A GEOGRAFIA ECONÔMICA DO BRASIL
O Brasil vivenciou duas experiências grandiosas de reestruturação da
distribuição espacial das atividades econômicas. No ciclo de expansão
econômica dos anos JK, as atividades econômicas se concentraram,
basicamente, no eixo Rio-São Paulo: de cada cem novos empregos
industriais gerados pelo Plano de Metas, 72 se localizaram nesses dois
Estados. No longo ciclo de expansão de 1968 a 1980, durante o regime
militar, houve uma notável reversão da polarização e as regiões e os
Estados menos desenvolvidos passaram a crescer mais rapidamente do que
São Paulo e Rio de Janeiro.
Embora não se possa caracterizar o crescimento recente da economia
brasileira como um novo ciclo de expansão, há indicativos de que o
processo de globalização esteja estimulando a demanda de diferentes
produtos intensivos de recursos naturais (minérios, metais, alimentos,
papel e celulose, etc.) em muitas regiões menos desenvolvidas. Assim,
quase todas as áreas do País em que se acelera o crescimento econômico
(sudeste do Pará, Quadrilátero Ferrífero de Minas, centro-norte de Mato
Grosso, oeste da Bahia, sul do Maranhão, etc.) se localizam na periferia
tradicional e na periferia dinâmica do País.
Em geral, quando se pretende definir quais são as potencialidades de
crescimento econômico de uma região a partir da sua dotação de recursos
naturais, é preciso estar ciente de que o conceito de potencialidade de
recursos é econômico, e não físico. Ou seja, o valor de um recurso
natural não é intrínseco ao material, mas depende da estrutura da
demanda, dos custos relativos de produção, dos custos de transporte, das
inovações tecnológicas que sejam comercialmente adotadas, etc.
A questão dos custos relativos é crítica: uma oportunidade favorável
em alguma localidade ou região pode não ser explorada devidamente por
causa da existência de melhor oportunidade em outra localidade ou
região. Portanto, a incorporação das noções de custo de oportunidade e
de concorrência é importante para melhor compreensão do conceito de
competitividade inter-regional.
Da mesma forma que a abundância de recursos naturais pode não
desencadear um processo de crescimento de uma região ou localidade e
ampliar sua capacidade de exportar em escala global, a abundante oferta
de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada pode também ser
insuficiente para promover esse processo.
Muitas vezes se pensa que salários nominais relativamente menores, em
regiões ou localidades menos desenvolvidas de um país, possam ser
necessários e suficientes para atrair investimentos intensivos de
mão-de-obra, estabelecendo-se uma confusão entre preço da mão-de-obra
(pagamento realizado) e custo da mão-de-obra (pagamento realizado
dividido pela produção efetivada).
Os empresários preferem localizar seus empreendimentos em países e
regiões onde a rentabilidade dos investimentos seja maior. Quanto menor o
salário-eficiência (índice de crescimento dos salários nominais
dividido pelo índice de crescimento da produtividade), maior a
capacidade competitiva da região e maior também o crescimento da
produção regional. Como o crescimento dos níveis de salários nominais
(entre trabalhadores desempenhando a mesma função) tenderia a ser
praticamente igual em todas as regiões, tendo em vista a grande
mobilidade destes entre as regiões abertas de uma economia nacional, os
salários de eficiência tenderão a cair nas regiões (e nas indústrias
particulares das regiões) onde a produtividade cresce mais rapidamente
do que a média nacional.
Tudo indica, pois, que, ao terminar a primeira década do século 21, o
processo de reversão da polarização observado nos anos 70 terá
continuidade, reduzindo-se os níveis de desigualdades entre as regiões
brasileiras. Teremos uma nova geografia econômica do Brasil, com um
interior mais desenvolvido, novos pólos de crescimento e maior
equilíbrio federativo.
Do ponto de vista dos interesses econômicos e sociais das populações
residentes nas áreas que se estão beneficiando dos novos projetos de
investimento, é fundamental que transformem, a longo prazo, as
experiências de crescimento econômico acelerado em processos de
desenvolvimento sustentável.
No pós-2ª Guerra Mundial, o Brasil assistiu a várias situações
históricas nas quais as regiões receberam um choque de crescimento
induzido pela formação de novas bases econômicas, e muitas delas se
encontram, atualmente, economicamente deprimidas. Exemplos são inúmeros,
tais como o uso predatório da biodiversidade da mata atlântica em áreas
do leste brasileiro, a exaustão da fertilidade do solo em áreas do anel
de desmatamento da floresta amazônica, zonas de mineração extrativista
em bacias hidrográficas da Região Norte, etc.
A tendência é de se seguir o denominado ciclo boom-and-bust
econômico: nos primeiros anos, ocorre um rápido crescimento (boom) na
renda e no emprego, seguido de um severo declínio (bust), resultado da
própria exaustão relativa dos recursos naturais.
Somente o progresso científico e tecnológico, por meio das inovações
de novos produtos, de novos processos e de novas técnicas de gestão,
poderá permitir que venha a ocorrer um crescimento econômico com
eqüidade social e sustentabilidade ambiental, pelo adensamento das
cadeias de valor, pela capacidade de diferenciação de produtos de
difícil replicabilidade, pela redução do salário-eficiência, pela
melhoria da produtividade dos recursos naturais e pela maior
qualificação do capital humano e das instituições regionais.
RECURSOS MINERAIS DO BRASIL
Apesar das amplas possibilidades naturais do Brasil no setor, nossa produção mineral ainda é pequena.
Extração de ferro |
Um país de dimensões continentais como o Brasil,
geologicamente dominado por escudos cristalinos e bacias sedimentares, é
natural haver abundância e grande variedade de minérios. No entanto,
enquanto laguns ocorrem abundantemente, ou em quantidade suficiente,
outros tantos são escassos.
Apesar das amplas possibilidades naturais do Brasil no setor, nossa
produção mineral ainda é pequena, o que se deve, entre outros fatores, à
carência de capitais, deficiência de transportes e grande concorrência
externa. Em conjunto, esses fatores determinam os preços baixos dos
minérios no mercado. Alguns minérios como a magnesita calcinada,
amianto, caulim, talco, vermiculita cal e grafita são usados, por
exemplo, na fabricação de tijolos, produtos isolantes, químicos,
farmacêuticos, lubrificantes, etc.
O ferro, mais importante recurso mineral explorado no Brasil, surge
em terrenos proterozóicos. A exploração econômica desses terrenos é
viável porque suas rochas apresentam um teor metálico superior a 40%. No
Brasil, o minério de ferro mais explorado e exportado é a hematita, que
apresenta teor metálico superior a 55%. Das reservas mundiais, 6,8%
encontram-se em território brasileiro, distribuídas especialmente entre
três estados:
Quadrilátero Central ou Ferrífero, integrado pelos municípios de Mariana, Congonhas, Santa Bárbara e Sabará, em Mina Gerais;
Maciço de Urucum, no Pantanal Mato-Grossense, Mato Grosso do Sul;
Serra dos Carajás, no estado do Pará.
