que me descobriram. O irmão usurário europeu me pede o pagamento de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.

O irmão rábula europeu me explica que toda dívida se paga com bens ainda que seja vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os vou descobrindo. Também posso reclamar pagamentos e também posso reclamar juros. Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Saque? Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo Mandamento. 

Expoliação? Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão! 

Genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que qualificam o encontro como de destruição das Indias, ou a radicais como Arturo Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização europeia se deve à inundação de metais preciosos!

 Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América, destinado ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito não só de exigir a devolução imediata, mas também a indenização pelas destruições e prejuízos. Não Eu, Evo Morales, prefiro pensar na menos ofensiva destas hipóteses. Tão fabulosa exportação de capitais não foram mais que o início de um plano ‘MARSHALLTESUMA’, para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização. Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo dos fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indoamericano Internacional?

Lastimamos dizer que não. Estrategicamente, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem outro destino que terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como no Panamá, mas sem canal. Financeiramente, têm sido incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de cancelar o capital e seus fundos, quanto de tornarem-se independentes das rendas líquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e os juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30 por cento de juros, que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juros fixo de 10 por cento, acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base, e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, informamos aos descobridores que nos devem, como primeiro pagamento de sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambos valores elevados à potência de 300. Isto é, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra. Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue? Alegar que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo.

 Tais questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indoamericanos. Mas exigimos sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma privatização ou reconversão da Europa, que permita que a nos entregue inteira, como primeiro pagamento da dívida histórica. * Segundo algumas fontes este teria sido o texto de um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia.

A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.*

Enviado por Marcos Paulo

sexta-feira, julho 19, 2013

CARTA DE DESPEDIDA!!!

CARTA DE DESPEDIDA DA REDE ISAAC NEWTON Boa noite nobres e queridos alunos. Venho por meio de esta comunicar que não mais faço parte do corpo docente do Ensino Médio da Rede IsaacNewton. A partir do próximo semestre não serei mais o professor de Geografia das turmas do 2ºs e 3ºs anos do Ensino Médio. Após dois anos e meio na escola, dou esta notícia com profundo pesar, pois além da relação professor/alunos tenho para com vocês um carinho especial e uma amizade sincera. Um novo horizonte profissional se abre a partir de agora, mas saibam que levarei em meu coração cada sorriso e cada brincadeira destes anos e espero que os senhores nunca se esqueçam de que o maior responsável pelo seu sucesso é o espelho. Continuarei na Rede Isaac Newton no turno vespertino com as turmas de 7º e 9ºs anos... Mas, não há como negar que em meu coração há uma nuvem escura de tristeza por não terminar o ano com vocês e, assim, não escrever mais seis meses de um convívio que sempre foi muito bacana, de respeito e consideração. Chamo cada um de brother e essa não é uma gíria comum para mim. Faço-o porquê sem cada um de vocês meu trabalho não seria absolutamente nada, sou grato por nestes dois anos e meio me darem a oportunidade de ser escutado, de escutar, de rir, de brigar, de ensinar e mais do que nunca APRENDER. Uma pena, mas a vida reserva caminhos para nós que às vezes nos faz abandonar aquilo que gostamos. Mas, é assim que o jogo segue. Coloco-me à disposição de cada um, sempre. Contem comigo para o que precisarem. Foram muitas risadas, informações, dicas, conselhos e aprendizados que confesso estar sem graça ao escrever e chateado por ter que dar a vocês esta notícia de forma impessoal e aparentemente fria. Diferentemente do que me é peculiar tentarei ser breve, pois temo não conseguir terminar de escrever essa que não é uma despedida e sim um até logo. Recebam bem o próximo professor e dediquem a ele o mesmo carinho que tinham por mim (SQN, rs). Não se esqueçam dos 3 F’s – FOCO, FORÇA E FLAMENGO e nem das 13 regras. Não se esqueçam do PAS e da UNB. E o mais importante: Não se esqueçam de fazer o bem para as pessoas. Nada no mundo é mais importante do que isso. Nada nesta vida tem valor a não ser quando esta é avaliada pela nossa força de fazer bem para as pessoas. Sem preconceitos, sem julgamentos. Lutem pelos seus direitos, mas, não se esqueça dos direitos de quem esta ao seu lado. Gosto sempre de lembrar de Nietzsche “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.”, ou seja, defendam suas ideias sem se esquecer que é possível modifica-la e aprender com as ideias dos outros. Eu queria poder agradecer nominalmente cada um de vocês, mas, o facebook só marca 50... e nem todos estão aqui. Queria desejar um fraterno abraço ao pessoal do 3º ano de Taguatinga molecada que esteve comigo desde o meu 1º dia de escola, e era um desejo pessoal terminar este ciclo no Ensino Médio com vocês meus camaradas, vocês me acolheram tão bem graças a pude dar seguimento aomeu trabalho na escola. Um beijo no coração do 2ºdão do Riacho, parceria maneira com essa molecada desde o ano passado (Acreditem no potencial de vocês meninos e não deixem que duvidem que vocês são sinistros). E aos meus novos Brothers do 2º Taguá e 3º Riacho por estes seis meses de um trampo maravilhoso e um convívio maneiro, turmas que possuem verdadeiros craques, só não esqueçam: Nesta vida o sucesso é pautado em 1% de dom e 99% de suor. Arregacem as mangas que assim o mundo será pequeno para o sonho de vocês. Peço-lhes perdão por qualquer equívoco, expressão, repreensão ou atitude mais severa tanto as necessárias como as desnecessárias. Espero que compreendam estas como uma forma de atingir o coração de cada um de vocês para um caminho menos doloroso que a vida tende a nos empurrar. Acredito muito no potencial de cada um e espero que nunca duvidem disso. Peço ao terceirão que não me exclua dos churrascos. rsssss igual o 2º ano do Riacho fez ano passado.... kkkkkkkkkkkkk . Tentarei seguir com vocês no PRE-PAS se assim a escola permitir. Saio da vida de vocês como professor (diariamente em sala de aula), mas nunca como amigo, nunca mesmo. O blog, as twitcam’s, o face estão à disposição de vocês, sempre que precisarem. Para assuntos acadêmicos e afins. Obrigado por cada bate-papo, por cada debate, por cada discussão, por cada confusão. Se hoje sou uma pessoa melhor do que fui ontem é porque tive a oportunidade de conviver com cada um de vocês. Peço-lhes perdão, pois as palavras não devem ter soado com a emoção que eu queria transmitir, tampouco, com a beleza do sentimento que tenho por cada um. Mas, termino este breve texto asseverando que: VOCÊS SÃO FUNDAMENTAIS EM MINHA VIDA!!! TAMO JUNTO!!! LEVO PRA SEMPRE CADA UM DE VOCÊS EM MEU CORAÇÃO. PODEM TER CERTEZA. Queria agradecer aos colegas e amigos da Rede, por todo apoio e carinho, parceiros que gostaria de compartilhar toda minha vida de docência. Contem comigo sempre. Continuamos juntos!!! Um grande beijo no coração de todos!!! FLÁVIO BUENO