Quadrilátero Ferrífero |
O Quadrilátero Ferrífero é a principal área produtora de
minério de ferro do país por causa do alto teor metálico dos minerais,
da proximidade dos principais centros consumidores do país, e da
presença de infra-estrutura para escoamento da produção, como a Estrada
de Ferro Vitória-Minas e o porto exportador de Tubarão, no Espírito
Santo.
Na Serra dos Carajás, encontram-se as maiores reservas mundiais de
minério de ferro, além de ouro, cobre, bauxita e manganês, presentes
também emgrande quantidade. A exploração de suas reservas foi iniciada
somente após a implantação, de acordo com os projetos militares, de
obras de infraestrutura, como a usina hidroelétrica de Tucuruí, no Rio
Tocantins, a Estrada de Ferro Carajás e o Porto de Ponta da Madeira, em
São Luís, no litoral maranhense. Conforme o Departamento Nacional de
Produção Mineral, apenas 1,2% das reservas brasileiras de minério de
ferro não estã em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Nesse caso,
localizam-se nos estados dop Ceará, Mato Grosso e São Paulo.
O manganês, segundo recurso mineral mais exportado pelo Brasil - o
primeiro é o ferro -, é encontrado em vários estados, como Pará (na
Serra dos Carajás), Mato Grosso do Sul (no Maciço de Urucum) e Minas
Gerais (no Quadrilátero Central ou Ferrífero). Entretanto, durante quase
50 anos sua produção esteve concentrada na Serra do Navio, estado do
Amapá, o que praticamente levou as jazidas dessa região ao esgotamento. O
destino da produção do minério de manganês nesse estado sempre foi a
exportação, escoada através da Estrada de Ferro do Amapá e do Porto de
Santana, próximo a Macapá.
Mapa dos recursos minerais do Brasil |
O cobre, tal como o ferro, é um dos mais importantes
produtos do mundo moderno. A produção nacional, insignificante se
comparada à mundial, não supre as necessidades do mercado interno,
obrigando o Brasil a custosas importações. Um dos poucos lugares com uma
razoável produção de cobre é o município de Caçapava do Sul (mina de
Camaquã), a cerca de 250 km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O estanho é um minério encontrado sobretudo nos estados do Amazonas
(70%) e de Rondônia (20%), mas é no Amazonas que sua produção está
concentrada. Se comparada à dos principais produtores internacionais, a
produção brasileira é pequena, necessitando inclusive importar o minério
da França e do Reino Unido. Entretanto, o estanho em forma de barras,
fios etc., além de compostos químicos à base desse minério, são bastante
exportados, particularmente para os Estados Unidos, Argentina e Nova
Zelândia.
No Brasil, as principais áreas de ocorrência de bauxita, o minério
mais usado para a produção de alumínio, estão localizadas no Pará
(Carajás e Oriximiná) e em Minas Gerais (Poços de Caldas e Ouro Preto).
Nas proximidades do Rio Trombetas, em Oriximiná, localiza-se uma das
maiores reservas mundiais de bauxita. Para explorá-Ia, formou-se a
Mineração Rio do Norte (MRN), uma concessionária constituída por
empresas transnacionais, como a Vale do Rio Doce, o Grupo Votorantim, a
Alcoa e a Alcan. As duas primeiras são corporações brasileiras, porém
com presença de capital transnacional; já a Alcoa e a Alcan constituem
um cartel que controla a produção de alumínio no mundo inteiro. Tanto o
alumínio quanto a bauxita são exportados para países como Canadá,
Estados Unidos, Ucrânia, Chile, Venezuela e Países Baixos, entre outros.
Entre
os outros recursos minerais explorados no país, destaca-se a cal,
obtida do calcário, rocha sedimentar química com ocorrências em quase
todo o Brasil. Tem grande importância para a construção civil e para a
agricultura, que o utiliza como corretivo do solo. A exploração do sal
também é significativa, sobretudo no Nordeste. O estado do Rio Grande do
Norte é responsável por mais de 90% da produção nacional, tendo como
principais áreas produtoras Areia Branca, Galinhos, Grossos, Macau e
Mossoró. No Sudeste, a produção salineira é significativa em Cabo Frio,
na Região dos Lagos, estado do Rio de Janeiro. Entre os tipos de sal
existentes podem-se citar aquele encontrado em rochas (sal-gema), pouco
indicado para o uso, e o sal marinho, do qual se obtém o sal bruto e o
sal refinado. O ouro também é outro minério cuja exploração é bastante
significativa no Brasil. Sua lavra (conjunto de ações realizadas para a
retirada do minério de uma jazida) é feita por meio da garimpagem. A
lavagem do ouro pode ser extremamente predatória para o meio ambiente,
sobretudo porque no Brasil os garimpos valem-se do mercúrio, um elemento
muito poluente, para separar o ouro das argilas e areias. Some-se a
isso a baixa produtividade e as graves conseqüências para a saúde da
população que trabalha na extração e as consequências são catastróficas.
Fonte :: GARCIA, H. C. & GARAVELLO, T. M. Geografia. São Paulo. Scipione. 2006.
PRODUÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL
Resumo: neste tutorial será mostrado o
desenvolvimento do Brasil nas várias formas de obtenção de energia,
como foi beneficiado por ter potencial hidrelétrico, e qual o
beneficio e objetivo da criação do programa Proálcool.
Consumo de energia
A estrutura geológica do Brasil é privilegiada em comparação com
outros países. O potencial hidrelétrico brasileiro é elevado, as
possibilidades de obtenção de energia usando a biomassa como parte
primária são enormes e a produção do petróleo e gás natural vem
aumentando gradualmente. O que falta para atingir a auto-suficiência
energética é a política energética com planejamento e execução bem
intencionados. No setor petrolífero o Brasil já é auto-suficiente.
Petróleo
Em 1938, foi perfurado o primeiro poço de petróleo em território
nacional. Foi no município de Lobato, na bacia do Recôncavo Baiano,
que a cidade de Salvador. Com a criação do CNP (Conselho de Petróleo) o
governo passou a planejar, organizar e finalizar o setor petrolífero.
Em 1953, Getulio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o
monopólio estatal na extração, transporte e refino de petróleo no
Brasil; monopólio exercido em 1995. Com a crise do petróleo, em 1973,
houve a necessidade de se aumentar a produção interna para diminuir o
petróleo importado, mas a Petrobrás não tinha capacidade de
investimento.
O governo brasileiro, diante dessa realidade, autorizou a
extração por parte de grupos privados, através da lei dos contratos de
risco. Se uma empresa encontrasse petróleo, os investimentos feitos
seriam reembolsados e ela se tornaria sócia da Petrobrás naquela área.
Caso a procura resultasse em nada, a empresa arcaria sozinha com os
prejuízos da prospecção, por isso o nome contratado de risco.
Foram feitos dez contratos com empresas nacionais e
estrangeiras, mas nenhuma achou petróleo. Desde 1988, com promulgação
da última Constituição, esses contratos estão proibidos, o que
significa a volta do monopólio de extração da Petrobrás.
Em 1995, foi quebrado o monopólio da Petrobrás na extração,
transporte, refino e importação de petróleo e seus derivados. O estado
pode contratar empresas privadas ou estatais que queriam atuar no
setor.
Possuindo treze refinarias, onze delas pertencendo a União,
o Brasil é auto-suficiente no setor, precisando importar pequenas
quantidades que não são produzidas internamente. O petróleo sempre é
refinado junto aos centros, ou seja, próximo aos grandes centros
consumidores, isso ajuda a diminuir os gastos com transportes.
O consumo interno vem diminuindo desde 1979, com o segundo
choque mundial. O governo passou a incentivar industrias que
substituíssem esse combustível por energia elétrica.
Em 1973, o Brasil produzia apenas 14% do petróleo que
consumia, o que nos colocava nessa posição bastante frágil e tornava a
nossa economia muito suscetível as oscilações externas no preço do
barril do petróleo. Já em 1999, o país produzia aproximadamente 62% das
necessidades nacionais de consumo.
Essa diminuição da dependência externa, relaciona-se a
descoberta de uma importante bacia petrolífera em alto-mar, na
plataforma continental de Campos, litoral norte do estado do Rio de
janeiro. Essa bacia é responsável por mais de 65% da população nacional
de petróleo.
Ainda na plataforma continental, destaca-se nos estados de
Alagoas, Sergipe e Bahia, que juntos são responsáveis por cerca de 14%
da produção do petróleo bruto. No continente a área mais importante é
Massoró, seguida do Recôncavo baiano.
Mais da metade do petróleo consumido no Brasil é gasto no
setor de transporte, cujo modelo de desenvolvimento é o rodoviarismo.
Essa opção é a que mais consome energia no transporte de mercadorias e
pessoas pelo território. Por isso há uma necessidade de o país investir
nos transportes ferroviários e hidroviários para diminuir custos e o
consumo de uma fonte não-renovável de energia.
Energia Elétrica
Em 1994, estimava-se que o país possuía potencial hidrelétrico em
mais de 260 mil MW e a capacidade nominal instalada de produção
encontrava-se na casa dos 60 mil MW de energia elétrica. Desse total,
90% era obtido em usinas hidrelétricas e 10% em termelétricas.
O Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possuem usinas
termelétricas devido a disponibilidade de carvão mineral, tornando
básicos os gastos com transportes. Há usinas termelétricas também, em
São Paulo, por apresentar duas vantagens: o custo de instalação de uma
usina termelétrica é bem menor do que de uma hidrelétrica, e a
localização de uma usina hidrelétrica é determinada pela topografia do
terreno, enquanto uma termelétrica pode ser instalada em locais mais
convenientes.
Atualmente, no estado de São Paulo, muitas usinas de açúcar
e álcool estão usando a queima de bagaço da cana-de-açúcar como fonte
primaria para a produção de energia e tornaram-se auto-suficientes.
O maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil encontra-se na
bacia do rio Paraná. Essa bacia drena a região onde se iniciou
efetivamente o processo de industrialização brasileiro e que por isso
conseguiu receber mais recursos investidos em infra-estrutura. Mas, o
maior potencial disponível do país está nos afluente do rio Amazonas,
na região norte, onde a básico adensamento de ocupação humana e
econômica não atraiu investimentos.
Durante a década de 70 e inicio da década de 80, foi dão
grande impulso ao setor. A partir dos dois choques do petróleo de 1973 e
1979, a produção de energia elétrica passou a receber grandes
investimentos, por se tratar de fonte alternativa ao petróleo.
Apolítica governamental estabeleceu como prioridade a construção de
grandes usinas.
Quando analisamos seus aspectos técnicos essas obras são
polemicas e questionáveis. Usinas com grande potencial exigem a
construção de uma enorme represa, que causa sérios danos ambientais,
além de exigir a instalação de uma extensa, sofisticada e caríssima
rede de transmissão de energia, que chega a estender-se por um raio de
mais de 2 mil quilômetros.
A construção de pequenas e medias usinas ao longo da área
atendida pelos grandes projetos de extensão mineral e siderúrgicas
causaria um impacto ambiental menor e diminuiriam as perdas na
transmissão da energia.
O Álcool
O álcool é uma fonte renovável de energia e sua queima em motores
a explosão é menos poluentes, se comparada com a queima dos derivados
do petróleo.
Em 1975, o Brasil criou o Programa Nacional do Álcool
(Proálcool), com a intenção de substituir o petróleo por outras fontes
de energia. Tratou-se de um programa bem custoso aos cofres públicos,
que só se estruturou e continua existindo a custa de enormes subsídios.
A partir de 1989, quando o governo diminuiu os subsídios para a
produção e consumo do álcool, o setor entrou em crise e o país passou a
importar o combustível da Europa.
No interesse de enfrentar a crise do petróleo, foram dados
empréstimos a juros subsidiados aos maiores produtoras de
cana-de-açúcar, para que construíssem usinas de grande porte para a
produção de álcool.
Em função do Proálcool, as alterações ocorridas no campo
para que alguns cidadões circulassem com carros a álcool foram
desastrosas. Por não estabelecer preço mínimo para a tonelada
cana-de-açúcar até 1989, o governo praticamente abandonou os pequenos e
médios produtores as mãos da ganância dos grandes usineiros. O governo
não compra cana apenas álcool produzido nas usinas. Os donos das
usinas costumavam pagar um preço muito baixo pela cana-de-açúcar,
levando milhares de pequenos e médios proprietários a falência,
obrigando-os a vender suas terras.
Essa dinâmica provocou o aumento do mínimo de trabalhadores diaristas, incentivo maior a monocultura e êxodo rural.
O programa foi implantado, em escala nacional, em uma época
em que sua produção e consumo apresentam custos maiores que os
verificados pela gasolina, por isso a necessidade de subsídios.
Atualmente, após o desenvolvimento tecnológico obtido no setor, o
álcool tornou-se economicamente viável, pelo menos se for consumida
próxima a região produtora. Mas, seu consumo está espalhado por todo o
Brasil, e seu transporte é feito em caminhões movidos a dissel,
analisar a sua totalidade, causa enormes prejuízos aos cofres públicos.
Biocombustíveis: vantagens e desvantagens
1. Introdução
Os biocombustíveis são
fontes de energia renováveis, o que significa dizer que permitem a
ciclagem da matéria na natureza. São obtidos a partir da
cana-de-açúcar, do milho, de oleaginosas, resíduos agropecuários,
dentre outras fontes.
Os biocombustíveis, como o biodiesel
e o etanol (álcool etílico), têm aparecido com frequência na mídia
como alternativas para contenção do aquecimento global. Isso acontece
porque os biocombustíveis permitem uma ciclagem do gás carbônico (CO2), apontado como um dos vilões do aquecimento global.