CRÔNICA DO DIA!!!! Médicos para quem? Precisamos de pajés, xamãs e curandeiros ou de alguém que queira trabalhar...

CRÔNICA DO DIA!!!!

Médicos para quem?
Precisamos de pajés, xamãs e  curandeiros ou de alguém que queira trabalhar...

por Flávio Bueno

Esta senhorita (Vídeo abaixo) consegue em suas análises elucidar algumas de minhas indagações e ganhou um fã.... O projeto do governo em relação a popularização da medicina (diga-se de passagem muito bom) não interessa aos caciques dos Conselhos Regionais e nem aos médicos que enriquecem seus bolsos fingindo que trabalham na rede pública quando na verdade estão em seus consultórios. A classe médica deste país, salvo raríssimas exceções, é de um asqueroso corporativismo, que mais uma vez merece todo desprezo da população. Os médicos não são semideuses e precisam ser cobrados, aliás, como qualquer profissional. Só que os mesmos não admitem serem fiscalizados pela população. Quantas vezes você ouviu dizer de casos de médicos que negligenciam (rede pública ou privada)? Que se negam a prestar atendimento? Isso mesmo negar atendimento. Eu conheço ou vivi situações que não cabem nas mãos de 100 pessoas, e mais uma vez não foi só na Rede Pública. Aliás, sugiro que façamos deste espaço um campo para denúncias. Atire a primeira pedra quem nunca ficou na fila de um hospital esperando a boa vontade do fulano ou do ciclano que simplesmente não cumpre o horário.

Temos o melhor modelo de sistema de saúde do planeta (SUS), que para quem não sabe está sendo estudado com afinco pelo presidente OBAMA e seus assessores. Estão levando este projeto para os EUA, país que possui um sistema de saúde deplorável, que de duas uma, ou esta entregue aos ratos ou esta a mercê dos planos de saúde. Aliás, perspectiva que se aplica ao modelo corruptório da gestão da saúde brasileira, pois a nossa capacidade de copiar o que é ruim está acima de qualquer coisa. Viramos reféns ou da ineficiência da gestão pública ou da igual ineficiência da rede privada, sobretudo, dos caças níqueis, conhecidos como: planos de saúde. Tente marcar uma consulta usando qualquer plano de saúde??? Faça o teste e me diga. Tem muito hospital particular que deveria ser apelidado de açougue ou frigorífico, pois trata o paciente igual um pedaço de carne morta. E cito alguns: Anchieta, Santa Lúcia, Hospital Brasília, dentre outros. Chegamos ao disparate de ter que pedir pelo amor de Deus para um hospital particular aceitar uma emergência. Meu pai ficou duas horas esperando para ver se algum hospital aceitava sua entrada na UTI e isso com um dos planos de saúde mais caros do país. Só para constar, essa demora pode ter custado a sua vida à exatos 1 ANO E 6 MESES. Você paga plano de saúde é para ter conforto, pois o profissional é o mesmo, e se você não tem esse fatídico conforto então por que pagamos? Não é mais fácil cobrar a eficiência do serviço público? Mas, somos tão acomodados que preferimos a "tranquilidade" de ser enganado por estes planos de saúde mequetrefes instalados no Brasil. Mas, este é um tópico para outro debate.

O nosso modelo de gestão de saúde (digo modelo) é excelente e parte da sua eficácia deveria ser de responsabilidade dos profissionais de medicina, que por muitas vezes não fazem seu papel básico de cumprir horário. Repito, tem muita coisa errada na gestão da saúde pública deste país, e parte dela se aplica aos "Doutores" que se veem abaixo apenas de Deus, e olhe lá. Médico não quer ponto eletrônico nos hospitais? Ah faça-me o favor, vocês doutores, exigem demais e trabalham de menos. Vamos tentar equalizar a situação. As faculdades de medicina das universidades federais são verdadeiros campos de uma burguesia que nunca desejou pisar em um hospital público, tampouco, construir um país onde a saúde de qualidade seja acessível a todos. Muito pelo contrário, o cara que sair de lá, se possível, com seu consultório prontinho, para atender membros de sua mesma classe social. É assim que os senhores querem um país melhor? Ou tem alguém aqui achando que o objetivo dos médicos é popularizar a sua profissão? A nossa jornalista definiu bem, menos médicos significam mais concentração de renda, ou seja, eles manterão o seu padrão de vida alto e seus status quo de rei, duques, barões, etc. Uma monarquia perfeita, onde o bobo da corte é justamente o paciente.

Memória curta é um problema, mas, não vejo um médico deste que vêm à mídia demonstrar a sua indignação corporativista, participar do Projeto Rodom. Largar um pouco seu consultório no Lago Sul e montar uma tenda de saúde social preventiva uma vez por ano lá em Águas Lindas, Estrutural, etc. A saúde no Brasil é uma farsa por culpa dos seus profissionais, ligados a máfia dos planos de saúde, das funerárias, dos cemitérios (que se for investigar aqui em Brasília ia ter uma nobre deputada e sua família sendo escoltada direto pra Papuda), aos laboratórios (que pagam propinas aos médicos para eles receitarem seus medicamentos), empresas de aparelhamento hospitalar ( onde o dinheiro rola solto, sobretudo, no processo de licitação. Tem muito médico que usa esparadrapo de uma marca por conta de uma mesada que recebe no fim do mês. Aliás, a grande população não tem ideia do ganho e da quantidade de material utilizado em um hospital e da grana que circula. Raramente, você verá um hospital falindo, pois um agulha de cirurgia que custa R$ 0,10 pro hospital, sairá para você por mais de R$3 ou R$4). Não são todos os profissionais da saúde, não quero cometer uma inferência,  mas sobretudo os que comandam os órgãos competentes, os que são influentes e os que querem se perpetuarem como Deus da sociedade tupiniquim.

Apoio ao projeto de popularização e sociabilização da saúde no país. Eu Apoio incondicionalmente. E você que quer um país melhor, com uma saúde socializada, com médicos para todos, deveriam apoiar também. Sem politicagem baixa, sem interesses financeiros e ideológicos. E sim, por um país melhor.

Vamos usar este espaço para denúncias. Conte seu caso e eu, pessoalmente, propagarei até o momento que ele possa ser ouvido pelas autoridades competentes. Se não quer trabalho, senhor médico (nego-me a chamá-los de doutor, pois nem todos tem doutorado e os mesmos não merecem o respeito que exigem com a utilização deste substantivo), faça um curso de crochê ou vai ser presidente da FIFA ou da CBF.