Veja no quadro ao lado o que ocorre quando se usa um biocombustível.
Como se pode ver na figura ao lado, o CO2 eliminado pelo veículo é reutilizado pelas plantas para a produção de mais biomassa, através da fotossíntese.
Parte dessa matéria orgânica produzida é usada para a produção de mais biocombustível, com devolução de CO2 para a atmosfera. Dessa forma, o equilíbrio consumo-liberação de CO2 pode ser estabelecido e a concentração do CO2 pode estabilizar.
Com os combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel, carvão, gás natural) esse equilíbrio não acontece.
Entenda o porquê:
petróleo foi formado há milhões de anos
(período Carbonífero), provavelmente de restos de vida aquática animal
acumulados no fundo de oceanos primitivos e cobertos por sedimentos.
Com ação da alta pressão e temperatura, o material depositado sofreu
uma grande quantidade reações químicas, originando massas viscosas, de
coloração negra – as jazidas de petróleo. Quando queimado ocorre,
então, liberação de CO2 que foi retirado da atmosfera do planeta há milhões de anos. Como não há nenhum mecanismo atual para capturar esse CO2
para produção de mais petróleo (que é considerado um recurso não
renovável), o uso desses combustíveis acaba promovendo um aumento na
concentração de CO2 na atmosfera. Como curiosidade, para cada 3,8 litros de gasolina queimados, 10 kg de CO2 são liberados para a atmosfera.
1. Vantagens de uso dos biocombustíveis
- Possibilita o fechamento do ciclo do carbono (CO2), contribuindo para a estabilização da concentração desse gás na atmosfera (isso contribui para frear o aquecimento global);
- No caso específico do Brasil, há grande área para cultivo de plantas que podem ser usadas para a produção de biocombustíveis;
- Geração de emprego e renda no campo (isso evita o inchaço das cidades);
- Menor investimento financeiro em pesquisas (as pesquisas de prospecção de petróleo são muito dispendiosas);
- O biodiesel substitui bem o óleo diesel sem necessidade de ajustes no motor;
- Redução do lixo no planeta (pode ser usado para produção de biocombustível);
- Manuseio e armazenamento mais seguros que os combustíveis fósseis.
2. Desvantagens do uso dos biocombustíveis
- Consome grande quantidade de energia para a produção;
- Aumento do consumo de água (para irrigação das culturas);
- Redução da biodiversidade;
- As culturas para produção de biocombustíveis consomem muitos fertilizantes nitrogenados, com liberação de óxidos de nitrogênio, que também são gases estufa;
- Devastação de áreas florestais (grandes consumidoras de CO2) para plantio das culturas envolvidas na produção dos biocombustíveis;
- Possibilidade de redução da produção de alimentos em detrimento do aumento da produção de biocombustíveis, o que pode contribuir para aumento da fome no mundo e o encarecimento dos alimentos;
- Contaminação de lençóis freáticos por
nitritos e nitratos, provenientes de fertilizantes. A ingestão desses
produtos causa problemas respiratórios, devido à produção de
meta-hemoglobina (hemoglobina oxidada);
- A queima da cana libera grandes quantidades
de gases nitrogenados, que retornam ao ambiente na forma de “chuva
seca” de fertilizantes, segundo pesquisa do químico ambiental Arnaldo
Cardoso e publicada na revista “Unesp Ciência, edição de
fevereiro de 2010. Nos ambientes aquáticos, o efeito é muito rápido:
proliferação de algas, com liberação de toxinas e consumo de quase todo
oxigênio da água, o que provoca a morte de um grande número de
espécies.
Crédito: Sandro Falsetti / 'Unesp Ciência' fevereiro de 2010, pág. 43.
Como se vê, os biocombustíveis
não são a grande solução para o problema energético do mundo. É
necessário repensar sobre o uso de outras formas alternativas de
energia, como a eólica e a atômica (que vem ganhando força no mundo
científico).
A Industrialização BrasileiraIntrodução
A
indústria é uma atividade humana e econômica que transforma, em etapas
sucessivas, produtos naturais em bens para o consumo. Ela apresenta como
lado positivo a geração de empregos, o desen- volvimento econômico de
uma região e o acesso à tecnologia, mas, por outro lado, gera poluição e
agrava as desigualdades sociais.
A produção industrial moderna, no
sistema capi- talista, é realizada no âmbito das empresas e dos
estabelecimentos industriais. A empresa industrial é a unidade
financeira de produção, que pode englobar um ou mais estabelecimentos
industriais e que realiza as compras e vendas necessárias ao
funcionamento da indústria.
O estabelecimento industrial é a unidade
técnica de produção através da qual se obtém um produto final ou uma
linha de produtos que emprega as mesmas matérias-primas ou os mesmos
processos industriais. Assim, o estabelecimento industrial põe em
funciona- mento os meios de produção, e a empresa industrial cria as
condições para esse funcionamento (compra as matérias-primas
necessárias, os equipamentos e as máquinas, paga o pessoal, consegue
capitais, empréstimos, vende a produção etc.)
Tipos
Existem diversos critérios para se classificar a produção industrial. Se tomarmos como ponto de referência o destino final da produção, podemos distinguir as indústrias de bens de equipamento e as indústrias de bens de uso ou de consumo.
Os bens de equipamento, também chamados bens de produção ou bens de capital, são os produtos industriais que não se destinam ao consumo imediato das populações, mas são utilizados para manter e ampliar a própria produção industrial.
Incluem-se nessa categoria a produção de energia, de máquinas, de ferramentas, de aparelhos, como também a própria produção de matérias-primas e de produtos semi-elaborados. Os consumidores dos bens de equipamento são as próprias empresas industriais.
Bens de uso ou de consumo são os produtos industriais destinados ao consumo imediato, não necessitando de novas transformações industriais. Como exemplo poderíamos citar o automóvel ou os calçados (bens de uso), os alimentos, as bebidas, o fumo (bens de consumo).
Outra forma de classificar as indústrias é agrupá-las em pesadas e leves, usando-se como critério o volume de investimento que elas demandam.
A indústria pesada é sempre de grande porte, transformando enormes quantidades de matéria-prima. É o caso das indústrias siderúrgicas, das petro- químicas e das indústrias de mecânica pesada. Chamam-se também indústrias de base. Além de demandar grande investimento de capital, costumam concentrar-se geograficamente na proximidade das áreas produtoras das matérias-primas ou dos grandes centros de consumo de seus produtos.
A indústria leve engloba os setores industriais cuja produção não depende de investimentos vultosos, podendo operar mesmo em pequena escala. É o caso das indústrias alimentícias, têxteis, das metalúrgicas produtoras de peças, e ainda das indústrias fabricantes de aparelhos e equipamentos de alta precisão, como máquinas calculadoras, computadores etc. A indústria leve apresenta maior dispersão geográfica que a indústria de base.