Meus alunos já o conhecem, mas para os que desejam conhecer a realidade da saúde pública dos EUA. Basta acessar o link abaixo que um documentário de qualidade estará disponível a todos. PS: Não viaje aos States sem um pomposo seguro, pois se você precisar do serviço público de saúde deles cara pálida, vai se deparar com algo muito pior até do o nosso fatídico SUS.


http://flavioebueno.blogspot.com.br/2013/07/sicko-sos-saude-michael-moore-completo.html

SICKO - SOS Saude - Michael Moore completo legendado

sexta-feira, junho 28, 2013

Crônica do Dia!!! "Dizem que ela existe pra ajudar, dizem que ela existe pra proteger"

Mini Crônica do Dia ~

"Dizem que ela existe pra ajudar, dizem que ela existe pra proteger" 
 por Professor Flávio Bueno 

 Acho engraçado certas perspectivas neste país... Cômico para não dizer trágico. Hoje, um dos alvos dos protestos é a violência policial. Este que pode receber rojões, sinalizadores, pedradas, cusparadas e afins, e, ainda sim, serem os vilões de todo este processo. Agora, a mesma polícia que hoje é alvo, eram heróis no processo "bem sucedido" de pacificação das favelas cariocas, trabalho este que não se cansa em receber prêmios de projetos de segurança pública no planeta, sendo comparada, inclusive, com o processo de pacificação dos guetos de Nova Iorque. Aliás, quando o filme Tropa de Elite (recorde de bilheteria do cinema nacional) todos construíram um esteriótipo de herói nacional na figura do Capitão Nascimento e da repressão policial contra o poder do tráfico, personagem idolatrado por crianças, adolescentes, adultos, pobres e ricos. Agora pedem a desmilitarização da polícia, tem como alvo o Bope, que pode ver seus soldados morrendo a esmo por bandidos e não podem imprimir a sua participação no processo de geração de um ambiente seguro para os cidadãos de bem. Há violência desnecessária, exageros, milícias, etc., que precisam ser combatidos com severidade. Mas, nunca vi Direitos Humanos lutando contra a violência de algo que não gere mídia. Não vejo o trabalho dos Direitos Humanos no dia-a-dia das pessoas normais, acometidas por uma violência social, cultural e psicológica cada vez mais dramática e incisiva aos mais desprovidos. Mas, quando temos a mídia envolvida a participação é efetiva e algumas vezes totalmente parcial e intransigente deste órgão criado para proteger os seres humanos, e vale o lembrete que apesar da farda o policial ainda não é um E.T, pelo menos que eu saiba. Mas, quem sabe esta seja uma visão neblinar de minha parte. Acredito, notoriamente, que excessos precisam ser investigados. Mas, daí projetar uma desmilitarização da polícia, achando que a sociedade por si só é capaz de gerar a sua própria segurança é de uma ingenuidade, de uma utopia, que beira a ridicularização, uma ignorância forçosa, típica de culturas moldadas aos interesses daqueles que não se preocupam com o pobre, o negro, os que são obrigados a entrar na criminalidade por uma convenção social, ou ainda, os que morrem de bala de escopeta, que geralmente não vem da polícia, e que sustentam a fome feroz das necessidades de abastecimento dos filhos de uma oligarquia, sedentas pelo "pó", "balas", "doces" e "baseadinhos" que alegram suas festinhas, baladinhas, micarês, carnavais fora de época, raves e eventos sociais em que a juventude brasileira transgride certas regras básicas de convívio social, mas que não podem ser combatidas, pois, neste contexto, estamos bem próximos de um anarquismo de elite, tão antigo, tão retrogrado e inútil que nem seus inventores os julgariam procedente. Este pseudo anarquismo, desnecessário e inexoravelmente vil, emana suas balas de fuzil, matando inocentes, contudo, lembre-se que nem sempre quem aperta o gatilho usa farda, muitas vezes não. Evitemos o senso comum que encobre, com uma nevoa típica de queimadas savanais as nossas mentes e nos fazem alvo de manobras que acobertam os verdadeiros antagonistas da sociedade brasileira. A proteção social, função primordial a cargo da polícia, depende, sobretudo, da necessidade de proteção das nossas próprias congruências e perspectivas que apagam nosso senso moral e ético e tornam nossa sociedade um campo de deploráveis intrigas e interesses. Quando estas ideias forem modificadas talvez tenhamos uma polícia e uma sociedade semelhante a do filme Demolidor, antes do Wesley Snippes ser descongelado, aparecer e tornar a cidade utópica de San Angeles um lugar normal e bem próximo da normalidade, afinal de contas o problema não é como a policia age e sim como o ser humano é construído moralmente. A polícia não é a causa geradora das transgressões sociais. É apenas consequência de uma sociedade habituada a transgredir.

sexta-feira, junho 21, 2013

Crônica do Dia "O temor de uma revolução às avessas" (Parte 1)

Crônica do Dia

"O temor de uma revolução às avessas" (Parte 1)
por Flávio Bueno

Os brasileiros, infelizmente, não tem a verdadeira noção do que pode estar acontecendo e, de maneira impensada, podem estar promovendo uma revolução às avessas. Repito, construir um espaço geográfico de tensão e caos gera uma imprevisibilidade que se assemelham aos grandes desastres de caráter sociológico da história de nosso planeta. Precisamos repensar, e estimo a essa juventude, mais uma vez, que se aprofunde na discussão, pra evitarmos um mal maior. E o aprofundamento não necessariamente significa ir às ruas, protestar, apesar deste ser um veículo legitimado por nosso Estado Democrático de Direito, desde que seja sob a alcova da pacificidade, mas sim, estudar as perspectivas políticas e sociais que se inserem em nosso país. Isso, evidentemente, nos tornará mais capacitados para o dialogo e, logicamente, para a mudança de nossa nação.

Não podemos apagar de nosso convívio político as instituições republicanas de nossa sociedade, isso é grave, e elas precisam ser o elo entre povo e governo. E se elas não cumprem as suas funções, reforme-as, torne-as mais democráticas, participe para que estas sejam o espelho de suas lutas, que peleja seha coletiva e não sob a perspectiva de nossos centros gravitacionais.

Nestes 25 anos de democracia (diga-se de passagem, um bebê recém-nascido, comparado com outras repúblicas) temos alguns ganhos importantes. Inflação controlada, estabilidade econômica, queda considerável nos níveis de desemprego (um dos mais baixos entre as grandes potências econômicas mundiais), uma evolução do colchão social, a Lei da Ficha Limpa, o ACM morreu (falta o Sarney, Calheiros, Roriz, etc), melhor atuação e investimento maciço da Polícia Federal e no Ministério Público, liberdade de imprensa, protagonismo na política internacional, relação harmoniosa com os vizinhos, crescimento no poder de compra da população, Ficha Limpa, Crescimento considerável do acesso as universidades públicas e particulares e nas escolas técnicas (Saldo de quase 3,5 milhões por ano), ou seja, são ganhos, que para um país que só tem 25 anos de democracia, são bem consideráveis. E em dado momento de crise conjuntural que destruiu o poder de compra de europeus e americanos, é preciso que se entenda que estamos sobrevivendo bem ao processo. A Espanha teve seu desemprego considerado pelo FMI nesta quarta como: criticamente inaceitável - São 30 milhões de desempregados em uma população de pouco mais de 90 milhões, enquanto o nosso é 6 vezes menor, com uma população duas vezes maior.

Muitos dos que estão indo aos protestos pouco conhecem as vertentes sociais e econômicas que estamos reivindicando e não sabem contra quem estão lutando. Neste contexto, repito um texto que escrevi esta semana: "Para lutar por nossos direitos é imprescindível conhecer todos os nossos deveres, sobretudo, conhecer nossa Carta Magna, nossa Constituição, até para saber como que se pode lutar". Desconhecemos o que podemos fazer, e o pior desconhecemos como podemos fazer. Segue o Preâmbulo da CF 88 para elucidar as mentes dos senhores:

"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL"...

Uma revolução desorganizada, ou que serve aos interesses de uma minoria, geralmente, tem como consequência a tragédia. Não sabemos no que estamos nos enfiando, não entendemos os meandros dessa revolta e o que temos por detrás dela.  A mídia está incitando a população a ir às ruas, porque além de todos os fatores supracitados, hoje esta discussão pública trás audiência, vide a cobertura jornalistica das TV's abertas e fechadas, ocorridas no dias da semana recorrente.

Mas, a geração do caos, tem nos feito muito mais alvo do que nossa inteligencia é capaz de perceber. Pode parecer que estou defrontando a minha própria perspectiva em relação as necessidades desse país, que, de fato, precisa de uma revolução moral e cultural, pois somos um povo afundado no extinto corruptório, mas "temo" por assistir o retorno de uma vida de liberdade privada, controlada e desumana. As manifestações que se sucedem são muito parecidas com as que ocorreram em 1964 que deram origem ao Golpe Militar. Para conhecer um pouco de nossa história pesquisem sobre a "A Marcha da Família com Deus pela Liberdade" e como ela gerou o fatídico dia 31 de Março de 1964. E a grande maioria da população jovem deste país não tem um pingo da noção do terror que era viver com este tipo de gestão governamental nada democrática, aliás, pelo contrário, extremamente severa, "democraticida" na essência (termo utilizado para definir a caça aos que buscavam a democracia),  momento épico na vida de privação dos sentidos políticos e sociais, momento em que o pânico rondava a vida da população brasileira, e quando se afirma isso, leia-se povo, sobretudo pobres, estudantes, etc. As elites oligárquicas deste país, adoraram a ideia de conviver com o controle social, afinal, os militares os protegiam de qualquer contato com proletários e o povo mais desprestigiado de renda.

Precisamos de uma reforma política, de uma reforma tributária, de uma reforma previdenciária, de uma reforma... Aliás, chega de reformas! Precisamos reconstruir, sobretudo, reconstruir a nossa mente, a nossa cultura passiva, a nossa cultura do interesse, a nossa cultura que ainda acha que o voto é um dever e não um direito. Assisti, em 1989, um espetáculo maravilhoso da democracia, e minha mãe emocionada por ter conquistado o direito de eleger os seus representantes. Atualmente, a gente faz de tudo para não ter que atravessar uma fila para fazê-lo.