Histórico
Antes da industrialização, a organização do espaço geográfico no Brasil era do tipo “arquipélago”, ou seja, áreas relativamente independentes e sem integração umas com as outras. Cada área tinha mais relações com o exterior, sobretudo com o mercado europeu, do que com as demais áreas. As “ilhas” desse arquipé- lago eram: a cana da Zona da Mata, o tabaco de Salvador, o ouro de Minas Gerais, a borracha da Amazônia e o café do Sudeste. A industrialização promove a integração do espaço nacional, colocando fim ao “arquipélago econômico”.
No século XIX, a industrialização do país era fraca, em razão de vários fatores, como o domínio econômico da aristocracia rural agroexportadora e das relações escravagistas de trabalho. O escravo era um empecilho à industrialização, pois não participava do mercado consumidor, já que não recebia rendimentos, além do que não poderia ser demitido numa crise ou contratado numa fase de expansão. Observe, pela tabela a seguir, a “tímida” industrialização.
Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político-econômica e industrial do Brasil
A cafeicultura foi básica para a industrialização do país, pois foi com os capitais gerados pelas expor- tações do café que se adquiriram as primeiras máquinas para as indústrias. Os imigrantes, atraídos pelo café, também contribuíram para o processo, já que dispunham do hábito de consumir produtos, ampliando o mercado interno de consumo, além de formar uma importante mão-de-obra operária para a indústria nascente. Este imigrante foi a opção para substituir o trabalho escravo, extinto em 1888. A cafeicultura desenvolveu o transporte ferroviário , sobretudo em São Paulo, direcionado ao porto de Santos, objetivando o mercado externo. Essa infra-estrutura também foi aproveitada pela indústria, que era caracterizada pelos setores de alimentação e têxtil.
Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político-econômica e industrial do Brasil
Pela tabela, percebe-se que a industrialização nacional começou com a indústria leve ou de bens de consumo não-duráveis, não ocorrendo a implantação de indústria de bens de produção, exigindo a impor- tação de máquinas, aumentando a dependência tecnológica em relação aos países ricos. Essas indús- trias verificadas na tabela exigiam baixo investimento de capital e atendiam às necessidades imediatas da população.
No campo político, surgiram as ligas operárias em 1870, que originaram os sindicatos de trabalhadores, evidenciando os conflitos entre os trabalhadores e os empresários. Aqueles reivindicavam aumento de salário, redução da jornada de trabalho e melhores condições para se trabalhar; enquanto estes respon- diam com ameaça de desemprego.
Em suma, a nossa industrialização inicial ficou conhecida por tardia, pois os países centrais já estavam bem avançados, o que garantia a hegemonia mundial.
A Revolução Industrial Brasileira
A industrialização brasileira iniciou-se no século XIX, sem apoio do Estado, uma vez que não existia uma clara política estatal para o setor, mas, a partir de 1930, o Estado assumiu a industrialização, o que causou uma verdadeira revolução. Os fatores eram positivos, como o êxodo rural gerado pela crise na cafeicultura, aumentando a classe operária e o próprio mercado consumidor; a redução das importações, devido à crise mundial de 1929; a substituição dessas importações, devido à Segunda Guerra Mundial.
Junto a esses fatores, Getúlio Vargas adotou uma política nacionalista calcada num desenvolvimento autônomo com base industrial, fato exemplificado pelo plano qüinqüenal de 1939; pela instalação da Compa- nhia Siderúrgica Nacional, a CSN(1941), em Volta Redonda; e pela criação da Companhia Vale do Rio Doce, a CVRD ( 1942 ), em Minas Gerais, atuando na área extrativa. Ainda no “ espírito” nacionalista, surgiu, em 1938, o Conselho Nacional do Petróleo, e a Petrobras, em 1953, objetivando controlar o petróleo para o desenvolvimento dos transportes.
Fonte: Diniz, Eli. Empresário, Estado e Capitalismo no Brasil (1930-45)
A tabela evidencia nossa revolução industrial e uma maior diversificação com metalurgia, cimento, mecânica, material elétrico, transportes, entre outras, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, por causa da infra-estrutura deixada pela cafeicultura.
O Governo Juscelino Kubitschek
Este governo, de 1956 a 1961, adotou uma política desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção do Estado na economia e no desenvolvimento indus- trial dependente de capitais e tecnologia estrangeiros.
Nesse contexto, foi lançado o Plano de Metas, consagrado pela frase “ Crescer 50 anos em 5”, cujos objetivos abrangiam seis grupos: energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a construção de Brasília. O plano foi marcado pela invasão de multinacionais e pelo desenvolvimento da infra-estrutura, notadamente rodovias e hidrelétricas, com capital estatal. Observe, pela tabela abaixo, a entrada do capital estrangeiro.
Fonte: Luiz Carlos Bresser Pereira, Desenvolvimento e crise no Brasil.
Esse capital impulsionou as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletro- domésticos, e aumentou o consumo dos derivados de petróleo. As multinacionais impuseram novidades de consumo, idealizadas pelo american way of life, ampli- ando o seu poder na América Latina. O resultado foi o aumento da dependência econômica e tecnológica em relação aos países ricos, sobretudo EUA e Alemanha, além da elevação do endividamento externo.
Em suma, o Plano de Metas assentava-se num tripé: capital estrangeiro , capital nacional e a indústria de base, com preocupação quanto à expansão da rede de transportes rodoviários e à produção de energia hidrelétrica.
O Milagre Econômico (1967-1973)
A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor.
Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.
Fonte: IBGE
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas multinacionais. O país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das desigualdades sociais. A partir daí, aumentaram muito os miseráveis (ou excluídos) do país. (Observe a charge).
Fonte: Folha de S. Paulo
O “milagre” ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande influência do Estado tanto na regulação da economia como também na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam. Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de impostos, como o IPI e o ICMS. O parque industrial abrangeu fábricas de motocicletas, bebidas, metalúrgicas, tecidos, relógios, motores, eletrônicos, e até uma refinaria de petróleo.
Fonte: IBGE
A industrialização brasileira iniciou-se no século XIX, sem apoio do Estado, uma vez que não existia uma clara política estatal para o setor, mas, a partir de 1930, o Estado assumiu a industrialização, o que causou uma verdadeira revolução. Os fatores eram positivos, como o êxodo rural gerado pela crise na cafeicultura, aumentando a classe operária e o próprio mercado consumidor; a redução das importações, devido à crise mundial de 1929; a substituição dessas importações, devido à Segunda Guerra Mundial.
Junto a esses fatores, Getúlio Vargas adotou uma política nacionalista calcada num desenvolvimento autônomo com base industrial, fato exemplificado pelo plano qüinqüenal de 1939; pela instalação da Compa- nhia Siderúrgica Nacional, a CSN(1941), em Volta Redonda; e pela criação da Companhia Vale do Rio Doce, a CVRD ( 1942 ), em Minas Gerais, atuando na área extrativa. Ainda no “ espírito” nacionalista, surgiu, em 1938, o Conselho Nacional do Petróleo, e a Petrobras, em 1953, objetivando controlar o petróleo para o desenvolvimento dos transportes.