Um trecho de um texto que escrevi e que me ajuda a elucidar como a corrupção está inserida em nosso convívio social.

Não vejo nenhum católico protestando sobre os gastos abusivos de verba pública para a realização da Jornada Mundial da Juventude ou, ainda, no Pentecostes do Padre Moacir, Festas como Hallel, etc... tampouco, vejo evangélicos indignados com a festa de terrenos públicos que foram disponibilizados para os templos por conta da bancada evangélica da Câmara Legislativa, e nem se cogita criticar os eventos gospel garantidos pelos deputados Cristiano Araújo, com verba pública. Feliciano então, esse é adorado por evangélicos, o que é lamentável. Aliás, pouco se fez até agora para punir Brunelli, Rodovalho, Roney Nemer (o último foi recentemente condenado pelo TJDF a pagar uma quantia superior a 1 milhão de reais aos cofres públicos) e outros que indagam o nome de Deus para satisfazer a fome do próprio bolso. Isso também é corrupção, é uso abusivo de dinheiro público, é política do pão e circo. E deveria valer o nosso protesto, as pessoas deveriam sair nas ruas indignados!!! A corrupção só acaba quando você muda a mente, o mundo muda com a mudança da gente, parafraseando Gabriel o Pensador. Tem os que vociferam palavras de ordem e anseios por mudanças, análises políticas baseadas no CTRL C / CTRL V, mas adoram sonegar um imposto, comprar CD e DVD pirata, fazer gato net, estacionar em vaga de deficiente, falsificar carteirinha para meia entrada. A lista de transgressões na qual estamos inseridos todos os dias é bem longa não é? Comece minimizando-as. #hipócritas #modinhas. É a política do faça o que eu falo e não o que eu faço. Punição vale pros outros, mas não vale pra mim! Ou... para os meus amigos tudo, para os meus inimigos a lei. Assim, nem todo protesto do mundo seria capaz de mudar as perspectivas políticas de um país. Enquanto o umbigo for a parte mais importante de seu universo, o mundo não vai mudar.

Reformas e revoluções não se fazem com máscaras. Aliás, todos os revolucionários tem os seus rostos conhecidos, não se furtaram a ideia de ser uma inspiração aos jovens, não temeram represálias, usaram as armas do carisma, de uma pauta bem definida, de conceitos ideológicos bem fundamentados, que poderiam gerar controvérsias, mas, tinham a credibilidade da face a mostra, as claras, destemidas, etc. Quer mudar o país não se esconda. Tem videos e frases de efeitos circulando na internet que não significam nada, primeiro pela falta de identidade e em seguida pela falta de profundidade política. Revolucionários sem face, que se escondem, não merecem a nossa credibilidade, não merece o nosso apoio.

Líderes de verdade não defendem a violência e não são intransigentes. Em uma democracia precisamos estar abertos ao diálogo, ao debate, a interlocução de ideias. Aliás, precisamos de uma liderança que, realmente, represente o povo. Afinal de contas democracia significa: Poder ao, para e pelo POVO. Esta, revolução precisa ser  de mente, de consciência, de postura e não mais uma "farrinha" para jovens desordeiros se divertirem, pelo simples fato de entramos no que chamamos de anormose (política de fazer tudo aquilo que é normal, defendida pelo meu brilhante discente Victor Hugo)no populacho é um simples #modismo.

Só mobilizaremos um contingente maior de brasileiros para esta causa, se os mesmos sentirem-se seguros ao manifestar. Precisamos que todos os brasileiros lutem pela mesma causa. A violência afasta os trabalhadores, as famílias e as pessoas de bem. Repito. Temos problemas no Congresso? Evidentemente que sim, mas não é só lá. O judiciário precisa ser investigado. O funcionalismo público precisa ser investigado. O empresário precisa ser investigado. A nossa sociedade precisa ser investigada. Pois, somos contraventores culturais e, infelizmente, com uma naturalidade ímpar na arte de corromper e ser corrompido, principalmente, quando quando se analisa outras culturas, ou pelo menos fortalecemos em nossa Pátria Amada o espírito da impunidade, típicas de colônias de exploração, que tiveram suas riquezas ceifadas pelo olho gordo das metrópoles e grandes potências nos últimos 500 anos. É notório que que a corrupção não é uma perspectiva apenas nossa. Mas, como ouvi de um especialista na área de tributos: "A corrupção existe em todos os espaços onde há recolhimento de tributos, de impostos".