Fonte: Diniz, Eli. Empresário, Estado e Capitalismo no Brasil (1930-45)
A tabela evidencia nossa revolução industrial e uma maior diversificação com metalurgia, cimento, mecânica, material elétrico, transportes, entre outras, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, por causa da infra-estrutura deixada pela cafeicultura.
O Governo Juscelino Kubitschek
Este governo, de 1956 a 1961, adotou uma política desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção do Estado na economia e no desenvolvimento indus- trial dependente de capitais e tecnologia estrangeiros.
Nesse contexto, foi lançado o Plano de Metas, consagrado pela frase “ Crescer 50 anos em 5”, cujos objetivos abrangiam seis grupos: energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a construção de Brasília. O plano foi marcado pela invasão de multinacionais e pelo desenvolvimento da infra-estrutura, notadamente rodovias e hidrelétricas, com capital estatal. Observe, pela tabela abaixo, a entrada do capital estrangeiro.
Fonte: Luiz Carlos Bresser Pereira, Desenvolvimento e crise no Brasil.
Esse capital impulsionou as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletro- domésticos, e aumentou o consumo dos derivados de petróleo. As multinacionais impuseram novidades de consumo, idealizadas pelo american way of life, ampli- ando o seu poder na América Latina. O resultado foi o aumento da dependência econômica e tecnológica em relação aos países ricos, sobretudo EUA e Alemanha, além da elevação do endividamento externo.
Em suma, o Plano de Metas assentava-se num tripé: capital estrangeiro , capital nacional e a indústria de base, com preocupação quanto à expansão da rede de transportes rodoviários e à produção de energia hidrelétrica.
O Milagre Econômico (1967-1973)
A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor.
Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.
Fonte: IBGE
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas multinacionais. O país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das desigualdades sociais. A partir daí, aumentaram muito os miseráveis (ou excluídos) do país. (Observe a charge).
Fonte: Folha de S. Paulo
O “milagre” ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande influência do Estado tanto na regulação da economia como também na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam. Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de impostos, como o IPI e o ICMS. O parque industrial abrangeu fábricas de motocicletas, bebidas, metalúrgicas, tecidos, relógios, motores, eletrônicos, e até uma refinaria de petróleo.
Fonte: IBGE
Das
quatro superintendências do mapa, três foram criadas pelo regime
militar: a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em
1966; a Superintendência do Desenvolvimento da Região Sul (Sudesul), em
1967; e a do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste (Sudeco), em 1968. A
da Região Nordeste foi criada 1959. Elas evidenciaram a política
federal de integração e desenvolvimento nacional, visando a diminuir as
disparidades regionais e a concentração econômica no Sudeste.
O Pós-1985
A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída” para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
Para controlar a inflação, só no governo Sarney, três planos foram tentados, mas todos fracassaram, deixando a classe média mais pobre, com a queda do poder aquisitivo dos salários: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989). Nos demais governos, Collor, Itamar e FHC, foi adotada a receita neoliberal, imposta pelos EUA e pelo FMI, na qual o objetivo visa a diminuir a participação do Estado na economia, com privatizações. Começou com as siderúrgicas e passou pela telefonia, energia e extrativismo mineral, entre outros setores.
A sociedade passou a questionar o modelo neoliberal, pois a qualidade dos serviços piorou, as tarifas ficaram elevadas e, o pior, o dinheiro obtido das vendas das empresas estatais foi usado apenas para pagar os juros da dívida externa. A reeleição de FHC, em 1998, foi explicada pelo mérito em controlar a inflação.
Para agravar a industrialização, o modelo neoliberal está inserido no processo de globalização, coordenado pelos EUA e por outros países ricos, abrindo mais a economia nacional para o grande capital, gerando falências internas, pois a concorrência é desleal. Essa modernidade imposta não foi acompanhada por reformas estruturais, fato constatado nos dois gover-nos de FHC, pois não ocorreu a reforma tributária, fundamental para nossa industrialização, reduzindo o poder de investimentos. Resultados: agravamento da exclusão social, desemprego, concentração de renda e arrocho salarial.
Concentração e Desconcentração Industrial
Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 28.
Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de estabe- lecimentos na região Sudeste.
A concentração industrial na região Sudeste e, sobretudo, no Estado de São Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura de café, entre outros) orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas um outro fator também explica essa concentração espacial – é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc.
Além disso, a concentração industrial é acompa- nhada pela concentração das demais atividades econômicas e extra-econômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro dependem uns dos outros.
Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país.
A desconcentração industrial ocorreu a partir da década de 1970, motivada pelos desequilíbrios regionais que levaram o governo a adotar medidas como incentivos fiscais e programas para as áreas periféricas, surgindo, por exemplo, os pólos petroquí- micos de Camaçari (BA) e de Canoas (RS).
Na década de 1980, a crise econômica gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais industrializada do país, a região metropolitana de São Paulo, inibindo a instalação de novas unidades industriais, com desvantagens como a organização sindical forte, assustando os empresários, e a saturação da infra-estrutura viária.
Fonte: Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de S. Paulo
Observando o mapa, a concentração ocorre na Grande São Paulo, com diversidade industrial, e a desconcentração ocorre acompanhando as grandes rodovias. Na via Dutra (1), destaca-se São José dos Campos, entre outras, com indústrias aeroespacial e bélica. No Eixo Castelo Branco (2), destaca-se Sorocaba; no Eixo Anchieta – Imigrantes, sobretudo em Cubatão desenvolvem-se os ramos químico, petroquímico e siderúrgico; e no Eixo Bandeirantes, até as vias Anhangüera e Washington Luís, a agroindústria é a de destaque.
Quanto ao Espírito Santo, este estado é o menos industrializado do Sudeste, mas ali se desenvolvem os ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro. No Rio de Janeiro, a industrialização acompanhou a função portuária, beneficiando-se da condição histórica de conter a capital do país até a construção de Brasília. Atualmente, o forte é o setor petrolífero no norte Fluminense, na região de Macaé.
Fonte: MEC/FAE, Atlas Geográfico, p. 39.
Quanto ao Estado de Minas Gerais, o ramo alimentício marca o Triângulo Mineiro (Araguari, Uberaba e Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e Alfenas. O principal ramo é o metalúrgico, transformando o rio Doce no “Vale do Aço”, devido ao complexo siderúrgico e às reservas de minerais metálicos. Mas, a cidade mineira mais famosa é Itajubá, com o segundo maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996. O segredo está na associação educação-tecnologia, com universidades, mão-de-obra qualificada e indústrias com alta tecnologia, que produzem fibras ópticas, reatores, componentes eletrônicos e até helicópteros (Helibrás). Portanto, é o mais novo exemplo de tecnopolo.
Os “tecnopolos” são parques empresariais e científicos especializados no desenvolvimento da alta tecnologia e da chamada tecnologia de ponta (química fina, robótica, informática, eletrônica, raio laser etc.).