O que percebi nestes episódios é que Jovens do Brasil estão até mobilizados por uma causa justa, todavia, os atos de alguns e a falta de profundidade política da grande maioria os faz descer a ladeira da mediocridade e da ignorância. Assim, não se muda nem a nossa vida quiçá a vida de um POVO. Não vejo a participação popular, não vejo os movimentos sociais, não tem organismos,  conselhos, sindicatos, associações, ou seja, não se percebe a participação efetiva do proletário. O povo, as classes mais pobres, não estão participando  do processo, e as que participam, estão moldadas a voz de uma revolução de Classes A e B, que tem espaço para reivindicação, mas que não sofrem com parte considerável dos problemas sociais que nos aflige. Tais seres lutam por elementos que destoam de sua realidade diária, o que beira a hipocrisia. Ao final disso tudo, a corda vai estourar e roer com força pro lado mais fraco: os pobres e os inocentes. Enquanto os "estudantes de arquitetura" que destroem janelas de palácios, os "estudantes de ciências políticas" que não dialogam com as instituições republicanas, os "estudantes de sociologia" que são repressores e violentos. Os "estudantes de filosofia" que não são éticos, os "estudantes de Direito" que não entendem da Constituição, os "professores" que não tem uma postura minimamente educadora e incitam a desordem e a manifestação sem profundidade, os "estudantes de engenharia civil" contrários a Copa, mas que fazem estágio no Itaquerão, se remoem pois, não aceitam dividir seus espaços na universidade com os mais pobres, ou que seus empregados comprem nas mesmas lojas, etc.  Ao final disso tudo atis seres colocaram suas nádegas numa poltrona da Américan Air Lines e passarão um tempo assistindo espetáculos de princesas da Disney na Flórida. E mais uma vez: #hipocrisia.

Não podemos permitir que a nossa causa se misture com a causa de um traficante, de bandido, de oportunistas, ou que o espaço sirva para os dois. Lutar não predispõe vitória, mas significa aprendizado e evolução. Já chamamos a atenção do mundo saindo às ruas... Agora já podemos sentar e apresentar, de forma coerente, as nossas necessidades, não as individuais, mas as coletivas... Justiça sempre, Corrupção nunca, sobretudo a nossa.

As cenas do próximo capítulo requerem nossa atenção e discernimento, principalmente o segundo elemento.

Finalizo com uma frase bem simples: Quando todos estivermos segurando as mãos, lutando pela mesma causa, quem apertará o gatilho??? Enviado a mim pelo amigo Diego Pires, creditado a um nobre que atendia pelo nome de BOB MARLEY.

terça-feira, maio 07, 2013

VITÓRIA DO BRASIL PARA O COMANDO DA OMC!!!


Senhores...

Esta é uma vitória da política externa promovida pelo senhor Luis Inácio Lula da Silva....

10 anos lutando contra o protecionismo aos americanos dentro da OMC.

Venceu uma luta direta contra o Mexicano apoiado pelos States. Mostra a força dos BRICS na política mundial e a qualidade da política externa brasileira, mesmo com alguns derrapes. A política Soft Power de personalidade brasileira nos eleva ao protagonismo. Parafraseando Chico Buarque de Holanda nas últimas eleições: " Deixamos de falar fino com os Estados Unidos e aliados e groso com os nossos vizinhos Colômbia e Bolívia."

Reportagem: http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/05/brasileiro-roberto-azevedo-vence-mexicano-e-vai-comandar-omc.html