As regiões de Campinas (favorecida pela presença da Unicamp), de São José dos Campos (onde está localizado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA) e São Carlos (que abriga a UFSCar e um campus da USP) são alguns dos centros industriais que ostentam a tecnologia mais avançada do país.
9. Nova Desconcentração
A partir da década de 1990, a nova desconcen- tração ganhou o apelido de “Guerra Fiscal” entre os Estados, pois as indústrias são disputadas entre os Estados, que oferecem terrenos e isenções. As indústrias que, por exemplo, deixam o Estado de São Paulo alegam que o processo de globalização exige custos finais mais baixos para ganhar competitividade, aproveitando as vantagens citadas, além da mão-de-obra mais barata e menos politizada. Confira a desconcentração, pela tabela:
A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como “saída” para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
Para controlar a inflação, só no governo Sarney, três planos foram tentados, mas todos fracassaram, deixando a classe média mais pobre, com a queda do poder aquisitivo dos salários: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e o Plano Verão (1989). Nos demais governos, Collor, Itamar e FHC, foi adotada a receita neoliberal, imposta pelos EUA e pelo FMI, na qual o objetivo visa a diminuir a participação do Estado na economia, com privatizações. Começou com as siderúrgicas e passou pela telefonia, energia e extrativismo mineral, entre outros setores.
A sociedade passou a questionar o modelo neoliberal, pois a qualidade dos serviços piorou, as tarifas ficaram elevadas e, o pior, o dinheiro obtido das vendas das empresas estatais foi usado apenas para pagar os juros da dívida externa. A reeleição de FHC, em 1998, foi explicada pelo mérito em controlar a inflação.
Para agravar a industrialização, o modelo neoliberal está inserido no processo de globalização, coordenado pelos EUA e por outros países ricos, abrindo mais a economia nacional para o grande capital, gerando falências internas, pois a concorrência é desleal. Essa modernidade imposta não foi acompanhada por reformas estruturais, fato constatado nos dois gover-nos de FHC, pois não ocorreu a reforma tributária, fundamental para nossa industrialização, reduzindo o poder de investimentos. Resultados: agravamento da exclusão social, desemprego, concentração de renda e arrocho salarial.
Concentração e Desconcentração Industrial
Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 28.
Quanto à distribuição espacial da indústria, o que se verifica é uma grande concentração de estabe- lecimentos na região Sudeste.
A concentração industrial na região Sudeste e, sobretudo, no Estado de São Paulo, deve-se a fatores históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura de café, entre outros) orientaram o surgimento da atividade industrial nessa região. Mas um outro fator também explica essa concentração espacial – é a interdependência que se estabelece entre as várias empresas industriais. Por exemplo, a indústria automobilística está ligada às metalúrgicas, às indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc.
Além disso, a concentração industrial é acompa- nhada pela concentração das demais atividades econômicas e extra-econômicas. Assim, a indústria, o comércio e o sistema bancário e financeiro dependem uns dos outros.
Por outro lado, a concentração das atividades econômicas gera um grande número de empregos, atraindo população de outras regiões e criando grandes centros populacionais, que necessitam de serviços, incluindo-se escolas, centros culturais e profissionais. Por isso, as grandes metrópoles são também os núcleos culturais mais desenvolvidos do país.
A desconcentração industrial ocorreu a partir da década de 1970, motivada pelos desequilíbrios regionais que levaram o governo a adotar medidas como incentivos fiscais e programas para as áreas periféricas, surgindo, por exemplo, os pólos petroquí- micos de Camaçari (BA) e de Canoas (RS).
Na década de 1980, a crise econômica gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais industrializada do país, a região metropolitana de São Paulo, inibindo a instalação de novas unidades industriais, com desvantagens como a organização sindical forte, assustando os empresários, e a saturação da infra-estrutura viária.
Fonte: Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de S. Paulo
Observando o mapa, a concentração ocorre na Grande São Paulo, com diversidade industrial, e a desconcentração ocorre acompanhando as grandes rodovias. Na via Dutra (1), destaca-se São José dos Campos, entre outras, com indústrias aeroespacial e bélica. No Eixo Castelo Branco (2), destaca-se Sorocaba; no Eixo Anchieta – Imigrantes, sobretudo em Cubatão desenvolvem-se os ramos químico, petroquímico e siderúrgico; e no Eixo Bandeirantes, até as vias Anhangüera e Washington Luís, a agroindústria é a de destaque.
Quanto ao Espírito Santo, este estado é o menos industrializado do Sudeste, mas ali se desenvolvem os ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro. No Rio de Janeiro, a industrialização acompanhou a função portuária, beneficiando-se da condição histórica de conter a capital do país até a construção de Brasília. Atualmente, o forte é o setor petrolífero no norte Fluminense, na região de Macaé.
Fonte: MEC/FAE, Atlas Geográfico, p. 39.
Quanto ao Estado de Minas Gerais, o ramo alimentício marca o Triângulo Mineiro (Araguari, Uberaba e Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e Alfenas. O principal ramo é o metalúrgico, transformando o rio Doce no “Vale do Aço”, devido ao complexo siderúrgico e às reservas de minerais metálicos. Mas, a cidade mineira mais famosa é Itajubá, com o segundo maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996. O segredo está na associação educação-tecnologia, com universidades, mão-de-obra qualificada e indústrias com alta tecnologia, que produzem fibras ópticas, reatores, componentes eletrônicos e até helicópteros (Helibrás). Portanto, é o mais novo exemplo de tecnopolo.
Os “tecnopolos” são parques empresariais e científicos especializados no desenvolvimento da alta tecnologia e da chamada tecnologia de ponta (química fina, robótica, informática, eletrônica, raio laser etc.).
As regiões de Campinas (favorecida pela presença da Unicamp), de São José dos Campos (onde está localizado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA) e São Carlos (que abriga a UFSCar e um campus da USP) são alguns dos centros industriais que ostentam a tecnologia mais avançada do país.
9. Nova Desconcentração
A partir da década de 1990, a nova desconcen- tração ganhou o apelido de “Guerra Fiscal” entre os Estados, pois as indústrias são disputadas entre os Estados, que oferecem terrenos e isenções. As indústrias que, por exemplo, deixam o Estado de São Paulo alegam que o processo de globalização exige custos finais mais baixos para ganhar competitividade, aproveitando as vantagens citadas, além da mão-de-obra mais barata e menos politizada. Confira a desconcentração, pela tabela:
A região Sul, segunda em industrialização, estruturou-se nos ramos alimentício e têxtil, respectivamente, na Grande Porto Alegre (RS) e no eixo Joinville-Blumenau – Brusque (SC). Mas, crescem os ramos químico, metalúrgico e siderúrgico, sendo Florianópolis a vedete nacional com o maior crescimento do PIB, nos últimos anos.
A Região Norte, como vimos, está relacionada à Zona Franca de Manaus, enquanto no Centro-Oeste, a região menos industrializada cresce no ramo alimentício, sobretudo os frigoríficos e, atualmente, nos ramos mineral e de material elétrico. Essas regiões são prejudicadas pela deficiente rede de transporte e pelo mercado consumidor restrito.