terça-feira, abril 30, 2013

MEIO AMBIENTE NO VESTIBULAR - 3º ANO - REDE ISAAC NEWTON

Durante estes últimos dias, não se falava em outra coisa. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20, dominou o noticiário e coloca o meio ambiente como tema praticamente certo nos vestibulares e Enem deste ano, segundo os professores ouvidos pelo GUIA. Mas o que é realmente a Rio+20 e como ela pode ser cobrada?
Vamos começar com o básico: a conferência, realizada de 13 a 22 de junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro, é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). O objetivo é renovar o compromisso político mundial com o desenvolvimento sustentável. Para isso, foi feita uma avaliação do progresso na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas anteriores sobre o assunto e uma discussão sobre temas novos e emergentes.
Os dois temas principais discutidos ali foram a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. O resultado é o documento final de 49 páginas denominado “O Futuro Que Queremos” lançado nesta sexta-feira (22), último dia da Rio+20.
Pode cair no vestibular?
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, se reúne com representantes da Cúpula dos Povos e recebe documento preliminar com demandas das organizações da sociedade civil no evento paralelo à Rio+20. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Para o professor Paulo Roberto Moraes, supervisor de Geografia do Curso Anglo, “dificilmente vai haver alguma pergunta pedindo informações específicas sobre a Rio+20”. O que pode acontecer, ele acredita, é usarem a conferência como gancho para questões envolvendo o meio ambiente.
“Houve um jogo de forças poderoso entre países ricos e pobres ou emergentes e o documento resultante da conferência não foi o que se esperava – alguns consideram que foi um fracasso”, diz ele. O professor de biologia do Anglo, Armênio Uzunian, concorda: “As conclusões são decepcionantes, por enquanto temos apenas um protocolo.”
O documento “O Futuro Que Queremos” (já disponível para download no site da ONU em inglês, francês, espanhol, chinês e árabe) traz uma lista de promessas que visam uma “economia verde” para o futuro. Além disso, ele cita como principais ameaças ao planeta a desertificação, esgotamento dos recursos pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de milhares de espécies e aquecimento global – este definido como “um dos principais desafios de nossos tempos”.
Outro desafio lembrado é o do aumento da população, que deve chegar a 9,5 bilhões de pessoas até 2050. Em uma reunião com as ONGs da Rio+20, Ban Ki-Moon afirmou: “Para 2030, precisamos de 50% mais alimentos, 45% mais energia e 30% mais água apenas para viver como vivemos hoje.”
Um problema apontado pelos críticos do documento, no entanto, é a falta de detalhes práticos de como os objetivos podem ser alcançados.
Kumi Naidoo, do Greenpeace Internacional, um dos 36 ativistas que se reuniram com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, na sexta-feira para entregar um documento com críticas das ONGs ao documento, criticou o “fracasso” e a falta de ambição da conferência e disse que “o acordo final é abstrato e não corresponde à realidade”. E completou: “O que vemos aqui não é o mundo que queremos, é um mundo no qual as corporações poluidoras e aqueles que destroem o meio ambiente dominam”.
“Para os críticos do documento, ele nada mais é do que marketing verde, uma maquiagem em que você não mexe na estrutura da economia internacional – apenas lhe dá uma roupa ecológica”, explica o professor Moraes.
A força política da Rio+20 também foi questionada devido à ausência de líderes importantes, como o presidente norte-americano, Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o britânico David Cameron.
Organizações não governamentais promoveram vários protestos durante a conferência e prometeram apresentar um balanço das discussões reivindicando, entre outros pontos, a ampliação de poderes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Temas para se dar atenção
Segundo os professores, esses conflitos de interesses podem cair no vestibular. A Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 realizado no Aterro do Flamengo (também no Rio de Janeiro), contou com a participação de diversos setores da sociedade civil e movimentos sociais de vários países e trouxe discussões pertinentes sobre as causas da crise socioambiental e possíveis soluções práticas para ela. Vale ir atrás de artigos sobre isso.
Além do desenvolvimento sustentável com inclusão social, temas mais diretamente relacionados ao meio ambiente, é claro, também deverão ser muito valorizados nas provas – tanto de geografia e biologia quanto de física e química. “É bom se dar atenção para a discussão de medidas para a redução das emissões de gás carbônico, energia limpa, preservação de matas (incluindo a matas ciliares, que protegem os leitos dos rios) e de oceanos”, aponta o professor Armênio.
Os oceanos, aliás, receberam atenção especial na Rio+20. Enquanto a Eco-92 ficou conhecida como a “Cúpula da Terra”, a Rio+20 foi muitas vezes citada como a “Cúpula dos Mares”.  O documento final aprovado pelos Chefes de Estado este ano traz como uma de suas metas a redução dos detritos marinhos, em especial plástico, até 2025. O desenvolvimento de uma rede global de áreas marinhas protegidas internacionais e a criação de mecanismos de governança global dos oceanos para preservar a biodiversidade e os recursos genéticos também estava em pauta.
A participação popular, no entanto, foi um marco importante da conferência. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, afirmou: “Nós podemos dizer, hoje, que a Rio+20 é a maior conferência da história das Nações Unidas em termos de envolvimento popular. Este método de participação veio para ficar”. Além de poder participar votando em temas que deviam ser apresentadas aos Chefes de Estado e Governo, o público usou as redes sociais para mobilizações.
Militantes do movimento em prol do fim dos subsídios ao petróleo conseguiram mais de 100 mil tweets para a campanha #EndFossilFuelSubsidies, lançada pelas ONGs Priceofoil e Natural Resources Defense Council (NRDC) para exigir o fim dos subsídios à indústria do petróleo. “O resultado final superou todas as nossas expectativas. Os governos receberam uma mensagem clara de que é hora de acabar com esses subsídios”, disse à imprensa Jake Schmidt, diretor da NRDC.
Esse é um dos temas mais polêmicos na transição para uma economia verde: segundo a Agência Internacional de Energia, US$ 775 bilhões são gastos todo ano com subsídios à indústria do petróleo, valor 12 vezes maior que os investimentos para a implementação de energias limpas.
A dica dos professores é ler artigos e análises sobre esses temasO site da Rio+20 traz bastante informação sobre tudo o que foi discutido por lá. E a Veja fez uma página especial sobre isso.
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