Quanto ao Nordeste, a terceira região industrializada, a concentração ocorre na Zona da Mata ou Litoral Oriental, sobretudo na região Metropolitana de Salvador, com o pólo petroquímico de Camaçari, “alimentado” pela Refinaria Landulfo Alves, além do Distrito de Aratu, com siderurgia (Usiba); e a região Metropolitana de Recife, em Cabo e Paulista, com indústrias química, metalúrgica e de material elétrico.
Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 42.
Fonte: BIM, CD-ROM, IBGE, 2000.
TRANSPORTE NO BRASIL
Até a década de
1950, a economia brasileira se fundava na exportação de produtos primários, e
com isso o sistema de transportes limitou-se aos transportes fluvial e
ferroviário. Com a aceleração do processo industrial na segunda metade do
século XX, a política para o setor concentrou os recursos no setor rodoviário,
com prejuízo para as ferrovias, especialmente na área da indústria pesada e
extração mineral. Como resultado, o setor rodoviário, o mais caro depois do
aéreo, movimentava no final do século mais de sessenta por cento das cargas.
Transporte terrestre
As primeiras
medidas concretas para a formação de um sistema de transportes no Brasil só
foram estabelecidas em 1934. Desde a criação da primeira estrada de ferro até
1946 os esquemas viários de âmbito nacional foram montados tendo por base as
ferrovias, complementados pelas vias fluviais e a malha rodoviária. Esses
conceitos começaram a ser modificados a partir de então, especialmente pela
profunda mudança que se operou na economia brasileira, e a ênfase passou para o
setor rodoviário. A crise econômica da década de 1980 e uma nova orientação
política tiveram como conseqüência uma queda expressiva na destinação de verbas
públicas para os transportes.
Transporte
ferroviário
O setor
ferroviário se desenvolveu de forma acelerada de 1854, quando foi inaugurada a
primeira estrada de ferro, até 1920. A década de 1940 marcou o começo do
processo de estagnação, que se acentuou com a ênfase do poder central na malha
rodoviária. Diversas ferrovias e ramais começaram a ser desativados e a rede
ferroviária, que em 1960 tinha 38.287km, reduziu-se a 26.659km em 1980. A crise
do petróleo na década de 1970 mostrou a necessidade da correção da política de
transportes, mas dificuldades financeiras impediram a adoção de medidas
eficazes para recuperar, modernizar e manter a rede ferroviária nacional, que
entrou em processo acelerado de degradação.
Na década de 1980,
a administração pública tentou criar um sistema ferroviário capaz de substituir
o rodoviário no transporte de cargas pesadas. Uma das iniciativas de sucesso
foi a construção da Estrada de Ferro Carajás, inaugurada em 1985, com 890km de
extensão, que liga a província mineral de Carajás, no sul do Pará, ao porto de
São Luís MA. O volume de investimentos, porém, ficou muito aquém das
necessidades do setor num país das dimensões continentais do Brasil.
Transporte
rodoviário
As primeiras
rodovias brasileiras datam do século XIX, mas a ampliação da malha rodoviária
ocorreu no governo Vargas, com a criação do Departamento Nacional de Estradas
de Rodagem (DNER) em 1937 e, mais tarde, com a implantação da indústria
automobilística, na segunda metade da década de 1950, a aceleração do processo
de industrialização e a mudança da capital federal para Brasília. A partir daí
a rede rodoviária se ampliou de forma notável e se tornou a principal via de
escoamento de carga e passageiros.
Na década de 1980,
o crescimento acelerado deu lugar à estagnação. A perda de receitas, com a
extinção, em 1988, do imposto sobre lubrificantes e combustíveis líquidos e do
imposto sobre serviços de transporte rodoviário, impediu a ampliação da rede e
sua manutenção. Como resultado, em fins do século XX a precária rede rodoviária
respondia por 65% do transporte de cargas e 92% do de passageiros.
Transporte
hidroviário
As hidrovias, uma
alternativa sempre lembrada dadas as condições privilegiadas da rede fluvial
nacional, pouco se desenvolveram. A navegação fluvial nunca foi bem aproveitada
para o transporte de cargas. Em 1994, a malha hidroviária participava com
apenas 1% do transporte de cargas.
As hidrovias, na
década de 1990, ainda eram os rios das principais bacias brasileiras, em que a
ação humana corretiva foi limitada. Dentre essas vias destacavam-se a bacia
amazônica, da qual dependiam de forma quase absoluta as populações esparsas da
região Norte; a bacia do Paraguai, via de escoamento de parte da produção
mineral e agropecuária da região Centro-Oeste; e a bacia do São Francisco, que
atendia as populações ribeirinhas dos estados de Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe. No Rio Grande do Sul localiza-se a a principal
via de transporte fluvial e lacustre do país, formada pelos rios Taquari e
Jacuí, ligados às lagoas Patos e Mirim pelo canal de São Gonçalo.
O único projeto de
hidrovia em andamento na metade da década de 1990 era a Tietê-Paraná, no estado
de São Paulo. Em trabalho conjunto, os governos estadual e federal realizaram
obras de correção dos leitos dos rios para torná-los navegáveis e construíram
canais artificiais de ligação e barragens com eclusas. A conexão com redes
ferroviária e rodoviária permitia o escoamento pela hidrovia da produção de
numerosos municípios paulistas.
Transporte
aéreo
Implantado no
Brasil em 1927, o transporte aéreo é realizado por companhias particulares sob
o controle do Ministério da Aeronáutica no que diz respeito ao equipamento
utilizado, abertura de novas linhas etc. A rede brasileira, que cresceu muito
até a década de 1980, sofreu as conseqüências da crise mundial que afetou o
setor nos primeiros anos da década de 1990.
Transporte
marítimo
Entre 1920 e 1945,
com o florescimento da indústria de construção naval, houve um crescimento
constante do transporte marítimo, mas a partir dessa época a navegação de
cabotagem declinou de forma substancial e foi substituída pelo transporte
rodoviário. Para reativar o setor, o Congresso aprovou em 1995 uma emenda
constitucional que retirou dos navios de bandeira brasileira a reserva de mercado
na exploração comercial da navegação de cabotagem e permitiu a participação de
navios de bandeira estrangeira no transporte costeiro de cargas e passageiros.
8 comentários:
professor brigada pela revisao.gostei muio do texto.
vlw professor vai ajudar muito
mais da proxima coloca um texto mais resumido por favor
valeu pela atenção,Leonardo 7º ano C
Amigo, só precisa melhorar seu conhecimento nas palavras, por que separar com hífen palavras que não tem, não é muito legal, porque tiro o sentido delas.
Professor, você colocou as atividades que seriam postadas terça-feira para serem entregues na segunda?
porque eu não consegui achar.
atenciosamente,Larissa^^
professor flavio olhei o seu blog mas nao achei nada apenas esse texto enorme entao o le
anteciosamente roberto^^
cade o exercicio prof li so o texto
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